segunda-feira, junho 30, 2008

cenas famosas - PULP FICTION

John Travolta tem uma carreira enquanto actor que se divide (i) até Pulp Fiction e (ii) depois de Pulp Fiction (Pulp Fiction incluido). É para quem faz esta distinção que a cena da dança com Thurman constitui uma das cenas que mais marca no filme.

euro

É impressão minha ou este foi o pior europeu a que assistimos nos últimos tempos?

best friends

Pensamentos do Dalai Lima n,mn


Casanova adorava
ir cedo para a cama.

"Homem verdadeiro leva no pandeiro"

Foi esta uma das palavras de ordem na manif promovida anteontem pelos lésbicas, gays, bissexuais e transgénero (vulgo LGBT). Apareceram os de sempre, numa reedição dos muitos encontros e jantares que fizeram na campanha a favor do aborto. É esta gente que marca a agenda política,
decidindo o que é hoje politicamente correcto. Na calha, o casamento e a adopção, muito embora a ausência de maioria absoluta num futuro governo PS, e a derrota de Passos Coelho - o pseudolibertário - nas directas do PSD, lhes possa atrasar os planos. Até lá, há que aturar as crónicas fracturantes das sextas-feiras e assistir aos espectáculos freak como se fosse uma coisa normal.

Giscard d'Estaing ("pai" da Constituição Europeia): referendos são para ignorar

Rapto da Europa (49)

The Telegraph reports that former French President and chief architect of the EU Constitution Valery Giscard d'Estaing has said that referendums will be ignored whether they are held in Ireland or elsewhere. Giscard d'Estaing told the Irish Times that Ireland's referendum rejection would not kill the Treaty, despite a legal requirement of unanimity from all the EU's 27 member states. He said, "We are evolving towards majority voting because if we stay with unanimity, we will do nothing. It is impossible to function by unanimity with 27 members. This time it's Ireland; the next time it will be somebody else."

He also admitted that the Lisbon EU Treaty had been carefully crafted to confuse the public: "What was done in the [Lisbon] Treaty, and deliberately, was to mix everything up. If you look for the passages on institutions, they're in different places, on different pages. Someone who wanted to understand how the thing worked could with the Constitutional Treaty, but not with this one." He also said "there is no alternative" to a second Irish vote, saying, "Everyone agrees it has to be sorted out by the time of European elections."

sexta-feira, junho 27, 2008

Pensamentos do Dalai Lima lkhkhghhg


Era uma raia miúda.
Estava sempre a ser comida
pelos tubarões.

IPA 37


já que estamos numa de memória futura...

Importa falar da "boa prática europeia". Lembro-me como se tivesse sido ontem de ouvir esta expressão pela boca de alguns membros do governo, nomeadamente referindo-se ao que acontece na Alemanha. À data, houve alguns, como eu, que pensaram que a ideia do executivo seria importar o que se fazia na Alemanha, o que, dadas as circunstâncias, atenuaria os efeitos perversos de uma lei totalmente liberalizadora de um um comportamento que havia sido até então qualificado como crime. Cedo se percebeu que a "boa prática europeia" tinha unicamente a ver com o curto período de reflexão que era "imposto" às grávidas que pretendiam abortar, penso que 3 dias, ignorando-se olimpicamente o que de melhor tinha a lei alemã. É que todo o processo e acompanhamento da grávida antes de se proceder à eliminação da "coisa", tinha como fim o aconselhamento no sentido de se evitar o aborto, prestando toda a informação, quer do ponto de vista puramente clínico, quer do ponto de vista de todos os apoios e auxílios que poderia ter quem arrepiasse caminho e optasse por ter o filho. Parece-me óbvio que se Portugal tivesse seguido esta "boa prática europeia", dificilmente teríamos de ouvir um qualquer idiota, aparentemente funcionário público ao serviço de uma maternidade pública, desculpar quem faz 3 abortos por ano. FDP.

Também para memória futura...

...não me esquecerei de evitar a todo o custo ter o meu próximo filho na Maternidade Alfredo da Costa.
É que acabo de ouvir da boca do seu director, e passo a citar, "que há pessoas com vidas tão destruturadas que pode acontecer abortarem 3 vezes num só ano e que, assim sendo, mais vale que o façam num hospital público, em condições de higiene, do que num qualquer sítio ilegal".
Eu pasmo com estas curtas vistas!
Pode acontecer??? PODE??
É que eu acho que não pode, não pode mesmo!!!
Naturalmente que acho que não pode acontecer nem uma só vez, mas 3??? No mesmo ano??? Como?? Porquê??
É que parece que elas não voltam ao hospital, à consulta de follow-up pós-aborto. A culpa, claro, é do sistema. E, nos entretantos, vão-se estruturando a vida destas desgraçadas...em cima de 3 abortos de enfiada.
E perguntam-me: e a solução é proibir? É sim, é parte da solução. A solução não é, certamente, possibilitar e, já agora, subsidiar.
É o mundo virado de pernas para o ar.

para memória futura

Ainda ao abrigo dos resultados de um referendo que visava, segundo os promotores da "iniciativa", acabar com abortos de vão de escada e com os julgamentos de mulheres que abortam, o Estado decidiu agora, para efeitos de concessão de subsídio de maternidade - repito - subsídio de maternidade, equiparar quem opta por ter o filho com quem opta por não tê-lo, eliminando-o. É isso mesmo que faz o DL ontem publicado:
"O subsídio social de maternidade é garantido às mulheres nas situações de parto de nado -vivo ou morto, de aborto espontâneo, de interrupção voluntária da gravidez nos termos do artigo 142.º do Código Penal ou de risco clínico para a grávida ou nascituro."
Salvaguardando a hipótese de se tratar de um mero lapso ou de incompetência do legislador, o que mais impressiona não é a assinatura do sr. José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa, mas sim a promulgação sem mais do sr. Aníbal Cavaco Silva. Fica, pois, aqui o registo para memória futura para que eu não me esqueça quando for novamente chamado a votar a eleger o presidente da república. É que podem ter a certeza que não me enganam 2.ª vez.

quinta-feira, junho 26, 2008

No que dá sermos governados pela esquerda

O Zé e a Ana na nova lei do divórcio
Isilda Pegado - Público, 25/6/2008

Na lei actual, o património divide-se em partes iguais. Com a nova lei, a Ana tem direito a 1/6 do património e o Zé a 5/6O Zé e Ana estão casados há 15 anos e têm dois filhos, ele é engenheiro e ela secretária. Ele, sabe-se lá porquê, ultimamente chega a casa bebe uns uísques e... bate na Ana. À terceira vez, a Ana apresentou queixa na GNR, para "ver se ele tem respeito a alguém". A Ana gosta do Zé e não se quer divorciar, apenas pediu ajuda para "esta fase má" do casamento. Hoje, com a lei actual, a Ana não tem medo de apresentar queixa porque o casamento não é posto em causa por esse facto. Amanhã, com a nova lei do divórcio, o Zé com cópia da queixa apresentada na GNR pode divorciar--se (art. 1.781.º, al. d), nova versão). O Zé usa a sua própria violência para pôr fim ao casamento.Acontece que a Ana ganha mil euros por mês, mas o marido aufere 5000 euros por mês. Sempre foi assim. Ele ganhava cinco vezes mais do que ela. É certo que ela orientava a casa, mas ele também ajudava nas tarefas domésticas (como qualquer casal moderno...). Hoje, com a lei vigente, o património que construíram (a casa onde vivem, o carro e os 80.000 euros de "pé-de--meia") é para dividir em partes iguais. A Ana fica com a casa e ele com o carro e o dinheiro. Amanhã, com a nova lei do divórcio, na partilha (art. 1.676.º, n.º 2, nova versão) a Ana tem direito a 1/6 do património e o Zé a 5/6. Contas feitas, a Ana para ficar com a casa terá de pedir ao Banco ?82.000 que dará de tornas ao Zé. Isto é, a Ana terá direito a 37.500 euros e o João a 187.500 (na divisão do património conjugal). Acontece ainda que, nos últimos três anos, o tio do Zé - o tio Arlindo - viveu com eles porque estava velho e não tinha filhos. Prevendo o seu fim fez um testamento ao Zé e à Ana deixando-lhes a casa na Nazaré e três pedaços de pinhal. O Zé e a Ana trataram de tudo e até registaram em seu nome as propriedades. Hoje, com o divórcio, o Zé e a Ana continuam a ser donos em partes iguais das propriedades. Amanhã, com a nova lei do divórcio, a Ana, que não quis divorciar-se, que foi vítima de violência do marido, tendo este obtido o divórcio, perde os bens que herdara do tio Arlindo (art. 1.791.º, nova versão) revertendo os mesmos, na totalidade, para o Zé. Quando a Ana procurou alguém que lhe explicou o que se iria passar, disse em voz baixa (não vá alguém ouvir): "Afinal, a violência doméstica compensa. Ainda dizem eles para apresentar queixa. Estou cada vez mais sozinha". Advogada

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No PSD, nem tudo o que mexe é de esquerda

O PSD é um partido essencialmente de esquerda mas onde existem pessoas que não são daquele quadrante político. O discurso de António Pinheiro Torres no recente congresso do partido, que transcrevo em baixo, é um bom exemplo disso. Mas também confirma a posição do partido no espectro político. O PSD não se opôs formalmente à liberalização do aborto, nem ao facilitismo da introdução da pílula do dia seguinte ou nem á despenalização do consumo das drogas.
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Discurso de António Pinheiro Torres no Congresso do PSD

Desde 1997 que existe um fenómeno novo na política portuguesa que pelas suas próprias características acaba por ter pouca visibilidade apesar da sua inegável implantação no terreno. Um movimento de cidadãos que tem estado presente em todos os grandes debates de civilização trazidos por questões da actualidade política. A liberalização do aborto e a introdução da pílula do dia seguinte, a despenalização do consumo das drogas e a questão da referência ao cristianismo no preâmbulo da Constituição europeia, a educação sexual e a procriação artificial, são alguns dos temas que estão na origem de multiformes movimentações populares.

Os números são expressivos. As petições populares reuniram entre 30 mil encarregados de educação (pela liberdade na educação sexual) e 82 mil cidadãos (e um terço dos deputados de então) na reivindicação da referência ao cristianismo na Constituição europeia. Duas petições populares de referendo com 65 mil subscrições em 2001 (sobre a despenalização do consumo da droga) e 80 mil assinaturas em 2006 (sobre a procriação artificial). Por ocasião de um debate parlamentar (em 2004) dá mesmo entrada no parlamento uma Petição (Mais Vida Mais Família) que é a maior já entregue na Assembleia da República desde sempre: 217 mil assinaturas angariadas em apenas um mês. Votações superiores a um milhão e meio de eleitores em dois referendos sobre o aborto (em 2007 mais 200 mil votos que em 1998 e entre estes um terço dos que votavam pela primeira vez). Na sequência destas campanhas nasceram dezenas de associações e o trabalho de assistência social ou formação das consciências atingiu milhares de famílias, mulheres e crianças.

Promovem estas iniciativas gente de proveniência diversa, de diferentes partidos (alguns reconheço os seus rostos nesta sala) oriundos da militância católica, de instituições de solidariedade social e dos sectores da cultura e da educação.

No entanto é desta dinâmica que hoje o sistema democrático mais carece. Nestes movimentos existem causas fortes e convicções firmes que permitem fazer a diferença. Protagonistas que dão a sua vida pelo serviço do bem comum. Se há possibilidade de uma sociedade mais democrática é porque essa dinâmica civil tem crescido ao longo dos anos. Qual o maior obstáculo a uma sua mais efectiva participação no debate político? O sistema eleitoral tratado até hoje como assunto técnico e não como assunto de substância do próprio regime democrático. As eleições dominadas pelas estruturas partidárias sempre tentadas pelo centrão consensual e pelo pântano dos interesses parcelares.

A eleição dos deputados de cada partido num sistema de primárias, a existência de círculos uninominais (com o direito de qualquer pessoa se submeter a eleição mediante a apresentação de um número mínimo de assinaturas), a possibilidade, nas eleições legislativas, europeias e locais, de na lista apresentada a sufrágio e dentro da votação em cada partido escolher o candidato da nossa preferência, o tratamento de uma vez por todas democrático e equitativo de todas as candidaturas pela comunicação social (é um escândalo a definição pelos patrões dos media de quais os candidatos que importam e de quais os irrelevantes…), o fim de um regime absurdo de referendo em que este só tem lugar apesar do povo o ter pedido, se os partidos concordarem com ele, o financiamento das campanhas referendárias nos mesmos termos das campanhas eleitorais, são alguns dos pontos em que uma reforma do sistema eleitoral podia fazer a diferença.

Porque é que este assunto interessa ao PSD? Porque olhando a votação do Não (um milhão e quinhentos mil eleitores) e tendo presentes os últimos resultados eleitorais, ainda que se descontem 400 mil votantes do PP e pelo menos 200 mil eleitores PS, sempre restarão 900 mil eleitores que é razoável presumir pertencem ao núcleo duro do eleitorado do PSD. Que resposta pretende o partido dar a estes cidadãos seus votantes? E aos que não sendo seus votantes, partilham no entanto este quadro comum de valores e objectivos?

A questão é pois se no respeito das nossas diferenças (um partido é uma vasta coligação de forças sociais e morais) está o PSD disposto a tornar-se o partido que em cada circunstância procura defender a liberdade de cada um e das suas comunidades naturais contra a concentração do poder no Estado? Está o PSD disposto a honrar a sua declaração de princípios e a respeitar decididamente a liberdade religiosa (que nos últimos anos tão atacada tem sido pelo Governo do Partido Socialista)? Está o PSD disposto a bater-se pela liberdade de escolha da escola garantindo assim maior justiça para todos? Está o PSD disposto a observar a Constituição e perante o abuso de direito que constituiu a nova lei do aborto aprovar em tempo razoável quando tivermos maioria e se o povo o pedir a realização de um novo referendo? Está o PSD disposto a ser um partido diferente do Partido Socialista? A defender a instituição do casamento e a bater-se pela promoção da família? A honrar o bom trabalho em tantas áreas realizado sob a égide de Durão Barroso, Morais Sarmento e Santana Lopes?

No momento em que se inicia um caminho novo no PSD aqueles que estamos nestes movimentos e participamos ou votamos naquele partido é isto que queremos saber. Se o PSD quer respeitar estes movimentos cívicos. Se quer empurrar para fora do sistema os seus votantes ou tornar-se assim uma alternativa real a um poder de lojas desconhecidas, experiências perigosas e vertigens civilizacionais suicidas. Para Portugal e para o respeito da dignidade humana a resposta a estas perguntas é muito importante. Para nós, no PSD, pode ser decisiva.

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Tartarugas famosas:
«Hermética», 1812-1986

quarta-feira, junho 25, 2008

Livros para Grandes

No momento em que se aguarda pela decisão do Tribunal Constitucional (prevista para este ano) sobre a constitucionalidade da proibição dos casamentos homossexuais, e em que estão pendentes na Assembleia da República projectos de lei que visam revogar aquela proibição, Casamento entre pessoas do mesmo sexo, da novíssima editora Entrelinhas, constitui o primeiro estudo sério publicado em Portugal a abordar de um ponto de vista político, filosófico e jurídico a questão, que se transformou num dos tópicos centrais da discussão política em todo o mundo (de que são exemplos mais recentes a decisão do Supremo Tribunal da Califórnia, de Maio/2008, ou a lei norueguesa de Junho/2008).
Os autores, dois prestigiados juristas, têm posições opostas, mas isso não lhes retira a capacidade de dialogar: trata-se de um debate vivo, mas leal, de uma forma que é rara em Portugal, entre posições políticas fortemente contrastadas.---

O livro tem duas capas e nenhuma contracapa, tem duas paginações, e as páginas de cada um dos lados estão na posição inversa das do lado oposto.
Também são assim as opiniões dos autores sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo. No que estão de acordo é em que as divergências políticas, morais ou jurídicas devem ser discutidas e resolvidas com argumentos.

Pedro Múrias (n. 1970) é bolseiro da Fundação para a Ciência e a Tecnologia e doutorando da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, por onde é licenciado e mestre, e onde foi assistente em disciplinas de direito civil e introdução ao direito.
Trabalhou como jurisconsulto, árbitro e consultor de advogados em casos de direito civil.
Entre as suas publicações contam-se Por uma Distribuição Fundamentada do Ónus da Prova (2000), Exercícios de Introdução ao Estudo do Direito (2001 e reimpressões), vários artigos de teoria das obrigações civis e do seu incumprimento, e o sítio na Internet, destinado a alunos, Múrias Jurídico.

Miguel Nogueira de Brito (n. 1965) é advogado e professor auxiliar na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, por onde é licenciado, mestre e doutor. Exerce a sua actividade predominantemente no direito público.
Foi assessor no Tribunal Constitucional.
Entre as suas publicações contam-se os livros A Constituição Constituinte. Ensaio sobre o Poder de Revisão da Constituição (2000) e A Justificação da Propriedade Privada numa Democracia Constitucional (2008), além de vários artigos sobretudo nas áreas do direito constitucional e da filosofia política.

Livros para Pequenos


Há obras que por serem primas nos fazem ter saudades do que nunca vivemos.
O rapaz que aprendeu a voar faz parte desse raro rol. O rapaz reencontra a saudosa memória do avô, que acredita ter voado para longe num belo dia de Outono, através das suas colecções invulgares. E decide retomar o sonho que o avô parece ter conseguido concretizar: aprender a voar.
Alexandre Honrado tem a virtude de contar o indizível em poucas palavras, supostamente dirigidas a crianças, mas que ressoam nos adultos que se recusaram a abandonar o doce território da infância.
As ilustrações de Josè Miguel Ribeiro contribuem valiosamente para a evasão que O rapaz que aprendeu a voar nos faz empreender.

Pensamentos do Dalai Lima ogaraceuqia


Estado incentiva empresas
a abater PC's velhos.
Jerónimo insurge-se.

cenas famosas - PHILADELPHIA

Esta é a CENA do filme Philadelphia. Quando Tom Hanks ainda era actor.

terça-feira, junho 24, 2008

Para quem se interesse por estes temas

Tribunal constitucional sueco diz que Tratado de Lisboa é o mesmo que a constituição europeia

Rapto da Europa (49)

The Swedish Council on Legislation (Lagrådet) has in a legal opinion concluded that the Lisbon Treaty is "essentially equivalent to the EU Constitution". The Council is the legal expert body responsible for evaluating the compatibility between legislative proposals and the Swedish Constitution. It was commissioned by the government to decide the most appropriate way to ratify the Lisbon Treaty, which could have involved a referendum. By simply referring to the opinion it gave in 2005 on the EU Constitution, the Council said the Lisbon Treaty can be ratified without special procedures.

Quem souber sueco veja aqui.

Afinal foram os "neo-cons" que votaram "Não" na Irlanda

Rapto da Europa (48)

According to Le Monde, French Europe Minister Jean-Pierre Jouyet told a meeting in Lyon yesterday: "Europe has powerful enemies on the other side of the Atlantic, gifted with considerable financial means. The role of American neoconservatives was very important in the victory of the no."

Só confirma a minha ideia de que quem está nos governos nacionais e na Comissão Europeia não tem "estaleca" para o cargo nem qualquer visão sobre o que quer que seja que vá para além da sua glória pessoal.

aborto (3)

"Começo com um esclarecimento que é uma repetição. Os 97% dizem respeito aos 3% do título da notícia. Isso significa que estou a referir-me ao número total de abortos - estou, pois, a ser ambíguo e provocatório, convido ao exercício mental. São estas as pessoas, já mortas e que não passaram do estádio de feto, cujo voto tenho na mão, partindo do princípio de que, em princípio, os vivos querem viver. O teu último parágrafo, portanto, não faz sentido.

Também convém esclarecer o que se quer dizer com moral e ética, palavras que servem para tudo e mais alguma coisa. Neste caso, uso moral para me referir aos valores de grupo e ética para me referir aos valores pessoais. Assim, é para mim óbvio que a decisão de abortar é pessoal, ética - mesmo que também possa (e deva, e tenha de) ser questão moral e legal. Mas o que me ocupou o raciocínio, no texto, foi a questão ética. Esta questão é a menos abstracta de todas, pois não se pode separar do mais íntimo de nós, do concreto mais verdadeiro e irredutível de cada um. Guarda a tua abstracção para legitimares a irresponsabilidade.

Este é o passo mais importante do que escreveste: “Senão, as pessoas teriam, quando têm relações sexuais, cuidados parecidos com os que tem quem brinca com uma metralhadora. Sabemos que não é assim.”

A facilidade com que os defensores do aborto livre admitem a irresponsabilidade que está na origem do acontecimento é de espantar. É nisto que a lei aprovada, com a permissão do aborto até às 10 semanas sem necessidade de qualquer explicação nem impondo qualquer limitação, contribui para a irresponsabilização individual e colectiva. Os defensores do aborto diminuem as capacidades intelectuais e volitivas de todos os envolvidos nos processos de interrupção desnecessária da gravidez.

O que está na base dessa cruel atitude, também tu o expões logo a seguir: “A “ética”, em meu entender, deve partir do homem tal como ele é, deve partir da pratica social.”

Que é isto?! O homem tal como ele é corresponde à prática social? Esta ideia é uma barbaridade. Se assim fosse, nem gravuras em Foz Côa se teriam conseguido fazer. Todo o homem é o resultado da cultura a moldar os instintos, sim, mas isso não se confunde com a ausência de horizontes de elevação, procurando ficar-se menos animal e mais humano. Não por acaso, nem sequer tocaste no exemplo do recém-nascido abandonado."

aborto (2)

na caixa de comentários do post que transcrevi, o autor do texto - valupi - continua:

"Por mim, podia-se permitir o aborto até aos 9 meses, que ia dar ao mesmo. O que eu discuto é do foro da antropologia e da ética, se mais nada.

Quando uma mulher decide abortar por razões que não resultam de risco médico, que se está a passar? Os defensores do aborto não querem saber. Aliás, a lei serve esse cobarde propósito: chutar o problema para a vítima secundária, a mulher grávida. Ela que resolva, e ela que faça o que lhe der na telha, e ela que se despache a mandar para o lixo o problema.

Tu resolves a questão através da mentira. Dizes: “100 % da mulheres que abortam, podendo escolher, não teriam abortado mas adoptado outra solução viavel (sendo que, para elas, não é viavel conservar o feto).”

Como sabes? Não sabes, obviamente. Esperas que seja assim só para não teres de te confrontar com uma questão de complexidade assustadora. Aliás, se há coisa que se pode afirmar com segurança é isto: podendo escolher, as mulheres que abortam optam por não pensarem noutras soluções.

Daí o exemplo: quem encontra um recém-nascido abandonado não se afasta ou lhe recusa socorro por achar que aquela vida não é viável. É precisamente ao contrário, se formos humanos."

aborto (1)

"A conclusão a tirar desta notícia é a de que, podendo, os mais interessados na questão do aborto votariam* contra o mesmo numa percentagem de 97%. Pelo menos.

Quando leio estas notícias, para mais com o retrato sociológico estampado onde se vê maturidade nas mulheres responsáveis, fico sempre esmagado pelo absurdo: qualquer pessoa acorreria ao choro de um recém-nascido abandonado, e tudo faria para o salvar, não precisando para nada de conhecer a sua mãe e pai, nem se inibindo de procurar dar-lhe calor, alimento e protecção por não saber como o sustentar nos anos seguintes. Pura e simplesmente, esses outros problemas nem sequer apareceriam no momento de agir a favor do bem maior. Perante um bebé, o melhor de nós torna-se força e vontade. Mas perante esse mesmo bebé 7 meses mais novo, muitos nem o estatuto de ser humano lhe reconhecem. Tratam-no como uma doença. Que, só por azar, lhes aconteceu no corpo e na vida.

Isto de se querer abortar porque apetece, é uma animalidade que desapareceria em 7 meses — aliás, menos; muito menos."

ler os outros

"Eu gosto de acreditar que há momentos em que uma nova geração de adeptos deixa de ter paciência para os conflitos de sempre, para as guerrinhas de sempre, para as queixinhas de sempre. Eu sou do Benfica, eu adoro o Benfica, mas já não tenho mais pachorra para a velha guerra com o Porto, que dura há 20 anos. Já não tenho pachorra para as ironias de Pinto da Costa. Já não tenho pachorra para as indignações de Luís Filipe Vieira. Meus amigos: eu gosto é de bola. Se o Porto roubou, que seja punido. Mas a primeira preocupação do Benfica tem de ser as vitórias que realmente interessam - aquelas que se conseguem em 90 minutos, em cima de um relvado. Portanto, meu querido Benfica, é como se costuma dizer nas peladinhas entre amigos: cala-te e joga." (João Miguel Tavares)

cenas famosas - TRAINSPOTTING

A famosa cena dos "lavabos". Não aconselhável a espíritos mais sensíveis...

Para quem ainda continua a opôr catolicismo e capitalismo

" ... o contributo crucial para a economia capitalista, com a mistura de poupança, criatividade, trabalho e investimento, resultou de influências religiosas e culturais do catolicismo - em congregações religiosas, em movimentos de leigos e em indivíduos."

Mendo Castro Henriques
in Introdução a "A Vitória da Razão", de Rodney Stark

segunda-feira, junho 23, 2008

"A Guiné- Bissau é como um sorriso do outro mundo"


Tenho o privilégio de ser amigo do «Conselheiro Político, de Protocolo e de Informação Pública da Missão da União Europeia de Apoio à Reforma do Sector de Segurança da Guiné-Bissau». Designação oficial (e por isso mesmo pomposa) do cargo que o meu amigo Miguel ocupa há cerca de 2 meses na dita missão da EU, que visa ajudar a Guiné-Bissau a combater a criminalidade, eufemisticamente designado por “reforma da segurança”. Trata-se, a meu ver, de uma missão impossível. A título de exemplo, dias antes da missão da EU chegar à Guiné, elementos da Polícia Judiciária lá da terra não tiveram pejo em entrar numa esquadra de outra corporação e abater a tiro elementos dessa polícia supostamente para vingarem a morte de um colega na véspera...
Entretanto, através do seu blogue “Bissau Calling”, podemos ir acompanhando as aventuras, não das missões de combate ao tráfico, mas da vida dele e consequentemente dos guineenses, num dos país mais pobres do mundo, captado pelo olhar privilegiado (e já bastante experiente) de um jovem português que, para além de escrever muito bem, é um excelente fotógrafo que consegue apanhar como ninguém o tal “sorriso de outro mundo”.
A missão tem uma duração prevista de cerca de 15 meses. O blogue também, espera-se. Vão lá ver que vale bem a pena e este post já vem tarde.

onde é que se compram pastilhas destas?

"Há momento em que se sente que alguém fala com conteúdo. Deixa de ser fala-barato. Fala directo, sem rodeios. Vai ao âmago da questão. Agora, agora mesmo, Passos Coelho está a fazê-lo em Guimarães.

Passos Coelho está a encostar Manuela Ferreira Leite às cordas." (André Abrantes Amaral)

O "zombie" criado pelas elites europeias

O problema que JCN não refere é que as elites já não são o que eram. È verdade que em Bruxelas há muitos técnicos competentes e bem pagos. Mas o mesmo não se aplica necessáriamente aos governos nacionais. E a elite, para o ser, necessita de uma visão que exceda a da generalidade da população. Os líderes dos países da UE e os comissários europeus não têm essa visão nem essa capacidade. De resto, excelente texto.


O REGRESSO DO 'ZOMBIE' CONSTITUCIONAL

João César das Neves

As instituições da Europa parecem-se cada vez mais com O Regresso dos Mortos- -Vivos. A defunta Constituição Europeia, assassinada por dois referendos, voltou à vida no Tratado de Lisboa. Seguindo o princípio de "não se falar de corda em casa de enforcado", foi quase eliminada a menção referendária na ratificação. Mesmo assim, como num filme de terror rasca, a bala prateada conseguiu matar o pobre descendente do monstro. Mas não desespere. Já se notam sinais de movimento no cadáver, anunciando a continuação da série.
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A União Europeia nunca foi um processo democrático, com as elites a empurrar a integração. Logo o primeiro passo, o tratado que criou o Benelux, foi assinado a 5 de Setembro de 1944 em Londres, por governos exilados de três países ocupados. Também desde o início o ridículo persegue a Europa. No cinquentenário do Tratado de Roma uma antiga dactilógrafa revelou à BBC que, devido a atraso tipográfico, o documento assinado a 25 de Março de 1957 tinha só páginas em branco sob a capa (http/news. bbc.co.uk/2/ hi/europe/ 6483585.stm) . Os dois elementos estão ligados. A urgência que tornou necessária a pequena fraude era causada pelo medo de que a crise francesa trouxesse o general De Gaulle ao poder (como faria a 30 de Novembro de 1958), o que inviabilizaria a nascente CEE. Por isso a elite enganou as massas.

Mas existe ainda outro aspecto da integração, o sucesso. A cooperação e partilha de soberania que a Europa vem ensaiando constitui uma das grandes inovações políticas do nosso tempo. Basta ver que todos os vizinhos querem entrar e todos os longínquos querem copiar.

Juntando estes três elementos - aristocracia, ilusão e sucesso - quem sai mal é a democracia, não a Europa. Um punhado de líderes engana as massas para bem delas. Este é o sistema oligárquico que vigorou com eficácia durante milénios e ainda prospera em muitas zonas. Tem dois grandes defeitos. Primeiro, contraria radicalmente a actual filosofia europeia. Segundo, como descobriram desde a Antiguidade, as elites só sobrevivem se forem boas para as massas. Os actuais regimes ocidentais são os herdeiros das revoluções que substituíram violentamente oligarquias que, esquecendo a razão dos privilégios, deixaram de beneficiar o povo.

Eis o dilema da construção europeia. Como avançar sem o impopular impulso das elites? Como existir sem o respeito das regras democráticas? Mas isto não é diferente nas questões nacionais. Em múltiplos problemas, do ambiente à diplomacia, da indústria ao desporto, os cidadãos deixam a solução a técnicos e estrategas.

Se é assim, de onde vêm as atribulações da Constituição europeia? Da mais antiga das forças políticas, o disparate. Nenhum líder europeu alguma vez suportaria tal confusão dentro do seu próprio país. Não cairia em tão patente manipulação ou não deixaria que ela fosse descoberta. Assim, a forma atabalhoada do processo manifesta a própria fragilidade. O empenho na Europa da maioria dos dirigentes é lateral e secundário, sujeito a propósitos nacionais. Outros são flagrantemente incompetentes. O resultado é a trapalhada e o embuste descarado.

Durão Barroso disse: "não há um plano B" para o chumbo irlandês ao Tratado de Lisboa (http/www. eubusiness.com/ news-eu/ 208419320.63/ ). Após o chumbo, começou logo a falar da alternativa. Esta displicência com a verdade inspira-se num dos seus autores de juventude: "Em geral, aquilo que obtém bom resultado é correcto, e o que fracassa é incorrecto, principalmente se se trata da luta dos homens contra a natureza. Na luta social, as forças que representam a classe avançada registam por vezes fracassos, não porque elas tenham ideias falsas, mas sim porque, na correlação das forças em luta, elas são temporariamente menos poderosas do que as forças da reacção. Assim elas fracassam temporariamente mas, tarde ou cedo, acabam por triunfar.(.. .) Não há outro meio de fazer a prova da verdade." Pequeno Livrinho Vermelho, Citações do Presidente Mao Tsetung, cap. 22, Editorial Minerva, 1975, p.145-146).|

PSD partido de esquerda



Já recebi várias mensagens de pessoas indignadas por eu considerar o PSD um partido de esquerda. Duas frases de Manuela Ferreira Leite no discurso de encerramento do congresso do PSD não deixam dúvidas:

Outra dificuldade que temos de ultrapassar é a crescente desigualdade na repartição de riqueza com a ostensiva prosperidade de alguns e o crescente sacrifício de outros. Parece que os que estão em ostensiva prosperidade não fazem qualquer sacrificio. O dinheiro deve cair-lhes do céu. Jerónimo ou Louçã não conseguiriam fazer melhor este discurso igualitarista.

No que se refere ao Sistema Nacional de Saúde: o interesse crescente das populações implica um investimento crescente num sistema que deve ser universal e de acesso gratuito a todos os que não têm meios para comparticipar o custo dos serviços prestados. Numa atitude tipica da esquerda de "atirar" dinheiro aos problemas, o PSD vai propor que se gaste cada vez mais na saúde.

Muito pouco e muito pouco sério. Esperemos que o futuro nos traga algo melhor.

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11 anos após Portugal ter assinado o Protocolo de Kyoto

Governo está a elaborar Estratégia Nacional de Adaptação às Alterações Climáticas

23.06.2008, Lusa

O que é que andámos a fazer nestes 11 anos?

Do deficit democratico na UE

Rapto da Europa (47)

A edição de Domingo (ontem) do Público exemplifica maravilhosamente duas das causas do deficit democrático existente na UE e que explicam a crise "institucional" que actualmente atravessa aquela organização internacional.

Na página 18 Vitor Martins, antigo Sectretário de Estado da Integração Europeia, explica que perdeu, ou ganhou, como ele corrije, horas a discutir em conselho os decibéis que podiam emitir as máquinas de cortar relva ou as dimensões das grades de transporte das galinhas. Apesar do seu quê de anedóctico, esta afirmação mostra bem o que vai mal nas cabeças dos líderes europeus e na própria UE. Porque é que as instituições europeias se dedicam a analisar questões como estas? Numa época em que a democracia passa pela imposição de limites aos governos e que requer a participação activa da sociedade nas questões que a todos nos dizem respeito, assistir a discussões em Bruxelas sobre a dimensão das grades que transportam galinhas mostra o ridículo a que a UE chegou. A democracia, para ser participada, exige que as decisões sejam tomadas o mais próximo possível das pessoas. A tendência actual é a descentralização das decisões para o espaço infra-nacional. Ora a UE faz precisamente o oposto, pois concentra cada vez mais decisões em Bruxelas onde os iluminados da burocracia decidem a dimensão das grades que transportam galinhas.

Na mesma edição, e em manchete, Durão Barroso é citado como tendo denunciado, em sessão especial no parlamento português, que os dirigentes europeus criticam Bruxelas de 2ª a Sábado e pedem apoio para a Europa ao domingo. Para além de ninguém no resto da Europa ter ligado ao que disse Durão Barroso e de o seu também óbvio descaramento pois era o que ele fazia quando era primeiro-ministro, esta frase, em conjunto com o parágrafo anterior, só confirma que os países europeus são cada vez mais liderados por individuos de medíocres capacidades, sem qualquer sentido de Estado, e que querem aproveitar os poucos anos que por lá andam para se tornarem "fazedores e heróis da História" ao empurrar a UE para um projecto utópico.

A necessidade de descentralizar e aproximar as pessoas das decisões políticas, limitando desta forma os poderes dos governos, e a fraqueza dos líderes nacionais que se julgam uns predestinados, demonstram bem como a UE segue um caminho errado e como urge alterar esse caminho.

cenas famosas - CLUBE DOS POETAS MORTOS

Inspirou uma geração. Um filme notável. Esta é a cena final.

sexta-feira, junho 20, 2008

melhor jogador alemão em campo...

... de olhos bem fechados, não fosse correr o risco de a conseguir agarrar...

Em nome da democracia, Irlanda tem 1 ano para votar Sim!

Rapto da Europa (46)

Cowen gets year to sell 'Lisbon II' in new vote

Manchete do Irish Independent de 20/6/2008

Após alguns dias de especulação sobre qual a forma a usar pela UE no sentido de rejeitar o voto dos irlandeses sobre o Tratado de Lisboa, os chefes de Estado europeus chegaram á conclusão de que a Irlanda terá de votar outra vez no prazo de 1 ano. Não só terá de votar outra vez como terá de votar Sim.

Ao longo do próximo ano iremos assistir aos presentes envenenados, ás ameaças veladas e à chantagem cobarde que a UE irá dirigir aos irlandeses para que votem Sim.

Deus queira que votem Não.

quinta-feira, junho 19, 2008

Pensamentos do Dalai Lima

Detesto o Camelo de Castelo Branco.

- Manuel Alegre


cenas famosas - TAXI DRIVER

De Niro, em Taxi Driver. Um clássico.

quarta-feira, junho 18, 2008

Alguem que percebe o que se passa na UE (se calhar porque nao esta em Bruxelas)

O pior erro será ignorar o voto irlandês

in PÚBLICO, 14.06.2008, José Manuel Fernandes

O único povo europeu a quem foi dado o direito de se pronunciar em referendo sobre o Tratado de Lisboa votou "não". Um "não" claro, pois não só a margem do resultado foi expressiva, como um "não" duplamente válido pois foi obtido num referendo em que o nível de participação ficou acima dos 50 por cento, um nível bem superior aos anteriores referendos.
O que esta votação provou é que é cada vez mais difícil "vender" a "Europa" aos europeus. A razão porque 99 por cento dos cidadãos europeus não se podem exprimir em referendo sobre o Tratado de Lisboa não decorre da tradição nem do direito: foi uma decisão política dos líderes europeus tomada em segredo na cimeira que fechou a presidência alemã e que pavimentou a estrada para o acordo a que se chegaria durante a presidência portuguesa. Só a Irlanda escapou a esse acordo, porque a sua Constituição obriga a que qualquer alteração constitucional seja referendada. Os irlandeses já se tinham pronunciado múltiplas vezes sobre o processo de integração europeia, mais exactamente em 1972, 1987, 1992, 1998, 2001 e 2002. Votaram sempre "sim" excepto em 2001, razão porque repetiram o referendo em 2002. E agora voltaram a votar "não", só que de forma muito mais expressiva.
Por isso, ao analisar o voto irlandês, só pode tirar-se dele as respectivas consequências, as únicas possíveis no quadro das regras ainda vigentes na União Europeia: o Tratado de Lisboa está ferido de morte. Os irlandeses não são menos do que os franceses ou os holandeses, que, quando votaram "não" ao anterior Tratado Constitucional, obrigaram à sua revisão. Dizer que são poucos, acrescentar que são mal-agradecidos ou elaborar sobre como terão sido enganados pela demagogia dos defensores do "não" é insistir no mesmo tipo de erro que tem vindo a tornar o projecto europeu invendável a boa parte das opiniões públicas.


É sabido que num referendo se utilizam sempre argumentos demagógicos, e eles não faltaram neste referendo irlandês. Mas será que também não se faz demagogia em eleições legislativas, locais ou presidenciais? Claro que se faz, e isso não é argumento para acabarmos com elas.
É sabido também que a esmagadora maioria dos irlandeses não leu o Tratado de Lisboa e não o compreende bem, só que isso também não desqualifica a qualidade do seu voto. Ou será que alguém imagina que os eleitores também lêem e compreendem os programas partidários antes de qualquer das nossas bem-estimadas eleições? Lêem tanto ou menos do que os irlandeses terão lido o Tratado que referendaram.
É também sabido que os resultados dos referendos podem ser subvertidos pelo desejo dos eleitores de enviarem uma mensagem de protesto, como se disse que aconteceu em 2005 em França. Só que isso também sucede nas eleições locais e europeias, e não é por isso que as cancelamos - sendo que, desta vez, é claro que o voto de protesto irlandês não visou o seu novo primeiro-ministro, mas essa burocracia longínqua e arrogante que dá pelo nome de "Bruxelas".
Se as leis da Irlanda impõem o voto popular, se as da Europa impõem a unanimidade de ratificações para que um Tratado entre em vigor (Tratado esse que muda essa regra...), se a Irlanda votou "não", o problema não é dos irlandeses, é da União Europeia. Qualquer "plano B" que torpedeie estas regras será mais um tiro na credibilidade do projecto europeu.

Aquilo com que os líderes europeus têm mesmo de se preocupar não é com saberem se a Europa pode ou não continuar a funcionar sem o novo Tratado, mas como é que a Europa pode funcionar quando os mecanismos da democracia europeia (que este Tratado era suposto reforçar) não são vendáveis aos eleitorados e até os líderes europeus parecem dispostos a violá-los. Esse é o nó do problema e procurar ignorá-lo descredibilizando o voto popular é enterrar a cabeça na areia.
O que todos os líderes europeus têm de entender é que os últimos referendos mostram que os eleitores, quando têm de enfrentar duas chantagens de sinais opostos - os argumentos do "não" vivem do medo do desconhecido, os do "sim" do medo de ficar fora da Europa -, por regra preferem que tudo fique como está.
O problema dos líderes europeus é que nenhum deles é capaz de associar o Tratado de Lisboa a um novo sonho que vá para além dos que estão dados por adquiridos nestes últimos 50 anos: a paz e a democracia. Pior: a nível nacional, os líderes que a Europa tem utilizam "Bruxelas" como válvula de escape para todas as suas dificuldades nestes tempos em que muitos cidadãos temem pela erosão do terceiro dos grandes sonhos da construção europeia: a prosperidade.
Muitas das primeiras reacções de ontem mostraram que há muita gente que não sabe que um "não" é apenas isso e é tudo isso: um "não".

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No meio de tanta hipocrisia ainda ha quem tenha algum juizo

Rapto da Europa (45)


"Citizens are transmitting signals of fear and uncertainty. You can say it's not rational, but we need to react because they are signs of difficulties with the democratic process."

- Giulio Tremonti, Italian Finance Minister (FT, 16 June)


"However frustrating that it is to pro-Europeans such as me, respect for Ireland's treaty rights is crucial to the integrity of the European Union."

- Stephen Wall, Tony Blair's Europe Advisor (Times letter, 17 June 2008)


"Stop talking about Lisbon and get to work."

- Philip Stephens, (FT, 17 June 2008)


"I regret its demise. I am a European federalist, and the Treaty of Lisbon would have represented a small further step towards a federal Europe... It is, however, important that the death of the Lisbon Treaty is acknowledged in Brussels and in the national capitals that favoured the Treaty. Trying to achieve a resurrection of Lazarus for the Lisbon Treaty by telling the Irish people: 'keep on voting till you get it right', would be both contemptible and counterproductive."

- Willem Buiter (FT, 16 June 2008)


"Everyone is fed up with negotiating new treaties... The Nice treaty is not ideal, but losing Lisbon should not be seen as the end of the world."

- FT leader (14 June 2008)


"It is time for EU countries to think the unthinkable: integration by grand treaty is over...EU governments have no time for several more years of institutional navel-gazing. They must make what improvements they can on the hip and move on."

- Hugo Brady, Centre for European Reform (Guardian, 16 June 2008)

Perolas da democracia europeia

Rapto da Europa (44)

"I don't think you can say the treaty of Lisbon is dead even if the ratification process will be delayed."

- Jean-Pierre Jouyet, French Europe Minister (Reuters, 16 June)


"I am convinced that we need this Treaty. Therefore we are sticking with our goal for it to come into force. The ratification process must continue."

- Frank-Walter Steinmeier, German Foreign Minister (Reuters, 14 June)


"Of course we have to take the Irish referendum seriously. But a few million Irish cannot decide on behalf of 495 million Europeans."

- Wolfgang Schaeuble, German Interior Minister (Deutsche Welle, 15 June)


"We think it is a real cheek that the country that has benefited most from the EU should do this. There is no other Europe than this treaty. With all respect for the Irish vote, we cannot allow the huge majority of Europe to be duped by a minority of a minority of a minority."

- Axel Schäfer, SPD leader in the Bundestag (Irish Times, 14 June)


The Treaty "will be applied, albeit a few months late."

- Lopez Garrido, Spanish Europe Minister (Forbes, 15 June)


"The Treaty is not dead. The Treaty is alive, and we will try to work to find a solution."

- Jose Barroso, European Commission President (Press Conference, 14 June)


"Now is the time for a courageous choice by those who want coherent progress in building Europe, leaving out those who despite solemn, signed pledges threaten to block it."

- Giorgio Napolitano, Italian President (Irish Times, 14 June)


"In no case should the Union be stopped in its tracks. We need to examine the existing possibilities to assure in any case the entry into force of the Treaty and to associate Ireland with it."

- Yves Leterme, Belgian Prime Minister (AFP, 14 June)


"The treaty is not dead. The EU is in constant crisis management -- we go from one crisis to another and finally we find a solution."

- Alexander Stubb, Finnish Foreign Minister (Deutsche Welle, 16 June)


"We shall effectively look for ways to ensure it comes into force. Irrespective of the results of the referendum in Ireland, I think that we can deliver an optimistic message - Europe will find a way of implementing this treaty."

- Donald Tusk, Polish Prime Minister (BBC, 13 June)


"We shall see in the next few weeks more ratifications meaning that support for a strong Europe is there."

- Dimitrij Rupel, Slovenian Foreign Minister (AP, 16 June)


"The rejection of the Treaty text by one European Union country cannot mean that the ratifications which have already been carried out by 18 EU countries become invalid."

- Hans-Gert Pöttering, President of the European Parliament (EP Press Release, 13 June)

Custa sempre aceitar a derrota

"Brussels, like the Clintons, is reluctant to recognise defeat"

William Rees-Mogg, colunista no The Times, 16/6/2008

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cenas famosas - MUNDO PERFEITO

Ignorado por muitos, "Perfect World" foi um dos filmes de Eastwood que mais me marcou, daqueles que nos faz sair da sala com um nó na barriga. Esta cena (aqui incompleta) é uma das mais violentas e das que mais marca no filme. Quem ainda não viu o filme é favor ver. Obrigado.

terça-feira, junho 17, 2008

Pensamentos do Dalai Lima wwwwwwwwwwww.com


Era igualzinho ao Frankenstein,
apenas mais esperto e mais bonito.

domingo, junho 15, 2008

Em Franca nada de novo

Rapto da Europa (43)

"É preciso mudar a nossa maneira de fazer a Europa", disse o chefe do Estado francês, citado pela AFP, numa conferência de imprensa conjunta com George W. Bush. "Estou a pensar numa política europeia de imigração, numa resposta europeia ao aumento sem fim dos preços dos combustíveis, nós temos o dever de ser mais eficazes ao serviço da vida quotidiana dos europeus".

Sarkozy citado no DN, 15/6/2008

Pela frase percebem-se duas coisas. Primeiro, Sarkozy nao percebeu nada do referendo irlandes. Segundo, nada vai mudar na UE. A essencia do problema, que e a falta de legitimidade democratica de Bruxelas, continua a ser ignorada por Sarkozy. Tempos conturbados se aproximam pois a Franca vai assumir a presidencia da UE.

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The Irish said "No!"

Ao contrario do que sugere o Nuno Pombo (em baixo), os irlandeses responderam que nao ao Tratado de Lisboa. Responderam por razoes diferentes. Uns porque querem uma "Europa social" que garanta regalias para todo o sempre. Outros porque nao querem a UE. Outros porque sao contra o federalismo europeu.

Mas todos, ou quase, porque se sentem enganados pela classe politica europeia, que anda ha anos a mentir sobre as suas intencoes ao querer forcar a aprovacao de uma constituicao europeia. Esta e a principal razao do "Nao", a esquerda, ao centro ou a direita, e os grandes culpados para o que se esta a passar na UE sao precisamente aqueles que se dizem mais europeus. Os grandes culpados estao em Bruxelas, estao nos governos nacionais e nas oposicoes que os apoiam nas meias verdades, e estao nos orgaos de comunicacao social que se limitam a retransmitir as "verdades absolutas" emanadas da UE.

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Did you say no?

O "no" irlandês, mais do que surpreendente, é a confirmação do que se adivinhava. Não sei porquê, não me sinto invadido pelo sentimento de regozijo que anima amigos meus. Antes pelo contrário. Sei, isso sei, que o "no" irlandês nada teve que ver com o Tratado de Lisboa. Os irlandeses responderam a uma pergunta que lhes não foi posta. E responderam com o desassombro que inflama os néscios. Das turbas não esperes nada, alguém disse. Nada mesmo, talvez. Mas como me posso regozijar com o espectáculo da decadência, no mesmo passo, da construção europeia e da própria democracia? Não posso. Não devo. Os néscios irlandeses não são diferentes dos outros néscios que adormecem à sombra da Europa. Votam, quando interessa, quando lhes dói, nos partidos que sustentam o projecto europeu. Mas quando não interessa, quando não lhes dói, citam o touro que vêem na patalha, encontram em si mesmos a coragem que não sabiam ter e que se manifesta, como que miraculosamente, diante de feras muito pouco tridimensionais. Néscios, repito.
Pouco importa. O certo é que fica por saber a razão por que não fazem aos néscios a pergunta a que eles querem responder. Fica por saber também a razão por que insistem em fazer, aos néscios, pergunta alguma. Pilatos, quando não quis decidir, decidiu auscultar a turba multa. E a turba, agradecida, quis a morte de Jesus. Pilatos, confortado pelo seu democratismo avant la lettre, lavou as mãos. Lavem os políticos as deles também. Devem estar igualmente sujas.
"É triste no outono concluir
que era o verão a única estação"
Ruy Belo

breves

Ao 11.º dia consecutivo enfiado no escritório em jornada quase contínua, farto já de pizzas e hamburguers, importa, em mais uma pausa para café, fazer 2 ou 3 notas:

(i) Tratado de Lisboa
A democracia não se presume, pratica-se. É, por isso, que eu, um mais que provável adepto do Sim num hipotético referendo ao Tratado, não posso deixar de me regozijar com o resultado na Irlanda.

(ii) O fim de Sócrates
O que se passou recentemente com a quase paralisação do país por obra e graça de algumas centenas de energúmenos é lamentável e revelou a inexistência da autoridade do Estado. No primeiro dia em que aqueles palhaços se fizeram à estrada, o Governo não podia ter deixado de mandar prender todos aqueles que, sob coacção e ameaça, fizeram parar quem queria trabalhar. Ao não fazê-lo, Sócrates, que não teve a decência de fazer uma declaração ao país durante os 3 dias da "crise", esgotou a já pouca simpatia que ainda granjeava junto de alguns. Bombas de gasolina fechadas, escassez de produtos alimentares de primeira necessidade ou desperdício de géneros alimentícios como leite e ovos, são características de um país sitiado. Quem não consegue perceber o sentimento que durante 3 dias se instalou na generalidade da população é evidente que não merece os seus votos.

(iii) Scolari
Apesar de pessoalmente intragável, como também o é Mourinho, Scolari foi o melhor treinador que Portugal teve nas últimas décadas e, com grande probabilidade, nas próximas. É, pois, de lamentar a sua saída.

Até já.

sábado, junho 14, 2008

Jogadas de secretaria: Franca

Rapto da Europa (42)

Para salvar o Tratado de Lisboa "não há outra solução" senão uma nova votação pelos irlandeses, mas isso depois de uma "adaptação" do texto ao país, declarou hoje o secretário de Estado francês dos Assuntos Europeus.

" "É preciso que o processo de ratificação vá até ao fim...e durante esse período dar tempo de reflexão aos irlandeses, saber se através de algumas mediações ou de um pedido deles poderão voltar a votar", disse Jean-Pierre Jouyet à rádio Europe 1.


In Expresso, 14/6/2008

Que e como quem diz:

ELES TEM DE VOTAR ATE QUE DIGAM SIM!

VIVA A UNIAO EUROPEIA!

Europa ecoa em Portugal

Rapto da Europa (41)

Em Portugal, para alem de jornalistas mediocres destacados em Bruxelas (ver em baixo), tambem temos politicos que sabem imitar o que se diz pela Europa.

Vejamos versoes para todos os gostos da mesma ideia de ignorar o voto dos irlandeses (DN, 14/6/2008):

Sócrates salientou, no entanto, que o projecto europeu "precisa de avançar" e que o tratado é "essencial para que avance". "Não quero minimizar este resultado. É preciso encontrar uma solução que responda e resolva o problema", disse, insistindo na ideia de que deve avançar a ratificação noutros países.

No mesmo sentido falou, ao DN, o secretário de Estado dos Assuntos Europeus, Manuel Lobo Antunes, admitindo uma repetição, mais tarde, do referendo - mas ressalvando que a decisão pertence ao Governo irlandês: "Temos o exemplo do Tratado de Nice, a situação é a mesma. O Tratado de Lisboa não está morto."

Manuela Ferreira Leite, considerou estar-se perante uma "situação preocupante" e um "contratempo sério" na construção europeia. Mas, segundo acrescentou, o processo de ratificação "deverá continuar nos outros países".

Paulo Portas, líder do CDS/PP, disse que agora "provavelmente terão que se negociar excepções ou alterações em função deste resultado". "A construção europeia não pode ser feita por decreto, não é um processo automático, tem que contar com os povos, não pode ser feito sem eles nem contra eles. Há uma dificuldade, é preciso ultrapassá-la com inteligência."

A ideia comum, aqui expressa, e simplesmente como enganar os irlandeses que votaram Nao. Aceitam-se mais sugestoes, de preferencia que nao sejam repeticoes das que se ouvem por essa Europa fora.

sexta-feira, junho 13, 2008

Jornalista isento procura-se!

Já estava na hora da nossa televisão pública mandar vir o seu correspondente em Bruxelas, não?
Acabo de ouvir António Esteves Martins a justificar o Não da Irlanda ao Tratado de Lisboa como uma infantilidade dos irlandeses: não perceberam nada do que lá está escrito e, naturalmente, rejeitaram-no. Dizia ele, há pouco, que um Sim não obrigaria a Irlanda a liberalizar o aborto ou a eutanásia, nem a permitir o casamento de homossexuais, mas que os irlandeses, como não perceberam nada, recearam que tal pudesse acontecer e … chumbaram o tratado. Dizia que foi um problema de comunicação: os europeístas não conseguiram passar a mensagem.
Não deixa de ser curioso que o único país que teve a coragem de consultar os eleitores sobre o assunto viu o Tratado chumbado.

PS (salvo seja…): Sócrates dixit: ”Estou profundamente desapontado. Eu e os que lutam por uma Europa mais forte”. Deve ser isso, deve...

O povo falou. Devemos seguir o que o povo diz?

Rapto da Europa (40)

Tudo indica que o "Nao" ganhou na Irlanda. Mas foi apenas uma batalha porque a guerra pela democracia e pela verdade, contra a constituicao europeia que meia duzia de inconscientes nos querem impor, ainda nao esta ganha.

A reaccao em Franca e elucidativa disso mesmo:

"Lisbon Treaty will 'overcome' No vote" - declaracoes do "Secretary of State for European Affairs Jean-Pierre Jouyet (France)"

e titulo de noticia de hoje no "Irish Times" bem demonstrativo do que se vai passar a seguir. O Parlamento Europeu, aquele monumento da democracia que alguns portugueses gostam de apontar como exemplo, ja votou em plenario que nao iria respeitar os resultados do referendo irlandes.

Vai ser interessante observar os actos e as declaracoes nas proximas semanas dos responsaveis europeus na tentativa de "abafarem" o referendo irlandes e re-colocarem a constuituicao europeia em cima da mesa. Alias, como se ve em Franca, ja comecaram.

Os mesmos que fazem uma cara ofendida quando se colocam em duvida as suas credenciais democraticas vao agora recorrer aos argumentos mais estapafurdios, as tecnicas politicas mais baixas e aos metodos mais abjectos para imporem a constituicao europeia.

A nao perder numa televisao perto de si.

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O que interessa sao as carreiras e nao as politicas



Nao tenho pensado noutra coisa. O Tratado de Lisboa e absolutamente fundamental para a minha carreira politica.

in Publico de 13/6/2008

Socrates confessa mais uma vez que os meios nao interessam para atingir os fins que pretende. Poderia ter dito: "Acima de tudo a minha carreira politica e a possibilidade de mais altos voos a nivel internacional. Os efeitos e os fundamentos da minha actuacao politica sao pouco relevantes".

quinta-feira, junho 12, 2008

Pensamentos do Dalai Lima klkjlkjlkjlkjlkjlkjlkjl

Neste país, Auto-Estima
soa a stand de usados.

cenas famosas - PULP FICTION (2)

Pulp Fiction será, com toda a certeza, o filme que mais irá contribuir para o "cenas famosas".

Hoje é o dia D



Europa suspensa do voto irlandês

Título do DN, 12/6/2008

quarta-feira, junho 11, 2008

Pensamentos do Dalai Lima kj hkjgjhg


Quando eu for grande,
quero ser camionista,
para não deixar
andar os camiões.

A raça e os complexos de esquerda

Opressão socialista (37)

Cavaco Silva referiu-se ao dia da raça, expressão há 40 anos fora de uso. A esquerda não democrática e "peixeira" - a "caviar" e a "jaquinzinho" - aproveita logo para fazer barulho. A comunicação social divulga e amplia. È a opressão socialista no seu melhor.

terça-feira, junho 10, 2008

Piadinha de gosto duvidoso

"Militares do Grupo de Intervenção de Protecção e Socorro da GNR, que estavam de reserva nos centros de Meios Aéreos do Algarve e Torres Novas foram destacados para manutenção de ordem pública e protecção de pessoas e bens.

No terreno estão também dezenas de homens do Batalhão Operacional do Regimento de Infantaria, além dos militares das Brigadas territoriais, distribuídos pelas zonas de acessos norte à cidade de Lisboa, com principal incidência entre o Carregado, Azambuja e Aveiras de Cima, além dos principais acessos via auto-estrada do Norte.

Ao longo das principais vias da cidade de Lisboa, a PSP também reforçou as patrulhas com viaturas policiais e agentes em presença." (publico)

Isto sim é uma guerra de preços...

cenas famosas - THE GODFATHER

Um dos melhores realizadores, alguns dos melhores actores, uma banda sonora exemplar. A 1.ª primeira escolha recai na cena inicial do 1.º dos "Padrinhos".

cenas famosas

Inauguramos hoje uma nova série nos IV. Daremos aqui conta de cenas famosas de alguns dos nossos filmes preferidos, para todos os gostos e idades. Aceitam-se sugestões. Até já.

domingo, junho 08, 2008

The Incredible "Hulk" Nadal


Nadal cilindra Federer na final de Roland Garros por 6/1; 6/3 e 6/0.

sexta-feira, junho 06, 2008

Ataque ás touradas renova-se



Opressão socialista (36)

Não poderia deixar de "postar" este exemplo flagrante de opressão socialista. O ataque ás touradas agora passa pelos tribunais.

Críticas de Ribeiro e Castro por ocasião da Exposição "Entre o Homem e o Touro"
NOTA DE IMPRENSA
Gabinete do Dep. José RIBEIRO E CASTRO
Delegação do CDS/Partido Popular no Parlamento Europeu

Críticas de Ribeiro e Castro por ocasião da Exposição "Entre o Homem e o Touro"

"É fundamental reagir. Restringir ou proibir a transmissão televisiva de touradas é atentado à cultura e à liberdade"
---

"A imposição judicial de restringir a transmissão de touradas na RTP é um sinal lamentável de activismo judiciário, uma decisão irresponsável que insulta gratuitamente todo o mundo taurino e que ofende uma componente importante da cultura portuguesa e de outros povos" - declarou o eurodeputado José Ribeiro e Castro, ontem ao fim do dia, em reacção à notícia da decisão tomada pela 12.ª Vara Cível de Lisboa.

Recorde-se que a juíza da 12.ª Vara Cível de Lisboa deferiu uma providência cautelar interposta pela Associação Animal de que resulta a proibição da transmissão em directo da 44.ª Corrida TV, que se realiza em Santarém às 17h00 do próximo domingo. Segundo o tribunal, o canal televisivo é obrigado a transmitir a corrida de touros apenas entre as 22H30 e as seis da manhã e com um identificativo visual apropriado - a "bolinha vermelha".

"Os tribunais não se fizeram para militâncias ideológicas" - prosseguiu Ribeiro e Castro. "Este tipo de pressões para restringir ou proibir a transmissão televisiva de touradas é um claro atentado à cultura, à inteligência e à liberdade.".

O deputado democrata-cristão acabava de participar na inauguração da exposição "Entre o Homem e o Touro" no Parlamento Europeu, em Bruxelas, promovida pela "Mesa del Toro" - confederação de 15 associações de 8 sectores tauromáquicos espanhóis - e pelo deputado do Partido Popular espanhol Luís de Grandes Pascual.

Este evento juntou centenas de participantes, entre os quais quatro ex-presidentes do Parlamento Europeu, o Presidente do Partido Popular Europeu, deputados ao Parlamento Europeu de diversos partidos e nacionalidades, ganaderos como Eduardo Miúra e algumas das maiores figuras do toureio como o espanhol Enrique Ponce, o português Victor Mendes, o colombiano César Rincón e o francês Sebastián Castella.

Na ocasião, Ribeiro e Castro cumprimentou os organizadores pela iniciativa e fez votos para que, num futuro próximo, a especificidade da Corrida à Portuguesa possa merecer divulgação em moldes idênticos.

"É fundamental que o mundo taurino se organize e reaja contra este gravíssimo sinal do tribunal de Lisboa. É um apelo que deixo a ganaderos, toureiros, forcados, aficionados, gentes das artes, cultura e comunicação, dirigentes de organizações sociais, profissionais e políticas" - alertou José Ribeiro e Castro.

E acrescentou "A tauromaquia é parte integrante do nosso património artístico e cultural. Constitui um veículo privilegiado de transmissão de valores e de saberes que não pode nem deve ser desvalorizado. Os crescentes ataques de que o Mundo Rural e as suas tradições vêm sendo alvo deveriam motivar uma reacção firme e coordenada por parte das suas principais associações."

"Assistimos presentemente a uma clara investida contra as corridas de touros assente em premissas ideológicas. O que aí se revela não é mais do que uma manifestação de totalitarismo cultural a que importa resistir e responder." - continuou o eurodeputado. "O evento organizado pela Mesa del Toro é um exemplo que temos que seguir também em Portugal, onde este vírus totalitário também já está a chegar e, pelos vistos, ao sítio que mais devia defender a liberdade e os direitos fundamentais: os tribunais."

Esta semana realizaram-se também em Bruxelas, no Parlamento Europeu, iniciativas visando impor a proibição das corridas de touros. A campanha anti-taurina chama-se "For a bullfighting-free Europe" (Por uma Europa sem corridas).

Comentando estas últimas iniciativas, o eurodeputado democrata-cristão declarou: "Só confirma o que acabei de dizer e demonstra o momento de perigo em que estamos. São forças organizadas e muito agressivas, a que importa saber responder. No ano que a União Europeia consagrou como o Ano do Diálogo Intercultural, é caricato e extremamente grave assistir a tentativas tão sectárias de impor uma cultura uniforme."

IPA 36


quinta-feira, junho 05, 2008

Coisas absolutamente irrelevantes para o estado da Nação

Não percebo como é que o Pinto da Costa ainda é o presidente do meu clube. Tem alguma espécie de imunidade parlamentar por causa?... Haja coragem, alguém o tire de lá, pelamordeDeus!

Revelação: afinal, John Lennon suicidou-se


AND NOW FOR SOMETHING COMPLETELY DIFFERENT


Ana Ivanovic!






Já está na final de Roland Garros, 2ª-feira passa a nº1 do mundo, e é linda.
Pena nunca a ter visto jogar. Distraio-me sempre.


Fotos: Em cima, no final do encontro. Em baixo, já no balneário.







GARRANOS E GRUNHOS

O Cavalo é um nobre e mítico animal, admirado desde tempos imemoriais por todos os povos, mesmos os mais primitivos. Em Portugal, ainda temos algumas espécies autóctones, a mais conhecida será talvez o cavalo lusitano, mas temos também o Sorraia e o Garrano. Esta última é uma raça actualmente muito ameaçada, sendo por isso classificada como uma espécie protegida.
Como se sabe, conceitos como “espécie protegidas” e “reservas naturais” pouco ou nada valem em Portugal, sobretudo quando medidos contra outros recursos naturais como o betão, o asfalto, aterros, campos de golfe etc. Em Paredes de Coura então parece que esses conceitos não valem mesmo nada, pois na passada segunda feira à tarde, em plena reserva natural, dez garranos foram abatidos a tiro de zagalote (munições proibidas há cerca de sete anos), pondo ainda mais em causa a sobrevivência da raça, conforme se pode ler no DN de hoje.
Ora, o que o jornal não diz, e que ajudaria muito para percebermos esta chacina, é que existe um pouco por todo o lado, mas com especial incidência em Portugal, uma espécie de grunho, mas mais primitivo, devido à pequenez do cérebro, que matam, cobardemente, todos os animais mais inteligentes que eles, mas os de outras espécies. Infelizmente em Portugal, os grunhos são bípedes e por isso protegidos, o que é tramado para os garranos.
Tenham um bom dia mundial do ambiente.

Pensamentos do Dalai Lima 91327396


Tenho uma ideia sobre o que fazer
com os terroristas, mas não digo.
É uma ideia sem pés nem cabeça.

DIA MUNDIAL DO AMBIENTE (I)

Reciclar é uma forma fácil e inteligente de diminuirmos o lixo e pouparmos energia!
Que tal começar a guardar as rolhas de cortiça e entregar nos supermercados a partir de hoje - 5 de Junho, dia mundial do ambiente! Espreitem e divulguem!
http://earth-condominium.com/port/green.html
(Recebido por e-mail)

quarta-feira, junho 04, 2008

Desigualdade de oportunidades

Nem a propósito do "post" de há alguns dias (aqui) sobre as vantagens e a necessidade de se defender a desigualdade, recebi por email um artigo de João Marques de Almeida sobre o assunto que em baixo é apresentado.

Concordo com quase tudo o que João Marques de Almeida escreve menos com o parágrafo que (infelizmente) foi chamado a destaque e que é este:

Uma sociedade próspera não é uma sociedade “igual na pobreza”, mas desigual na riqueza. A única igualdade deve ser nas oportunidades.

A primeira frase do parágrafo vem de encontro ao que escrevi. A segunda, no entanto, borra completamente a pintura. João Marques de Almeida parece não perceber que a igualdade de oportunidades é uma utopia tão grande como a igualdade económico-social. A igualdade de oportunidasdes é o que John Rawls defende na sua "Teoria da Justiça". Para haver igualdade de oportunidades é necessário que todas as pessoas tenham uma situação de partida - quando deixam de estar dependentes da família - igual. È necessário que tenham as mesmas hipóteses de conseguir este emprego ou de seguir aquela profissão. Isto é utópico e, como tal, desnecessário.

Ter uma situação de partida igual equivale a ter os mesmos meios humanos e materiais. Só assim poderemos ter as mesmas hipóteses em termos de oportunidades na vida. Acontece que isso nunca poderá acontecer porque as condições de cada um de nós são influenciadas pelo que herdamos das nossas famílias. Não penso especialmente em dinheiro, apesar da aplicação da igualdade de oportunidades significar a criação de um imposto sucessório de 100% em que não haveria heranças e tudo reverteria a favor do Estado. Penso principalmente na questão do património genético-cultural que recebemos dos nossos progenitores e que garante que, á partida, somos todos diferentes.

Sermos diferentes significa que temos atributos, qualidades, capacidades e preferências também diferentes. Gostamos mais de ciência ou de literatura. Temos mais facilidade para a matemática ou para interpretar textos juridicos ou para dar chutos numa bola. Não interessam os pormenores. O que interessa é que somos todos diferentes, graças a Deus. E, por isso, também as nossas oportunidades são diferentes, variam consoante as nossas próprias condições de partida e com o nosso esforço e sorte ao longo da vida. O que tem isto de errado? Nada, é o óbvio que a muita gente custa a aceitar por preconceitos ideológicos que se acumularem ao longo de décadas (infelizmente também parte do nosso património genético-cultural).

Coisa totalmente diferente é criarmos condições para que os que têm poucas oportunidades passem a ter mais, como aliás refere o texto de João Marques de Almeida. Nisso poderemos estar de acordo apesar de haver divisões sobre os meios a empregar. Mas isso não tem nada a ver com igualdade de oportunidades. Igualdade de oportunidades significa dar mais oportunidades aos que têm menos e retirar oportunidades aos que têm mais. E isso é inaceitável.


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A pobreza

João Marques de Almeida

Na última semana, a pobreza dominou a vida pública portuguesa. Mais uma vez, aqueles que governam o país há trinta anos, prometeram que a sua prioridade é lutar contra a pobreza. Seria caso para perguntar, o que andaram a fazer nas últimas três décadas? A verdade é que muitos deles acreditam genuinamente que tudo fizeram para combater a pobreza. E, de certo modo, estão certos. No entanto, o que fizeram, foi insuficiente. Em termos absolutos, Portugal está menos pobre do que estava no início dos anos de 1980, mas em termos relativos europeus continua pobre. Nada mudará, se não se fizerem mudanças radicais no modelo de desenvolvimento do país. O grave é que o debate da última semana mostra que não há vontade política para mudar. Como se Portugal estivesse marcado pelo síndroma dos Bourbons: nada aprenderam, nada esqueceram.

Há duas respostas dominantes. A primeira é ‘mais do mesmo’. Ou seja, políticas e ‘medidas’ para ‘ajudar’ os ‘pobres’. Há, contudo, uma grande diferença entre reduzir o sofrimento de quem é pobre e criar condições para se deixar de ser pobre. As ‘medidas’ todas de que se fala, aumentos do ordenado mínimo, subsídios, não acabam com a pobreza apenas melhoram um pouco a vida dos pobres. Não há até hoje algum exemplo em que o Estado tenha acabado com a pobreza. Mas, em Portugal, continua a acreditar-se no erro fatal: mais ‘Estado social’ significa menos pobreza. É exactamente o oposto. A história do século XX mostra que quanto maior foi a intervenção do Estado, mais aumentou a pobreza. Mesmo nos países escandinavos, onde o Estado fiscaliza uma distribuição justa da riqueza, é a sociedade que cria riqueza e o Estado limita-se a ser imparcial. A verdade é muito simples: só os pobres é que podem acabar com a pobreza. Querem combater a pobreza? Dêem oportunidades aos pobres para enriquecerem. Não os condenem, com pequenas ajudas, a continuar a serem pobres.

A verdade é que nem tudo é inocente. A ‘pobreza’ justifica um ‘Estado grande e pesado’. Por cada ‘pobre’, há um ‘funcionário’ que ‘combate’ a ‘pobreza’. Temos aqui um círculo vicioso: as forças políticas que se alimentam, com muita demagogia e muito populismo, da ‘pobreza’, precisam dos ‘pobres’ para aumentar o seu poder. Não é só a ‘pobreza’ que dá força à extrema-esquerda. É o poder da extrema-esquerda, nos sindicatos, nas corporações profissionais, na comunicação social, que impede as reformas necessárias para combater a ‘pobreza’. Eles sabem muito bem que se um dia Portugal fosse um país rico, eles desapareceriam da vida política. Basta olhar para o que se passa nos outros países europeus, começando com Espanha que nas últimas eleições afastou as forças radicais de esquerda do parlamento.

Chegamos assim à segunda resposta dominante quando se discute a pobreza: o ataque aos ricos e a elevação da igualdade a um princípio sacrossanto. Um dia, no auge do seu fervor revolucionário, Otelo Saraiva de Carvalho disse a Olaf Palme, o antigo líder social-democrata sueco: ‘em Portugal, queremos acabar com os ricos’. Respondeu Palme, ‘na Suécia, queremos acabar com os pobres’. A extrema-esquerda nacional continua a ser filha de Otelo. O ‘problema da pobreza’ é sempre um óptimo pretexto para atacar a riqueza e quem é rico. E temo que os próximos tempos sejam especialmente propícios a este tipo de populismo. E é um segundo erro fatal: sem riqueza, não é possível combater a pobreza.

Uma sociedade próspera não é uma sociedade ‘igual na pobreza’, mas desigual na riqueza. A única igualdade deve ser nas oportunidades. Tentar criar uma sociedade igualitária acabará por se transformar num totalitarismo social. A igualdade é própria dos regimes totalitários. As sociedades livres acabam, naturalmente, com a igualdade.

Uma aluna universitária, enamorada pelo socialismo, atacava frequentemente o seu pai por ser rico. Acusava-o de não dividir o seu dinheiro por aqueles que mais necessitavam. Um dia, farto das acusações, o pai perguntou à filha, boa aluna, as notas dos seus colegas. Sugeriu que ela desse três valores da sua média de 16 a todos aqueles que tinham 10, e assim acabariam todos com média de 13. Ele respondeu: ‘nem pensar, eu fartei-me de estudar e eles andaram o tempo todo na brincadeira’.

Opressão Seleccionista (2)

- Toni Relvante, Antena 1. Queria perguntar ao Cristiano Ronaldo se a reacção entusiástica com que a selecção, e particularmente o Cristiano Ronaldo, foi recebido aqui em Neuchatel pela comunidade portuguesa, que vê na selecção um motivo de afirmação do seu orgulho enquanto nação na diáspora, lhe cria especiais responsabilidades no sentido de atingir um resultado capaz de não defraudar as expectativas desta comunidade que se revê nos êxitos desportivos do onze das quinas e se em face disso ambiciona um lugar no pódio, ou, quem sabe mesmo, levar para casa este troféu que nos escapou às mãos dos gregos?

Pensamentos do Dalai Lima 9087987khw


Yes we cain.

Itália quer reagir com uma "taxa Robin dos Bosques"

Título do "Público" a propósito da subida dos preços do petróleo.

A expressão "taxa Robin dos Bosques" representa uma contradição nos termos. A "taxa" a que se refere o jornal não é mais do que um novo imposto sobre os lucros das companhias petrolíferas. Ora Robin dos Bosques, assim reza a lenda, roubava os impostos aos seus cobradores, a coroa e o princípe João Sem Terra, porque os considerava injustos. Robin dos Bosques era contra a cobrança de impostos. Por isso, dar o nome de um imposto a quem ficou conhecido por contestar os impostos só pode ser uma anedota. Mas demonstra a deturpação de ideias que se impôs no Mundo em que vivemos. Robin dos Bosques nunca roubou aos ricos para dar aos pobres, como a propaganda habitualmente veícula. Robin dos Bosques roubou ao Estado para devolver às pessoas o que é delas. Nesta lógica, uma "taxa Robin dos Bosques" só poderia ser um imposto negativo, i.e., reduzir os impostos cobrados pelo Estado na venda de combustível fazendo, deste modo, uma transferência de rendimento a favor das pessoas. Esta deveria ser a solução, e não a cobrança de mais impostos como Itália parece querer. O Mundo anda de "pernas para o ar".

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História

terça-feira, junho 03, 2008

Para onde vais, Portugal?

Nada poderia ser mais contrastante do que a situação da direita e da esquerda em Portugal. No primeiro caso, houve eleições (num partido misto que abrange uma parte do eleitorado de direita) para ficar tudo na mesma. O futuro continua sombrio e não se vislumbram alternativas que possam retirar o poder ao PS. Ferreira Leite é a pessoa mais capaz de fazer oposição a Sócrates, e por isso os socialistas poderão perder a maioria, mas o mais provável é que “desapareça” a seguir a 2009. O PSD vai “queimar” uma pessoa credível para depois voltar ao “troca de presidente” de 2 em 2 anos. O único resultado positivo das eleições foi o “enterrar” definitivo de Santana Lopes. Mas é pouco para um partido que ocupa espaço da direita (apesar de não ser de direita).

Para os lados do Caldas o contentamento vinha da confusão que se instalou no PSD e do oportunismo de se conseguir crescer á custa do desânimo dos eleitores social-democratas situados á direita. Com a eleição de Ferreira Leite o contentamento esmoreceu e tudo continua igual. Não há um projecto pela positiva que mobilize militantes e mobilize a sociedade. São as mesmas caras de sempre, já gastas, que apostam no “rodriguinho” do “fiscaljacking” para apareceram 5 segundos na TV ou falam dos preços dos combustíveis para serem vistos na Assembleia. São as mesmas visitas a lares, a empresas, aos agricultores, tudo já usado e explorado até á exaustão e ao qual já ninguém liga. O CDS ainda não percebeu que tem um líder que é um “passivo”, um “lame duck” de pacotilha que já não traz nada de novo ao país.

Entretanto, continua por fazer a necessária clarificação á direita. As diversas “direitas” que existem em Portugal - conservadora, liberal, democrata-cristã – continuam divididas por diversos partidos ou ausentes da política. Não se assiste a uma redefinição das forças partidárias que permita esclarecer os eleitores sobre os projectos existentes á direita e que consiga atrair os votos dos portugueses. Não existe uma concorrência saudável entre partidos de direita que reforce as ideias e os projectos, que ponha as pessoas a falarem da direita.

A esquerda, pelo seu lado, não só está no poder, ocupando parte do espaço da direita, como ainda é quem faz oposição ao próprio poder. A concentração de hoje, em prol da igualdade, pode fazer emergir uma alternativa ao PS pela esquerda que associe o movimento de apoio a Manuel Alegre, o Bloco de Esquerda, os ex-comunistas órfãos e a Maçonaria. È uma associação de “bafientos”, a fazer recordar os tristes idos da primeira república, mas é o que mais mexe neste país.

Este é o nosso panorama político e nada indica que venha a ser alterado a breve prazo. Mas que levanta uma questão:

Para onde vais, Portugal?

(também publicado aqui)
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