domingo, setembro 30, 2007
Uma Câncio a Mais
sábado, setembro 29, 2007
...e já agora, que estamos com a mão na massa...
O que há de errado com o PSD
Por isso, corre para a frente, mesmo quando toda a prudência aconselha o contrário. Quando Durão Barroso fugiu para Bruxelas e tudo aconselhava uma reflexão interna para escolha de um novo líder, o partido não quis nem pensar no caso, não fosse o compasso de espera dar ao Presidente um pretexto para dissolver a Assembleia e afastar o partido do poder. Em vez disso, optou pelo "chuto" rápido de Santana Lopes, com os resultados que ficaram à vista.
Hoje, a história repete-se. Marques Mendes definiu a estratégia possível para um partido em minoria, depois de ter alienado o seu eleitorado. Estava a tentar recuperar pouco a pouco o partido para, daqui a cinco anos, poder ter credibilidade para disputar o poder. Não é uma política atraente. Não há sangue. Não se aproveita as medidas impopulares do governo para ganhar votos fáceis. Os caciques locais começaram a ficar nervosos. Não só a máquina estatal laranja não começaria a distribuir benesses tão cedo como, horror dos horrores, as próximas eleições estarão coladas às autárquicas e porão em perigo o único refúgio que sobra aos viciados nas autarquias laranjas. Por isso, era necessário correr para a frente. Arranjar um candidato sanguinário, um candidato de resultados rápidos.
Pode ter sido o golpe fatal na credibilidade do partido. Nenhuma organização pode resistir a ser liderada por Santana Lopes e Luís Filipe Menezes no espaço de uma legislatura. Por mal que as coisas corram ao PS, agora, o partido do governo está seguro por mais duas legislaturas, pelo menos enquanto a memória das pessoas durar.
O PS cometeu o mesmo erro uma vez, quando apeou Vitor Constâncio por este não lhe garantir um regresso rápido ao poder. Pagou caro, com uma cura de oposição de duas legislaturas. Não me parece que voltem a cometer o mesmo erro. O PSD, pelo contrário, parece ter mais dificuldade em aprender. Ou então está mais "agarrado".
psd 4
psd 3
psd 2
psd
sexta-feira, setembro 28, 2007
Boas Novas
No Ano Europeu da Igualdade de Oportunidades
SÃO EXACTAMENTE 193 CAPELÃES A MAIS
À letra da lei, de facto Fernanda Câncio está coberta de razão. Goste-se ou não se goste, a nossa Constituição foi aprovada sob princípios republicanos, com uma clara separação de estado e igreja. Mesmo a Concordata, que distingue a Igreja Católica das outras confissões (o que constitucionalmente já é polémico), não dá espaço para um tratamento tão privilegiado como aquele de que goza a Igreja Católica. Para quem não se conforme, não há outro remédio senão mudar a Constituição nesse ponto o que, no actual equilíbrio democrático,seria inviável.
Fernanda Câncio deixa de ter razão no campo da ética moral, pois ignora olimpicamente a realidade do país onde vive. Se olhar à sua volta, o que encontra em qualquer vila, aldeia ou lugar, são campanários de igrejas católicas. Não são minaretes nem sinagogas. Mesmo templos protestantes são bastante mais rarefeitos. Esse pormenor geográfico não é um mero acaso. É o produto de 800 anos de história como país católico, com a fé Católica como a fé da esmagadora maioria da população portuguesa, com reflexos culturais em todas as instituições portuguesas. Para negar isso, teria de negar uma parte fundamental da essência do país.
Fernanda Câncio volta a ter razão (embora não o saiba) porquanto a solução por ela preconizada seria a melhor coisa que poderia acontecer à verdadeira Fé Católica. De facto, é um facto indesmentível ao longo da história que a Igreja atingiu os seus pontos mais sublimes quando era uma religião perseguida ou, no máximo, tolerada e atingiu os seus piores momentos quando esteve mais próxima do poder. Já não vou mais longe, para os exemplos clássicos da Inquisição ou da Igreja com Ordens Militares. Lembro-me de exemplos tão próximos como o da TVI, em que a igreja moveu todas as suas influências para ter um canal que, no papel, era um canal de evangelização mas, na prática, era uma ferramenta financeira que, quando começou a perder dinheiro, foi despejada pela janela, transformando-se no canal mais materialista, mais baixo e mais anti-cristão do espectro radioeléctrico português. Por isso, bem faz o estado em não dar facilidades à Igreja Católica. Esta tem dois mil anos de provas dadas como instituição resiliente, capaz de sobreviver às maiores provações e dar verdadeiros sinais de Fé quando tudo corre contra ela.
A liberdade religiosa de alguns
laranjinhas
"foquinha" de Kerlon
Há dias, no Brasil, umas das maiores promessas do futebol brasileiro - Kerlon - decidiu fazer uma finta que lhe é característica e que é apelidade de "foquinha". O problema é que a finta é feita com a cabeça tornando quase impossível o seu desarme que não seja através do recurso à falta. Alguns mais zelosos do "espírito desportivo" acham que é falta de respeito para com os adversários. Cá para mim, para além da imensa estética da coisa, acho óptimo que alguém se tenha lembrado de o fazer. Como também não me choca que os adversários, na eminência de serem "comidos" optem por deitá-lo ao chão. Seja como for, gostaria de dedicar este vídeo a todos aqueles que decidiram gostar de futebol a partir do momento em que Scolari deu um "tapa" num sérvio, exigindo a sua irradiação, para que possam discorrer durante alguns dias sobre a inadmissibilidade das "foquinhas".
É mais forte do que eu...
Tenho andado muito arredado destas andanças por compromissos profissionais. No entanto, há coisas que me tiram do sério e que não me permitem ficar calado (tipo Santana Lopes). Tenho que partilhar este assunto com alguém antes que tenha um acidente de carro um dia destes por causa de um maldito anúnico radiofónico.
Refiro-me, claro está, ao anúncio do Jornal O Jogo que agora é vendido acompanhado de uma carta (de jogar). E para anunciar esta promoção, os responsáveis pelo anúncio puseram um ignorante a falar - armado em treinador de cartas - que diz a seguinte alarvidade:
"Na Sueca, joga o Ás e depois a Manilha, blá blá blá." "São 52 cartas e qualquer um pode ter o trunfo."
52 cartas??? na Sueca??? Então este idiota está a fazer um anúncio de cartas e diz que há 52 cartas na Sueca! Com Manilha?!?
Há gente muito idiota neste mundo e o que mais me irrita é que todos os dias, antes de ouvir a Bola Branca, tenho gramado com estas alarvidades.
O que vale é que a seguir entra a música da Bola Branca e a voz inconfundível do seu locutor...
quinta-feira, setembro 27, 2007
Bondades estrangeiras
quarta-feira, setembro 26, 2007
haja Tino
Pontapés na Língua
E eis que a asneira alastra, ou, como se diz hoje, alastra-se. O vetusto DN, que era unanimente considerado, ou, como se diz hoje, unanimemente considerado por todos, uma referência na utilização correcta da língua portuguesa, comete um deslize, não numa noticiazinha anódina das páginas interiores, mas num tema candente: os McCann. É preciso, não obstante, porque inteiramente justo, realçar, ou, como se diz hoje, relevar, que o dito deslize foi feito com alguma intencionalidade, repetido que foi para que não haja dúvidas. Será quiçá um ensaio para a alteração da grafia do verbo «haver», «há» como em «há muitos anos», para «à», ditada pela utilização porventura maioritária da população da forma errada, ou, como se diz hoje, alternativa. Repudiamos veementemente, ou, como hoje se diz, repugnamos veemente, o alastrar da nódoa ao DN, e solicitamos a quem de direito no matutino (quando o Saramago era controleiro no jornal, nada disto aconteceria, reconheça-se), tome providências. Quem diria que poderia haver erros no DN! E a seguir? Na Bíblia? Ele à coisas fantásticas, não à?
Até ao momento, a Interpol ainda não confirmou se a menina da fotografia é mesmo Madeleine McCann, desaparecida à 146 dias. No entanto, trata-se de mais uma pista com origem em Marrocos. Nos últimos dias, várias notícias sobre o facto de Madeleine poder estar ou ter estado em Marrocos, são cada vez mais frequentes.Poucos dias depois de a menina ter sido dada como desaparecida, no Algarve, um turista britânico afirmou ter visto uma criança parecida comMadeleine no hall de entrada do Hotel Íbis, em Marraquexe. No entanto, esta denúncia só foi feita dias depois, quando a testemunha regressou à Grã-Bretanha e tomou conhecimento do desaparecimento da menina. Este facto só foi tornado público à pouco tempo.
Notícia toda aqui.
terça-feira, setembro 25, 2007
Brinquedo novo...
imperdível
Um atestado de ignorância ou ignocância
Ainda Mourinho ou a concretização prática do adágio "junta-te aos grandes e serás como eles"
Originalidades
Tudo ao Léu Air
45% vs 55% e / ou dos avanços médicos essenciais para a evolução de sociedade Ocidental
Após ver apenas parte do debate Mendes vs Menezes na SIC Noticias, porque não consegui aguentar o tédio até ao fim, fiquei com muito pouca vontade de votar e concluí que há realmente coisas muito mais importantes para a sociedade ocidental. Aconselho uma introspecção profunda sobre um tema que realmente interessa a todos, e que Patrick Mallucci, num gesto de enorme generosidade, se prepara para partilhar com o mundo no London’s Royal College of Surgeons.
segunda-feira, setembro 24, 2007
Promiscuidade público-privado
Cabeças debaixo da terra
Essas opiniões não são mais do que cabeças bem enterradas debaixo da terra que ignoram que esta medida serve mais para proteger a sociedade como um todo do que propriamente os reclusos.
Ninguém está a propor distribuir droga nas prisões. Se alguém o faz serão possivelmente os mesmos guardas prisionais que agora se insurgem contra esta medida. Se a droga circula nas prisões, só a eles mesmos se podem culpar por incompetência da vigilância ou por cumplicidade activa nas redes de tráfico.
Mas o facto mantém-se que a droga lá circula no sítio onde as pessoas teoricamente mais estariam fisicamente impedidas de a consumir. E se esse facto é indismentível, também é indismentível o facto de que a população prisional tem altíssimas taxas de infecção por HIV e Hepatite B. Sendo também dado que essa população não ficará eternamente na prisão, acabarão por vir cá para fora contribuir para a disseminação de tão terríveis doenças. Ainda que não venham cá para fora, irão aumentar substancialmente a despesa da sociedade em cuidados médicos aos reclusos, para não falar das responsabilidades morais de um estado que deve zelar pela saúde das populações, incluindo as prisionais.
Assim, a distribuição de seringas é uma medida do mais elementar bom senso. Se, por poucos cêntimos, podemos evitar a propagação de doenças avassaladoras, com custos económicos brutais, criminoso seria não o fazer. Os críticos podem enterrar a cabeça na areia pelo tempo que quiserem mas não vão circular nem mais nem menos drogas nas prisões pelo facto de serem injectadas com seringas limpas e seguras.
É tudo gente séria!
psd
(quase) engenheiro José Sócrates
domingo, setembro 23, 2007
As "canções" do meu imaginário de A a Z
Depois de na semana passada a minha identidade ter sido indecentemente usurpada por um tal de Rui Castro, o qual decidiu manchar a minha reputação com a escolha que fez para a letra "G", chega a vez do "H". Digo-vos que a escolha foi difícil e pouco convicta. Seja como for, só pelo guarda-roupa e pela coreografia, acho que a escolha não podia ser mais 80's: Human League - Fascination. Até já.
sábado, setembro 22, 2007
Perplexidades médicas!
Compreendo que os recursos sejam escassos e as necessidades, fruto de uma população que se confronta agora – e felizmente – com o aumento da esperança de vida, crescentes. Sei que a relação inversamente proporcional de ligação entre os dois anunciados vectores determina a urgência de uma racionalização dos meios disponíveis. E que racionalidades há muitas, segundo os figurinos da época e a pressuposição de sentido de que se parta, também não ignoro. Pelo que, ainda que sindicáveis pela intelecção do justo e criticáveis pelos cidadãos de pleno direito – todos nós –, as opções do Senhor Ministro da Saúde poderiam ser justificáveis, mesmo que de duvidosa eficácia.
Há, porém, um mínimo que se há-de ver cumprido, sob pena de se ultrapassar o limbo do aceitável e se encaminhar o sistema que deveria ser colocado ao serviço do doente, até porque por ele suportado, para a instrumentalização própria de quem se orienta por uma agenda oculta.
Pois que, desde o dia que tomou posse, Correia de Campos não considerou problemático que portugueses tivessem de ir nascer na vizinha Espanha, ignorou que, em determinados momentos, talvez fosse razoável para a pessoa que sofre, por exemplo, de um ataque cardíaco não ter de percorrer não sei quantos quilómetros para ter acesso aos primeiros socorros, achou que viagens a Cuba para suprir a falta de uma consulta por que se espera há cinco anos é um sintoma de vitalidade da sociedade civil e do poder autárquico.
Problemático, problemático, segundo o Senhor Ministro teve oportunidade de confessar, era mesmo o número diminuto de abortos realizados nos hospitais públicos. Problemático, problemático é agora o facto de um doente – quantas vezes em estado terminal – poder receber o conforto espiritual de um sacerdote.
Empenhou-se afincadamente na resolução do primeiro. Tão afincadamente que, à época, garantiu que seria assegurado um sistema de aconselhamento da mulher grávida que, passado uma semana, se tornou, afinal, residual.
Pretende agora fazer face ao segundo. Visitas de padres só com horário marcado, quando solicitadas por escrito pelo doente. Não sei se isto é amor pela burocracia ou ódio visceral à Igreja, mas mais perfunctoriamente revela novamente o profundo desrespeito por aqueles que deviam estar no centro das suas preocupações.
sexta-feira, setembro 21, 2007
Pum, pum...
E a Nandinha, importa-se que eu a mande para casa do Diabo mais velho?
Ainda Aquilino
Aquilino, que é um grande escritor, não foi trasladado para o Panteão por ser um grande escritor. O que agora se homenageia é o carbonário, o bombista, o republicano, o «democrata». Razões não muito diferentes das que levaram Junqueiro ao mesmo pedestal. Mas isso também não tem mal nenhum. Cada regime tem os seus heróis.
Não contesto. Mas ver num bombista que atenta contra a vida do Rei um herói não pode deixar de ser o espelho da mediocridade deste nosso regime.
fartar à vilanagem
quinta-feira, setembro 20, 2007
Ovos, pintainhos e melancias
"quando os Lobos Uivam"
Causou surpresa a raça que os nossos lobos demonstram no campo de jogo, entregando-se à luta até ao limite das suas forças, conscientes de que, ali, são mais do que eles próprios. Nota-se que sentem com orgulho o peso de representarem o País que gostam de chamar seu. Para além disso, o que já não é pouco, espantaram meio mundo por saberem, todos, entoar o hino nacional e por cantarem-no com indisfarçável brio. É evidente que a memória da bufa assaltou os espíritos menos livres e foram muitas as penas de onde jorraram enormidades de um anti-nacionalismo primário, a que não faltou o costumeiro e jacobino preconceito social, como se o pecado original fosse agora, na fase pós-moderna do relativismo católico, o de provir de famílias de apelidos menos usuais ou de origens mais remotas.
As almas mais intranquilas com tão desbragada manifestação de patriotismo tomaram como lenitivo o facto de a RTP não se ter dignado cobrir, em sinal aberto, a participação da selecção nacional no campeonato mundial de rugby, por considerar que tal cobertura não integraria o conceito de serviço público, não explicando por que razão nele cabe a transmissão de um jogo de basquetebol entre as lusíssimas formações da Espanha e da Grécia. Sobre este mistério insondável, julgo não ter ouvido os gemidos do senhor presidente da república, mais talhado para comentar "tapinhas" de seleccionadores de futebol.
Enquanto os lobos uivam em França, por cá, consuma-se a transmutação do Panteão Nacional em Talhão Oficial dos Artistas e dos Escritores. Para além de ter sabido conspirar contra as trevas que foram os tempos da Monarquia e do Estado Novo, terá tido Aquilino o mérito de não ter andado para aí a gritar o hino nacional ou a exibir quaisquer outras serôdias mostras de espírito patriótico.
terça-feira, setembro 18, 2007
A verdadeira história do 11 de Setembro
Finalmente, a verdade sobre o que realmente se passou dentro daquele avião.
Exegese matemática
Dita, ao arrepio disto, a pós-modernidade jacobina, posta em marcha, não raras vezes, para encobrir a vacuidade de quem se julga arauto da intelectualidade, a substituição da primitiva impostação metodológica pela exegese matematizante, própria de quem faz contas de merceeiro.
Elucidativo de quem lança mão do expediente, propunha a quem se lembrou de semelhante contabilização que prossiga com o exercício. Mas desta vez mais detidamente, para contar o número de vogais e consoantes que surgem no Texto Bíblico. O interesse é igual ao do cálculo já encetado, mas tem a vantagem de deixar o exegeta contabilístico ocupado por uns tempos. O que só pode ser motivo de júbilo.
ainda há quem os tenha no sítio
Giorgio Moroder - From Here To Eternity
Se a Gi teve dificuldade em escolher o seu eleito para a letra "G", já o mesmo não se passou comigo. Se bem que o meu escolhido não seja propriamente um icone dos anos 80, a verdade é que foi nessa época que mais ouvi o disco de vinil de Giorgio Moroder que os meus pais guardavam na estante. Aqui fica "from here to eternity".
As "canções" do meu imaginário de A a Z
Terminadas (há muito) as férias, está na altura do regresso. Para a letra "G" tive algumas dúvidas (a oferta não é muita). Estive tentada em trazer Genesis, mas confesso que tenho sentimentos contraditórios relativamente à banda de Phil Collins. Assim, apesar da pirosice, a verdade é que GM, enquanto vocalista dos Wham, deixou a sua marca nos anos 80. Até já.
kafka
segunda-feira, setembro 17, 2007
Ervas Daninhas
obrigatório ler
O Sinistro da Justiça
reforma
sexta-feira, setembro 14, 2007
espanta espíritos
And Now For Something Completely Equal - Como Metê-Lo
quinta-feira, setembro 13, 2007
amen
Não esperava, depois de tantos anos de instrução, ter que explicar isto outra vez. A única coisa que se deve exigir a Scolari é que seja um bom selecionador nacional. Não se contrata um treinador para ser um "exemplo", como dizem, sintomaticamente, Daniel Oliveira e Tiago Mendes. É a mesma coisa com os politicos. Eu quero poder votar num mentiroso. Se um mentiroso me governar melhor que uma pessoa honesta, porque razão me hei-de prejudicar? No futebol escolhe-se os melhores treinadores e os melhores jogadores, não as melhores pessoas ou as que dão melhor exemplo, porque o objectivo do futebol é ganhar. Na politica vota-se nos que têm as melhores politicas, não nos que são mais honestos, porque o objectivo da democracia é poder escolher aquele politico que nos poderá governar melhor. Se uma pessoa se obrigasse a votar no mais honesto e não no que tem melhores politicas para o país, temos que reconhecer que Francisco Louçã mereceria 99 por cento dos votos. Mas eu prefiro José Sócrates ou Paulo Portas a Francisco Louçã, porque prefiro ser governado por boas politicas que por pessoas honestas.Mas Tiago Mendes vai mais longe que Daniel Oliveira, que se limitou à cruzada moral típica dos outdoors do seu campo político.Depois de, com uma cara de pau sem limites, negar ter feito a comparação entre o soco de Scolari e a tragédia de Heysel, Tiago Mendes diz que a acção de Scolari é a "negação do espirito desportivo". Esta merda põe-me doente. Muito exactamente, o que é o "espirito desportivo", caralho? Onde é que está escrito que o selecionador "é um pedagogo"? Está a ressacar, o Tiago Mendes, é isso? Um gajo agora porque é competente na sua profissão também tem que ser boa pessoa? E o futebol, é um projecto de educação e elevação moral nacional ou um local onde se joga futebol? Estamos onde, foda-se? Se é que as duas palavras fazem sentido juntas, o "espirito desportivo" manifesta-se em, exclusivamente, duas coisas: vitória e/ou beleza estética. Não há mais nada no mítico "espírito desportivo". Tudo o que vá para além disso consta do prémio Fair Play da FIFA, uma excelente competição para os Suiços e os Suecos. Mesmo o vocábulo 'desportivismo' só deveria ser utilizado para significar que a vitória e a derrota deve ser recebida por vencedores e perdedores com a noção de que 'para o ano há mais', e não como uma avaliação de conduta. Todo o texto do Tiago Mendes é uma confusão ilimitada de tudo com nada, um tratado de ignorância desportiva e de obliquidade moral. Reparem na frase seguinte, em que se discorre sobre o futebol nacional:"Continuar-se-á a optar por seleccionadores de sangue quente - mais adaptável à “natureza latina” dos nossos jogadores, dirão alguns -, que primam pelo culto dos mergulhos, das dores fingidas e outras pieguices, pela conversa interminável sobre os árbitros e outras desculpabilizações possíveis, etc." Tiago Mendes não sabe de onde vem o "culto dos mergulhos" (como, aliás, muita gente) e desconhece conversas interminávies sobre árbitros noutros paises. Em face disto, Tiago Mendes conclui que precisamos de "dois ou três anos de reflexão" para acertarmos o passo, e aprendermos um pouco sobre "humildade, dedicação, mérito, esforço, responsabilidade e fair-play." Realmente, se há coisa que, por exemplo, Figo, Cristiano Ronaldo ou Simão Sabrosa precisam é de lições de "humildade, dedicação, mérito, esforço e responsabilidade". Aliás, Figo, Cristiano Ronaldo e Simão Sabrosa são três dos melhores executantes mundiais da sua profissão porque tiveram ao longo das suas carreiras uma enorme falta de humildade, de dedicação, de mérito, de esforço e responsabilidade. Não vamos aqui devolver o conselho de "dois ou tres anos de reflexão" ao Tiago Mendes. No próximo ano, quando estiver a correr nos campos verdejantes de Oxford, pode ser que um relampago de claridade lhe ilumine o cortex. Suponho que não estará demasiado fora do horizonte o dia em que o desporto será destruido pelos moralismos que as pessoas querem encavalitar em cima das leis e regras de cada modalidade. Quiseram (mas não foram a tempo) tirar o prémio de melhor jogador do mundial de 2006 a Zinedine Zidane porque este espetou uma magnifica cabeçada num outro jogador. Quiseram tirar-lhe o merecidíssimo galardão porque Zidane se portou mal? Não! Porque a sua má acção apareceu na televisão e ele é um "exemplo" para as putas das criancinhas. Podemos votar e escolher quem nos governa; estando no blogue em que está, imagino que o Tiago Mendes seja um liberal, que acredite nas pessoas e na sua capcidade de decidir o que é melhor para si e para os seus; que defenda que o Estado paternal deva re-exportar muitas das suas actuais responsabilidades de volta para a esfera da liberdade individual de cada um; mas quando se trata de futebol somos todos, para além de orfãos, estúpidos."
ainda a propósito de países subdesenvolvidos
quem nunca deu um soco a um sérvio que atire a primeira pedra
quarta-feira, setembro 12, 2007
Prioridades vs. propaganda
Procura-se alguém que partilhe uma dita experiência
Alô Woody, como eu te compreendo
Caro Woody,
Como está a Soon-Yi e o resto da família? Desculpa não te escrever mais cedo mas os últimos dias têm sido complicados. Para além dos dias de férias fora de Lisboa não quiz, como combinado, escrever-te antes de ver o "Scoop".
Agora percebo o porquê de tanta insistência para que eu visse o filme.
O filme não é nada de especial, mas bem te compreendo. Mal acabou o "Match Point" deves ter pensado: o que é que hei-de fazer para aguentar aqui esta miúda mais uns tempos? Estou sem ideias para filmes, estou cansado... Já sei, misturo o "Match Point" com o "Small Time Crooks", vou buscar uma falas antigas e meto a miuda a nadar numa piscina.
O filme não é grande, mas tu és.
Abraço e beijo à Soon-Yi
PS: Diz à Scarlett que eu também tenho piscina
Políticos de trazer por casa
Não é fácil
Cantar o hino passou a ser uma manifestação ideológica? Atávica? Fascista? Inadmissível num país multiétnico e multicultural?
Qual é a forma de o cantar mais apropriada a um verdadeiro homem de esquerda? De sorriso trocista nos lábios e olhar desdenhoso? De punho fechado? Nos transportes públicos? De cara tapada? Com uma letra alternativa? No meio de um campo de milho? De "kuffiyeh" enrolado ao pescoço? Enquanto parte "esta merda toda" (Gualter dixit)?
Qual é o exacto grau de emoção que um homem de esquerda pode extravasar ao cantá-lo? Nenhum? Pouco? Poucochinho? Assim-assim? Qualquer coisinha?
Muda alguma coisa se for tocado por um djambé e cantado por uma banda rap da margem sul?
Tantas dúvidas. Não é fácil ser de esquerda. Dá uma trabalheira ser assim simples, aberto e descomplexado.
Confissão à revelia
terça-feira, setembro 11, 2007
mas
Nuno Pombo e Rui Castro
Pontapés na Língua
Quando a víbora da Papua ataca, as suas presas
saem do invólucro protector.
Perdão?!?