segunda-feira, setembro 10, 2007

Onde Quixote vê gigantes, Sancho vê moinhos

Esta frase do Henrique Raposo "É que pior do que um imbecil só mesmo um imbecil nacionalista que vê mapas cor de rosa como quem vê moinhos de vento." poderia fazer sentido não fossem mesmo moinhos de vento aquilo com que se depararam Quixote e Sancho. A imagem passa mal, portanto.
A propósito, recordo que o mapa cor-de-rosa, enquanto pretensão territorial, foi uma imbecilidade exactamente do mesmo calibre da que pretendia e conseguiu unir o Cairo ao Cabo. Imbecilidade própria de outra era.
Tenho sérias dúvidas quanto ao acerto da afirmação de que a política terá desaparecido da vida dos europeus. Não tenho qualquer prova concludente quanto a isso e, pelo contrário, tem havido excepções que bem podem constituir uma regra.
Mas tudo isso são minudências.
Ao que parece, o que aflige mesmo o Henrique é que os portugueses se sintam picados no seu brio jornalistico-jurídico-patriótico e resolvam responder aos ingleses. Esses que, apesar de dotados de uma justiça aparentemente irrepreensível, preferiram sentir-se ofendidos pelos imbecis portugueses e pela sua justiça imbecil e partiram, eles próprios, para a imbecilidade.
Como não conheço o processo nem detalhes da investigação, recomendaria mais cautelas na adjectivação e, sobretudo, menos estrionismo no apelo à reflexão.
Quem não gosta de novelas não lhes alimenta os guiões.
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