terça-feira, fevereiro 27, 2007

As lições de Anita


O Prof. Anacleto desenvolveu uma relação estranhíssima com o fenómeno político. Anda há mais de 30 anos a pregar as virtudes da esquerda moderna. Aquela que supostamente ele, há mais de 30 anos, tão bem representa. 30 anos é muito tempo. Mais de 30 anos é mais tempo ainda. Pelos vistos, a esquerda moderna do Prof. Anacleto é a única coisa que desde os calores de setenta conseguiu a dupla proeza de não ter essencialmente mudado e de não ter prescrito. Não mudou em termos essenciais, mas, para desgraça de nós todos, inchou. E o inchaço, como é bom de ver, é reflexo aflitivo de uma qualquer infecção. 30 anos é mesmo muito tempo. E todas as drogas, mesmo as que não são sujeitas a receita médica, têm prazo de validade. Tomar pílulas milagrosas com mais de 30 anos... é perigoso… pode ser tiro e queda.

O Prof. Anacleto, que insiste em adoptar aquela postura doutoral a que, de resto, tem direito, recebeu agora uma lição da Anita de Salvaterra. Curiosamente, uma lição que constava já, com grande destaque, do Manual por onde ele estudou. O poder não faz bem. Corrói. Corrompe. Destrói a credibilidade da doce irresponsabilidade. Depois de Salvaterra, a última coisa que o Prof. Anacleto pretenderá é ganhar o que quer que seja. É muito mais fácil andar de indicador em riste. Mais fácil e mais rendoso. A estratégia da derrota é o seu seguro de vida político. Quando os outros ganharem, é ele que vence. Foi a Anita de Salvaterra que lhe mostrou isto. O poder, de facto, não faz bem. Bom, bom é a doçura da irresponsabilidade. Aquela que é moderna há mais de 30 anos.
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