domingo, dezembro 31, 2006
depois de todos os problemas familiares que me arranjaram com este prémio (suspeito que tem a mãozinha de deus - o outro!), cumpre-me esclarecer os meus fiéis leitores de que não passa tudo de um boato mal intencionado, o qual visa denegrir o autor deste post. sabe quem nos lê que a senhora doutora fernanda câncio nunca respondeu às minhas lucubrações acerca dos seus desvarios frequentes, o que inviabiliza qualquer tipo de romance, ainda que virtual. como todos sabemos it takes two to tango.
sábado, dezembro 30, 2006
A BESTA
Saddam foi enforcado hoje de madrugada.
Os crimes cometidos pelo ex-ditador revelam o mais profundo desprezo pela vida humana.
Esse mesmo desprezo existe por parte de quem o julgou, condenou e matou. Estes, à semelhança de Saddam, não passam de bestas humanas.
Hoje de madrugada, o mundo deu um passo atrás.
A LER
O último texto da Assunção no BdN. Deixo-vos o final:
"A existir alguma discussão será porventura sobre o alargamento do tempo para a realização do aborto, porque uma vez aberta a porta, uma vez dito com todas as letras que o direito considera o aborto um acto lícito, então os limites são muito difíceis de explicar.Hoje os defensores do “sim” até podem achar que é um bom meio para reduzir o aborto, amanhã ninguém mais estará preocupado com esse objectivo, simplesmente porque o aborto deixará de ser entendido como um mal.O ordenamento jurídico muda definitivamente. A sua coerência e lógica sistemáticas ficam abaladas e as repercussões em problemas próximos não tardarão a surgir."
sexta-feira, dezembro 29, 2006
ALUCINAÇÕES (IM)PRÓPRIAS DA ÉPOCA
O CAA, (também) conhecido pelo seu anti-clericalismo primário, descobriu a pólvora. Porventura embuído do espírito pagão que o Natal lhe traz, decidiu revelar alguns aspectos menos conhecidos da relação entre o Estado e a Igreja. Depois de há bocado ter proclamado a simpatia da Igreja relativamente ao Holocausto, veio agora concluir que o atraso de Portugal se deve ao excesso de fé dos portugueses. É caso para perguntar o que faríamos nós sem estes liberais que nos revelam a verdade?
O meu humilde contributo para o "enriquecimento" da f.
(ecrã anti-perdigoto não sei, mas suspeito que a f., apesar de morena, seja daquelas que tem o ecrã cheio de tinta correctora)
RESTAURADOR OLEX
A estas perguntas do AA ocorre-me, em jeito de resposta, o seguinte jingle "Um preto de cabeleira loura ou branco de carapinha não é natural"
quinta-feira, dezembro 28, 2006
REINCIDENTE
Aprendi com quem sabe que temos 2 categorias de pessoas, as que, quando connosco falam, olham para nós e aquelas que desviam o olhar. Goste-se ou não, as primeiras têm carácter e são "confiáveis". As segundas são rasteiras e de pouca confiança. A Fernanda Câncio pertence, sem dúvida alguma, à 2.ª categoria.
Para que fique registado em acta
"Por este caminho, e com a despudorada incontinência emocional por parte destes patrocinadores da causa do aborto livre, mantenho uma esperança acesa de uma vitória do bom senso e da razão, ou seja do NÃO."
Meu caro João Távora,
serve este post para relembrar que os Incontinentes Verbais votam não no próximo referendo. E, que nos custa a utilização abusiva de palavras tão caras aos Incontinentes, a saber "incontinência", ao referir-se aos defensores do sim.
Aproveito este momento para descansar os nossos leitores, já que surgiu o boato que o Daniel Oliveira poderia ser a contratação de Dezembro dos Incontinentes, após Clara Ferreira Alves lhe ter chamado por duas vezes "incontinente" no último programa Eixo do Mal. Em nome desta casa refuto totalmente este boato.
Meu caro João Távora,
serve este post para relembrar que os Incontinentes Verbais votam não no próximo referendo. E, que nos custa a utilização abusiva de palavras tão caras aos Incontinentes, a saber "incontinência", ao referir-se aos defensores do sim.
Aproveito este momento para descansar os nossos leitores, já que surgiu o boato que o Daniel Oliveira poderia ser a contratação de Dezembro dos Incontinentes, após Clara Ferreira Alves lhe ter chamado por duas vezes "incontinente" no último programa Eixo do Mal. Em nome desta casa refuto totalmente este boato.
quarta-feira, dezembro 27, 2006
OS RICOS QUE PAGUEM A CRISE
Aqui há tempos, Soares dizia que a culpa do terrorismo era a pobreza. Outros conhecidos opinadores políticos, invariavelmente de esquerda, atribuem as culpas à opressão do Grande Satã Americano e ao Governo Israelita. Gostava de saber qual a opinião dos suspeitos do costume relativamente aos atentados referidos na notícia. Tenho a certeza de que existe uma qualquer teoria que "inimputabiliza" os perpetradores dos mesmos e que a culpa será, como não pode deixar de ser, do capitalismo, esse grande malandro...
OBRIGADO
Andamos com pouca incontinência, mas ainda assim não podemos deixar de agradecer os presentes. Adoramos cabazes, Isabel. Obrigado.
quinta-feira, dezembro 21, 2006
FALTA DE TOMATES
Se o Nuno Melo fosse homenzinho punha todos os cargos que ainda tem no partido à disposição da direcção, nomeadamente o seu lugar de deputado. Não o fazendo, dá o seu valoroso contributo para a morte do CDS.
LER OS OUTROS
"Assim, fico-me pela palavra do Papa, a de que a esperança de Deus é maior que o meu fracasso." (João Gonçalves, no Portugal dos Pequeninos)
quarta-feira, dezembro 20, 2006
Publi Cidade
Não sei se já repararam na publicidade que se vÊ nos Transportes Públicos, nesta época do ano.
Exortam aos seus utentes a irem às compras de transportes públicos. Para o efeito mostram fotografias de raparigas bonitas, carregadas com bonitos sacos de compras.
Mas será que não percebem que as pessoas não gostam de andar carregadas e aos encontrões? Quanto muito irão de transportes públicos para evitar o trânsito caótico de Lisboa, neste período do ano... De certeza que não será para se pavonearem pela Estação de Arroios com os seus sacos Carolina Herrera.
E ainda pagam a estes publicitários...
Exortam aos seus utentes a irem às compras de transportes públicos. Para o efeito mostram fotografias de raparigas bonitas, carregadas com bonitos sacos de compras.
Mas será que não percebem que as pessoas não gostam de andar carregadas e aos encontrões? Quanto muito irão de transportes públicos para evitar o trânsito caótico de Lisboa, neste período do ano... De certeza que não será para se pavonearem pela Estação de Arroios com os seus sacos Carolina Herrera.
E ainda pagam a estes publicitários...
ORA TOMA
Um jornalista ou aprendiz de jornalista brasileiro escreveu o seguinte texto sobre Portugal num qualquer site:
"Por tráz da noticia, 05.12.06, 16h19m
Portugal não merece ser visitada e os portugueses não merecem nosso reconhecimento Há apenas uma semana, em apenas quatro anos, o editor desta página visitou pela quinta vez Lisboa, arrependendo-se pela quarta vez de ter feito isto. Portugal não merece ser visitada e os portugueses não merecem nosso reconhecimento. É como visitar a casa de um parente malquisto, invejoso e mal educado. Na sexta e no sábado, dias 24 e 25, Portugal submergiu diante de um dilúvio e mais uma vez mostrou suas mazelas. O País real ficou diante de todos. Portugal é bonito por fora e podre por dentro. O dinheiro que a União Européia alcançou generosamente para que os portugueses saíssem do buraco e alcançassem seus sócios, foi desperdiçado em obras desnecessárias ou suntuosas. Hoje, existe obra demais e dinheiro de menos. O pior de tudo é que foi essa gente que descobriu e colonizou o Brasil. É impossível saber se o pior para os brasileiros foi a herança maldita portuguesa ou a herança maldita católica. Talvez as duas."
O "nosso" embaixador não se fez rogado e respondeu-lhe:
"Brasília, 8 de Dezembro de 2006
Senhor Políbio Braga
Um cidadão brasileiro, que faz o favor de ser meu amigo, teve a gentileza de me dar a conhecer uma nota que publicou no seu site, na qual comentava aspectos relativos à sua mais recente visita a Portugal. Trata-se de um texto muito interessante, pelo facto de nele ter a apreciável franqueza de afirmar, com todas as letras, o que pensa de Portugal e dos portugueses. O modo elegante como o faz confere-lhe, aliás, uma singular dignidade literária e até estilística. Mas porque se limita apenas a uma abordagem em linhas muito breves, embora densas e ricas de pensamento, tenho que confessar-lhe que o seu texto fica-nos a saber a pouco. Seria muito curioso se pudesse vir a aprofundar, com maior detalhe, essa sua aberta acrimónia selectiva contra nós. Por isso lhe pergunto: não tem intenção de nos brindar com um artigo mais longo, do género de ensaio didáctico, onde possa dar-se ao cuidado de explanar, com minúcia e profundidade, sobre o que entende ser a listagem de todas as nossas perfídias históricas, das nossas invejazinhas enraizadas, dos inumeráveis defeitos que a sua considerável experiência com a triste realidade lusa lhe deu oportunidade de decantar? Seria um texto onde, por exemplo, poderia deter-se numa temática que, como sabe, é comum a uma conhecida escola de pensamento, que julgo também partilhar: a de que nos caberá, pela imensidão dos tempos, a inapelável culpa histórica no que toca aos resquícios de corrupção, aos vícios de compadrio e nepotismo (veja-se, desde logo, a última parte da Carta de Pêro Vaz de Caminha), que aqui foram instilados, qual vírus crónico, para o qual, nem os cerca de dois séculos, que se sucederam ao regresso da maléfica Corte à fonte geográfica de todos os males, conseguiram ainda erradicar por completo. Permita-me, contudo, uma perplexidade: porquê essa sua insistência e obcecação em visitar um país que tanto lhe desagrada? Pela quinta vez, num espaço de quatro anos ? Terá que reconhecer que parece haver algo de inexoravelmente masoquista nessa sua insistente peregrinação pela terra de um "parente malquisto, invejoso e mal educado". Ainda pensei que pudesse ser a Fé em Nossa Senhora de Fátima o motivo sentimental dessa rotina, como sabe comum a muitos cidadãos brasileiros, mas o final do seu texto, ao referir-se à "herança maldita católica", afasta tal hipótese e remete-o para outras eventuais devoções alternativas. Gostava que soubesse que reconheço e aceito, em absoluto, o seu pleníssimo direito de pensar tão mal de nós, de rejeitar a "herança maldita portuguesa" (na qual, por acaso, se inscreve a Língua que utiliza). Com isso, pode crer, ajuda muito um país, que aliás concede ser "bonito por fora" (valha-nos isso !), a ter a oportunidade de olhar severamente para dentro de si próprio, através da arguta perspectiva crítica de um visitante crónico, quiçá relutante. E porque razão lhe reconheço esse direito ? Porque, de forma egoísta, eu também quero usufruir da possibilidade de viajar, cada vez mais, pelo maravilhoso país que é o Brasil, de admirar esta terra, as suas gentes, na sua diversidade e na riqueza da sua cultura (de múltiplas origens, eu sei). Só que, ao contrário de si, eu tenho a sorte de gostar de andar por onde ando e você tem o lamentável azar de se passear com insistência (vá-se lá saber porquê!), pela triste terra dessa "gente que descobriu e colonizou o Brasil". Em má hora, claro! Da próxima vez que se deslocar a Portugal (porque já vi que é um vício de que não se liberta) espero que possa usufruir de um tempo melhor, sem chuvas e sem um "dilúvio" como o que agora tanto o afectou. E, se acaso se constipou ou engripou com o clima, uma coisa quero desejar-lhe, com a maior sinceridade: cure-se !
Com a retribuída cordialidade
do
Francisco Seixas da Costa
Embaixador de Portugal no Brasil"
[recebido por mail]
terça-feira, dezembro 19, 2006
sexta-feira, dezembro 15, 2006
PASSOU-SE
Aconselha-se com urgência a leitura da resposta de João Gonçalves no BdN ao texto de opinião de hoje da Fernanda Câncio no dn. A excelente resposta da Mafalda é igualmente imperdível.
DEONTOLOGIA? DESCONHEÇO O QUE SEJA!
Anda por aí alguém que se diz jornalista e que não tem pejo em pôr em causa as mais básicas regras deontológicas da profissão. Alguns colegas da senhora dizem-se muitas vezes envergonhados com o mau nome que esta dá à classe. Tendo acompanhado alguns dos seus mais recentes trabalhos e opiniões, ocorrem-me assim de repente os seguintes pontos do seu Código Deontológico:
"1. O jornalista deve relatar os factos com rigor e exactidão e interpretá-los com honestidade. Os factos devem ser comprovados, ouvindo as partes com interesses atendíveis no caso. A distinção entre notícia e opinião deve ficar bem clara aos olhos do público."
(...)
10. O jornalista deve recusar funções, tarefas e benefícios susceptíveis de comprometer o seu estatuto de independência e a sua integridade profissional. O jornalista não deve valer-se da sua condição profissional para noticiar assuntos em que tenha interesses."
"1. O jornalista deve relatar os factos com rigor e exactidão e interpretá-los com honestidade. Os factos devem ser comprovados, ouvindo as partes com interesses atendíveis no caso. A distinção entre notícia e opinião deve ficar bem clara aos olhos do público."
(...)
10. O jornalista deve recusar funções, tarefas e benefícios susceptíveis de comprometer o seu estatuto de independência e a sua integridade profissional. O jornalista não deve valer-se da sua condição profissional para noticiar assuntos em que tenha interesses."
quinta-feira, dezembro 14, 2006
BdN
No BdN entrou uma nova colaboradora especial. Katia Guerreiro é médica e fadista. Foi a mandatária para a juventude de Cavaco nas últimas presidenciais. É, sem dúvida, uma excelente contratação.
quarta-feira, dezembro 13, 2006
O PAI NATAL EXISTE MESMO?
"Carolina diz que Pinto da Costa será preso quando sair do FC Porto" (lido na Lusa)
LIXO, ESGOTO OU VÓMITO?
[texto publicado no BdN]
"(...) porém, parece que toda a gente anda a pensar e a escrever sobre isto, talvez porque já andam aí na rua os outdoors do não (tanto dinheirinho que tendes, senhorias, para gastar em cartazes e sondagens em vez de em papas cerelac, fraldas e casinhas para as crianças desvalidas, hã? olhem que há uns bons milhares delas, completamente formadas, nos orfanatos) e nos jornais as proclamações eclesiásticas sortidas (...)" - o sublinhado é meu (Fernanda Câncio, no glória fácil)
Compreendo que para pessoas como a Fernanda Câncio seja evidente que a miséria humana que aflige algumas crianças no nosso país se deve à hipocrisia das pessoas que vão votar NÃO. Quanto mais não seja porque para alguns que votam SIM (refiro-me apenas aos mal intencionados militantes) até dá jeito que haja crianças nestas condições. Sempre é mais um argumento a favor do SIM, demonstrativo, aliás, da generosidade dos que, no fundo, só pretendem que as crianças sejam poupadas a esse sofrimento. Claro que é revelador, também, da honestidade intelectual que a autora do texto citado tem utilizado neste debate. A jornalista, que se diz repetidamente de causas, deslumbra pela mesquinhez própria dos que se acham, por mérito próprio, acima de tudo e de todos. São argumentos que deixam descobrir, por detrás da arrogância de quem acha que tudo sabe, a opção deliberada de tudo preferir ignorar.
"(...) porém, parece que toda a gente anda a pensar e a escrever sobre isto, talvez porque já andam aí na rua os outdoors do não (tanto dinheirinho que tendes, senhorias, para gastar em cartazes e sondagens em vez de em papas cerelac, fraldas e casinhas para as crianças desvalidas, hã? olhem que há uns bons milhares delas, completamente formadas, nos orfanatos) e nos jornais as proclamações eclesiásticas sortidas (...)" - o sublinhado é meu (Fernanda Câncio, no glória fácil)
Compreendo que para pessoas como a Fernanda Câncio seja evidente que a miséria humana que aflige algumas crianças no nosso país se deve à hipocrisia das pessoas que vão votar NÃO. Quanto mais não seja porque para alguns que votam SIM (refiro-me apenas aos mal intencionados militantes) até dá jeito que haja crianças nestas condições. Sempre é mais um argumento a favor do SIM, demonstrativo, aliás, da generosidade dos que, no fundo, só pretendem que as crianças sejam poupadas a esse sofrimento. Claro que é revelador, também, da honestidade intelectual que a autora do texto citado tem utilizado neste debate. A jornalista, que se diz repetidamente de causas, deslumbra pela mesquinhez própria dos que se acham, por mérito próprio, acima de tudo e de todos. São argumentos que deixam descobrir, por detrás da arrogância de quem acha que tudo sabe, a opção deliberada de tudo preferir ignorar.
terça-feira, dezembro 12, 2006
SABIA QUE...
... se o SIM ganhar o referendo, a grávida poderá abortar livremente (até às 10 semanas), de forma totalmente gratuita no Serviço Nacional de Saúde, ainda que contra a vontade expressa do pai e restante família?
[publicado no BdN - blogue do não]
PIADA SECA DO DIA
Um aniversário e um baptizado justificaram o último fim de semana na Quinta das Lágrimas, em Coimbra, com amigos, quase em família. Porém, a prudência aconselhou-nos a deixar com a avó a nossa filha do meio, a Inês... Castro.
segunda-feira, dezembro 11, 2006
IDIOTA FÁCIL
Patético é o único adjectivo que me ocorre para qualificar alguém, que para mais se diz jornalista, como o João Pedro Henriques do glória fácil ao escrever estes I, II posts. Não comento a alegria de alguns chilenos (em cuja pele sou incapaz de me colocar), mas recuso aceitar os festejos de alguns jornalistas portugueses (alguma vez estiveram no Chile?), alegadamente independentes, perante a morte de Pinochet. É trágico constatar a falta de respeito que muitos que se dizem modernos e livres demonstram pela morte de alguém.
Se eu fosse demagógico atrever-me-ia a dizer que é pelas mesmas razões que rejubilam em face da morte de um homem que no dia 11 de Fevereiro se deslocarão a uma mesa de voto para liberalizar o aborto. Um nojo.
É a educação da moda!
A nossa pseudo-intelectualidade, encadeada pelas maravilhas da etiologia, continua a esgravatar em torno de si própria, em busca da essência do nosso (nosso, nosso) atraso. E, mais de 30 anos depois do seu decesso, continua a encontrá-la na pessoa do Doutor Salazar. Sempre me pareceu bacoco o simplismo militante deste postulado. Para mim, que não conheci o senhor! Nem o conheceram o Paulo Portas e a Inês Pedrosa, acho eu. Pois bem, nos jornais deste fim de semana, lá estavam ele (na tabu) e ela (na única) a convergirem, a propósito de temas diferentes, no repúdio da política educativa do Estado Novo.
Ela chega a dizer: “Salazar, pelo menos, tinha a consciência de que a educação transformaria o povo – por isso pôs tanto empenho na manutenção rígida das classes sociais, impedindo de facto o acesso dos pobres aos estudos superiores”.
Ela chega a dizer: “Salazar, pelo menos, tinha a consciência de que a educação transformaria o povo – por isso pôs tanto empenho na manutenção rígida das classes sociais, impedindo de facto o acesso dos pobres aos estudos superiores”.
E percebe-se. Ele que era filho de milionários, bem sabia que aos filhos dos pobres não seria dado ver a luz brilhante da inteligência.
É evidente que esta sanha anti-salazarista não é lavra de quem não viveu aqueles tempos. É moda. Moda que ficou dos tempos das mais amplas liberdades. Aqueles que nos teriam levado muito longe, além Urais, não fora o 25 de Novembro...
A sempre irritante leitura dos textos da Inês Pedrosa (que só volto a ler daqui a 6 meses, prometo! como sempre me prometo depois de começar a ler um dos seus artigos) lembrou-me um estudo de que ouvi falar a semana passada sobre as escolas dos ricos e as escolas dos pobres. Nestas, por comparação, e agora de memória, são sete vezes mais os alunos que chumbam mais do que uma vez e apenas um terço os que nunca chumbaram ano nenhum. E esta? Atenção: julgo que este estudo se refere às escolas dos dias de hoje. Não das de há cinquenta ou mais anos! E a culpa deste horror é de quem? Do Salazar, claro! É mais cómodo pensarmos assim!
É evidente que esta sanha anti-salazarista não é lavra de quem não viveu aqueles tempos. É moda. Moda que ficou dos tempos das mais amplas liberdades. Aqueles que nos teriam levado muito longe, além Urais, não fora o 25 de Novembro...
A sempre irritante leitura dos textos da Inês Pedrosa (que só volto a ler daqui a 6 meses, prometo! como sempre me prometo depois de começar a ler um dos seus artigos) lembrou-me um estudo de que ouvi falar a semana passada sobre as escolas dos ricos e as escolas dos pobres. Nestas, por comparação, e agora de memória, são sete vezes mais os alunos que chumbam mais do que uma vez e apenas um terço os que nunca chumbaram ano nenhum. E esta? Atenção: julgo que este estudo se refere às escolas dos dias de hoje. Não das de há cinquenta ou mais anos! E a culpa deste horror é de quem? Do Salazar, claro! É mais cómodo pensarmos assim!
sexta-feira, dezembro 08, 2006
Sempre a América!
Alertado por este post no BdN, tomei conhecimento da existência desta rapaziada. São os autodenominados "médicos pela escolha". Quem é que pode ser "médico pela escolha"? Pergunto outra vez... sabem quem é que pode ser "médico pela escolha"? Qualquer pessoa que se identifique com os objectivos e funcionamento da associção (juro que não inventei: está aqui). Logo esta abrangência, magnânima, é de uma generosidade que seria só piedosa se não fosse também ela muito mentirosa! Mas adiante, que o que interessa é enganar a malta! (não era assim a canção? Não me soa bem ao ouvido... paciência!).
Se o que disse já era digno de uma risota, preparem-se agora para isto... (rufos)...
"Somos a favor da despenalização do aborto proposta no Referendo como somos contra a penalização do divórcio ou da infidelidade conjugal, pese embora haja quem acredite que os pecados terão condenação divina"
Então gostaram? Não é giro? Perceberam? os pecados e a condenação divina... ataque terrorista à Igreja... Sabem quem disse isto? O Ossama? Não! O Rosalvo...e... (rufos) a América! É sempre a mesma coisa... a América não pára... está sempre a usar de terrorismo!
quinta-feira, dezembro 07, 2006
Duas reacções possíveis...
Recebemos, relativamente a esta capa, duas reacções... as únicas possíveis. São elas:
1ª reacção- "Ó p'ra ela a chegar-se à direita!... Chega-te p'ra lá! Estás com falta de espaço?"
2ª reacção - "Malta do centro esquerda, estais proibidos de fugir para a direita por causa da má companhia ... se quiserdes, ide mais para lá que tendes espaço! Ó Alegre, encolhe a barriga!"
Duas Boas
do Ted Koppel no «Daily Show»:
«Temos a certeza de que os Iraquianos têm armas de destruição maciça, porque guardámos os recibos.»
E a propósito da primeira visita ao Vietname de um Presidente dos EUA, ao fim de 35 anos:
«Bush foi para Washington [para a Guarda Nacional], para fugir do Vietname, e agora vai ao Vietname para fugir de Washington.»
maradona
«O dia de hoje reservou-nos mais uma criteriosa escolha de livros magníficos não traduzidos para português, da responsabilidade de Rui Curado da Silva. O primeiro fala mal dos Estados Unidos da América, o segundo fala mal dos Estados Unidos da América, o terceiro quase que não falava mal dos Estados Unidos da América assim logo na capa mas lá se arranjou a Enron em maiúsculas, e, finalmente, o quarto tenta falar mal dos Estados Unidos da América. Este tema genérico, o falar mal dos Estados Unidos da América, como todos sabemos, está em grande deficiencia nos catálogos das editoras portuguesas, nomeadamente na Antígona.
"Se Portugal fosse um país a sério", queixa-se Rui Curado da Silva, comovendo meio mundo. Portugal não é um país a "sério", depreende-se, porque o Rui Curado da Silva não se revê na linha editorial das nossas editoras. É exigente, o Rui, digo eu. Por exemplo: o livro de Bernard-Henri Lévy foi lançado há meses e é um calhamaço armado ao Tocqueville, mas o Rui acha que Portugal não é a "sério" porque ainda não está traduzido. Dois outros foram lançados em 2005 e só um em 2004. Uma pergunta ao Rui: se descontar o de Hans Blix, que é sueco, todos os outros livros estão já traduzidos em sueco? Ou a Suécia não é um país a "sério"?»
quarta-feira, dezembro 06, 2006
Ó Epicuro, salvai as pataniscas...
Li aqui (diverte-me deambular pela prosa distractiva destes patuscos) que vão fechar o "Antigo Retiro Quebra-bilhas". Os ateus indignados rogam a Epicuro que faça o milagre de salvar aquele sacro espaço (onde as famílias, coitadinhas, se davam ao prazer da mesa) das garras peçonhentas do demo, do Opus Dei. Chorando já as pataniscas e o tinto, apelam à indignada manifestação.
Aliás, sendo tantos os amantes da boa mesa, é de estranhar o encerramento do espaço. Os lucros do estabelecimento, entre chouriços e arroz de feijão, eram tantos que os donos que o exploravam devem-se ter mortificado ao ponto deles prescindirem. As hordas de ateus amantes do arroz de feijão e as milhares de famílias que, alegres, lá festejavam todos os seus aniversários, não conseguiram impedir esta tragédia. Que pena!
Uma dica: parece-me que a casa de pasto do Zé-Caracol, ali para a Brandoa, também está na mira da seita... Já tenho saudades dos caracóis que lá nunca comi... Agora vá, manifestem-se...
E já agora, peçam ao Bloco de Esquerda que promova uma iniciativa legislativa muito simples: impedir que os malandros dos proprietários vendam os seus imóveis aos porcalhões dos católicos. Boa?
XISTRA
«Extracto do relatório do árbitro Carlos Xistra relativo à apresentação do cartão amarelo ao jogador Micolli do Benfica: "O jogador da equipa visitada, Micolli, desmandou-se em velocidade tentando desobstruir-se no intuito de desfeitear o guarda-redes visitante. Um adversário à ilharga procurou desisolá-lo, desacelerando-o com auxílio à utilização indevida dos membros superiores, o que conseguiu. O jogador Micolli procurou destravar-se com recurso a movimentos tendentes à prosecução de uma situação de desaperto mas o adversário não o desagarrava. Quando finalmente atingiu o desimpedimento desenlargando-se, destemperou-se e tentou tirar desforço, amandando-lhe o membro superior direito à zona do externo, felizmente desacertando-lhe. Derivado a esta atitude, demonstrei-lhe a cartolina correspectiva."»
(João Villalobos, no corta-fitas)
Por falar em cafés
Não há nenhum café como o que sai do balão. Enquanto que o resto das máquinas é só pôr o café ou carregar no botão, este é um misto de sensações que se prolonga mesmo depois de bebê-lo.
Recordo-me bem dos almoços em casa da Avó. Estavam todos presentes, avó da mãe, avó e tios. O café fazia parte da refeição e era um momento mágico, quase sacramental. A quantidade de café, a altura exacta de se pôr no balão (essencial), a razão da àgua subir, o cheiro intenso, a espuma (sempre bom sinal), a usual piada do filtro ser da roupa interior e a discussão de quem apagava a chama (muitas vezes tinham que acender várias vezes), eram assuntos recorrentes. Era um sinal para nós, netos e sobrinhos, de tradição e de sentimento de pertença a um clã. Fazer as refeições e beber o café em família é uma tradição cultural e familiar que se está a perder, é pena.
Café de balão? Claro, posso ser eu a fazer?
Recordo-me bem dos almoços em casa da Avó. Estavam todos presentes, avó da mãe, avó e tios. O café fazia parte da refeição e era um momento mágico, quase sacramental. A quantidade de café, a altura exacta de se pôr no balão (essencial), a razão da àgua subir, o cheiro intenso, a espuma (sempre bom sinal), a usual piada do filtro ser da roupa interior e a discussão de quem apagava a chama (muitas vezes tinham que acender várias vezes), eram assuntos recorrentes. Era um sinal para nós, netos e sobrinhos, de tradição e de sentimento de pertença a um clã. Fazer as refeições e beber o café em família é uma tradição cultural e familiar que se está a perder, é pena.
Café de balão? Claro, posso ser eu a fazer?
terça-feira, dezembro 05, 2006
A HISTÓRIA NÃO SE REPETE
O caso "Camarate", nomeadamente a ausência de julgamento que pudesse esclarecer o que de facto se passou naquele fatídico dia, é uma vergonha, bem demonstrativa da justiça que (não) temos em Portugal. Penso que poucos porão em causa a incompetência de todos os que lidaram de perto com este processo, sejam eles magistrados, polícias ou detentores do poder político. Porém, qualquer tentativa do poder político para corrigir retraoactivamente esta injustiça, como tem sido insistentemente veiculado pela comunicação social, constitui, para além de um absurdo do ponto de vista jurídico, um grave e inaceitável atentado aos mais elementares princípios democráticos que nos regem.
Sosseguem... é boato
Meus caros, o arrastão que se afundou em Setúbal não é este arrastão... Tanto quanto julgo saber, o Daniel, apesar de meter água de quando em vez, não está em risco de afundamento. Está aí para ficar... navegando nas revoltas águas da blogosfera, lançando as redes vorazes um pouco indiscriminadamente, é certo, e poluindo, por vezes, mais do que merecemos. Contudo, apesar dos pesares, é bom sabê-lo por aí! Sem ironias.
Sugestão de leitura
Agora que nos aproximamos das ditas férias de Natal, a indústria cinematográfica lança novidades que nos convidam à boa disposição... São filmes leves mas agradáveis...
Este vosso criado não pode deixar de recomendar aos seus leitores... imbuído (no Natal passamos a estar todos imbuídos, como se sabe) no espírito lúdico da quadra, este diário. É ... como direi... estilo "The secret diary of Adrian Mole" da Sue Townsend, mas mais inacreditável ainda ... é mesmo divertido. A história gira em torno de um conjunto de rapazes e raparigas que, atravessando uma qualquer crise de idade, resolvem dizer ao mundo que são ateus... no fim descobrem que não... que só não gostam mesmo é da Igreja Católica. São patuscos... É giro! Divirtam-se.
Marketing político no DN
Adenda: quem ler a notícia que faz esta capa do Diário de Notícias, irá perceber que o título não passa de exagero. Em primeiro lugar, a notícia não se refere só ao que se fez, mas ao que se prevê fazer em 2007. Assim, o título poderia ser: “Portugal poderá ser campeão europeu no corte da função pública”. No entanto, continuaria a ser um título impreciso. Os valores apresentados estão em percentagem do PIB, e é sabido que a economia paralela é superior em Portugal que noutros países europeus. Logo, Portugal apesar de eventuais esforços, nunca seria o primeiro da lista.
segunda-feira, dezembro 04, 2006
E tudo o arrastão levou...
O Daniel Oliveira, talvez por falta de atenção, atentou no último parágrafo deste post, sem ter lido os anteriores... que ainda por cima eram os melhores. Mas enfim...
Meus queridos leitores, o que eu quis dizer foi exactamente o que eu escrevi. Não se trata, Daniel, de oferecer a excomunhão cibernética como quem distribui carimbos com o aviso "Reaccionário"... nisso é o meu amigo particularmente lépido. Nada disso. Queria apenas constatar que ser cristão, católico no caso (para quem seja e goste de sê-lo), implica aceitar a mensagem de Cristo. Ponto.
Mas note que, com isto, não pretendo que o Daniel seja católico. Não se amedronte... Para perceber todas as implicações do que digo é preciso ser católico. E eu sou católico... desculpe... ainda não é proibido, pois não?
Repare que não quero que as pessoas votem "não" no referendo por causa das trevas eclesiásticas, das pressões do episcopado feroz. Não. O que quero é que os católicos (essa franja minoritária, anacrónica, que ainda não alcançou a idade da razão) ponderem o seu voto à luz da fé que dizem ser sua.
Já agora, estranharia o facto de haver quem se dê ao absurdo de militar no Bloco de Esquerda e de acreditar simultaneamente na luta de classes? Não, pois não? E o contrário? Haverá quem milite nessa agremiação e seja um ferveroso adepto do neo-ultra-liberalismo ou de outro qualquer chavão igualmente impressivo com que gostam de chocar a malta? Não há? Onde está o vosso espírito de abertura? Onde esconderam a vossa tolerância?
É isto que está em causa, Daniel. Tanto cá como aí há qualquer factor estranho que impede que uma coisa e o seu contrário possam ser entendidas como uma e a mesma realidade. É da natureza das coisas! É mesmo!
ARRASTADO
Caro Daniel, estás equivocado. Fui eu e não o vox patriae que na sexta debateu contigo o aborto na rádio europa. Ainda assim, e porque subscrevo todas as palavras escritas pelo meu co-blogger, deixa-me que te diga que não és o destinatário de tais palavras, razão pela qual as não poderás compreender.
domingo, dezembro 03, 2006
Em que é que ficamos? Decidam-se...
Neste debate que precede o referendo de dia 11 de Fevereiro, parece que não é suposto erguer a bandeira religiosa! O próprio Patriarca de Lisboa proferiu um depoimento sobre o assunto, que ganhou pleno significado depois do comunicado aclarador que se lhe seguiu. A ideia é esta: o problema do aborto e todas as questões dilemáticas que ele levanta, não são um assunto religioso! Quanto a isto, nada a opor.
Contudo, seria no mínimo bizarro sustentar que os católicos não devem participar neste debate. É evidente que podem e até devem participar. E devem fazê-lo não apenas no exercício da sua cidadania... diria temporal. Mas dando também testemunho daquilo em que acreditam. Da fé que professam.
Este post do Pedro Picoito, no BdN, põe o dedo na ferida. Os católicos, enquanto tal, não podem nesta matéria titubear. Optar por terceiras vias. Por ecletismos cómodos e politicamente correctos. Têm de defender a Vida.
Ora, dizer isto, não significa reconhecer que estamos todos condenados aos grilhões do catolicismo. Ao poder tenebroso da Igreja. Reconheçamos: um não católico pode, sem sacrifícios ou concessões, optar pelo "sim". Um católico, não. Porque dizer "sim" aqui é dizer "não" ao resto. E dizer "sim" e "não" é expressão da nossa irreprimível e intrínseca liberdade. Não estou condenado a ser católico. Nem eu nem ninguém. Da mesma maneira que não sou obrigado a dar qualquer das respostas.
No "não" pode estar muita gente. No "sim" também. Mas no "sim" não haverá católicos. Mesmo que pensem o contrário, que vão à Missa e que comunguem todos os dias.
Em que é que ficamos? Decidam-se...
Já muito se comentou o caso Mesquita e a cruzada levada a cabo pelos seus camaradas no sentido de tomarem o lugar que ela pensa ser seu. É, pelo menos, a cadeirinha onde, pacífica e serenamente, vem repousando o real cúbito, no Parlamento. Crucificaram-se os camaradas por este proselitismo, tanto mais quanto é sabido que a vítima é uma senhora e, para mais, Mesquita (o que nos dias de hoje é muito dizer...).
Pois eu ousarei defender os cruzados! Os camaradas! E defendê-los é erguer um altar (isto está a escapar, sem que queira, para a Religião, mas paciência... a caridade dos leitores me absolverá) à coerência, à constância (não me refiro à mulher do Governador do Banco de Portugal, que é socialista) e à previsibilidade que, como todos sabem, é uma virtude cardeal em política.
Os comunistas (atenção que não falo de mim...) estão-se nas tintas para os seus eleitos, como de resto estes deviam ignorar os seus eleitores. Não é de outra maneira, porque não faz sentido que seja de outra maneira. O deputado é uma peça, um instrumento como já li pejorativamente. É, para manter a toada espiritual, uma ovelhinha de presépio. Enfeita o quadro, enternece as crianças, prenche os espaços vazios, mas não interfere no sentido último da coisa... E o sentido último da coisa é, como sabemos, património do centralismo democrático. É assim e não faz sentido que seja de outra maneira, repito.
Portanto, quando vejo a mera ovelhinha querer virar a vaca do presépio (única, majestosa e próxima do Menino), quando a vejo querer contrariar o que é da essência do comunismo que aceitou pregar do púlpito parlamentar (independentemente de ela ter assinado uma carta ou coisa que o valha, não me interessa), o que é que me é dado ver? A apostasia em pessoa.
Não aceitam este comportamento dos comunistas? Não? Provavelmente é por não serem comunistas... A apóstata deixou de o ser, como a Zita e outros com ela, antes dela e depois dela deixaram de o ser também. Contudo, o simples facto de eu não ser comunista não me impede de perceber uma lógica que não é minha. É deles. Só deles. Dos que (ainda) não apostasiaram!
Agora, uma coisa é certa, não se pode ser comunista e não sê-lo ao mesmo tempo!
Em que é que ficamos? Decidam-se...
Desde o primeiro número do jornal SOL que estranhei o estribilho que aparece no canto superior direito da capa. Diz assim: "UM JORNAL QUE VALE POR SI - Este semanário não oferece brindes nem faz promoções".
Não é preciso muito para intuir que esta "ideia-força" é um recado para outros jornais que, pelos vistos, não valem por si e se fartam de oferecer brindes e fazer promoções. Como o Expresso, por exemplo. Conhecem o Expresso? Aquele jornal semanário que teve durante duas décadas o mesmo magnífico e sempre proficientíssimo director? Pois é... coitado. Ele durante tanto tempo a tentar fazer um jornal a sério e os bandidos que o secundavam (apenas os poucos que não foram para o SOL, claro!) violentavam a sua liberdade de criador irrepreensível, de mago intocável do jornalismo, para impor selvaticamente a existência de brindes e de promoções. Coitado! Ainda bem que agora há o SOL... sem brindes nem promoções....
Ups... Agenda SOL? Lê-se na capa, canto inferior esquerdo: "A 16 de Dezembro o SOL irá surpreendê-lo com uma agenda como nunca se viu: é simultaneamente bloco-notas e anuário." Coitado do Arquitecto... quem é que lhe está a fazer esta maldade? Um agente infiltrado do Expresso, só pode!
sábado, dezembro 02, 2006
Em que é que ficamos? Decidam-se...
Li há pouco que o Sr. Monteiro de Barros não está zangado com o País. Mesmo depois de o Governo, segundo diz, se ter portado mal com ele a propósito da refinaria. O certo é que, mesmo sem estar zangado, não mais se viu por cá nem se ouviu falar nele...
Já o Nobelitado Saramago, coitado, afirma-se não zangado, mas furioso com o nosso País. Deve ter saudades daquele tempo em que pontificavam as mais amplas liberdades, aqueles em que a bitola do mundo era a ponta do seu lápis vermelho ... (os azuis eram das trevas, dos tempos da nefanda ditatura). Pois não querem saber que este homem furibundo, que derrete o chão que o viu nascer, não sai dos nossos jornais, da televisão, de todo o lado? Não é que tem o atrevimento de passar cá o tempo que lhe apetece e que é muito mais do que aquele que nós estávamos dispostos a consentir? Irra! Se está zangado, então que fique zangado, homem! Sempre escusamos de tropeçar na sua imensa arrogância a cada dois passos! Boa viagem!
sexta-feira, dezembro 01, 2006
Restauração, já!
Foi neste dia, no ano de 1640, que os portugueses decidiram ser os protagonistas do seu próprio destino. Conjurou-se e restaurou-se a independência nacional. Deram-se vivas ao Rei de Portugal, de novo um português! Mesmo os que viviam no Portugal profundo, sem nunca se terem cruzado com espanhóis, saborearam o gosto da "libertação". O país era de novo nosso!
Quem fará o favor de, hoje, restaurar, não a sua formal e debilitada independência, Portugal em sentido próprio?