segunda-feira, março 12, 2007

Fantasmas? Quais fantasmas?


Nem sempre conseguimos que os outros percebam o que queremos dizer. Mal nosso, seguramente. E manifestamente, o Rui não percebeu. Só isso explica a violência da sua reacção. Ele pretendia que um simples post fosse um tratado de filosofia, de teoria ou de ciência políticas. E, estranhamente, não encontrou neste meu texto um único vestígio, ainda que módico, de uma ideia, de um princípio, de um pensamento… Tentarei que os textos que se seguirem, para não desiludir os meus fiéis leitores, apresentem, sempre, pelo menos, um vestígio de uma ideia…

Diz o Rui que o único argumento que uso contra o liberalismo é o da sua suposta antiguidade. Logo eu que gosto tanto das coisas antigas… Esclareço: eu não pretendia desmontar o liberalismo, expondo as suas evidentíssimas fraquezas e as suas gritantes debilidades. Pretendia apenas sublinhar que me parece, no mínimo, bacoco que se apresentem, sempre em inglês como convém aos tempos da modernidade, as maravilhas dessa corrente de pensamento, como se fossem resultado do último grito da reflexão humana. Foi só isto (poderá ser este um vestígio de pensamento?) que eu quis dizer, amigos. Não se zanguem comigo (ainda), oportunidades não faltarão.

A doutrina social da Igreja, saída da pena de Leão XIII, como bem refere o Rui, e continuada depois pelos sucessivos papas, como parece ele ignorar, também não é nova. Nada disso. É velha, reconheço, ainda que menos velha do que a génese do liberalismo.

Mas terna é, todavia, a acusação, o grito de alma, do Rui: a “coisa” foi muito nociva à direita e só por isso (vejam-se aqui, senhores, de uma assentada, a destreza intelectual, a pureza lógica e o rigor argumentativo) deve merecer a nossa frontal condenação. E a constatação de que há quem confunda liberalismo e revolução francesa? Será que posso eu dizer que há quem veja, por grosseira ignorância, na afirmação de que a propriedade tem uma função social uma ideia de socialização?
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