quinta-feira, maio 17, 2007

A LER (2)

Do comer
No rescaldo de uma festa de aniversário recente o frigorífico preenche-se de sobremesas que sobraram. Na ausência de uma mulher que auxilie na tarefa, cabe-me a mim comer doces como quem come restos, numa triste execração do princípio gastronómico.Hoje à tarde competiu ruminar um bolo que há 5 dias vem perdendo propriedades e capacidade de sedução. À medida que engolia reparei numa espécie de sumo que se espalhava no tupperware (quando é assim como as coisas directamente do tupperware), traduzindo com indubitável eloquência que a passagem do estado sólido para o líquido mesmo na pastelaria é uma operação concretizável.Dificilmente engordo e dificilmente perco este hábito, que de certeza herdei da minha família da Marinha Grande, de que a comida não se estraga. Considero mesmo este fantasma eticizante como um valor religioso.
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