quinta-feira, maio 31, 2007
Notícia de última hora
quarta-feira, maio 30, 2007
Greve, o melhor da
Idioma oficial
From Russia with love
Para o nosso Primeiro-Ministro, a democracia e os direitos humanos "devem ser discutidos com abertura e franqueza, mas sem ter a pretensão de dar lições aos outros: nem a Rússia à Europa, nem a Europa à Rússia". Até porque temos os mesmos padrões e as mesmas práticas no que toca a estas questões, está visto.
There's no business like show business
(Também) GREVE GERAL
Greve Geral
- Vou...
- E o que é que vais fazer no dia da greve?
- Eu?!? Eu nada... Vou fazer greve...
Greve Geral
Outros lutam para terem uma casa onde coçar a barriga.
PS. Devia fazer uma greve de noitadas, pois nem me pagam horas extraordinárias!
terça-feira, maio 29, 2007
O PAÍS DO SUBSÍDIO
Como não mexeram no artigo 35º do Código do Trabalho, a trabalhadora que aborte porque não pode sustentar mais um filho, porque teve um descuido, ou porque sim, não só o faz à borla (nunca é demais lembrar que os métodos contraceptivos se pagam...) como ainda recebe um subsídio pelos dias em que não pode trabalhar.
Até aqui já não é grande coisa, principalmente no que ao duplo financiamento diz respeito.
Mas não é tudo. Imaginem que o dito subsídio, recebido pela dita trabalhadora que aborta a pedido, corresponde a 100% do seu salário bruto. Ou seja:
- recebe mais do que receberia se fosse trabalhar;
- recebe mais que uma trabalhadora grávida que tenha que parar de trabalhar antes do parto sem que este esteja em risco; e
- recebe mais que uma mãe que preste assistência na doença a um filho menor.
Nestes dois últimos casos, as trabalhadoras recebem apenas 65% do salário bruto.
Brilhante, não é? Cortar nas pensões aos idosos, introduzir taxas moderadoras no SNS para crianças e subsidiar duplamente o aborto a pedido. Tirar a uns (não necessariamente os que mais têm e muito provavelmente os que mais precisam) para dar a outros.
MARRETAS
VERDADE INCONVENIENTE
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Para quem anda por aí, a tratar da sua pequena/média empresa, como são quase todas as que existem em Portugal, a cuidar dos filhos, porque neste Portugal deserto e infértil ainda há quem os vai tendo, e dando uma perninha aqui ou ali a favor de uma causa qualquer altruísta, o desencanto e a desilusão vão-se instalando, devagar, devagarinho, impondo a tristeza e a vontade de desistir.
São retratos pessoais, experiências que acontecem a todos, e todos os dias. De uma vez é a espera, do tamanho de uma manhã, na segurança social por um erro que a própria administração causou. Pedem-se desculpas, explica-se que dos sete funcionários três não estão, vá-se lá saber porquê, que a hora do almoço já nunca acontece, que o computador não funciona, que o sistema vai abaixo, que a colega do serviço A é que sabe do assunto, mas que hoje, foi só hoje, não pode atender. No guichet, à porta do serviço, sucedem-se as reclamações, porque se cobrou indevidamente, porque as guias estão trocadas, porque ficaram de mandar uma carta que nunca chegou, porque a conta foi penhorada mas tudo está pago, porque isto e aquilo. Não há cadeiras para todos, o ar condicionado não existe, e a espera eterniza-se. Valem os telemóveis, esse negócio do século ainda protegido de alguns, para ir despachando qualquer coisa, saber novidades e perguntar pelo filho doente.
À tarde, reunião na câmara. Passeia-se pelos corredores e não se acredita. São às toneladas os dossiers, as folhas desgarradas, os armários a deitar por fora, há papéis e mais papéis. Falando com os botões, dá vontade de perguntar se há alguma alma que saiba onde está o quê. Começa a reunião, os funcionários são diligentes, querem ajudar, mas sempre vão dizendo que o problema, o tal que me leva ali, já vem de trás, que agora a coisa está complicada, que a Lei não ajuda e que estão de pés e mãos atados. Percebem que a Câmara deveria ter percebido o problema a tempo, mas agora?
A talho de foice sempre deixam escapar que agora está tudo parado. A Judiciária anda por lá, quer ver tudo e um par de botas o que lhes toma o tempo que não têm, que não há chefes, nem directores, nem ninguém que se arrisque a propor grande coisa. "Olhe" dizem-me como quem dá uma boa notícia, "isto com jeitinho daqui a uns noves meses está resolvido". E sempre se vai sabendo, sim porque nesta terra tudo se sabe, que há vereadores com mais de uma dezena de assessores, que ganham o dia quando percebem que há indícios de qualquer coisa que cheira a negócio escuro; o ideal para ficar de bem com a imprensa.
Regresso a casa, nos subúrbios, naquele exercício diário de paciência que faria Jó corar de inveja. E na conversa com os filhos fica-se a saber que a professora de filosofia teima em não aparecer, que se prepara uma greve, estimulada pelos professores, a contestar as aulas de apoio, ou que se prepara a enésima versão da gramática portuguesa, ou que o amigo foi assaltado mas a polícia diz que não pode fazer nada porque o ladrão, conhecido e reconhecido é menor e, coitado, vem de uma família desestruturada, como agora se diz. Proíbe-se a telenovela aos mais novos, mas a mais velha, que já conquistou direitos, e assiste. E, olhando de relance, percebe-se que o enésimo capítulo é sobre uma jovem, de 15 anos, que "tranzou", ao que a médica responde: "Oba, que bom, mas você tem de tar preparada. Toma, leva umas camisinhas para a próxima tar relaxada."
À noite são os telefonemas. É preciso arranjar dinheiro para aqueles que ainda vão fazendo alguma coisa pelos outros. Tarefa difícil e que regra geral acaba sempre nos mesmos, os que ainda, e sempre, dão. Muitos destes donativos não contam para o IRS, e a segurança social está doidinha para cortar nos magros subsídios que ainda dispensa, argumentando com a capacidade da organização em sacar dinheiro à sociedade civil, como chama aos generosos de serviço.
Mas é no fim do dia, quando se percebe que estamos aqui, mas não somos daqui. Que afinal de contas o melhor está para vir, e que antes de nós, e depois de nós, muitos houve e muitos virão que continuarão a dizer, a escrever, e a berrar se for preciso, que somos, apesar de tudo, felizes há dois mil anos.
Só por isso, e só por causa disso.
Pedro Vassalo"
in, Artigos Opinião - Empresa e Portugal Pedro Vassalo 28/05/2007
Os frutos e as árvores
segunda-feira, maio 28, 2007
Desafinado
Ainda a propósito de "boas práticas"...
reparem na eficácia da polícia iraniana, tão zelosa dos bons costumes.
8 e 80
O populismo empresarial
Maravilhas do Mundo
"Amanhece ainda o horizonte de Kátia Guerreiro e o sol novo que nos bate na face desperta-nos do quotidiano quezilento para nos fazer sorrir."
Rui Ochôa, fotógrafo português
CHÁVEZ
Há bem pouco tempo, Chávez havia detractado Bush, nomeadamente em viagem que fez aos EUA para participar numa reunião da ONU. O que Chávez não compreende é que Bush é muito melhor que ele. Quanto mais não seja por aceitar viver em democracia, por perceber que os eleitores que um dia o elegeram, um dia lhe retirarão a confiança.
domingo, maio 27, 2007
Verdades
Já vi governos cairem por menos. E Câmaras Municipais também.
Pode ser que isto não passe de um pretexto para "acordar" as almas portistas habituadas a festejos e as mais sensíveis faces benfiquistas.
Mas não se apoquentem, porque a verdade verdadinha é que eu não percebo nada de futebol.
:-)
sábado, maio 26, 2007
NOVA IMAGEM
sexta-feira, maio 25, 2007
METEO
quinta-feira, maio 24, 2007
Vale a pena pensar nisto!
ESCLARECIMENTO
O ARGUMENTO DO DIA
Ninguém os pára
quarta-feira, maio 23, 2007
Pearls Before Breakfast
Numa experiência inédita, Joshua Bell, um dos mais famosos violinistas do Mundo, tocou incógnito durante 45 minutos, numa estação de metro de Washington, de manhã, em hora de ponta, despertando pouca ou nenhuma atenção. A iniciativa foi do jornal "Washington Post", com a ideia de lançar um debate sobre arte, beleza e contextos.
Ninguém reparou também que o violinista tocava com um Stradivarius de 1713 - que vale 3,5 milhões de dólares! Três dias antes, Bell tinha tocado no Symphony Hall de Boston, onde os melhores lugares custam 100 dólares.
Ali na estação de metro foi ostensivamente ignorado pela maioria, à excepção das crianças, que, inevitavelmente paravam para escutar Bell... Segundo o jornal, isto é um sinal de que todos nascemos com poesia e esta é depois, lentamente, sufocada dentro de todos nós.
"Foi estranho ser ignorado" Bell, que é uma espécie de 'sex symbol' da clássica, vestido de jeans, t-shirt e boné de basebol, interpretou "Chaconne", de Bach, que é, na sua opinião, "uma das maiores peças musicais de sempre, mas também um dos grandes sucessos da história". Executou ainda "Ave Maria", de Schubert, e "Estrellita", de Manuel Ponce - mas a indiferença foi quase total. Esse facto, aparentemente, não impressionou os utentes do metro."Foi uma sensação muito estranha ver que as pessoas me ignoravam", disse Bell, habituado ao aplauso. "Num concerto, fico irritado se alguém tosse ou se um telemóvel toca. Mas no metro as minhas expectativas diminuíram. Fiquei agradecido pelo mínimo reconhecimento, mesmo um simples olhar", acrescentou.
O sucedido motiva o debate foi este um caso de "pérolas a porcos"? É a beleza um facto objectivo que se pode medir ou tão-só uma opinião? Mark Leitahuse, director da Galeria Nacional de Arte, não sesurpreende: "A arte tem de estar em contexto". E dá um exemplo: "Se tirarmos uma pintura famosa de um museu e a colocarmos num restaurante, ninguém a notará".Para outros, como o escritor John Lane, a experiência indica a "perda da capacidade de se apreciar a beleza". O escritor disse ao "Washington Post" que isto não significa que "as pessoas não tenham a capacidade de compreender a beleza, mas sim que ela deixou de ser relevante".
É triste.
terça-feira, maio 22, 2007
A Tomada de Olivença
Fez ontem 206 anos que Olivença foi tomada pelo exército espanhol. Publico este vídeo produzido pelo excelente 31 da armada, que só peca pela cor da bandeira.
Pôr a cabeça no cepo
Este tipo de eleições vêm normalmente, por um lado, estragar a agenda de muitos que há anos e anos construíam a sua “carreira” política com base em datas que funcionam em ciclos de 4 anos e, por outro, fazem ascender novos protagonistas que de outro modo nunca chegariam onde depois acabam por chegar.
José Sócrates é a prova acabada disto. Ninguém diria, há 4 ou 5 anos, nos tempos em que Sócrates e Santana discutiam alegremente em debates a dois na TV, que qualquer um deles viria a ser PM e, ainda mais, que Sócrates teria uma maioria absoluta.
Sócrates foi o grande beneficiado de duas situações inesperadas: o caso Casa Pia, que fragilizou Ferro Rodrigues (já de si um líder transitório), e o “abandono” de Durão Barroso a meio do mandato.
No próximo dia 15 de Julho teremos novamente eleições “inesperadas”. A grande questão é saber quem serão o beneficiados e os prejudicados desta situação. António Costa articula tudo de modo magistral. Pretende ganhar a Câmara de Lisboa e fazer boa figura não apenas nos próximos dois, mas também nos próximos seis anos. Com isto, demarca-se de Sócrates, do seu governo e das trapalhadas que indubitavelmente irão surgir mais tarde ou mais cedo. Quando acabar este seu período de seis anos vão faltar aproximadamente dois anos para que Cavaco termine o seu segundo mandato presidencial, altura para construir uma certa distância do PS e se apresentar como o candidato presidencial da esquerda, num novo ciclo que se prevê seja com a direita no governo.
Então e Negrão? Fernando Negrão não vai ser, como muitos dizem, carne para canhão. Fernando Negrão não é uma escolha de primeira linha (embora não queira com isto dizer que não possa ser competente), por isso esta candidatura, mesmo que não venha a ter um bom resultado eleitoral, como aliás não é previsível que venha a ter, só o vai beneficiar. Vai dar-lhe visibilidade e vai dar-lhe capital de queixa dentro do PSD, por se ter sacrificado.
Quem é, então, o grande perdedor destas eleições imprevistas? Marques Mendes. O líder do PSD tinha como certa a direcção do partido até ao pós legislativas de 2009. Caso aconteça uma valente derrota nas eleições para a CML, ou seja, se Helena Roseta tiver melhor resultado que Negrão, ou se o resultado de Negrão for, mesmo que melhor que o de Roseta, muito distante do de Costa, a situação apenas se manterá se ninguém tiver interesse em tomar já conta do partido. O problema no PSD é quem são os candidatos a candidatos à liderança. Luís Filipe Menezes é o eterno candidato que talvez nunca deixe de o ser. Aguiar Branco perfila-se para disputar a liderança, mas não queria fazê-lo já, pois ainda está numa fase inicial da sua estratégia de imagem. Morais Sarmento talvez seja um candidato demasiado bom para jogar agora a sua cartada e correr o risco de gastar a sua vez com uma eventual derrota em 2009.
Será então que o PSD vai passar pelo insólito de vir a ter dois líderes de transição seguidos? Se Morais Sarmento se “chegar à frente” predispondo-se a dar tempo ao partido imediatamente é provável que o insólito não aconteça, mas apesar de esta ser uma boa solução não traz ao PSD uma nova identidade, que faça os portugueses pensar que vem aí algo de realmente novo. Não será um produto que deixe todos entusiasmados, e que eleve o nível de participação dos portugueses nas eleições para patamares próximos dos das últimas presidenciais francesas, e é disso que estamos precisados.
LIBERDADE DE IMPRENSA
segunda-feira, maio 21, 2007
MOLEDO
Primeira paragem: para o almoço, croquetes com arroz de tomate no Palma. É o único sítio fora de casa onde como croquetes. Nem quero saber do que são feitos, são bons que se farta! E cheira a mar - não os croquetes! - pelo restaurante dentro. Pedimos uma imperial e devolvem-nos com um “de garrafa ou um fino?”. Ah pois, um fino, sff! O Palma já foi conhecido como Caixote, sendo fácil de imaginar o porquê. A fama foi pagando as obras e de caixote já não tem nada, com a vantagem de ter feito um “upgrade” sem qualquer pretensiosismo.
Claro que estava frio, claro que estava uma mega-nortada (quem vai para Moledo é obcecado pelo tempo, não há volta a dar...). A praia estava linda, vazia de gente, cheia de ondas; o céu estava azul, sarapintado de coloridos kites; à volta, a serra verde, verdíssima; ao fundo a solitária e misteriosa Ínsua. Depois do almoço e deste elixir, fui tratar do que lá me levou.
Podia ter ido só almoçar que já teria valido a pena. Aquela terra lava-me a alma e recarrega-me o espírito.
Notas no fim do campeonato IV
domingo, maio 20, 2007
Notas no fim do campeonato III
Notas no fim do campeonato II
Notas no fim do campeonato I
sábado, maio 19, 2007
Pântano II
sexta-feira, maio 18, 2007
METEO
Então cá vai:
quinta-feira, maio 17, 2007
Institucionalização
Que se saiba, são os profissionais de saúde quem realiza o que quer que seja, e não as "instituições". Impedidas? As "instituições"?...
Pântano
JUDE-SE!
Dedicatória:
Dedico este post ao Miguel Sousa Novais, ao Frederico Arruda Moreira, que nunca criticou uma linha minha nos Incontinentes; ao Miguel Sousa Novais, à Gisela Cavaco Silva, que, no desempenho discreto das suas funções de Primeira-Dama, tem sido um verdadeiro exemplo para todos nós, para mim certamente; ao Miguel Sousa Novais, à Joana Lopes Moreira, que nunca deixou de me incentivar a escrever, e soube pacientemente dar-me o tempo de que eu necessitava; ao Miguel Sousa Novais, ao João Vacas, que nunca bate com as Portas; ao Miguel Sousa Novais, à Mafalda, que me fez perceber o que siginifica «acutilância»; ao Miguel Sousa Novais, ao Nuno Pombo, o sage cuja erudição nos ilumina nas trevas do consulado sucialista; ao Miguel Sousa Novais, ao Rui Castro, nosso Pai na Fé; ao Miguel Sousa Novais, à Sara Castro, por me fazer perceber que ainda há quem poste menos que eu; ao Miguel Sousa Novais, à Sara Ribeirinho Machado, domingo somos todos dragões; ao Miguel Sousa Novais, ao Tiago Machado da Graça, pelo teu exemplo a resistir a OPAs hostis; ao Miguel Sousa Novais, ao Vito, e a todos cujo nome começa por «V», os últimos são os primeiros; ao Miguel Sousa Novais, ao Vox Patriae, és o único gajo que eu não topo neste blogue; ao cão que eu nunca tive; ao Manuel Luís, gosto muito do seu trabalho; e, last but not James Last, ao Miguel Sousa Novais, sem o qual eu nunca me lembraria de tomar as gotas.
Júdice, és um vendido, pá!
A LER (2)
A LER
SURPRESAS
FÉ CEGA
quarta-feira, maio 16, 2007
terça-feira, maio 15, 2007
O fim da vergonha
Afinal a recompensa pela intervenção na campanha do aborto não tinha apenas um, mas vários cenários possíveis.
Sequestro de Autocarro
O JOGO DAS CADEIRAS
Etiquetas: CML
segunda-feira, maio 14, 2007
ZERO
sexta-feira, maio 11, 2007
A Europa de cá e de lá
O que mais me surpreendeu, foi o rumo da conversa, num jantar com amigos e desconhecidos, quando se começou a falar sobre o óbvio tema da Europa, a propósito de uma entrevista que Durão Barroso dava nesse dia a um certo jornal.
No início da conversa disse-me europeísta e entusiasta de algo do tipo programa Erasmus global. O resto dos convivas olhou para mim com ar de espanto do tipo, deves estar a gozar. Eu fiquei perplexo com a frase seguidamente proferida por um deles: vê-se logo que ainda não tiveste contacto com o monstro.
Todos os presentes naquela mesa estavam de algum modo ligados à construção europeia e numa coisa eram unânimes: a Europa política não existe, é tudo uma invenção que se constrói diariamente em Bruxelas e em que muitos europeus continuam a acreditar.
Um dos presentes que eu conhecia como um quase federalista convicto, pelo menos até há poucos anos, era agora um completo eurocéptico.
Concordo que a Europa e os europeus não têm objectivos comuns, e que cada um continua a olhar apenas para o seu umbigo e para aquilo que lhe interessa, aliás para chegar a tal conclusão bastava ouvir o modo como Mme Royale e Sarkozy (o Mme está aqui colocado propositadamente para tentar irritar algumas senhoras mais susceptíveis), explicaram no último debate a sua visão da Europa comunitária. Mas não será também assim que pensa cada nacional com relação àquilo que se passa no seu país? Não será que a um algarvio interessam mais as propostas que um candidato a primeiro-ministro tem para a sua região do que aquilo que diz ir fazer noutra região do país?
Aquilo em que me parece que nos devemos centrar deve ser no fim último da UE sendo que este não é nem o mercado comum, nem a moeda única nem a livre circulação de pessoas e capitais. O fim último da UE é a manutenção da paz na Europa e para tal ela, nas suas várias formas evolutivas, tem funcionado bastante bem nos últimos 60 anos. Este fim último deve ser o fito e a razão da construção de uma Europa forte e duradoura e todas as suas evoluções deverão passar pelo crivo de tal fim, desde a política de alargamento à Turquia ou a outros países até à educação nas escolas dos estados membros.
A Europa não é mais do que um meio de manter em equilíbrio esta península do continente asiático a que chamamos continente europeu simplesmente porque fomos nós, europeus, quem decidiu quais eram os continentes, e se queremos ter mais 60 anos de paz devemos fazer tudo para que ela se mantenha.