segunda-feira, março 31, 2008

Pensamentos do Dalai Lima [[[[[[[[*]]]]]]]]]]


ASAE invade igreja
à procura de beatas.

Cristiano Ronaldo, anteontem, contra o Aston Villa

Melhor que o golo só mesmo os comentários. Muito aconselhável.

"democracy at work in Zimbabwe"

With 24 of the 210 parliamentary seats so far declared, the MDC and Zanu-PF had both won 12 constituencies, the Zimbabwe Electoral Commission announced to reporters at its Harare headquarters. (the times)
Mais desenvolvimentos, aqui.

fnv à presidência (se o Filipe se candidatar, juro que pago as quotas em atraso)

"STASIS BENFIQUISTA:
1) O Benfica sempre na linha da frente da inovação organizacional: temos um director desportivo que é o melhor jogador da equipa e um presidente que nem conhece as regras do jogo.
2) Não me interessa quem vem para o ano, interessa-me quem sai: a começar pelo topo.
3) Proponho que o Benfica não tenha treinador para o ano. Se é para vir um Queirós, um Heynckes ou um Fernando Santos, então que se organize uma poule entre o público para definir a linha.
4) De qualquer modo não há ninguém que eu deteste ao ponto de o querer ver treinar o Luís Filipe."

separados à nascença




barbarian corner aka cantinho dos bárbaros

As principais notícias notícias do Norte da Europa podem ser lidas aqui (1), (2), (3), (4), (5), (6), (7), (8), (9), (10), (11) e (12). Em actualização permanente.

não dá para fazer um referendo?

A Ministra da Saúde disse hoje que a cesariana a pedido da grávida não pode ser implementada no SNS. Argumentou que a cesariana é um acto médico que deve ser decidido por médicos. Garantiu que no SNS não há medicina a pedido. Podia ter acrescentado: a pedido só mesmo o aborto. (João Miranda)

cuba libre

Depois dos telemóveis e micro-ondas, ouvi hoje na TSF que Raúl Castro decidiu agora acabar com a proibição dos cubanos frequentarem os hotéis existentes no país. Notícia também no Público.

O Iraque, Pacheco Pereira e o politicamente correcto



Hoje tiro o meu chapéu a Pacheco Pereira que, coerentemente e com base nos factos e não nas opiniões dominantes ou na prosa fácil tipo Sousa Tavares, recusa-se a aceitar as verdades impostas pela opressão socialista que domina as nossas sociedades. Sendo ele um homem de esquerda, dos poucos que se dão ao respeito, aqui fica a minha admiração.

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sexta-feira, março 28, 2008

APRITEL diz que telecomunicações não são alvo de diploma sobre concorrência desleal

A APRITEL diz que telecomunicações não são alvo de diploma sobre concorrência desleal

Até onde é que pode ir a pouca-vergonha das empresas portuguesas que se estão perfeitamente a borrifar para as leis?

A APRITEL expressou em comunicado algumas considerações acerca do Decreto-lei 57/2008 sobre concorrência desleal e que levou à publicação de notícias sobre a taxação das chamadas móveis ao segundo, com a limitação dos arredondamentos das chamadas.

No entender da Associação dos Operadores de Telecomunicações, o diploma é "vocacionado para outros sectores de actividade, não visando impor aos operadores de comunicações electrónicas, e aos consumidores clientes do sector, qualquer alteração às actuais ofertas comerciais".

Com o intuito de acabar com as especulações e dúvidas levantadas no mercado ao longo do dia de ontem, a APRITEL frisou o impacto que este sector tem na economia, assim como as vantagens significativas que a concorrência acentuada entre operadores tem trazido para o consumidor português, nomeadamente através dos diferentes planos de preços oferecidos por cada empresa, todos com "preços ao nível dos melhores da Europa".

No mesmo comunicado, a associação refere que "o aperfeiçoamento da oferta levou a que os operadores pratiquem unidades de tarifação diversificadas, sofisticadas e reduzidas (minuto seguido de fracções de minuto, unidades para SMS ou MMS, ou Megabit, …), em particular se comparadas com a prática noutros sectores de actividade" e que os tarifários em vigor são "transparentes, amplamente divulgados aos clientes e conhecidos por estes, não suscitando quaisquer dúvidas quanto à sua duração e ao preço final a pagar".

Posto isto, a APRITEL considera que "seus Associados continuarão […] a procurar enriquecer e sofisticar as suas ofertas comerciais e, em particular, os seus modelos tarifários" e salienta que "o ruído criado acerca de uma hipotética proibição não encontra nenhum fundamento na directiva agora transposta".

Já ontem o TeK tinha confirmado junto das operadoras que não se prvia nenhuma alteração ao sistema de tarifação das chamadas a partir de dia 1 de Abril.


Se quando eu compro 1,33 kg de cerejas pago 1,33 kg de cerejas, porque carga de água se permite às operadoras cobrar tarifas ao minuto e pôr tarifários tão complexos que nunca é possível comparar, para uma verdadeira e sã concorrência? E depois ainda fazem de nós parvos a dizer que essa panóplia de ofertas é para nosso bem.
Se houvesse um só plano tarifario uniforme, taxado ao segundo, os preços viriam de facto por aí abaixo até estarem próximo do preço de custo. Isso sim era concorrência. Assim, é só fachada.

Istambul faz hoje 68 anos


Em 657 a.C. havia uma localidade no sítio da actual Istambul que foi colonizada pelos Gregos que a chamaram de Bizâncio, em honra do seu líder Byzas.
Quando os Romanos conquistaram a Grécia, Bizâncio tornou-se uma cidade livre, mas subordinada de Roma.
Em 324,d.C., após uma batalha, o imperador romano Constantino pernoitou uma noite em Bizâncio, durante a qual terá tido o sonho de transformar a cidade.
Após de 6 anos de obras que mais que triplicaram o tamanho da cidade, o imperador inaugurou a sua cidade, Constantinopla, substituindo Roma como capital do império. Assim, "durante 1599 anos, 10 meses e 17 dias", a antiga Bizâncio chamou-se Constantinopla, em honra do primeiro imperador Romano cristão.
Durante longos séculos, foi a maior cidade do mundo, mas não resistiu à invasão turca de 1453. Mesmo assim, o nome manteve-se, até que neste dia em 1930, Kemal Ataturk terá decidido alterar o nome da milenar cidade para "Istambul, expressão de origem grega eis tem pólin, que significa “na cidade”.
Hoje parece que já não resta nenhum vestígio de Bizâncio, e “a única recordação de Constatino Magno é a coluna epónima em pórfiro calcinado que ainda atrai os olhares dos turistas”.
E assim se mantém, na minha opinião, a única razão pelo qual se pode afirmar que a Turquia é um país ocidental e europeu…
Citações retiradas do livro "365 Histórias da História"

são rosas, senhor

O primeiro-ministro afirmou hoje que uma descida de impostos é sempre desprezível para quem é rico mas não para quem é pobre, garantindo que a redução do IVA terá efeitos benéficos na economia, nos preços e nas expectativas. (Público)
Não deixa de ser curioso que, com o aproximar das eleições, a rosa se transforme em punho fechado. É o cerrar das fileiras, o apelo sem vergonha a um eleitorado tantas vezes ignorado durante a legislatura.

Ingrid Betancourt

El presidente colombiano, Álvaro Uribe, ha autorizado hoy la excarcelación de rebeldes de las FARC a cambio de la puesta en libertad de las personas que esta guerrilla mantiene como rehenes, entre ellas la ex candidata presidencial Ingrid Betancourt, cuyo estado de salud ha motivado en último término esta decisión. (El Pais)

IPA 29


ataque em Jerusalém

Há semanas, um palestiniano entrou numa escola em Jerusalém e disparou indiscriminadamente contra os estudantes que, na altura, se encontravam a rezar. Provocou 8 mortos e diversos feridos. Este vídeo foi agora divulgado, contendo algumas fotografias na sequência do ataque.

Pensamentos do Dalai Lima qpqpqpqpqpqpqp



Governo agiliza
divórcio de solteiros.

quinta-feira, março 27, 2008

FITNA

Fitna, o filme da polémica, do deputado holandês Geert Wilders, está já online, aqui. Deixo as considerações a quem quiser perder 15 minutos a vê-lo. Faço notar, porém, que os filmes ou documentários manipulados não constituem novidade. Para os mais esquecidos, lembro o loose change, o qual, ao contrário do Fitna, cuja distribuição e transmissão foi recusada pelos distribuidores e televisões, teve direito a transmissões televisivas por esse mundo fora.
Actualização: no norte da Europa, a notícia é 1.ª página em diversos jornais online.

Sempre Eça

O país perdeu a inteligência e a consciência moral.
Os costumes estão dissolvidos, as consciências em debandada, os caracteres corrompidos.

A prática da vida tem por única direcção a conveniência.
Não há princípio que não seja desmentido.
Não há instituição que não seja escarnecida.
Ninguém se respeita.
Não há nenhuma solidariedade entre os cidadãos.
Ninguém crê na honestidade dos homens públicos.
Alguns agiotas felizes exploram.
A classe média abate-se progressivamente na imbecilidade e na inércia.
O povo está na miséria.
Os serviços públicos são abandonados a uma rotina dormente.
O Estado é considerado na sua acção fiscal como um ladrão e tratado como um inimigo.
A certeza deste rebaixamento invadiu todas as consciências.
Diz-se por toda a parte: o país está perdido!

"As Farpas", 1871.

POVO

No Tribunal do Trabalho de Vila Franca de Xira (sim, o que um tipo tem de fazer para ganhar a vida), hoje de manhã, um grupo de populares que aguardava por testemunhar num qualquer processo, fazia o seu próprio julgamento da criatura que na semana passada apareceu tresloucada no youtube a tentar arrancar o seu telemóvel à professora. A maioria condenou a miúda pelos seus actos, com excepção de uma mãe que, em sua defesa, alegou "que era necessário perceber que para muitos miúdos o telemóvel era uma extensão dos seus próprios membros". Após uma pausa dos restantes, que atribuí a incompreensão, a discussão acabou por morrer passado pouco tempo. No fundo, a mãe, que fez de advogada do diabo naquela discussão, concluiu que a professora que tirou o telemóvel da sua aluna a havia amputado. Ora, se eu fosse advogado da miúda no tribunal de menores a que a querem sujeitar, apressava-me a tentar encontrar a defensora da tese da amputação. Pode ser que pegue.

Isto em princípio é que o Paulo Portas é um burro, autenticamente - um jornalista!

Serviço Público

Como não podia deixar de ser, a gasolina em Portugal é das mais caras da Europa. Tanto antes como depois dos impostos, que não são poucos, e o que é que o PM decide fazer? Baixar o IVA, em 1%... Realmente também se aplica à gasolina, mas pouco ou nada vai aliviar a enorme carga fiscal que atrofia a economia nacional, e que se chama imposto sobre produtos petrolíferos – ISPP, essa verdadeira mina para o Estado, como muito bem refere o Henrique Burnay.
Assim, enquanto os sucessivos governos nos roubam a torto e a direito, e neste caso concreto não baixam o ISPP, descobri este site, um verdadeiro serviço público, onde os automobilistas indicam os postos de abastecimento que, de Norte a Sul, praticam preços mais baixos.

Ainda a cena marada da ESCM!

Finalmente consegui ver aqui as imagens da famosa cena na Escola Secundária Carolina Michaelis.
E não resisto a comentar porque esta história é toda ela fabulosa!

Uma professora que permite que os telemóveis estejam ligados durante uma aula de francês, para os alunos ouvirem música. Onde terá ela aprendido o que quer que seja…?
Uma Mãe que liga para a filha no decorrer de uma aula. Grande exemplo.
A rapariga que mostra um desrespeito pela professora, mais velha e (suposta) autoridade dentro da sala, provavelmente em linha com o que lhe é exigido em casa.
Um colega que não se lembra de nada melhor do que filmar e publicar a cena deplorável. Talvez uma dose de vergonha não lhe fizesse mal.
E no fim das contas, transferem-se os miúdos de escola. À laia de castigo? Ou de segregação?
Que tal se os pusessem a fazer trabalhos cívicos durante uns tempos e, obviamente, proibissem ambos (ou mesmo todos!) de ter o telemóvel ligado durante a aula?
Proibir, sim, PROIBIR! Já passaram mais de 30 anos sobre o a peregrina ideia de que “é proibido proibir”. Não é moderna.

Acabe-se com o casamento! E com os contratos!

A agenda dos políticos anda animada. Ainda não havíamos digerido a prebenda da redução do IVA e somos agora brindados com mais um capítulo da saga «A Revolução dos Costumes». Neste episódio, o BE, quero dizer, o PS promete acabar com o divórcio litigioso. Não me parece mal. Acabe-se com tudo quanto seja litigioso. O litígio é intrinsecamente mau. É altercação. Dissídio. Conflito. Desordem. Disputa. Confronto. Antagonismo. Bem andam os nossos políticos quando se preocupam com a paz. A paz no mundo começa em nossas casas. E a paz constrói-se com o fim da guerra. Promovendo-se o ocaso do "litigioso", franqueiam-se as portas ao florescimento radioso do "amistoso". E isso é que é bom.
Contudo, importa ir mais longe. A verdadeira fonte do litígio não é tanto o divórcio. É o que está a montante dele: o próprio casamento. A padralhada andou a convencer-nos de que o casamento era um sacramento. Foi preciso virem os libertários iluminados dizer que não. Que era um contrato. O Código Civil - mas ainda não o Canónico - estabelece o casamento como um contrato. Um contrato, ou seja, um negócio jurídico bilateral. Com dois intervenientes (e porque não 3 ou 4? Malandros! ou porque não só 1? Por que carga de água não me posso casar comigo mesmo? se até já há sociedades unipessoais???) De sexo diferente (cambada de sexistas castradores das legítimas aspirações contratuais dos cidadãos!). Como se vê, o casamento é uma instituição potenciadora de conflitos. De sacramento a contrato. Agora de contrato a coisa nenhuma. A deputada Helena Pinto, com aquele ar esclarecido que o Criador lhe estampou na cara, tem toda a razão. Era o que faltava que um dos cônjuges (tecnicamente também chamados "contraentes") pudesse impor ao outro (tecnicamente "contraparte") a manutenção do casamento (tecnicamente "contrato"), unilateralmente (vulgarmente "porque lhe dá na bolha"!). Isso de dar a uma das partes de um contrato o direito de impor o seu cumprimento à contraparte ou de extrair consequências do seu incumprimento é uma coisa do além!!! Isso mesmo, Helena. Era o que faltava! Tens toda a razão! Não te esqueças de explicar isso aos sindicatos e aos tribunais de trabalho, também. Temo que eles não percebam, coitados.
Daniel Oliveira, quando fores definitivamente absolvido avisa. Gostava de poder chamar "palhaços" a uns tantos deputados... e deputadas.

OL 2008 - Dalai Lama

Se quiser saber o que pensam os dinamarqueses sobre o eventual boicote aos Jogos, é só ver aqui.

Hillary in Tuzla: The Tale of Bosnian Sniper Fire (TRAILER)

Quem não tem acompanhado as primárias norte-americanas, provavelmente não saberá, mas Hillary, à semelhança de McCain, é também um heroína de guerra (ou será viciada em heroína!?).

quarta-feira, março 26, 2008

sobre boicotes

Este texto do Gabriel, bastante certeiro, padece de um vício de raciocínio. É que os Jogos são em si mesmo um acontecimento político, para mais organizados pela China. Esta é a 1.ª a tirar benefícios políticos da sua realização. Quer, pois, parecer-me que pretender proibir ou condicionar manifestações políticas contra o regime, alegando nomeadamente que a carta olímpica o não permite ou que as mesmas serão irrelevantes porque nada alteram, é fazer a vontade às autoridades chinesas, as quais confiam na apatia ocidental e no espírito desportivo para marcar pontos, quer do ponto de vista político, quer do ponto de vista económico. Boicote-se, pois, que não através do absentismo. O Adelino Gomes dá algumas ideias no Público de hoje.

para inglês ver

É evidente que um processo no Tribunal de Menores não vai servir de nada. O problema da criatura é estrutural. A ausência de umas chapadas bem dadas não se resolve com o paternalismo de um qualquer juiz. Mais, a inoperância amplamente reconhecida ao nosso sistema judicial servirá neste caso como rastilho para que comportamentos idênticos ocorram. No fim das contas, as carências afectivas, e outras, de muitas das nossas criancinhas são mais do que compensadas com o palco que situações como esta fornecem.

Amy Winehouse nude

Não, esta não é a forma como Amy Winehouse se vai apresentar no Rock in Rio de Lisboa. Ao que parece, trata-se de uma fotografia tirada para a revista Easy Living no âmbito de uma campanha que visa prevenir o cancro na mama.

Pensamentos do Dalai Lima mmmmmmmmmmmm


Hey, kids, leave them teachers alone!

barbarian corner aka cantinho dos bárbaros

Esta será uma rúbrica, sem periodicidade definida, que visa dar conta do acontecimentos de maior relevo ocorridos na escandinávia (não, não vamos fazer qualquer tese de doutoramento sobre suicídios em massa). A intenção, como é bom de ver, é aumentar as visitas desta nossa casa, correspondendo, por outro lado, aos anseios dos bárbaros que nos vão visitando.
Neste primeiro post, terei de falar na derrocada de um prédio novo, ocorrida hoje na Noruega, a qual provocou diversos feridos e, presumivelmente, 5 mortos. A notícia pode ser acompanhada no dn (e aqui), dagbladet, svd ou no hs. Já o politiken dinamarquês prefere dar destaque a uma notícia qualquer sobre o google, a qual, como é óbvio, não fazemos a mímina ideia do que tratará.
Actualização: afinal, o politiken também tem uma notícia sobre a derrocada, aqui. E outra, sobre uma notícia completamente diferente.

energias renováveis


Daqui a uns tempos, caso vingue a proposta para instalar um parque eólico em mar português, esta será uma das paisagens prováveis. (imagem daqui)

blond girl in West Africa

Paris Hilton, em visita à África do Sul, afirma gostar muito de West Africa: "I love Africa in general — South Africa and West Africa, they are both great countries."

terça-feira, março 25, 2008

balls

Sarkozy endureceu as críticas a Pequim e admitiu, pela primeira vez, a realização de um boicote aos jogos olímpicos. Folgo em saber que ainda há quem os tenha no sítio. A propósito, alguém sabe o que pensa Sócrates sobre este assunto?

ups

Pentagon Admits Mistaken Arms Parts Shipment (WP)
Ao que parece, a ideia era enviá-los para a Coreia do Norte...

A Message from John Cleese

To the citizens of the United States of America:
In light of your failure to nominate competent candidates for President of the USA and thus to govern yourselves, we hereby give notice of the revocation of your independence, effective immediately.
Her Sovereign Majesty Queen Elizabeth II will resume monarchical duties over all states, commonwealths, and territories (except Kansas , which she does not fancy).
Your new prime minister, Gordon Brown, will appoint a governor for America without the need for further elections.
Congress and the Senate will be disbanded.
A questionnaire may be circulated next year to determine whether any of you noticed.
To aid in the transition to a British Crown Dependency, the following rules are introduced with immediate effect:
---
You should look up 'revocation' in the Oxford English Dictionary.
1. Then look up aluminium, and check the pronunciation guide. You will be amazed at just how wrongly you have been pronouncing it.
2. The letter 'U' will be reinstated in words such as 'favour', "humour", "lanour" and 'neighbour.' Likewise, you will learn to spell 'doughnut' without skipping half the letters, and the suffix -ize will be replaced by the suffix -ise. Generally, you will be expected to raise your vocabulary to acceptable levels. (look up 'vocabulary').
3. Using the same twenty-seven words interspersed with filler noises such as 'like' and 'you know' is an unacceptable and inefficient form of communication. There is no such thing as US English. We will let Microsoft know on your behalf. The Microsoft spell- checker will be adjusted to take account of the reinstated letter 'u' and the elimination of -ize. You will relearn your original national anthem, God Save The Queen.
4. July 4th will no longer be celebrated as a holiday.
5. You will learn to resolve personal issues without using guns, lawyers, or therapists. The fact that you need so many lawyers and therapists shows that you're not adult enough to be independent. Guns should only be handled by adults. If you're not adult enough to sort things out without suing someone or speaking to a therapist then you're not grown up enough to handle a gun.
6. Therefore, you will no longer be allowed to own or carry anything more dangerous than a vegetable peeler. A permit will be required if you wish to carry a vegetable peeler in public.
7. All American cars are hereby banned. They are crap and this is for your own good. When we show you German cars, you will understand what we mean.
8. All intersections will be replaced with roundabouts, and you will start driving on the left immediately. At the same time, you will go metric - without the benefit of conversion tables. Both roundabouts and metrication will help you understand the British sense of humour.
9. The Former U.S.A. will adopt UK prices on petrol (which you have erroneously been calling gasoline)-roughly $6/US gallon. Get used to it.
10. You will learn to make real chips. Those things you call French fries are not real chips, and those things you insist on calling potato chips are properly called crisps. Real chips are thick cut, fried in animal fat, and dressed not with catsup but with vinegar.
11. The cold tasteless stuff you insist on calling beer is not actually beer at all. Henceforth, only proper British Bitter will be referred to as beer, and European brews of known and accepted provenance will be referred to as Lager. South African beer is also acceptable as they are pound for pound the greatest sporting Nation on earth and it can only be due to the beer. They are also part of British Commonwealth - see what it did for them.
12. Hollywood will be required occasionally to cast English actors as good guys. Hollywood will also be required to cast English actors to play English characters. Watching Andie McDowell attempt English dialogue in Four Weddings and a Funeral was an experience akin to having one's ears removed with a cheese grater.
13. You will cease playing American football. There is only one kind of proper football - you call it soccer. Those of you brave enough will, in time, be allowed to play rugby (which has some similarities to American football, but does not involve stopping for a rest every twenty seconds, calling for a tweebie "free catch", or wearing full kevlar body armour like a bunch of nancies). Don't try Rugby - the South Africans and Kiwis will thrash you, just like they regularly thrash us.
14. Further, you will stop playing baseball. It is not reasonable to host an event called the World Series for a game which is not played outside of America . Since only 2.1% of you are aware that there is a world beyond your borders, your error is understandable. You will learn cricket, and we will let you face the South Africans first to take the sting out of their deliveries.
15. You must tell us who killed JFK. It's been driving us mad.
16. An internal revenue agent (i.e. tax collector) from Her Majesty's Government will be with you shortly to ensure the acquisition of all monies due (backdated to 1776).
17. Daily Tea Time begins promptly at 4 pm with proper cups, never mugs, with high quality biscuits (cookies) and cakes; and, of course, strawberries in season.
God save the Queen.
Only He can.
John Cleese
(recebido por e-mail)

Inventem-se novos... transportes!

Há alturas em que a Lei nos atropela. Desde quando é que se é criança até aos 16 anos? Aos 16 anos já se pode trabalhar, tirar carta de mota, mas ainda se é abrangido (Pedro, é uma boa palavra) por esta lei. A "malta" sai para uma visita de estudo, mas tem de ir num autocarro xpto que obedeça a todas as condições tipo-ASAE (e tem sorte se escapar à "cadeirinha"). No regresso podem ir para o cinema aos saltos num autocarro-quase-sucata, mas da escolinha só saem dois a dois em fila indiana. Não há quem ature tanto paternalismo. 16 anos!!!

(também postado aqui)

Clinton tale

Com emoção, Hillary contou há dias como foi uma viagem que fez em 1996 à Bósnia, relatando as difíceis condições em que aterrou em Tuzla, debaixo do fogo cerrado de snipers. Num rigoroso exclusivo dos incontinentes verbais, descobrimos o vídeo que o comprova, aqui. Para os nossos leitores dinamarqueses, aqui fica toda a história.
Actualização: após várias queixas, deixamos aqui a história para os nossos leitores suecos.
Actualização (2): também para os suecos, deixo-vos, em alternativa, o mais recente escândalo a envolver Sarkozy, aqui.
Actualização (3): venham os bárbaros em peso. Desta feita, os noruegueses.

ler os outros - com a devida vénia

"Na Índia existe uma espécie de infra-casta que é designada profissionalmente por recolectores. Os recolectores andam pelas ruas, com umas cabaças à cabeça, e dedicam-se a - como o nome indica - "recolher" os dejectos que as castas mais elevadas aliviam ao ar livre. Faça chuva ou sol, os recolectores lá vão, na sua azáfama diária, com aquilo com que ganham o ordenado e que, em dias de tempestade, acaba por lhes escorrer pela cara abaixo. O governo português e a Ordem dos Advogados criaram a sua pequena "casta" de recolectores, desta feita de multas. Depois de ter desbaratado a defunta DGV, o governo percebeu que andava a perder dinheiro com multas enfiadas em processos que pararam. Com o concurso da Ordem, trinta e dois advogados vão "separar um mínimo de 1000 processos por dia, e fazer pelo menos 30 propostas de decisão diárias", sendo cada proposta "paga a 1,67 euros e cada lote de processos separados vale 50 euros." Se um jurista recolector cumprir um daqueles objectivos ganha no fim do mês cerca de 1050 euros. Sobre isto incidem os habituais descontos legais. Candidataram-se a esta edificante tarefa, para já, cerca de setecentos advogados. Considero que a profissão de advogado possui uma dignidade específica, inconfundível com esta bizarra "missão", tipicamente estadual, de evitar que multas, cuja legalidade na sua emissão é muitas vezes duvidosa, prescrevam. Todavia, no país das "novas oportunidades", em que tudo está a ficar cada vez mais insuportável, tudo é possível. Por isso não admira que os "mais qualificados" acabem a apanhar a porcaria dos outros." (João Gonçalves)

não há direito

"O Tribunal de Instrução Criminal (TIC) do Porto decidiu hoje que o presidente do FC Porto, Jorge Nuno Pinto da Costa, vai a julgamento no âmbito do processo Apito Dourado relativo ao jogo Beira-Mar/Porto, na época 2003/2004." (Público)
Como é que é possível tamanha desfaçatez com "simplesmente o maior português vivo"?

concorrência desleal

Insisto. Alguém me sabe dizer se a Autoridade da Concorrência foi consultada acerca do dumping acordado entre o Estado e a Ordem dos Advogados para evitar a prescrição das multas de trânsito?

é fazer as contas

Ainda sobre os 1,67 euros por proposta de decisão, é fácil de concluir que a taxa horária dos advogados é agora mais baixa do que a dos arrumadores.

Esqueletos no armário

O novo Governador de Nova Iorque pensa certamente que mais vale prevenir que remediar. Não vá o diabo tecê-las... é melhor contar tudo quanto antes!

Paul Newman

Trinta e dois advogados começam hoje a trabalhar na Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) para tentar evitar a prescrição de milhares de processos de contra-ordenação. Pela frente têm uma tarefa árdua: separar um mínimo de 1000 processos por dia, e fazer pelo menos 30 propostas de decisão diárias. Cada proposta é paga a 1,67 euros e cada lote de processos separados vale 50 euros. Se um jurista cumprir um daqueles objectivos ganha ao final do mês cerca de 1050 euros. (Público)

Pensamentos do Dalai Lima IRSSSSSSSSSSSSSS

Fisco esclarece novos procedimentos fiscais nos casamentos: se a noiva denunciar quem lhe ofereceu o vestido, não tem de dormir a primeira noite com o Director-Geral dos Impostos.

Na Irlanda pode dizer-se "Não!"


Rapto da Europa (25)

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"e tu Manuela, quanto ganhas?"

O João Gonçalves e o Tomás Vasques não terão compreendido o essencial das críticas à actuação das finanças. Não está em causa o combate à evasão fiscal mas sim o método utilizado. É que se a ideia é "catar" os fotógrafos, costureiras, dj's e quintas que fornecem bens ou prestam serviços, porque raio se vai atrás dos noivos com perguntas idiotas e ameaças de coimas?

segunda-feira, março 24, 2008

Timor

A propósito disto, alguém ouviu ou leu o que tem a dizer o governo português sobre o assunto? Depois da forma como as autoridades portuguesas (não) receberam o Dalai Lama aquando da sua última visita a Portugal, não seria de esperar por muito mais. Ainda assim, é triste perceber que, quem como Portugal, andou a mendigar por esse mundo fora por solidariedade para com o povo timorense, fique mudo e quedo quando se fala no Tibete. Vergonhoso, de facto.

Antão?

É evidente que a actuação das Finanças no que respeita ao recém-casados é pouco mais que absurda, mas quer parecer-me que as ideias e acusações do PSD, governo até há 3 anos atrás, no sentido da tributação indirecta dos prestadores de serviços, não passam de reacção. Ou será que o problema da fuga ao fisco da indústria do casamento é um problema novo?

R.E.M. - Supernatural Superserious

Do novo album "Accelerate", à venda já a partir de 1 de Abril.

NÚMEROS CURIOSOS - Música

48%

Percentagem de teenagers americanos que não compraram um único CD em 2007
(38% em 2006)

NÚMEROS CURIOSOS - Música

29.000.000

Número de americanos que em 2007 compraram legalmente música online (+21% que em 2006)

evangelização

É com espanto e alegria incontida que se é confrontado pela empregada doméstica, com sotaque brasileiro e sem confissão assumida, acerca da possibilidade de não trabalhar no dia 25 de abril para ir a Fátima.

um ligeiríssimo pormenor, diga-se

O secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Carlos Lobo, reconheceu hoje que os pedidos de informação a contribuintes recém-casados exigidos por algumas direcções distritais de Finanças são “excessivos” e que vão ser “corrigidos”. O governante declarou hoje, em reacção à notícia do PÚBLICO, que “não nega que houve algum abuso” nos pedidos de informação relativos aos custos de festas de casamento, acrescentando que nesses pedidos “faltou acrescentar” que a informação “era de ordem facultativa”. (Público) - sublinhado meu.

e a cor da lingerie da noiva, não interessa?

Nas cartas agora enviadas, destaca-se, no entanto, o pormenor e a extensão das questões colocadas aos noivos, que se vêem mesmo obrigados a prestar a informação sobre se existiu, ou não, outro casamento ou outro evento no mesmo dia e lugar que o seu. O pedido de informações vai, no entanto, a inúmeros outros detalhes. Qual o número de convidados adultos e crianças e quanto foi o valor cobrado por cada um deles; se o vestido de noiva, por exemplo, foi oferecido e, se sim, por quem, e quanto pagou o oferente. O fisco quer ainda saber como foram pagos os diversos serviços prestados, como o copo-d´água: por cheque? Se a resposta for positiva, qual a data do cheque, o banco e o seu número. E se o pagamento foi feito, por exemplo, de forma parcelar com cheques pré-datados, então, os noivos devem ainda identificar cada um dos cheques e, se possível, enviar fotocópias dos mesmos. (Público)

quid iuris: e se o casamento não tiver sido consumado, persiste a obrigação de informação?

A Direcção-Geral de Impostos (DGCI) está a enviar cartas a contribuintes recém-casados pedindo que estes respondam, ao abrigo do dever de colaboração com a administração fiscal e no prazo de 15 dias, a um vasto conjunto de informações relacionadas com a realização do seu casamento. Caso não o façam dentro do período temporal estabelecido, são ameaçados com a instauração de um processo de contra-ordenação fiscal punível com uma coima que varia entre os 100 e os 2500 euros. (Público)

NÚMEROS CURIOSOS - Suicídio

90%

Percentagem de pessoas impedidas de saltar da ponte Golden Gate,
que ainda estão vivas ou morreram de causas naturais.

NÚMEROS CURIOSOS - Suicídio

1.269

Número de suicídios da Golden Gate (S. Francisco, USA) desde 1937
(o município tem vindo a considerar várias opções de segurança, nomeadamente uma rede para "apanhar" os saltadores, apesar das preocupações estéticas de alguns em relação à ponte...)

Religião e praça pública

Como desde há muito vem sendo denunciado ...


In Expresso, 21 de Março de 2008
João Carlos Espada


Creio que a tentativa de exclusão da religião da praça pública exprime um impulso autoritário e antiliberal. Boa Páscoa


Na passada terça-feira, tive o grato prazer de rever o meu amigo Vicente Jorge Silva - que, em 1981, primeiro me convidou a escrever no Expresso. O reencontro deveu-se a Teresa de Sousa e ao seu agradável programa televisivo ‘Clube de Imprensa’, na RTP 2, para o qual convidou também o padre Peter Stilwell.

O tema foi ‘valores, religião e democracia’ e terá sido suscitado pelas recentes declarações do Presidente Sarkosy acerca do papel positivo que os valores cristãos podem ter para a democracia. Parece que o assunto provocou grande polémica em França, o que não foi o caso no nosso debate. Em boa verdade, penso que a controvérsia francesa exprime o arcaísmo da cultura política gaulesa.

Que Estado e religião devem ser separados é um princípio adquirido pelas democracias liberais (ainda que em Inglaterra e na Escandinávia a liberdade religiosa tenha convivido com uma igreja estabelecida) . Mas a França tem uma interpretação peculiar dessa separação: acha que ela implica a hostilidade do Estado para com as religiões. E, em França, essa hostilidade é entendida como um princípio liberal.

Vejo com dificuldade como poderia ser liberal a hostilidade do Estado para com a religião. Se a religião for livremente escolhida pelas pessoas, e não coercivamente imposta pelo Estado, por que razão seria liberal hostilizar a religião? Por que razão deveriam ser colocados obstáculos à livre expressão religiosa na praça pública?

Suponho que haverá duas razões, nenhuma delas particularmente recomendável. A primeira consiste em confundir praça pública com Estado. Mas a praça pública não é o Estado: é um espaço informal, não centralmente organizado, de conversação interpessoal onde as pessoas e instituições cruzam argumentos rivais. Querer limitar a presença da religião na praça pública implica querer limitar a liberdade de expressão e a liberdade de consciência.

Outra hipótese consiste em atribuir à democracia e à liberdade um propósito substantivo: a modernização, ou a secularização, ou a libertação das pessoas do jugo do mito, ou da tradição, ou da religião. Não vejo nada de mal em que essa interpretação possa existir, exprimir-se e concorrer com outras. Mas já tenho sérios obstáculos a que queira adquirir estatuto constitucional. Isso equivaleria a capturar a Constituição para um ponto de vista particular - em vez de ela consagrar as regras do jogo que permitem a convivência pacífica entre diferentes pontos de vista particulares.

Em suma, creio que a tentativa de exclusão da religião da praça pública exprime um impulso autoritário e antiliberal. Boa Páscoa.

quinta-feira, março 20, 2008

NÚMEROS CURIOSOS - Moda

50%
Aumento de vendas de roupa interior Armani no Selfridges (UK)
depois do anúncio de que David Beckham apareceria no anúncio da marca

NÚMEROS CURIOSOS - Moda

2,37 kg
Peso médio de uma carteira de senhora em 2007

Pensamentos do Dalai Lima 0909090909

Arthur C. Clarke

2001-2008


quarta-feira, março 19, 2008

Porreiro Pá! Porreiro

De acordo com um estudo feito pela UBS, “Lisboa está entre as trinta cidades mais caras do mundo”, (A notícia tem link para o referido estudo).
Na mesma página, há outro link para outra notícia onde se pode ler que “Um lisboeta típico tem, em média, 44 anos, possui o ensino primário ou básico, trabalha no sector terciário e tem um rendimento médio mensal de 1.282 euros, segundo o Observatório de Luta Contra a Pobreza em Lisboa.” Não esquecer que Lisboa, e o Vale do Tejo, são a região mais rica do País…
Mas não pensem mais nisso. A UBS deve-se ter enganado. Pessoas que ganham em média ordenados desses, não podem viver numa das 30 cidades mais caras do mundo. Mas não se preocupem, que para isso temos o Governo. Não há nada para ver aqui! Façam o favor de circular...

O Baptistério da Morgada de Sintra – Capítulo II – 4ª parte



A interrogação de Doroteia, proferida com um esgar que não se sabia se de dor ou comoção, como que ecoou, repetidamente, na sua própria cabeça. Enquanto aguardava pela resposta que não vinha, sentiu a corrida rápida do Macau por entre as suas pernas. Nunca entendera por que bulas o raça do bichano se aventurava em gincanas humanamente impossíveis para chegar ao seu destino. A qualquer destino. Nunca uma tíbia e um perónio verticalmente arrumados entre um tornozelo e um joelho escaparam à felina inclinação do bicho para o atletismo. Nos Novelões sempre se orgulharam da visão aquilina do Macau. Uma bomba! Dizia-se que cheirava qualquer rato a, pelo menos, 5 jardas de distância... a não ser que o Cónego Malaquias se interpusesse entre ele e o murídeo. A sotaina deslavada, pela qual o prelado dizia ter grande afeição (por certo proporcional ao facto de não ter outra), cegava qualquer lince. Mesmo já entrado praticamente na oitava vida, o Macau não dispensava o seu exercício, agora ainda mais radical, porquanto desde o óbito do Cónego, velado com todas as honras na capela dos Novelões, não mais o odor da talar veste se desalojara das suas vítreas retinas.
- Sai, Macau! Deixa o Pai em paz! gritou Doroteia. Estava visivelmente perturbada. Sempre o gato devotara por D. Jerónimo uma fidelidade canina. Estava agora claro que até o cego animal o via. E lambia sofregamente a esfumada silhueta, agora exangue. Pálida. E à medida que Macau passava a língua por ela, mais esbatida ficava. O grito de Doroteia procurava, sobretudo, que o gato não tragasse, lambidamente, aquela paterna aparição. Que seria, o seu Pai sorvido!
- Sai Macau! que também a ti te entrego à China... Era ao som desta ameaça que todos os meninos nos Novelões eram seduzidos a comer a sopa, ou a arrumar o quarto dos brinquedos, ou a não depenar vivos os cisnes do lago. A China era uma criada que, por trabalhadeira e barata, um antigo Senhor da Casa trouxera do Oriente, quando por lá andou quase dois anos em missão que se sabia, se não secreta, seguramente sigilosa. Dela não restou coisa alguma. Nem sepultura. Só a memória da pedagogia persuasiva das suas inusitadas feições.
A nitidez de D. Jerónimo estava claramente a sofrer a erosão do bicho. Mas permanecia quedo, estático, imóvel. Branco como a cal. Porém feito de sal. Mais petrificado estava D. Jerónimo do que a mulher de Lot, à vista da destruição de Sodoma. Macau por fim lá se escapuliu, depois de ter procurado, em vão, contornar as ossadas pernilongas de D. Jerónimo. Mesmo petrificado, salinizado, era apenas fumo. Fumus salis, como diria o Cónego Malaquias. E por certo, dotado que era de uma perspicácia quase humana, o instinto privilegiado lhe teria recomendado que evitasse a ingestão excessiva de cloreto de sódio. Morrer cego, ainda vá. Hipertenso, sendo gato, é que não!
- Bernardo?! Que fazes tu aqui?!, repetiu Doroteia.
Isílio Verdasca

Religião e Ciência, Princípio, Meio e Fim

Há poucos meses houve uma conferência na Gulbenkian sobre o futuro da ciência em que alguns dos intervenientes se interrogaram sobre o que haveria ainda para o Homem conhecer. A ideia era que os avanços dos últimos anos teriam permitido dar a conhecer uma parte substancial do sector do ser humano menos compreendido, o cérebro, e do espaço que nos rodeia no cosmos. Por isso, terminadas essas tarefas haveria pouco mais para conhecer.

Pensar nisto do ponto de vista de um ateu positivista deve ser preocupante. Se não há mais para conhecer, se a ciência está a chegar ao seu limite, o que faz o Homem agora? A questão é interessante porque permite contrapôr a perspectiva perante a vida e o conhecimento do ateu positivista, ou "crente" na ciência, e do crente na religião.

Se pensarmos um pouco vemos que o conhecimento que nos é dado pela religião é mais amplo do que o permitido pela ciência, pelo menos em dois aspectos que, curiosamente, correspondem exactamente aos extremos do nosso percurso terrestre, aquilo a que se convencionou chamar vida.

No início está a origem. O "crente" agarra-se a uma teoria do "big bang" que não tenta sequer explicar de onde é que o próprio surgiu, o que é que havia antes desse suposto "big bang". O crente, por seu lado, afirma que existe Deus, o Criador.

No fim está a morte. O conhecimento procurado pelo "crente" termina nessa altura, quando as ossadas se desfazem em pó. O crente crê que existe algo após a morte que não sabe o que é mas que liga à sua origem, a Deus.

O "crente" rejeita a religião pelo que o seu conhecimento do Meio, que é muito, fica limitado entre o Princípio e o Fim. O crente aceita a ciência pelo que o seu conhecimento é ainda maior do que o do "crente", pois inclui Princípio, Meio e Fim.

Felizmente para o "crente", as conclusões na Gulbenkian foram que ainda havia muito para descobrir entre o Princípio e o Fim.

OBAMA: a more perfect union (2)

Quem não tiver paciência ou não tiver oportunidade de ver e ouvir o discurso no youtube, deixo-vos aqui o link para o discurso (em papel). Vale a pena ler.

Problemas de referência

Perante esta notícia do Público, alguns comentários.
Em primeiro lugar, o sistema de preços de referência (SPR) não "penaliza o doente". O SPR é uma alternativa ao sistema de comparticipação, em que o utente para uma percentagem do preço fixado pelo produtor, e o resto é pago pelo Estado. No SPR, o utente só paga a diferença entre o preço do medicamento que escolhe comprar e o preço de referência (que no caso português é o preço do medicamento genérico mais caro). Não percebo como é que dizem (BE e PCP) que o SPR penaliza o doente. Se o utente sai penalizado, é por uma de duas coisas - ou não quis comprar o genérico (e então não sai penalizado, porque escolheu), ou o seu médico não o deixa comprar o genérico.
Ao contrário do que se diz, a escolha não tem de ser necessariamente do médico, e é por aí que deve passar a "revolta". Porque é que não exigem a prescrição por DCI (denominação comum internacional), por exemplo? A culpa, desta vez, não é do Sistema.

Outro ponto curioso é a questão dos 60%.

"No mercado de medicamentos que têm genéricos, 60 por cento das embalagens vendidas são de medicamentos de marca, o que contribuiu para um aumento significativo da despesa dos cidadãos"(...) E "quase 60 por cento dos medicamentos têm um preço superior ao de referência."

Se 60% das embalagens são de marca, e o preço de referência é o do genérico mais caro, estranho seria que 60% dos medicamentos (que são a totalidade dos medicamentos de marca) tivesse um preço mais baixo que o genérico mais caro. Parece-me que o mais grave destes 60% não é contribuir para o aumento da despesa, mas sim não contribuir para a sua diminuição.

Por fim, mais uma vez se confirma que as mudanças administrativas nos preços não são mais do que meras operações de cosmética "para inglês ver". Melhor dizendo, para português engolir, com um pouco de água.

Etiquetas:

OBAMA: "A more perfect union"

Os detractores insistem em dizer que Obama não passa de um bom orador. A questão é que os discursos de Obama vão muito além da forma. Experimentem ouvir, de facto, o que ele diz. Vão ver que vai muito além da simples oratória. Este discurso de há 2 dias em que é abordada a questão racial é de antologia e vai muito além da discussão entre Esquerda e Direita. E embora esteja cada vez mais convencida de que Obama dificilmente ganha a eleição, a verdade é que não há muitos como ele.

spam (ao cuidado da esquerda e dos pseudo-liberais de direita)

DIVÓRCIO ELECTRÓNICO JÁ É POSSÍVEL EM PROJECTO-PILOTO
(...)
O Divórcio na Hora consiste num requerimento electrónico de divórcio que permita a dois cidadãos requerer o seu divórcio por acordo, por via electrónica e fazendo uso das tecnologias já existentes e do CC (Cartão do Cidadão), com igual valor legal que o requerimento em papel com assinaturas a caneta.
Neste projecto estiveram envolvidas e colaboraram várias entidades, entre as quais destacamos a Multicert, a INCM, os CTT, a SonaeCom.
(...) O conservador a quem foi presente o primeiro divórcio electrónico alinhou com a mesma interpretação jurídica e proferiu decisão administrativa a declarar dissolvido o casamento, dispensando a apresentação do requerimento tradicional em papel, dando assim origem a uma nova era de e-justice impar ao nível mundial, colocando Portugal num patamar elevado do e-government.
Em termos práticos, significa que qualquer cidadão português poderá usar o seu CC que lhe permite assinar documentos electrónicos sem sair de casa, nomeadamente, o divórcio electrónico agora inventado por este português.
O divórcio electrónico poderá servir para já apenas para casos que não envolvam realidades jurídicas complexas, nomeadamente quando não existam bens comuns, filhos menores, ou alimentos. Brevemente serão ainda lançados outros tipos de divórcio electrónico, através deste portal, menos imediatistas, envolvendo outros operadores, designadamente, mediadores, psicólogos e mandatários, para casos mais complexos que envolvam questões afectivas.
Januário Lourenço é pós-graduado em direito da comunicação pela Faculdade de Direito de Coimbra, com tese publicada no livro “Estudos de Direito da Comunicação”, exercendo como mandatário e especialista em direito do ciberespaço desde 2000, tendo sido técnico de Internet sénior da SonaeCom.
O site onde pode ser prestado este serviço é o www.divorcionahora.com e está disponível a partir de hoje e gratuitamente, para emitir divórcios electrónicos. Este portal faz igualmente parte do recente projecto Procuração na Hora.PT" (Recebido por e-mail. Aconselho vivamente a leitura do parágrafo sublinhado. Tudo patrocinado pelo Eng.º Belmiro)

Os "twentysomethings"...

... são também conhecidos por:
  • Gen Y
  • Gen Why
  • Nexters
  • Net Generation
  • Boomlets
  • Baby Busters
  • The Millennials

São os filhos dos Boomers.

Não sabia...

terça-feira, março 18, 2008

socialismo (3)

socialismo (2)

socialismo

imprescindível

"Há duas semanas eu previa que não seria preciso esperar muito para Portugal ter o seu Barack Obama versão loja dos 300. Sabem como é: nós adoramos copiar o que está a dar lá fora, para passarmos por "sofisticados". Cumpriu-se. O nosso obamazinho apareceu no início da semana passada, com imagem nova, desejo de mudança, certo de estar ao lado do povo contra a intriga partidária e uma seta cor de laranja a apontar para o céu - chama-se Luís Filipe Menezes. (Os próximos dois parágrafos ficam piedosamente em branco, para o leitor ter tempo de se rir à vontade.) Ora cá estamos outra vez. E não, não é para bater (novamente) em Luís Filipe Menezes. Menezes está a desempenhar o seu papel e a esforçar-se para estar à altura das suas ambições - quantas vezes terá ele sonhado ser líder do PSD? Eu quando era pequenino também queria ser astronauta. A diferença é que o mundo mostrou-me depressa que eu não era suficientemente bom para ser astronauta, enquanto o PSD é incapaz de mostrar o que quer que seja a quem quer que seja - e por isso Menezes chegou muito mais longe do que as suas modestas qualidades aconselhariam. O problema não está, pois, em Menezes. O problema está no PSD, um partido que parece sofrer de Alzheimer, cometendo os mesmos erros vezes e vezes sem conta, como aquelas moscas que insistem em espetar-se contra os vidros da janela. Se eu fosse comunista ou bloquista, estava-me nas tintas para a mosca ou então ia buscar o insecticida. Mas eu sou um rapaz do centro-direita, e o PSD terá sido o partido em que mais vezes votei na vida (embora já não me recorde de quando foi a última). Admito a alternância - umas vezes PS, umas vezes PSD -, mas nunca me encontrei na situação de chegar a umas legislativas sem saber o que fazer à cruzinha. Provavelmente, vou chorar sobre o boletim de voto. Ou pior: pelo andar da carruagem - ou seja, se Menezes abrir a boca para aí mais três vezes - posso mesmo vir a ser obrigado a votar em Sócrates, o arrogante e insuportável Sócrates, mais os seus tiques de pequeno tiranete, o que para mim será equivalente a engolir de penálti uma caneca de óleo de fígado de bacalhau. Eu admito que neste mundo haja coisas mais giras do que ser candidato a primeiro-ministro. Mas nada justifica o deserto de valores a que chegou o PSD, reduzido a um conjunto de caciques voluntariosos, barões mudos e jovenzinhos que mascaram a falta de currículo com o excesso de ambição. Não há memória de tal coisa em 30 anos de democracia." (João Miguel Tavares)
nota: as minhas dúvidas quanto à cruzinha em dias de eleições não são idênticas às do JMT, mas a análise que este faz do actual PSD não podia estar mais correcta.

Da tirania que trouxeram os republicanos

A chegada ao poder dos republicanos nos diversos países da Europa teve como características comuns uma constante e crescente aposta na desestabilização do reino, na difamação pública do Rei e de todos os que com ele governavam, num falso moralismo de supostas virtudes, num nacionalismo demogógico e acima de tudo, na violencia pura e dura de quem não olha a meios para atingir os seus fins.

Os resultados deste "mix" de atributos nunca poderiam ser os melhores, como efectivamente não foram. Aliás, o resultados foi invariavelmente um retrocesso no processo de democratização dos estados ou a manutenção de tiranias com um grau de violência muito superior e comandados directamente pelo tirano republicano. Tirano esse que nunca hesitou em perseguir muitos dos que o ajudaram a chegar ao poder. Alguns exemplos:

No Reino Unido, o único período em que os repúblicanos governaram, com os Cromwell, é hoje unanimemente reconhecido como o de maior tirania e despotismo violento na História daquele país. Violência que se manifestou também contra os seus partidários.

Em França, a revolução foi o "mar de sangue" conhecido, inovadora nos seus detalhes de barbaridade como o primeiro genocídio de que há memória nos tempos modernos, na Vendeia. O resultado foi um ditador, Napoleão, que ambicionou governar toda a Europa e matou e pilhou o mais que pode para o concretizar.

Em Portugal, a História é bem conhecida. Os republicanos mantiveram a cidade de Lisboa sob terror durante 7 anos e criaram as condições para o início da ditadura salazarista.

Na Russia, não vale a pena fazer qualquer descrição. Os números falam por si.

Em Espanha, tirando uma curta experiência no século XIX, a república eleita de 1931-1936 caracterizou-se por actos de selvajaria que prenunciaram o descalabro da Guerra Civil. Só na cidade de Madrid morreu 5 vezes mais gente entre 1931 e 1933 do que em 35 anos de atentados da ETA.

Finalmente em Itália, a república foi imposta num referendo em que os republicanos, fazendo jus às suas virtuosas qualidades, manipularam o resultado de forma a que a monarquia perdesse.

Estas são as tristes histórias da implantação da república na Europa.

Não consigo deixar de pensar que isto parece um tapete de retalhos


segunda-feira, março 17, 2008

Porque é que hoje não é Saint Patrick's Day


Um pouco por todo o mundo celebra-se hoje o Saint Patrick's Day, em honra do santo padroeiro da Irlanda, mas este ano isso é um erro, devido ao facto de estarmos na Semana Santa, que segundo a Igreja, tem precedência sobre qualquer outra celebração litúrgica. Por essa razão, na própria Irlanda, a data foi celebrada no Sábado dia 15 (mais aqui).

O Magistério da Entrada Estreita - Capítulo II, 3ª Parte




E quem é Bernardo, perguntará o leitor fidelíssimo que tem vindo a acompanhar pertinazmente o novelo emaranhado desta novela, desejoso de saber se deverá acrescentar este novo onomasto ao já extenso rol de personagens, expediente que lhe parece indispensável para não perder o fio à meada? Curioso, veja-se como são as coisas, é que este narrador se preparava para lhe perguntar outro tanto. Não pense o leitor que um narrador é uma entidade omnisciente na segurança duma trama que previamente definiu, una e indivisível na coerência do produto final da sua pena. Não, o contador de histórias pode ser um, dois, e até três egos diferentes, lutando entre si de forma mais ou menos diplomática pela preponderância na escolha do rumo do enredo. Umas vezes estas três partes da sua personalidade parecerão quase uma só, mas de outras guerrear­‑se-ão num antagonismo surdo de acção e reacção, onde tudo pode acontecer: guinadas no fio da história, personagens apagadas da lista, neutralização de caminhos que se adivinhavam prometedores, novas personagens que surgem do nada sem que nada o fizesse prever.
Não desanime o leitor. É bem sabido que só de mentes controvertidas e disfuncionais saem obras de arte dignas do atributo, e que grandes sinfonias, como grandes pinturas, podem sair de quem perdeu o ouvido, como Beethoven e Van Gogh. Assim também desta esquizofrenia algum bem há-de sair, assim possa o leitor fiel suportar as guinadas desta viagem atribulada por desfiladeiros imprevisíveis.
Enquanto o narrador procura nas convoluções da sua mente insondável quem é este Bernardo, donde vem, e para onde irá, retomemos por momentos a visão de Genoveva, o alegado fantasma de D. Jerónimo, segundo a sua certeza inabalável.
Penetrando na sala, céptica ainda, Doroteia confrontou-se com seu pai, tal como o conhecera, nada como nas visões translúcidas e etéreas tão vulgarizadas nas ilustrações dos Dorés dos livros. Não fora aquele peculiaríssimo pormenor de à matéria dizer nada sempre que um móvel se lhe atravessava no caminho, e dir-se-ia igual a qualquer outro ser humano. Vivo, entenda-se. E com aquele vozeirão que sempre lhe infundira um respeito eivado de temor, que procurava travestir de devoção filial.
– Meu pai, que prodígio é este que vos traz miraculosamente de volta a mim? Que dádiva dos céus me concede o que mais desejo desde que partistes, que a roda da vida possa andar por uma vez para trás, e trazer-me de volta quem me deu a vida?
– Ó menina, deixe-se disso, que as Conferências do Casino já foram nos anos 70, e essas tiradas camilianas ultra-românticas agradariam a seu tio-avô Augusto, mas já não têm cabimento nos nossos dias, e sobretudo não fazem o género dum espírito positivista como o meu! Fale português de gente, que eu não vim de tão longe para trocar gongorismos.
– Seja, meu pai. Será mais uma veneta deste narrador que insiste em não respeitar o nosso trabalho, alterando diariamente o guião de modo a que nunca saibamos verdadeiramente quem somos ao certo. Mas essa é afinal a condição humana, não é?
– Bom, agora deu-lhe para existencialista, é isso? Mas adiante. Sabe o que me trouxe por cá?
– Não faço a mínima, paizinho. – Doroteia começava a apanhar-lhe o jeito.
– Nem menos nem mais que adverti-la para o que por aí virá ameaçar esta Casa que faz mais parte de nós que o sangue que nos circula nas veias. Bolas, está a ver, já começo a falar como a menina!
D. Jerónimo parou por momentos, pigarreando como que para reorganizar as ideias. E de seguida:
– Estive no futuro. No futuro é como quem diz, que isto da eternidade, para um fantasma, é uma grande salganhada. Bem faria em ter seguido as recomendações do Cónego Malaquias, O Velho, o pai do Padre Malaquias Júnior, o que ficou administrador da paróquia por intervenção minha, lembra-se?
– Pois como não havia de me lembrar, meu pai, se ele cá jantava todos os domingos? Ultimamente é que tem andado meio arredio, nem sei bem porquê…
– Pois o pai dele fazia honra ao seu nome de profeta bíblico, e aconselhava-me ele, Jerónimo, leva desta vida o que ela tem para te dar, mas quando sentires que o fim pode estar ao virar da esquina, prepara-te, arrepia caminho, toma emenda, não sejas tu apanhado como o é pelo ladrão o dono da horta que se deixa adormecer. Sobretudo, não te fiques pelas meias-tintas, porque podes não ir para o Inferno, mas de assentar praça em fantasma não te livras, e arrastarás tua existência tristemente para sempre. Nunca poderás consumar acção alguma, pois quando te parecer atingido o objectivo, ele esfumar-se-te-á nas mãos, como rolava a Sísifo o calhau encosta abaixo. Uma única coisa te será dado fazer, advertir os que te são próximos para que não repitam teus erros…
Um estrondo interrompeu de súbito o discurso de D. Jerónimo, que estremeceu como se tivesse visto um fantasma, e deixou Doroteia sem pinga de sangue.
Na soleira da porta, com ar de urso bipolar em fase antárctica, a quem houvessem interrompido a hibernação para anunciar a última saída da casa de Pêro Pinheiro, um homem. Doroteia não se conteve:
- Bernardo?! Que fazes tu aqui?!
Isílio Verdasca

Os Loulés... porque eu ainda tenho alguma memória...


Causa alguma tristeza testemunhar as patifarias em que os Loulés andam agora metidos... Não sei por que bulas, deram em esquecer os direitos dinásticos do Senhor Dom Duarte para recordarem que são eles, e não outros, os legítimos herdeiros do Trono de Portugal. Devo dizer que isto me causa a maior impressão e que me custa a acreditar que gente que antes procurou bem servir, com os limites da própria capacidade natural, lance agora na lama, de forma tão pouco digna, o nome de uma família, ainda por cima a sua.

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Esta minha perplexidade é tanto maior quanto sei, porque tenho memória, que o falecido Duque de Loulé reconhecia os direitos dinásticos da Casa de Bragança e que não reclamava para si direitos que não tinha. Tanto assim é que o seu filho Filipe, agora Conde do Rio Grande, chegou até a ser Presidente da Direcção da Real Associção de Lisboa (de uma Direcção da qual eu próprio era vogal). Posso testemunhar que a acção da então Direcção da Real de Lisboa, e portanto do Filipe de Mendóça, foi sempre orientada para a defesa da Instituição Real e para a promoção da sua restauração na pessoa do Senhor Dom Duarte, Duque de Bragança e Chefe da Casa Real Portuguesa. Posso afirmar que o Dr. D. Filipe Folque de Mendóça nunca questionou os direitos do Duque de Bragança nem nunca procurou que fossem reconhecidos à sua Família quaisquer direitos ao Trono de Portugal.

Assim, e porque tenho de tudo isto claríssima memória, muito espanta vê-los agora, aos irmãos Loulés, a dançar a música que interesses escusos tocam aos seus ouvidos. É evidente que isto não belisca a unidade dos monárquicos em torno da Casa de Bragança. Só serve para lamentarmos o comportamento de quem não quis nem soube honrar o nome dos seus maiores. O que terá acontecido entre a morte do anterior Duque de Loulé e o primeiro dia em que esta gente se começou a pôr nos bicos de pés da sua ausência de vergonha? Que novos factos vieram supervenientemente ao conhecimento dos manos Loulés que deitem por terra os direitos dinásticos do Senhor Dom Duarte e os põem em cima das suas próprias cabeças? Se nenhum facto há que possa ser considerado novo (como não há!) quem terá conseguido demonstrar que o Dr. D. Filipe era afinal apenas estúpido, um idiota útil que andava a servir, como mero imbecil, quem agora apelidam de usurpador? Quem terá conseguido tamanha confissão de imbecilidade?


A lealdade ao Senhor Duque de Bragança não é opção dos monárquicos. É apenas fidelidade ao próprio princípio monárquico. Deus guarde Portugal de quaisquer aventureiros, sobretudo dos que não sabem estar à altura das responsabilidades que herderam.


"...como tem sucedido em anos anteriores, a Real Associação de Lisboa renovou, uma vez mais com sucesso, a realização do tradicional "Jantar de Conjurados". Foi na FIL, no dia 30 de Novembro, que ocorreu esse evento a que muitos Portugueses fizeram questão de aderir, como forma de manifestar a sua fidelidade a Suas Altezas Reais os Duques de Bragança, e a sua adesão à Causa de Portugal. As quase mil pessoas presentes, tiveram ainda ocasião de ficar a par da actuação da Real, através do discurso do Presidente da Direcção, o Senhor Dr. Filipe Folque de Mendóça; do nosso esforço e empenho em dar uma nova e dimensão ao Movimento Restauracionista"


Boletim da Real Associção de Lisboa, n.º 38.

Educação

Boa educação
in Público, 15.03.2008, Gonçalo Portocarrero de Almada

O ensino privado é objectivamente melhor do que o público

A liberdade educativa é um direito constitucional mas, do mesmo modo como, para alguns, a liberdade religiosa é apenas um pretexto para instaurar o ateísmo sob capa de laicismo, e impedir assim qualquer expressão pública de conteúdo religioso, também a liberdade de educação não parece ser mais do que um subterfúgio para impor um ensino oficial tendencialmente único.
Só assim se entendem algumas reacções ao ranking das escolas: como não só não confirma mas desmente a tese oficial da excelência da escola pública, já não vale. É de supor que, enquanto não forem apuradas, como primeiras classificadas, várias escolas públicas, estas listagens sejam sistematicamente desconsideradas, por mais que a objectividade das classificações diga o contrário.
Para provar a inutilidade do ranking, afirma-se que são os bons alunos que fazem as boas escolas. Porquê? Porque. Se os bons alunos têm notas altas em qualquer estabelecimento de ensino, os maus estudantes só conseguem melhorar num ensino de qualidade. Apesar da escola pública receber bons alunos, nomeadamente entre os que não têm capacidade económica para optar pelo ensino privado, também a escola privada recebe bastantes maus estudantes, que escolhem esse ensino por várias razões, nomeadamente de ordem social e económica. Portanto, se as escolas mais bem classificadas recebessem os alunos piores, estes, decerto, não seriam tão maus.
Mas há uma questão em que os detractores dos rankings têm razão: seria absurdo aferir a qualidade das escolas apenas pelas classificações dos seus alunos. As notas são importantes, mas muito mais é a formação do carácter e a aprendizagem da liberdade.
A função da escola não se esgota na transmissão do saber, mas realiza-se no desenvolvimento integral do ser humano, de acordo com os princípios da liberdade e da responsabilidade. É esta a razão principal que anima muitas famílias a não enveredar pelo ensino público.
Seria preciso ser muito ingénuo para pensar que o ensino público é neutro ou ideologicamente descomprometido. Com efeito, a escola promovida pelo Estado educa as novas gerações, com pretensa autoridade científica e fingida neutralidade política, segundo os princípios do pensamento politicamente correcto.
A imposição da educação sexual, ao arrepio da vontade dos pais e das famílias, é um bom exemplo de como o poder está empenhado em realizar uma autêntica "revolução cultural", da qual é de esperar uma nova "mocidade portuguesa", tão fiel ao actual regime como o foi a sua homónima antepassada. O grande óbice para este ambicioso plano continua a ser a educação privada, sobretudo o ensino de inspiração cristã, que insiste em formar cidadãos livres, conscientes da sua dignidade e da sua responsabilidade social, homens e mulheres capazes de pensarem pelas suas próprias cabeças. Não é por acaso que as piores tiranias, como o nazismo e o comunismo, são ateias: em ambos os casos a exclusão da religião foi cruelmente praticada pelo Estado, nomeadamente através do seu ensino público totalitário.
Como não é politicamente correcto propugnar o ensino oficial único, proclama-se formalmente a liberdade de educação mas, depois, às escondidas, asfixia-se o ensino privado, mesmo quando oferece garantias de qualidade.
Assim se explica a anunciada supressão do subsídio à melhor universidade portuguesa não estatal, bem como a ameaça de revisão, ou seja, de eliminação, dos "contratos de associação" com escolas particulares. Em nome da qualidade de ensino? Certamente que não, pois o ensino privado é objectivamente melhor do que o público. Em nome da liberdade de educação? Menos ainda, pois a pretendida eliminação do ensino privado só pode servir uma causa: a do ensino "oficial" público e tendencialmente único. A tese da "unicidade" educativa é, em suma, um xeque-mate à liberdade de educação em Portugal. Vice-Presidente da Confederação Nacional de Associações de Família (CNAF).

Pensamentos do Dalai Lima mmmmmmmmmm


Acalento em mim o sonho
de nunca ir à televisão.

domingo, março 16, 2008

Viriato e Barcelos




Dois amigos, um dos quais meu amigo, criaram o Viriato e o Barcelos. O primeiro é "um nabo", que procura "a felicidade através de exercícios de reinvenção semanal"; o segundo é, fazendo jus ao nome, um galo. Os diálogos que estabelecem, eivados de uma ironia fina, e acompanhados de ilustrações geniais, tornam obrigatória a passagem por mais um blog nacional.

sábado, março 15, 2008

demagogia em estado puro

Menezes vai propor fim do pagamento de quotas no PSD (Publico)
Enquanto o Abel Pinheiro andar por aí a distribuir umas massas, concordo que o pagamento de quotas nos partidos é perfeitamente dispensável.

1000 contos de reis

A fechar o programa, antecipando a 1.ª página do Expresso de amanhã, é lida a caixa de uma das notícias. Ao que parece, Abel Pinheiro afirma ter dado 1.000 contos a Pacheco Pereira na campanha de 1989, em que este foi condenado. Contactado pelo jornal, Pacheco terá negado terminantemente. Fica-me uma dúvida. O relevo que se dá à oferta, em primeira linha o Abel Pinheiro e depois o próprio Pacheco, ao negá-lo com tamanha veemência, só pode significar que a dádiva teria intenções menos próprias. E aqui somos reconduzidos ao problema de sempre - o financiamento dos partidos. Para quando a moralização do sistema?

sexta-feira, março 14, 2008

sobre a greve

Bem cedo de manhã na tsf, uma sindicalista congratulava-se com a adesão à greve, exibindo com orgulho os números dos trabalhadores "absentistas" nos hospitais. Ora, para além do extremo mau gosto que é o regozijo com os danos evidentes que uma greve causa no sector da saúde (v.g. operações adiadas, consultas marcadas com meses de antecedência desconvocadas...), foi confrangedor constatar que os números avançados não correspondiam à realidade. A tsf, insuspeita em termos de amizades políticas, fez o seu trabalho e mandou 2 ou 3 jornalistas a diversos hospitais. O resultado, que não espantou, foi a constatação de que os serviços estariam a funcionar na quase normalidade, com uma fraca adesão ao protesto. O que me leva a fazer uma pergunta que me persegue em dias de greve: como é que é possível o Estado, enquanto empregador, não conseguir determinar com rigor a percentagem de grevistas? No dia em que o fizer, é certo e sabido que acabam de uma vez por todas as habituais diferenças (abismais) entre os números do Governo e dos sindicatos.
Já agora, alguém percebeu qual a razão (concreta) do protesto de hoje?

para quem está a ver o expresso da meia-noite

De acordo com a Inês Serra Lopes, Rui Rio não pode ser presidente do PSD porque não fala com os jornalistas.

O saltério à ilharga da chita - Capítulo II, 2.ª parte


Doroteia fechou a "Crónica dos Senhores dos Novelões" e pousou-a religiosamente sobre a pesada mesa indo-portuguesa que ocupava o centro da biblioteca. Nas noites de insónias como aquela gostava de passar os olhos pelas vidas, nomes e lugares que desembocavam em si.

Confortava-a perceber em que medida era antiga, forte e frondosa a sua cepa e, simultaneamente, perseguia-a a inquietação de poder não estar à altura de semelhante responsabilidade. Nos Novelões, a expressão noblesse oblige fora sempre entendida com o acento tónico na última palavra e Doroteia temia que ela e o mano António estivessem a incumprir as suas obrigações e revelassem, afinal, serem feitos de outra massa que não a estóica, sólida e temerária dos seus avoengos.

Como a avaliariam o tetravô Rodrigo que, sozinho e munido apenas da espetada de carne mal-passada e do jarro de carrascão com que então se debatia, matou três renegados franceses que fugiam do exército de Junot e procuravam aboletar-se nos Novelões? Ou Dona Lourença Custódia Vicência, a varejeira, capaz de derrotar no jogo do pau o noivo castelhano imposto por seu pai, posteriormente conhecido por o Belfo por nunca ter recuperado convenientemente da varada certeira no céu-da-boca que dela recebeu? Seriam benevolentes para consigo? Ou revolver-se-iam irados sob o lajedo fúnebre ao constatarem o decaimento da sua raça outrora pujante e fecunda? Que consumição!

Enquanto recordava os gritinhos indiscretos de M. Efigénia, saídos no dia anterior do escritório de António, e o atabalhoamento de Genoveva na lida doméstica (que já lhe custara uma terrina Companhia das Índias), Doroteia sentiu que perdera o pulso, que deixara de exercer qualquer tipo de mando efectivo sobre a sua gente. Permitira que a anarquia se instalasse a bel-prazer! Tudo porque frequentemente não estava em si. Havia muito que os delírios, as visões e as perdas de consciência que a atormentavam tinham passado a ser motivo de conversa e de chacota, galgando os altos muros dos Novelões.

Todos em Chão de Meninos sabiam que a Senhora da Casa era dada a achaques. Entre dentes, o populacho dava largas ao ressaibo chamando-lhe "a doente", " a louca" ou "a bazarouca", o que muito a amarfanhava e enfurecia.

À pergunta "A Menina como tem passado?" muitos, por piedade genuína ou troça velada, atalhavam "Mal, não é? Coitadinha! Estimo as melhoras da Menina!" sem lhe darem sequer tempo de articular a quinta parte de meio monossílabo.

O próprio Padre Malaquias, administrador da paróquia, celebrante habitual na capela de Santo Estêvão e assíduo frequentador dos jantares de Domingo nos Novelões, afastara-se do seu convívio, o que também a mortificava horrivelmente. Que culpa tinha ela pelo que lhe tinha acontecido e pelas sequelas que deixara? Podia alguém, em sã consciência, acusá-la do que quer que fosse? A ela, logo a ela, cujo único pecado foi querer fazer sempre o que estava certo?

Era cruel o mundo para as mulheres magoadas. Frio, áspero e inóspito como o interior de um congelador pouco cheio.

- A Senhora Dona Doroteia precisa de alguma coisa? Olhe que se constipa sem o roupão! Quer que acenda a lareira?

A voz arrastada e trémula da fiel Alice despertou-a do sopitamento em que - reparava agora - se encontrava mergulhada ia para três horas.

- Não, obrigada, Alice. Vai-te deitar que ainda é cedo.

Lá fora, a luz tomava lentamente o lugar do negrume. A luta eterna voltava a pender provisoriamente para o lado da claridade. Graças a ela, as formas recuperavam os contornos que a noite elidira. Até os da própria Doroteia cuja camisa-de-noite revelava, sem que esta se apercebesse, muito mais do que o seu pudor alguma vez consentiria.

- O Paraíso não pode ser mais bonito. Trocava-o sem hesitar por esta visão.
- Bernardo?! Que fazes tu aqui?!

Isílio Verdasca

vícios privados, públicas virtudes

A última donzela europeia
Não me sinto à vontade em discordar dos meus mestres mas por vezes tem de ser. O Pedro Mexia (ao qual sempre serei fiel) diz que "a vida sexual de um político não diz nada sobre a sua ética". Parece então que a separação entre público e o privado é o único hímen por romper deste lado do Atlântico. O europeu não tolera que o fornicador se arrependa. O americano não tolera que o arrependimento se fornique. Claro que existe um oceano de matéria para reflectir entre o que afirmo mas, ainda assim, opto pelo americano. Se em política as mentiras graves não forem assuntos de pi__otas e c__inhas serão assuntos do quê? (Cavaco, o outro)

Finalmente PSD faz uma coisa decente

PSD debate mudança de fundo nas suas propostas de políticas sociais
in Público, 14.03.2008, São José Almeida

A exigência de novas políticas sociais, nomeadamente de incentivo à família, foi feita por Isabel Pedro e Isilda Pegado, anteontem, na sessão em que o PSD fez o balanço do Governo.
Convidadas por Luís Filipe Meneses, Isabel Pedro, que será em breve anunciada como porta-voz do partido para a família, e Isilda Pegado, que recusou ser porta-voz para áreas sociais por ser a presidente da Federação Portuguesa pela Vida, fizeram duas intervenções fortes, apontando para mudanças político-ideoló gicas, que deixaram perplexos os militantes.
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Isabel Pedro, autarca em Carnide, professora e consultora do Instituto de Ciências da Família, apresentou a sua análise da política de família, ou, como explicou ao PÚBLICO, "a ausência de política de família em Portugal".
Isabel Pedro sustentou que "os vários governos foram insensíveis aos indícios" de crise e destacou o aumento dos divórcios e dos nascimentos fora do casamento. Isto, somado à baixa do casamento e à baixa de natalidade - há 25 anos a percentagem era de 2,1 filhos por casal, em 2006 foi de 1,36 -, cria uma situação social grave que, para Isabel Pedro, "não tem sido olhada com seriedade", pelo que "não há medidas políticas que combatam a baixa natalidade, os filhos fora do casamento e dêem estabilidade à família".
A futura porta-voz do PSD para a família sublinha que "com o PS houve uma mudança, já que este Governo reconheceu que a natalidade é um problema". Mas Isabel Pedro pensa que as medidas do Governo "não atingem os objectivos e são contraditórias". E defende: "Era preciso que houvesse uma política que reconhecesse a família como base da sociedade e criasse um ambiente propício a que as famílias fossem fomentadas." Esta professora considera ainda que as "medidas assistencialistas do PS" não são para anular, "mas não chegam". E garante que "é preciso mudar a apreciação sobre a família".
Em declarações ao PÚBLICO, em que explicou a sua intervenção feita à porta fechada na sede nacional do PSD, em Lisboa, Isabel Pedro enfatizou que "é urgente" esta mudança e, como indicativo, citou "muitos estudos que mostram que em situações como os abusos sobre crianças, as gravidezes adolescentes, a toxicodependê ncia, a criminalidade há um factor de risco comum, embora não o único, que são as famílias desestruturadas".
E em relação a estas, afirmou que, "nem sempre, mas muitas vezes há a ausência de um dos progenitores, nomeadamente o pai".
Já Isilda Pegado centrou a sua intervenção nos três anos de Governo Sócrates. Como explicou ao PÚBLICO, preocupou-se em exemplificar o que vê como "um caminho de estatização e de falta de liberdade", que aproxima a sociedade portuguesa de "um modelo social fora de uso, semelhante ao Bloco de Leste".
Como exemplo aponta a situação da Educação (ver caixa). Outro exemplo dado por Isilda Pegado, que é advogada, foi a Justiça. Afirmando que a lei de apoio judiciário "prejudica quem é pobre", criticou: "Esta lei define como pobre quem tem rendimento inferior ao rendimento de inserção social, mas depois estes pobres têm de pagar 30 euros por consulta com o advogado!"
Presidente da Federação pela Vida e uma das protagonistas da campanha pelo "não", Isilda Pegado criticou também à lei de despenalização do aborto aprovada após o referendo de 11 de Fevereiro de 2007. Afirmando que "a lei portuguesa não tem comparação com as leis que existem na Europa", concretizou: "A maioria dos países tem o aborto legalizado, mas não como contraceptivo, as leis estão balizadas e contemplam o direito à vida."
A prova de que o aborto, em Portugal, é visto como contraceptivo é, para Isilda Pegado, o facto de o consumo da pílula do dia seguinte ter baixado. E conclui: "Portugal tem uma lei de aborto idêntica às dos países de Leste."
Isilda Pegado criticou ainda a lei da procriação medicamente assistida, que diz estar "apenas a servir os interesses da indústria, sem preocupações éticas". E mais uma vez compara com o antigo Bloco de Leste: "É igual ao que se passava no Leste, em que a ciência não obedecia a uma ética."
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