quarta-feira, fevereiro 28, 2007

Universidade Gama Filho


Será que detecto um padrão de nova universidade organizado em torno do bionómio pai-filho? Primeiro, a moderna sociedade Gonçalves & Filho; agora, a independente Arouca & Sucr. O Aroucarreitor parece que pegou na esfregona e, acompanhado de dúzia de cabeças-rapadas, fez a barrela ao vice, Rui, que parece que era demasiado verde, como outros que conheço e de que agora não me ocorre o nome. De caminho, levou na enxurrada, além de 6 «capangas», a «máfia» do Verde (Arouca dixit verbatim), e ainda aproveitou para dar um chuto em mais 25 que «não lhe mereciam confiança». O Verde, entretanto, parece que tem a maioria das acções - as da sociedade por quotas, e as do Ministério Público, com títulos tão sugestivos como peculato e abuso de confiança, passando por tráfico de diamantes. Isto é lindo, isto é ensino, isto é superior. Só não percebo porque é que as escolas superiores privadas do torrão não adoptam todas o título da conhecida universidade brasileira: Gama, Filho!

DIZ QUE SÃO UMA ESPÉCIE DE IDIOTAS ÚTEIS

"Parece que a nova lei do aborto foi feita por acordo entre o PS, o PCP e o Bloco de Esquerda. Oooppss!!! A não-esquerda que votou SIM ficou de fora ... Serviu para ganhar os votos mas não serve para fazer leis." (João Miranda, no blasfemias, a propósito desta notícia)

terça-feira, fevereiro 27, 2007

Tiro pouco certeiro...

Por uma vez não concordo com o que escreveu o MSN. Ou melhor, por uma vez não quero concordar com o MSN. Assim é que é, porque na verdade temo que venha aí um passo atrás. Mas desiludam-se os que pensam que o consulado de Macedo foram só rosas... também houve laranjas... ou seja, atropelos vários e acriteriosas manifestações de celeridade e virulência. Em todo o caso, penso eu, o seu mandato (missa incluída) foi positivo. Contudo, não deixa de ser triste pensarmos que há homens insubstituíveis. Não há. Podem é não querer ser mal pagos, mas isso, enfim...
Mais curioso na notícia citada pelo MSN não é a fuga de Macedo. É a chica-espertice do Ministro:

A demissão de Paulo Macedo surge depois de ser estabelecido que teria que
reduzir o respectivo ordenado de 23 mil euros brutos, uma vez que a lei impede
que qualquer pessoa que ocupe um cargo no funcionalismo público não pode ganhar
mais que o primeiro-ministro (um pouco mais de 5.360.85 euros).
No entanto, Teixeira dos Santos tentou encontrar outras formas de remuneração que
permitissem a Macedo continuar no cargo, embora sem infringir a lei
.

A lei diz uma coisa mas nós, que somos espertos, montamos um esqueminha que permita alcançar resultado diferente. Não se quer enfrentar de frente um problema que é simples: a lei que existe não presta. E quando já percebemos que a lei não serve, ensaimos uma saída airosa. Embora sem violar a lei, claro, que isso de violar a lei é feio! Muito feio.

Um passo atrás...

Concordo. Quem é que quer uma política fiscal que funcione?

Frase do dia

Hi 5 CAA?


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As lições de Anita


O Prof. Anacleto desenvolveu uma relação estranhíssima com o fenómeno político. Anda há mais de 30 anos a pregar as virtudes da esquerda moderna. Aquela que supostamente ele, há mais de 30 anos, tão bem representa. 30 anos é muito tempo. Mais de 30 anos é mais tempo ainda. Pelos vistos, a esquerda moderna do Prof. Anacleto é a única coisa que desde os calores de setenta conseguiu a dupla proeza de não ter essencialmente mudado e de não ter prescrito. Não mudou em termos essenciais, mas, para desgraça de nós todos, inchou. E o inchaço, como é bom de ver, é reflexo aflitivo de uma qualquer infecção. 30 anos é mesmo muito tempo. E todas as drogas, mesmo as que não são sujeitas a receita médica, têm prazo de validade. Tomar pílulas milagrosas com mais de 30 anos... é perigoso… pode ser tiro e queda.

O Prof. Anacleto, que insiste em adoptar aquela postura doutoral a que, de resto, tem direito, recebeu agora uma lição da Anita de Salvaterra. Curiosamente, uma lição que constava já, com grande destaque, do Manual por onde ele estudou. O poder não faz bem. Corrói. Corrompe. Destrói a credibilidade da doce irresponsabilidade. Depois de Salvaterra, a última coisa que o Prof. Anacleto pretenderá é ganhar o que quer que seja. É muito mais fácil andar de indicador em riste. Mais fácil e mais rendoso. A estratégia da derrota é o seu seguro de vida político. Quando os outros ganharem, é ele que vence. Foi a Anita de Salvaterra que lhe mostrou isto. O poder, de facto, não faz bem. Bom, bom é a doçura da irresponsabilidade. Aquela que é moderna há mais de 30 anos.

DELITO DE OPINIÃO

Em Portugal vai sendo cada vez mais frequente a punição por delito de opinião. Com efeito, aqueles que se arrogam como representantes da maioria bem pensante não perdoam a quem deles destoa. Esta é para mim das piores formas de censura. Tribunais, comunicação social, políticos e comunidade em geral alinham como se nada fosse. A canalha anda à solta e andamos todos a assobiar para o ar.

POST INTIMISTA

O Dia da Mãe é todos os dias. Pelo menos para a minha e para a das minhas filhas.

PARABÉNS

Aos insurgentes pelos 2 anos. Em especial ao André Azevedo Alves, um dos primeiros a alinhar no projecto do blogue do não.

Vichissoyce e Jaguares

Talvez neste momento e para acalmar as tropas, o melhor seja dar um Jaguar à Maria José Nogueira Pinto e entreter o Morais Sarmento com Vichissoyce.

segunda-feira, fevereiro 26, 2007

NOVELAS REAIS

"Mereceis a morte por me pordes os cornos dormindo com outrem"
Prémio a quem adivinhar os protagonistas desta real novela.

MENTIRA

Quem trabalha no meio sabe que a manobra de marketing de hoje do Governo, com o anúncio dos mais recentes números das pendências judiciais, mais não é que uma farsa.
A verdade é que os processos, em muitos tribunais, estão mais lentos, as decisões são cada vez piores, a acção executiva não funciona, cada vez é mais difícil citar no âmbito da acção declarativa...
A verdade é que quem exerce a sua profissão em áreas ligadas à justiça não tem ilusões quanto ao muito que ainda falta calcorrear para poder dizer, efectivamente, que em Portugal se faz justiça.
Por este motivo, confesso que o único sorriso que hoje me apeteceria ver estampada na cara de José Sócrates seria no momento em que anunciasse a remodelação do Ministro da tutela.

PEDIDO DE ESCLARECIMENTO

Dos 12 blasfemos, quem serão, para o CAA, os 6 mal intencionados e mais ou menos consequentes?

Eu disse «encerrar»?!?
Queria dizer encerar
as urgências!
- Coreia de Campos

Mais uma confissão...

Confesso, eu próprio, que me divertem os inchados textos do CAA. Prenhes de uma mundividência que não é a minha mas que aceito com a bonomia que me caracteriza (antes a verdade do que a falsa modéstia). É dos poucos bloguistas que carrega no rrrrrr. R de rochoso. R de ruidoso, quase ensurdecedor. R de rapace. R de ruminante de ideias feitas e impressivas. R de regurgitante, de tão previsível. R de retintamente anti-religioso. R de raro. Raríssimo. E é talvez isso que mais aprecio. Ele confessa que os generosos e bem-intencionados (antes a verdade do que a falsa modéstia) como ele são 6. Que bom. Não são muitos. Só precisamos que façam menos barulho.

Olhos nos olhos


Em entrevista ao Expresso deste Sábado, confrontado com as trapalhadas de Salvaterra, o Reverendo Louçã disse, peremptório: "não somos ingénuos". Disso eu já desconfiava ainda que agradeça a confissão. Mas achava muito mais construtivo que ele nos dissesse o que são. Eu também desconfio ... mas acho que nunca nos vai dizer... assim, "olhos nos olhos". Há coisas que não se confessam!

sexta-feira, fevereiro 23, 2007

Vira o disco e toca o mesmo

Será que é desta que deixa de ser um posto falar do Zeca Afonso tratando-o por Zeca? O Zeca isto o Zeca aquilo?

É impressionante a quantidade de gente que deve ter sido colega do senhor na costura.

Só tenho pena de ainda hoje não ter ouvido na rádio o clássico destes momentos: "Faz hoje vinte anos que a música portuguesa ficou mais pobre."

DIFERENÇAS ÓBVIAS ENTRE HOSPITAIS PÚBLICOS E PRIVADOS

Num hospital público, leio numa das entradas: "Entrada dos pacientes".
Num hospital privado, num dos acessos ao parque de estacionamento está escrito: "Acesso a clientes".

Contraditório

Acho que na CML isto já só vai com um frente a frente tipo "Boxing night in Vegas". Até já estou a imaginar o cartaz:

Rochy Lipari Balboa Vs Maria José Tysson Pinto

Frase do ano

Chegou a altura de começar a coleccionar pérolas para o concurso das frases do ano.

Esta semana entrou directamente para o top a pequena joia camarária:"Neste momento zanguei-me", mas com eleições na Madeira parece que vai ser difícil roubar o oscar ao grande mestre das ilhas.

As pombinhas da Catrina

A colombofilia é uma coisa extraordinária. Descobri hoje que há pombos correio capazes de voar de Lisboa a Luanda, sem escala.

Devem ter cá uma envergadura de asa...

quinta-feira, fevereiro 22, 2007

O RAPAZ NÃO SE ANDA A PORTAR MUITO BEM MAS IRAQUE TALVEZ SEJA EXCESSIVO, NÃO?

O MUNDO (NÃO) SOU EU

Se a Fernanda Câncio tivesse ouvido o RCP na noite do referendo teria percebido que a piadinha do Pedro Lomba era para a Maria Teresa Horta e não para a sua ilustríssima pessoa. Eu sei que deve custar perceber que o Mundo não gira todo à nossa volta mas há que seguir em frente. Beba um Tocafé que isso passa.

TRISTES NOTÍCIAS

O Ivan Nunes tenta fazer piada com o facto de na Índia se andar a discutir a descriminalização do adultério, fazendo a comparação com a discussão que se fez por cá sobre o aborto. E a comparação não só não tem piada como é de um mau gosto atroz. Registo que o Ivan Nunes está cada vez mais próximo do (baixo) nível de outros camaradas de blogue. É uma pena.

Presunção e água benta ...


Talvez por ter sido bafejado pelo dom da Fé, estranho sempre muito o asco com que alguns se referem à dimensão espiritual em geral e ao sentimento religioso em particular. Só me lembram as criancinhas ranhosas que em pranto asseveram que o que é delas é melhor do que o que pertence às outras. O egoísmo e a inveja andam, sem malícia, de mãos dadas com a infantilidade.

Convenhamos porém que não é fácil acomodar um confessado niilismo ou uma assumida incredulidade em qualquer transcendência , que na verdade se esgotam em si mesmos, nos cânones do respeito pelo que de mais íntimo podemos surpreender nos outros. Boa parte dos anti-clericais da nossa praça (aqui entendidos como anti-religiosos) não se limitam em acreditar em nada, em qualquer coisa que vá para além de si próprios, detestam também que os outros creiam. E, por isso, vão lançando as suas enormidades, deitando gasolina para o fogo da sua auto-suficiência. Das caricaturas do Profeta aos cartoons dos sucessivos Papas, ao abrigo da liberdade criativa e da liberdade de expressão, tudo parece servir para apoucar o sentimento genuíno de alguém. Que apenas se distingue deles por acreditar nalguma coisa que eles, do alto da sua prosápia, entendem anedótico.

Há muito são conhecidas as sanhas religiosas de "democratas" ilustres, de Marx a Estaline, não esquecendo o inefável Elías Calles, e, entre nós, dos democráticos afonsinos. Entendem a religião como o grilhão maior que impede as massas ignaras de alcançar a verdade suprema que lhes foi revelada: não há nada para além de nós próprios. Não me incomoda, como digo, que haja quem não acredite (e não "pense", note-se) naquilo que eu sinto. Choca-me apenas que usem a minha crença como instrumento da sua presunção.

Small town, big town

"Do you know what's the difference between a small town and a big town?
In a small town, when the light turns red, you step on the brake, in a big town you step on the gas."

Samba e bananas


Para quando um Sambodromo na Madeira?

quarta-feira, fevereiro 21, 2007

Carnaval só no Rio

Todos os Carnavais agradeço já não ser criança.

PS: Nunca fui ao Rio

RESPOSTA À PERGUNTA DO DIA

Miguel, acho que ficas esclarecido se leres este post no blasfemias.

O CARRO DO LADO

É impressionante a facilidade com que algumas pessoas descarregam as suas frustrações com a vida no coitado que apanham no carro do lado/da frente no trânsito.
O carro é como uma bomba-relógio: ninguém dá por ele, é mais um que para ali anda até que, se alguém ousa meter-se na frente ou não deixar entrar na fila naquele instante, BUMMM!, apanha com um chorrilho de impropérios, alguns dos quais com significado bastante duvidoso. Nem é preciso ouvi-los, adivinham-se mesmo de vidro fechado. É o costume...
Pelo teatro todo a que assisti, deves ter passado alguém a ferro, não Tiago?
PS: mas o melhor a que assisti recentemente foi uma mulher, numa Galp, aos gritos de fdp para baixo para com um automobilista que, depois de pôr gasolina, foi pagar. Inacreditável: ir pagar! Onde já se viu? E ela ali à espera!

O RESPEITINHO É BOM E EU GOSTO

Por Daniel Oliveira. E se não se põem a pau ainda vai tudo para o Tarrafal. Ou será que julgam que vivemos em democracia!?

ORGASMOS JORNALÍSTICOS

"E se é verdade que José Sócrates gosta de anunciar, também é certo que gosta de "fazer" o que promete." (Ricardo Dias Felner, quem haveria de ser, no Público de ontem)
Com este retrato que Felner faz de Sócrates fica demonstrado que o jornalismo de causas da Fernanda Câncio vai fazendo escola.

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Pergunta do dia

terça-feira, fevereiro 20, 2007

Rocky Balboa

E AGORA?

O que será que aqueles que se agarraram à decisão do TC sobre a constitucionalidade da pergunta do referendo têm a dizer sobre a opinião do mesmo Tribunal, manifestada no mesmo Acórdão, acerca do aconselhamento obrigatório?

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domingo, fevereiro 18, 2007

OLIVEIRA SALAZAR

Quando na sexta-feira ia a caminho de Tondela passei por Santa Comba Dão. Lembrei-me de parar e fazer um mini inquérito de rua. A ideia era aferir da sensibilidade dos habitantes locais à mais recente eleição de Salazar num concurso promovido, entre outros, pelo Daniel Oliveira. A maioria afirmou desconhecer o concurso e sobre o Daniel Oliveira disseram que Oliveira só conheciam um - Salazar. Fiquei sem perceber se seria piada a propósito dos dotes de censor que o Daniel revelou em alguns posts recentes.

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DESCRÉDITO

Multiplicam-se os processos em que Pinto da Costa é arguido. Os créditos amealhados pelo clube ao longo das últimas 2 décadas arriscam-se a ficar envoltos em polémica, com o avolumar de suspeitas de corrupção e favores em campeonatos em que o Porto era claramente favorito e superior aos seus mais directos adversários. Registo o silêncio de quem na blogosfera costuma fazer a defesa cega de Pinto da Costa e dos seus métidos.

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sexta-feira, fevereiro 16, 2007

Por outro lado...

...não é necessário tê-los para dizer que Carmona se deve demitir.

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Não sabia! Obrigada pelo esclarecimento!

Daniel Oliveira numa caixa de comentários a este post no seu blogue:

1. Não gosto do homem (referindo-se a Hugo Chavez). Mas abomino apenas ditadores. Fidel, por exemplo.
2. Acho que as pessoas se podem entusiasmar com aparentes boas razões pelos os homens errados. (Será que se refere ao líder do BE?)

Pensamentos do Baú do Dalai Lima - XIXIXIXI


O meu produto é
uma boa merda!
- Fornecedor de estrume para relvados

Alberto João é incontinente?

Não - é só região autónoma. Acha-se-lhe graça, porque o cinzento-escuro, sem deixar de ser cinzento, sobressai no cinzento-claro dum país cinzentão. Acha-se-lhe graça, só se se vive na região autónoma e se vai buscar algum aos dinheiros caçados à má-fila ao OGE, com medo que o homem abra as goelas. Se os continentes tivessem testículos, como ele diz, e lhe fechassem a torneira, até ele pagar a conta da água, a bocarra do homem fechava-se acto contínuo. AJ é, quando muito, um Simpson. É quando muito um palhaço. Um palhaço triste. Os palhaços nunca têm tanta graça quando são donos do circo.

O que é que querem afinal?


Não há dúvidas de que a História é pendular... e escorre num doce balanço de lá para cá e vice-versa. E o instituto do casamento aí está para mostrar isso mesmo.


Sou daqueles que pensam que as coisas são o que são e se quisermos que sejam diferentes do que são deixam de ser o que são para passarem a ser outra coisa. O casamento é o casamento. Sacramento para uns (para mim, por exemplo, desculpem), ainda que com efeitos reconhecidos pela ordem jurídica civil, contrato puramente civil para outros. Tanto de um ponto de vista canónico (ou mais amplamente, religioso) como de um ponto de vista jurídico-laico esta realidade não deixa de ser o que é. Pode o legislador regular a realidade? Claro. Mas não consegue alterar a sua essência. Isto por uma simples razão: é que o legislador recebe, ele próprio, a realidade, ainda que possa eventualmente intervir sobre ela. Mas a realidade é anterior ao próprio legislador.


Então o que é o casamento? É uma união típica (em sentido técnico) entre duas pessoas de sexo diferente. Ponto. A realidade é esta e não pode ser outra. Desta união resultam (tanto religiosa como civilmente) direitos e obrigações para ambas as partes. E esses sim, podem ser moldados, reduzidos, ampliados. E esses direitos e obrigações são assumidos entre as partes e reconhecidos enquanto tal pela ordem jurídica.


Então 2 pessoas do mesmo sexo não podem casar? Entre si, não. Porquê? Porque o casamento não é isso. Grande discriminação? Não. Um contrato de compra e venda também não é um contrato de depósito. O que não quer dizer que não possam ser celebrados contratos de depósito. Claro que podem. Não são é contratos de compra e venda. São de depósito.


Isto para dizer que os maricas e as fufas, para usar a linguagem sempre sugestiva da rititi, não podem casar entre si, mas podem perfeitamente celebrar um contrato pelo qual assumem direitos e obrigações análogos aos dos cônjuges. E não me choca que o Estado reconheça e tutela essas posições relativas das partes. Como tutela os direitos dos cônjuges. Não podemos é dizer que isso é casamento. Nada disso. Porque o casamento é outra coisa.


É evidente que quem está apenas preocupado com situações jurídicas não quer saber de outra coisa que não sejam os direitos e obrigações que resultam de um vínculo negocial. Mas quem quer, com esse pretexto, continuar a cavalgar na onda da revolução dos costumes, não se há-de conformar com esta leitura. O importante nesta história é percebermos todos o que querem afinal alguns.


foto: www.loud.com.br/n_images/casamento.gif

Nem mais!

"A vitória do "SIM" ao aborto livre é o triunfo cultural da esquerda jacobina, inconformada com a condenação a que a História a votará. A esquerda que colocou a comunicação social anos a fio a formatar mentalidades para estes tempos «modernos». A esquerda que odeia o Cristianismo e os seus valores. A esquerda que nos projecta no século XXI à Morangos com Açúcar." (by FSP)

FRASE DO DIA





P.S. - O Provedor dos Bons Costumes aqui do burgo que me desculpe mas não resisti.

Alguém me explica?


Alguém me explica o que faz as pessoas andarem semi-nuas pelas ruas com penas na cabeça e sabe-se lá mais onde?
Alguém me explica porque é que com o frio que está nesta época, todos os anos continuamos a assistir a desfiles de semi-nus?

Alguém me explica porque é que há tantas pessoas públicas que se sujeitam a estar em cima dos carros alegóricos a fazerem figuras de urso?

Alguém me explica porque é que há brasileiros que em vez de estarem a festejar o Carnaval do Brasil, no Verão brasileiro, vêm para esta tristeza?
Alguém me explica porque é que as pessoas se mascaram, gritam e urram pela noite dentro, como que a expulsar os demónios que têm dentro delas?
Alguém me explica para onde é que se vai durante estes dias sem que tenhamos que levar com estes disparates?


Abriu a época


Meus amigos, podemos carregar os bacamartes... a época do despautério abriu finalmente, com o sempre baixo patrocínio do bloco de esquerda e das suas ruminantes estrelas cadentes. Depois do dizemos-agora-que-não-dissémos-o-que-dissémos-na-campanha-eleitoral, a propósito do aconselhamento e do aborto, temos agora a democrática defesa de uma História de Estado e o generoso convite às renacionalizações. Os disparates fluem com irreprimível liberdade das hábeis penas destes escribas cultores da revolução dos costumes. Será porventura por causa dessa fluidez libertária que o CAA tanto exalta os novos amiguinhos!

(foto: placard.weblog.com.pt)

Há Poucas Barbas


Eu estranho ver tão poucas barbas fartas nos homens portugueses. Estranho tanto haver tão poucas agora como estranhei ver tantas no Verão Quente de 75. Aí, até as mulheres usavam barba.
Estranho e não estranho. A barba é um sinal de pertença ao grupo, como o crachat do Che Guevara, o cabelo comprido oleoso, ou o camisolão de lã grosseira às corzinhas. Ou, na outra margem, o crocodilo bordado, o beijinho-só, ou o pe'cebe.
Não estamos assim tão longe da Idade da Pedra. O tigre-de-dentes-de-sabre vagueia pela noite e, pior que isso, o homem é o lobo do homem. Por isso, se corremos o risco de sermos massacrados pelo outro clã pela simples e prosaica razão de não sermos do outro clã, convém que o nosso clã saiba que somos do nosso clã, para nos dar uma mãozinha numa hora de necessidade. A barba é o nosso crachat. Pica e tudo.

quinta-feira, fevereiro 15, 2007

Sexo, drogas e leis

Hoje, a revista Sábado revela uma história picante. Pela pena de um estagiário de um escritório de advogados que começa por L e acaba em inklaters, e cujo o nome preferimos ocultar, ficamos a saber que dvogados que recebem honorários em libras, alegadamente se entregam fleumaticamente à luxúria e à devassidão. O principal sócio desse escritório (não, não vamos dizer que é o Jorge Bleck, porque isso tirava a graça toda a esta charada), nem precisou que a Sábado lhe lesse nacos daquela suculenta prosa e disparou: "nunca apalpei o rabo de nenhuma estagiária". Sabendo que, ao contrário do que sugere o jovem causídico, os advogados desse escritório não mentem, temos um problema... É que o imberbe jurista disse: "os sócios consomem cocaína, mentem aos clientes e mantêm relações sexuais com estagiários". Ários, leram bem. Pois. Ficamos a saber, pelo menos, que o dito sócio nega categoricamente ter apalpado o rabo a alguma estagiária. É um princípio... Só falta desmentir o resto...

A minha razão para apoiar o Rui III

É evidente que só deus poderá converter o Rui à causa monárquica.

A minha razão para apoiar o Rui II

Ter bebidas à pala na próxima festa no Frágil. Castro, está no contrato?

A minha razão para apoiar o Rui I

A probabilidade de conhecer a Rita Barata Silvério aumentou exponencialmente.

EU DIRIA ANTES "TRANSFORMISMO"

O nosso espião no 31

JÁ É OFICIAL DA ARMADA


O nosso Rui Castro ingressou nas fileiras do 31 da Armada, blogue que esta casa tanto aprecia.

P.S. - É favor tratar bem o nosso menino!

Em nome da tradição...

Ainda estou para perceber por que é que a tolerância de ponto da 3f de Carnaval é notícia...
Alguém contava trabalhar nesse dia? Não há calendário que não o dê como feriado! É uma tradição consolidada...
Notícia seria, isso sim, se na 3f de Carnaval NÃO houvesse tolerância de ponto. E, em tempos idos, se foi notícia...
O que também dava uma bela notícia era a tolerância de ponto na 2f de Carnaval. Suspeito que já estivemos mais longe da sua concretização.
Portugal tem nada mais nada menos que 15 feriados anuais. Com mais umas tolerâncias de ponto e umas pontes forçadas, facilmente se chega aos 22 dias, que acrescem ao mês de férias legal.
Que povo trabalhador!

Ainda Estaremos em Maioria?


Pergunto-me: ainda serão mais de 50% os Portugueses dos brandos costumes, que não sacam duma pistola para discutir um «picanço» no trânsito? Que não estão empenhados até ao tutano para pagar o Audi? Que já leram um livro na vida? Que não usam cremes para a pele, se forem homens, nem penteados à jogador de futebol? Que não acham que a lei do futebol deve prevalecer sobre a Constituição? Que não deixam o carro a trabalhar enquanto esperam por alguém? Que não tomam a Madonna como ideal de vida sexual? Que não dizem palavrões e conseguem rir de uma anedota que não tenha asneiredo? Que não aproveitam oportunidades de fugir ao fisco nem desfrutaram abusivamente do subsídio de desemprego? Que não acham que seja preciso outro Salazar para endireitar isto? Ainda serão 50%? Não pergunto «seremos», porque já fiz tudo o que acima enumero, menos a parte do subsídio de desemprego. O c do vizinho denunciou-me e apanhei com o fdp do fiscal a chatear-me os c's. P que p os dois!

FLEXI... QUÊ?

FUGIU-LHE A BOCA PARA A VERDADE

CAMBADA

Já aqui referimos o assunto. Para quem anda distraído eu explico. Na segunda-feira veio o Dr. Alberto Martins, líder da bancada socialista, dar a entender que não haveria qualquer aconselhamento obrigatório para as grávidas que quisessem abortar. Na terça-feira, em jornadas parlamentares do PS, essa ideia ficou ainda mais vincada em declarações de diversos deputados e do próprio Primeiro-Ministro. Para quem acompanhou a campanha de perto, é fácil constatar que alguns defensores do Sim mentiram com quantos dentes tinham na boca quando afirmaram que a resposta Sim à pergunta do referendo não implicaria o Sim ao aborto livre. Chamaram-nos mentirosos, a nós que o afirmávamos, e alguns, inclusivamente, como Vital Moreira ou Maria de Belém deram a entender que o aconselhamento seria contemplado na regulamentação da lei. Constata-se agora que tudo não passou de uma mentira. Quem, de boa fé, respondeu Sim, na expectativa de que aí viria uma lei moderada, desengane-se, pois o que a maioria aprovou foi efectivamente o "direito ao aborto". Imagino que pessoas como o Pedro Lomba e outros tenham agora vontade de pintar a cara de preto. Já quanto ao PS fica o aviso: as mentiras em política pagam-se caro, muito caro.

DEVE TER PERDIDO O COMBOIO

Cavaco chega com uma semana de atraso.
Actualização: parece-me evidente que Cavaco, depois de não ter dito nada sobre o assunto enquanto estávamos em campanha, não terá grande margem de manobra para impor seja o que for nesta matéria.

PARABÉNS LEONOR!

DIZ QUE É UM BLOGUE COLECTIVO E QUE NÃO CELEBRA O DIA DOS NAMORADOS

Já passa da meia-noite do Dia de S. Valentim e conseguimos não fazer qualquer referência à efeméride! Parabéns a todos os incontinentes.

quarta-feira, fevereiro 14, 2007

RIR É A MELHOR SOLUÇÃO

Ó Daniel, não vás por aí. É que se levarmos o teu pensamento até às últimas consequências nem BE nem PCP teriam direito a "tempos de antena" na televisão estatal. É tudo uma questão de coerência, estás a ver?

Pensamentos do Baú do Dalai Lima XXXPTOLIX

Era um poeta tão mau, que não escrevia estrofes, escrevia catastrofes.

Pergunta de algibeira III

Será que na Armada se vestem todos de marujo?

A LUTA CONTINUA

Abril foi já há mais de 30 anos mas Salazar continua a ganhar eleições de forma pouco democrática.

Happy Birthday Mr. President




























Aceito o repto do Vito no post "Procura-se Líder para a direita".

Acho que é a única forma, não esquecendo que a moça em causa tem menos dez anos que eu, de na festa dos meus 33 anos ter a Scarlett Johansson a cantar-me "Happy Birthday Mr. President".

Ok, Ok aceito inscrições para convites...

Too weak

Acabei agora de tratar dos procedimentos necessários para o Google account. No fim de todos os passos solicitados a minha máquina (que é como os informáticos tratam os computadores e que me irrita solenemente) começou a informar-me do seguinte: "Too weak".

Primeiro pensei, como é que ele sabe que ainda não tomei o pequeno almoço? Depois achei que já era avanço tecnológico a mais e pensei que de algum modo tinham descoberto a minha idade. O raciocínio deles seria algo do tipo: já tens 32 anos, 3 filhos, estás um cota. Que é como quem diz a Scarlett Johansson já tem menos 10 anos que tu, "get a grip".

Por fim suspirei de alívio quando percebi que se referiam à password que tinha escolhido, o que no fundo vai dar ao mesmo, porque escolhi aquela por a minha memória já não dar para mais.

O que será preferível?

Big fish in a small pond or a small fish in a big pond?

Procura-se Líder para a Direita

Numa perspectiva de renovação (e não reciclagem), procura-se urgentemente líder para a Direita.

Já deu para ver que existe um movimento civil que não precisa de partidos para se empenhar e organizar pelas causas em que acredita.

Imaginem este movimento integrado e com um líder...

Propostas e candidaturas para esta caixa de comentários.

Pergunta de algibeira II

Alguém sabe o que é a traição?

Adenda ao Casino

Lembrei-me agora, a propósito, duma notícia recente, segundo a qual Macau vai muito em breve destronar Las Vegas como capital mundial do jogo. Agora já percebo por que razão empatámos tantos milhões de contos (na altura) para fazer um aeroporto. Não era para fazer um ensaio de quanto íamos estoirar com a Ota. Era a gesta heróica dos Portugueses no Mundo, a obra que falará por nós no porvir. E eis que uma lágrima teimosa me rola pela face abaixo.

terça-feira, fevereiro 13, 2007

Pois é... Quem é que enganou os Portugueses?

"Assim, consideram que a mulher deveria ter acesso a aconselhamento médico sobre as implicações da sua opção e ser acompanhada e orientada, de modo não directivo, na reflexão sobre a decisão a tomar". http://sim-referendo.blogspot.com/2007/02/psiquiatras-pelo-sim.html Daniel Oliveira

"Por isso, no caso de o Sim ganhar, a futura introdução de um mecanismo de aconselhamento prévio não é contrária ao comando referendário" http://sim-referendo.blogspot.com/2007/02/um-compromisso-no-uma-adeso.html Pedro Lomba

«A lei deve prever um período de reflexão que assegure que a decisão da mulher - que sempre deve prevalecer - seja uma decisão ponderada e reflectida e não fruto de um qualquer desespero momentâneo» José Sócrates

Têm a palavra os que andaram a enganar o povo.

Quero Cheirar Teu Bacalhau

A rádio anuncia de dez em dez segundos que o Carnaval do Casino Estoril será abrilhantado pela actuação do one and only Quim Barreiros. Tudo bem. Ninguém é obrigado a odiar o Carnaval portuga. Nem a ficar com pele de galinha quando ouve o Quim rimar sobre a garagem da vizinha. Muito menos a abominar ambos, como é o meu caso. Agora não me venham dizer que o rapaz administrador do Casino Estoril, um certo Mário Assis Ferreira, é uma figura de proa da cena cultural do rectângulo. Ou que o Casino é uma espécie de Gulbenkian. É que fazer uma revista em papel caro, com um grafismo estafado clonado das revistas inglesas de vanguarda dos anos 70, para fazer colecção em casas neoburguesolas, só serve para épater le bourgeois. Ah, e para dar um ar de respeitabilidade a uma empresa que serve basicamente para arruinar vidas na roleta e outros passatempos.
Não se enganem, porém: eu não defendo a proibição do Quim Barreiros. Bastava-me a proibição do jogo. A não ser que se acredite que é preferível legalizá-lo, para o realizar em condições de higiene e acabar com a chaga do jogo clandestino, acabando com a humilhação dos julgamentos.
Ai, desculpem - ainda não consegui convencer-me de que o referendo já foi.

ILUSÃO

Por um dia tive ainda a ilusão de que havia sido o Sim moderado a ganhar o referendo do aborto. Enganei-me. Ouvi hoje que o PS não pretende contemplar na regulamentação da lei qualquer aconselhamento prévio ao aborto. Será que o Professor Vital Moreira tem alguma coisa a dizer sobre o assunto? Relembro o que escreveu aqui há dias:
"A proposta submetida a aprovação no referendo de despenalização do aborto implica três coisas: (i) a descriminalização do aborto voluntário até às 10 semanas, pois num Estado de direito democrático não pode haver despenalização sem que o acto a despenalizar deixe de ser considerado crime; (ii) a legalização do aborto nesses limites, devendo a interrupção da gravidez ser praticada, para ser lícita, num estabelecimento de saúde legalmente reconhecido; (iii) a regulação dos actos de interrupção da gravidez, tanto a nível da ponderação da decisão da mulher (aconselhamento, etc.) como a nível da organização dos serviços de saúde." (o sublinhado é meu).
Rui Castro

Importa-se de repetir?

"existem dois portugais diferentes" (Luís Filipe Menezes, no Frente-a-Frente de hoje na Sic Notícias)

COISAS QUE EU PREFERIA NÃO SABER

Eu é que fiquei em verdadeiro estádio de choque com esta revelação.

O Pior Português de Sempre



tem de ser forçosamente o bimbo que se lembrou de importar mais um concurso enlatado para entreter um povo que elege para MPS, ex-aequo, um ditador e outro que gostava de o ter sido, e se prepara, segundo se diz, para escolher para PPS o Mário Soares, senhor que eu não aprecio particularmente, mas que nos livrou de sermos em 75 a vacina contra o comunismo preconizada pelo Kissinger. Ufff! Não há pachorra!

COMO RESOLVER O PROBLEMA DO DÉFICE

A confirmar-se a interpretação do juiz conselheiro Fisher Sá Nogueira, seriam quase 5 milhões de euros a arrecadar pelo Estado na sequência do indeferimento do pedido de habeas corpus.

DIREITA

Portas e Menezes espreitam. Na noite do referendo as suas declarações foram esclarecedoras. Independentemente da maior ou menor facilidade em chegar ao poder (tenho dúvidas quanto à ascensão de Menezes), a verdade é que é mais do mesmo. Eu diria que está na altura de renovar e de inovar, e nenhum dos citados será capaz de o fazer.

PERGUNTA DE ALGIBEIRA

O que é um blogue colectivo?

segunda-feira, fevereiro 12, 2007

PACHECO PEREIRA

"Quem já está a falar de um novo referendo (com o objectivo de ganhar o "não") não percebeu nada do que está a acontecer. No caso do aborto, como no divórcio, não há retorno. É uma mudança com uma forte componente societal, mais do que um resultado de um opinião circunstancialmente maioritária ou de um confronto político."
Parece-me evidente que Pacheco Pereira andou ao largo desta discussão. Ou então acaba de revelar a mentira que alguns defensores do Sim disseram com insistência, afirmando que o aborto era uma coisa má, a evitar. Se assim fosse, de facto, o objectivo de todos seria a redução do número de abortos e, em última instância, a sua tutela penal (ainda que com diferente moldura). Aliás, com uma cada vez maior certeza quanto à existência de vida humana, parece-me profundamente retrógrado afirmar-se, como faz Pacheco Pereira, que este é um assunto sem retorno.

EM JEITO DE CONCLUSÃO

Apetece-me dizer que discordo em absoluto do Carlos Abreu Amorim. Não houve transformação social nestes últimos anos em Portugal e também não houve desilusão com as tais propostas de última hora. A comprová-lo estão os mais 200 e tal mil votos do Não relativamente a 1998. A única coisa que mudou foi o Sim, que se apresentou mais moderado na forma, revelando-se mais eficaz que há 8 anos a esta parte. Esperemos que a alteração tenha também ocorrido ao nível da substância.

GATO ESCONDIDO...

Suponho que depois desta polémica não voltemos a ver o Ricardo Araújo Pereira numa festa da Atlântico. Exorto os intervenientes a reconsiderar as suas posições.

domingo, fevereiro 11, 2007

E agora, amanhã?

Depois de sabido o resultado do referendo, só há uma certeza. O aborto não acaba. E para quem, como nós, acha que o aborto (e não apenas o aborto clandestino) é um horror, amanhã é outro dia... igual ao de ontem. Para quem, como nós, acha que o aborto (e não apenas o aborto clandestino) tem de ser combatido, amanhã é outro dia...igual ao de hoje. Para quem, como nós, acha que a montante do aborto (e não apenas do aborto clandestino) está um mar de sofrimento, amanhã é outro dia... igual a todos os outros dias.
É aqui, nestas subtilezas, que mora a diferença do Sim e do Não. O Sim acha que o problema está resolvido. O Não sabe que tem de fazer ainda mais e melhor para que as mulheres possam, antes ou depois das 10 semanas, escolher o dom da Vida. Para o Sim, tudo acabou aqui. Não há amanhã. Para o Não, tudo continua. Uns podem descansar. Outros não.

Está decidido

A esperança é a última a morrer, e demorou a morrer. Mas desta vez, foi-se...

Antes de mais, peço perdão a todas as crianças que vão ser abortadas livremente no nosso país. Tentámos o possível para evitar essa legalização mas falhámos...

Cabe-nos agora tentar minimizar danos desta lei criminosa que vai ser aprovada e monitorizar a evolução dos abortos em Portugal.

Se diminuirem (o que não acredito), tanto melhor. Se aumentarem (conforme, infelizmente, se espera), teremos que voltar atrás pois não foi essa a história que prometeram aos portugueses.

Cabe-nos, em qualquer dos casos, continuar a criar condições para que continuem a existir alternativas para as mães que ponderam abortar.

Temos que lutar para que essas mães possam ter os seus filhos.

Temos que lutar pela vida dessas crianças.

RCP

Estou no Rádio Clube Português com deus (o outro), Pedro Lomba e Pedro Adão e Silva a comentar os resultados do referendo. Todas as sondagens dão a vitória ao Sim. Os posts seguem dentro de momentos no BdN. Até já.

sexta-feira, fevereiro 09, 2007

Depois da Lídia e a da Maria virá quem delas boas fará

Eis que de repente, das profundezas do obscurantismo, surge majestoso o Prof. Mattoso. Concede que a Igreja condene a IVG (o que é já um avanço relativamente à maior parte dos seus coleguinhas do sim-referendo). Fala na condenação e na misericórdia como o pólo central deste debate, quando aquilo que preocupa a Igreja é a dicotomia Vida - Morte. É por não perceber isto que o Prof. Mattoso não percebeu o que está em causa neste referendo. Ela vota Sim porque acha que a Igreja devia perdoar as mulheres. Eu voto Não porque acho que os nascituros têm direito de nascer. As mulheres, defende ele, devem ter o direito à misericórdia da Igreja. Os nascituros devem ter reconhecido pelo Estado o direito de nascerem. É, pois, muito o que nos separa.

O Prof. Mattoso acusa ainda a Igreja de tomar a Vida como um absoluto. A Igreja, reparem! Mas não percebe que o que está em causa é a posição do Estado face a este fenómeno. E o Estado, Prof. Mattoso, não toma a Vida, nem mesmo a extra-uterina, como um absoluto. Há a legítima defesa, por exemplo, e um conjunto de situações que tornam não punível a IVG. Sabia disto, Prof. Mattoso? Provavelmente não...

Mais espantosa é ainda a acusação de a Igreja nada fazer para "resolver os problemas que conduzem à multiplicação da IVG". A Igreja, reparem! É à Igreja que cabe resolvê-los... é preciso topete. O Estado não tem nada que ver com isso, claro!
O Prof. Mattoso gostava de ganhar a Volta a Portugal à bicicleta, mas recusa-se a dar uma única pedalada. Os outros, as mulas, que puxem. Se ele não ganhar a corrida, a culpa é nossa. É da Igreja! O que o senhor diz não é hipocrisia, Prof. Mattoso, é uma alarvidade!

"Indoor" do BdN


Se me permite...

Onde e quem? É que se não parece treta.

quinta-feira, fevereiro 08, 2007

Qual a diferença entre a Lídia Jorge e a Maria Velho da Costa?

Algumas das nossas ninfas da literatura, coitadas, dizem muito do que somos como País. Pobre. Muito pobre. A Lídia Jorge, coitada, já se tinha revelado franciscanamente pobre. Mas não está sozinha. A Maria Velho da Costa, coitada, faz-lhe companhia, coitada.

Podemos estar em desacordo. Não devemos é exibir a rodos a ignorância maltrapilha ou a má-fé vagabunda. A Maria Velho da Costa, aqui, mostrou por que é que o Não faz sentido. A Maria Velho da Costa, coitada, baralha tudo, enreda-se numa metáfora e perde o Norte. Perde a Vida. Defende a Morte. Defende o Sim porque Sim. Apenas porque Sim. É isso que eu não quero.
Não acho incoerente que se defenda o Sim quando se defende simultaneamente que a vida do feto é coisa. É nada. Mas defender o Sim, invocando a Guerra do Iraque... coitada!
Diz a escriba:
"Não é o direito à vida humana que os defensores do Não à Interrupção Voluntária da Gravidez propõem. Se assim fosse, ter-se-iam insurgido com as mesmas altas vozes à Interrupção Voluntária do Iraque perpetrada em nome do Bem por outras altas e cristianíssimas vozes".
Esta tirada espantosa não é para os defensores do Não, coitados. É para o Vasco Rato. Eles que são do Sim, que se entendam! Coitados!

Há vazios e vazios...

Pela primeira vez, que me lembre, li com proveito um texto do Daniel Oliveira. Este texto. Gostei da evocação do Vazio. É também esse o nada que me toma. Verbero contra o Estado que insiste em entrar na minha intimidade. Na mais íntima esfera da minha vida. Mas repudio com igual vivacidade o relativismo e a ausência de valores que toma conta de algumas pessoas bem intencionadas. É esse o travo que tenho na boca. O sabor do Vazio. Como é possível apresentar-se como solução mágica, para problemas que se dizem gravíssimos, a eliminação de uma vida humana? Como?

Há mais pessoas como o Daniel. Pessoas que pensam que há um dia (um dia) a partir do qual tudo passa a ser diferente nas suas vidas. Um dia a partir do qual "tudo o resto se tornou irrelevante". Um dia que marca a nossa própria ultrapassagem em generosidade. Muito para lá do que imaginávamos. Um dia em que uma alegria, uma serenidade e um medo imenso de falhar toma conta de nós com a força da primeira paixão. Nós. Nós. Eu. Eu. Eu.

Sei o que é a maravilha de ser Pai. Também sei. Gosto muito de ser Pai. Mas os filhos não justificam a sua existência para deleite dos pais. Não pode ser.

"As mães são as mais altas coisas que os filhos criam" diz o Poeta (Herberto Helder, que bem conhece). A Mãe é que é gerada pelo filho. Só sou Pai porque tenho uma filha.

Não é por querer que o Estado entre na sua casa e revire as suas gavetas que voto Não. Não quero que o Estado entre no "seu momento". Quero apenas que saiba que o Daniel não é o centro do mundo. Quero apenas que entenda que esse momento que diz que é seu, não é seu. Não é só seu. O que quero, Daniel, é que o Estado faça todos os esforços para evitar que o Daniel entre em casa de outros para revirar as gavetas e o mais que quiser. O que me choca, Daniel, não é que o Estado entre em minha casa. É que alguém, um terceiro, entre em minha casa e revire as minhas gavetas. O que quero mesmo Daniel é que perceba que a minha casa... não é sua! E que não gosto que mexam nas minhas gavetas.

SALVA-VIDAS

Verdades impostas ...

Não sei por que carga de água é que se vai instalando a ideia de que só há mulheres que abortam em situações emocionais particularmente dilemáticas ou dramáticas. Será? Devemos acreditar mesmo que não há outra realidade para além da que nos cantam no fado da desgraçadinha? Não há mães que espancam os seus filhos, às vezes até à morte?

Sustentar esta ideia peregrina, a do bom selvagem revisitado, é pura e simplesmente ignorar a natureza humana. É confundir o que não pode ser confundido. É permitir que sejam tratadas da mesma maneira aquelas que se entregam ao aborto verdadeiramente dilaceradas por situações horríveis e aquelas que optam pelo aborto porque sim. É admitir que todas (mesmo todas) as razões que possam povoar o espírito de uma mulher que se dispõe sacrificar o seu filho são motivos atendíveis. Acho quase consensual que não. Nem todas as razões têm a mesma dignidade. E, por isso, nem todas podem ter o mesmo tratamento. É Por isso que voto NÃO.

ASSIM NÃO

É inacreditável mais esta manobra de campanha do Não que levou hoje a PJ a fazer buscas na Câmara de Salvaterra de Magos, numa clara atitude de perseguição política à Senhora Presidenta "Anita", a qual é, como se sabe, a única representante do Bloco de Esquerda à frente de uma autarquia em Portugal.

quarta-feira, fevereiro 07, 2007

1 ANO

Os nossos amigos corta-fiteiros comemoram hoje 1 ano. Parabéns destes que tanto vos admiram.

3 frases politicamente incorrectas sobre o aborto

1 - Eu acredito que há mulheres que abortaram (e outras que abortarão) por razões de conveniência e não de necessidade (embora possam ser uma minoria).

2 - Eu sou a favor da criminalização e penalização das mulheres que abortem por conveniência e não por necessidade.

3 - A TSF, a SIC (à excepção do Mário Crespo) e a TVI têm feito uma campanha clara pró-aborto, enquanto a RTP tem sabido dissimular um pouco mais.

Grandes SMS's (outros)

camarada oliveira tens toda a razao. Aqueles gajos sao msm fundamentalistas, querem levar a coisa do aborto pra a religião. Ve lá este blogue.

A/C de Daniel Oliveira

SABOTAGEM NO PRÓS E CONTRAS E / OU JUSTA CAUSA DE REPETIÇÃO

Havería algum problema com a cadeira da fernanda câncio naquela bela noite de segunda feira? É que a senhora, de tão irritada que estava, não parava na cadeira.
Será que, por este razão, vai ter de se fazer mais um programa? Será justa causa de repetição? Se calhar desta vez o "sim" vai querer decidir também quem fica na primeira fila do "não".


Comentário de um amigo meu que me pediu que o inserisse no blog.

terça-feira, fevereiro 06, 2007

Dúvida profunda

Após o debate de ontem fiquei com uma dúvida, a propósito da intervenção do Dr. Cohen, que me assalta desde manhã:

Será que se o "não" ganhar as mulheres vão deixar de poder celebrar escrituras?

CPFC ou Correria a pedido de Fernando Câncio

É muito engraçado notar o nervosismo que nas últimas duas semanas tem vindo a tomar conta do “sim”.

A segurança (quase a soberba) das semanas iniciais tem vindo a esmorecer. A nossa amiga F. anda muito apagada, rebate nos mesmos temas, sempre da mesma maneira e sem novos argumentos (até já nem dá gozo). O Daniel Oliveira limita-se a fazer link para o “comunicado” do “mandatário” do PS para questões de aborto, ou IVG como eles dizem.

Mas o mais extraordinário foi excitação com que o Engenheiro José Sócrates voltou da China, direitinho para fazer uma conferência de impressa de pura chantagem.

Afinal, há semanas e semanas que ambos os lados defendem que não deve ser aplicada pena de prisão à mulheres que abortam e que se denota um acordo transversal nesta matéria na sociedade portuguesa, no entanto o nosso primeiro ministro, depois de umas valentes manhãs de jogging em Pequim, sai disparado do avião para dizer aos portugueses que se eles votarem “não” não se altera lei nenhuma.

A ameaça dele é valente. Algo do tipo: “Olhem que se o “não” ganhar eu fico irritado...”

Bem sei que o senhor tem maioria absoluta, embora eu não tenha contribuído para tal, mas daí a agir assim vai uma grande distância, até porque este tipo de atitude só pode ser interpretado de duas formas: ou prepotência ou birra infantil. Sinceramente, e tendo em conta o cargo que o senhor ocupa prefiro não optar por nenhuma das duas e pensar que este impulso, foi apenas fruto de algum telefonema mais exaltado que a nossa amiga F. lhe fez para Pequim.

Dúvida III

Porque será que o Daniel Oliveira estava ontem tão nervoso com o debate? E o Prof. Rui Pereira? Porque espumava da boca?

Dúvida II

Tendo em conta os rabos que passaram para o lado do Bloco de Esquerda para defender o Aborto, se o Sim ganhasse adivinhem lá quais seriam as propostas de lei que se seguiriam?

P.S. Peço desculpa pela gralha... Queria escrever ratos...

Dúvida I

Porque é que quando um Padre fala contra o Aborto, Aqui d'El Rei que a Igreja se está a intrometer na vida política, mas quando o Frei Bento Domingues ou o Padre Anselmo Borges defendem o Aborto, já não há problema?

Porque é que quando algum católico, enquanto tal, fala contra o Aborto, Aqui d'El Rei que é um beato reaccionário, mas quando a Leonor Xavier fala, enquanto católica, a favor do Aborto já não há problema?

segunda-feira, fevereiro 05, 2007

O VIDENTE II

Daniel, Daniel, que falta de visão essa. Nunca te ocorreu que se a abstenção nos é favorável é porque quem se prepara para abster iria, à partida, votar Sim? E que se mudou de ideias foram vocês os culpados dessa mesma deserção? Que tal olharem menos para o vosso umbigo e tentassem perceber o que é que estão a fazer de errado?

O VIDENTE

O Daniel Oliveira é tão bom e está tão à frente que até consegue prever o que a Rosário Carneiro irá dizer no telejornal do próximo dia 4 de Março de 2007:
"Com esta proposta [de alteração legislativa] não vamos acabar com o aborto clandestino nem facilitar o acesso a condições medicamente seguras para o aborto" Maria Rosário Carneiro, Telejornal 04/03/07"

Há esperança...

Tenho para mim que a Igreja representa, para muitas das mentes arejadas que para aí semeiam ventos, o último obstáculo à afirmação de tempos de verdadeira modernidade. Obstáculo que importa, mais ou menos directamente, derrubar. E o derrube da Igreja é um passo para se amputar do coração dos homens qualquer sentimento religioso.

O certo é que temos visto frutos desse constante e laborioso esforço. A agudeza do cristianismo vem dando lugar a uma inodora e sensaborona ética social. Mesmo algum clero tem caído nesta tentação. Entendamo-nos. Para ser bom e para fazer bem aos outros não é preciso ser cristão. E também é verdade que viveríamos num mundo muito melhor se houvesse mais gente disposta a ser boa e a fazer bem aos outros. Falta dizer que não é cristão quem se abstém de ser bom e de fazer bem aos outros. Portanto, não é por aqui que o cristianismo (e o espírito religioso, em termos gerais) se distingue. É pelo apelo à integral, íntima, conversão. O cristianismo não é uma história, uma teoria ou uma filosofia. É um encontro. Um encontro com um Deus que não pretende apenas que sejamos bons e que façamos bem aos outros. É um encontro com um Deus que quer apenas que nós O amemos sobre todas as coisas. E que o vejamos a Ele em cada um dos que nos rodeiam.

Estou neste momento em África. Quando vejo o Ocidente convencidíssimo da sua auto-suficiência e crente na omnipotência dos homens, surpreendo-me com a vitalidade e com a alegria da Fé que aqui se vive. Afinal, há Esperança!

sexta-feira, fevereiro 02, 2007

OLHOS EM BICO

O Ministro Pinho da Economia esticou-se. Mais uma vez.
A acompanhar a comitiva portuguesa à China, Manuel Pinho apelou ao investimento chinês em Portugal, acenando com os nossos baixos salários. Muito embora duvide que tal argumentção tenha êxito num país onde os salários são substancialmente inferiores aos nossos, a verdade é que a mesma é insustentável e deve ter feito corar o nosso Primeiro.
Ao contrário daquilo que tem sido dito por essa blogosfera fora, Manuel Pinho não podia, ou melhor não devia, ter dito o que disse. Com efeito, apesar de corresponder à verdade, não me parece que os salários baixos sejam uma opção política do Governo socialista, sendo imoral a sua invocação pública para efeitos de potenciais investimentos.
Diferente seria se o Governo tivesse assumido a aposta em manter os salários baixos, de forma a captar investimento estrangeiro. Não o tendo feito, parece-me, no mínimo, terceiro mundista o aproveitamento de tal facto.

quinta-feira, fevereiro 01, 2007

Mataram El-Rei: Mataram o meu Filho"



Faz hoje 99 anos que a cambada assassinou o Rei D. Carlos e o jovem Príncipe Real. Porque a verdade não muda, respigo aqui o texto que o MSN postou há um ano.
"Imediatamente depois do Buíça começar a fazer fogo saiu de debaixo da Arcada do Ministério um outro homem que desfechou uns poucos de tiros à queima-roupa sobre o meu Pai; uma das balas entrou pelas costas e outra pela nuca, que O matou instantaneamente. Que infames! para completarem a sua atroz malvadez e sua medonha covardia fizeram fogo pelas costas. Depois disto não me lembro quase do resto: foi tão rápido! Lembra-me perfeitamente de ver a minha adorada e heróica Mãe de pé na carruagem com um ramo de flores na mão gritando àqueles malvados animais, porque aqueles não são gente «infames, infames».A confusão era enorme. Lembra-me também e isso nunca poderei esquecer, quando na esquina do Terreiro do Paço para a Rua do Arsenal, vi o meu Irmão em pé dentro da carruagem com uma pistola na mão. Só digo d'Ele o que o Cónego Aires Pacheco disse nas exéquias nos Jerónimos: «Morreu como um herói ao lado do seu Rei»! Não há para mim frase mais bela e que exprima melhor todo o sentimento que possa ter.Meu Deus que horror! Quando penso nesta tremenda desgraça, ainda me parece um pesadelo!Quando de repente já na Rua do Arsenal olhei para o meu queridíssimo Irmão vi-O caído para o lado direito com uma ferida enorme na face esquerda de onde o sangue jorrava como de uma fonte! Tirei um lenço da algibeira para ver se lhe estancava o sangue: mas que podia eu fazer? O lenço ficou logo como uma esponja.No meio daquela enorme confusão estava-se em dúvida para onde devia ir a carruagem: pensou-se no hospital da Estrela, mas achou-se melhor o Arsenal. Eu também, já na Rua do Arsenal fui ferido num braço por uma bala. Faz o efeito de uma pancada e um pouco uma chicotada: foi na parte superior do braço direito.Agora que penso ainda neste pavoroso dia e no medonho atentado parece-me e tenho quase a certeza (não quero afirmar porque nestes momentos angustiosos perde-se a noção das coisas) que eu escapei por ter feito um movimento instintivo para o lado esquerdo."
O Regicídio visto por D. Manuel II
MSN em 2/01/2006 01:19:00 AM
O Sim doce de Sócrates
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