quarta-feira, novembro 14, 2007

Eleitos e não eleitos (4)

Para responder ao Nuno, a questão que se põe relativamente aos não-eleitos não é a legitimidade para governar pois, como ele muito bem diz, os monarcas das democracias não governam: representam o estado e são traço de união.
Até aqui, todos de acordo.
Agora, não sendo o de governar, os monarcas não deixam de ter um papel. Um papel representativo, simbólico, decorativo, de união, o que se quiser. Têm um papel e podem desempenhá-lo bem ou desempenhá-lo mal.
O Nuno citava o exemplo da velhinha Inglaterra e aí tivemos, há bem pouco tempo, um exemplo claro de uma família real a desempenhar mal o seu papel. A imagem de Inglaterra não deixou de ser afectada por sucessivos escândalos, annus horribilis, cenas impróprias para menores, adultérios em directo, entre uma série de enxovalhos. E que mecanismos de correcção é que existem num sistema hereditário para afastar esses erros, para afastar pessoas que, claramente, não estejam à altura do papel que têm a desempenhar? Nenhuns.
Esse é o grande mérito dos cargos eleitos: a realimentação natural do sistema. Um mau desempenho do cargo tem consequências e leva a uma rápida substituição. Em todos os sistemas naturais e artificiais mais complexos, esses mecanismos de regulação são uma necessidade absoluta. O sistema tem de ter primitivas de auto-correcção, as quais faltam flagrantemente num sistema em que o critério para a escolha do titular do cargo é genética e não baseada no mérito.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

A monarquia não presta

11/14/2007 8:11 da tarde  

Enviar um comentário

<< Home

BlogBlogs.Com.Br