sexta-feira, setembro 28, 2007

SÃO EXACTAMENTE 193 CAPELÃES A MAIS

A propósito do artigo de Fernanda Câncio sobre a promiscuidade entre estado e igreja ao nível dos capelães, só posso dizer que ela tem razão, deixa de ter razão e volta a ter razão mas não pelos motivos que ela julga. Passo a explicar.
À letra da lei, de facto Fernanda Câncio está coberta de razão. Goste-se ou não se goste, a nossa Constituição foi aprovada sob princípios republicanos, com uma clara separação de estado e igreja. Mesmo a Concordata, que distingue a Igreja Católica das outras confissões (o que constitucionalmente já é polémico), não dá espaço para um tratamento tão privilegiado como aquele de que goza a Igreja Católica. Para quem não se conforme, não há outro remédio senão mudar a Constituição nesse ponto o que, no actual equilíbrio democrático,seria inviável.
Fernanda Câncio deixa de ter razão no campo da ética moral, pois ignora olimpicamente a realidade do país onde vive. Se olhar à sua volta, o que encontra em qualquer vila, aldeia ou lugar, são campanários de igrejas católicas. Não são minaretes nem sinagogas. Mesmo templos protestantes são bastante mais rarefeitos. Esse pormenor geográfico não é um mero acaso. É o produto de 800 anos de história como país católico, com a fé Católica como a fé da esmagadora maioria da população portuguesa, com reflexos culturais em todas as instituições portuguesas. Para negar isso, teria de negar uma parte fundamental da essência do país.
Fernanda Câncio volta a ter razão (embora não o saiba) porquanto a solução por ela preconizada seria a melhor coisa que poderia acontecer à verdadeira Fé Católica. De facto, é um facto indesmentível ao longo da história que a Igreja atingiu os seus pontos mais sublimes quando era uma religião perseguida ou, no máximo, tolerada e atingiu os seus piores momentos quando esteve mais próxima do poder. Já não vou mais longe, para os exemplos clássicos da Inquisição ou da Igreja com Ordens Militares. Lembro-me de exemplos tão próximos como o da TVI, em que a igreja moveu todas as suas influências para ter um canal que, no papel, era um canal de evangelização mas, na prática, era uma ferramenta financeira que, quando começou a perder dinheiro, foi despejada pela janela, transformando-se no canal mais materialista, mais baixo e mais anti-cristão do espectro radioeléctrico português. Por isso, bem faz o estado em não dar facilidades à Igreja Católica. Esta tem dois mil anos de provas dadas como instituição resiliente, capaz de sobreviver às maiores provações e dar verdadeiros sinais de Fé quando tudo corre contra ela.

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

A Fernanda Câncio nunca tem razão. Nem aqui, nem em lado nenhum.

9/28/2007 12:52 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

A nariguda Fernandinha Câncio, menina espertalhona que se aproveita do facto de o Sr. Engº.Sócrates não ligar muito a mulheres para ir gozando as delícias de umas férias supimpas pagas pelo eterno namorado, fala por falar, porque como se tem verificado não tem grande consistência a retórica dela, escarrapachada no D.N., pois apenas é voz do dono e como tal age. Sabendo que a excelsa mãezinha de José Sócrates é uma piedosa seguidora das práticas eclesiais das Testemunhas de Jeová, vai de zurzir na Assistência Religiosa aos Doentes, como já o fez nos Crucifixos das Escolas e repartições do Estado, como já o fez no ensino de Religião e Moral Católica nas Escolas...
Fernanda Câncio só tem razão numa coisa: Se quer manter o tacho e as mordomias... para quê cuspir para o ar? Quem a conhece sabe que ela é assim, não há volta a dar!

9/28/2007 7:35 da tarde  

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