o regresso à velha modernidade
É sempre com um sorriso que oiço ou leio os representantes do "liberalismo" ou do "neo-liberalismo", essa corrente do pensamento económico e político que se afirma moderna. Com o sorriso com que se recebem, não sem maldade, as atoardas dos néscios. O liberalismo, nas suas diversas cambiantes, é moderno há cerca de 200 anos. Uma modernidade que assenta numa reacção prenhe de auto-suficiência humana, da sua teia de motivações marcadamente individualistas e que se afirmam, por si, no quadro de uma ordem natural desvinculada de Deus. O primado do mercado, palco imaterial do encontro de interesses divergentes, passou a justificar, num pessimismo porventura apenas hipócrita, desumanidades muitas e sofrimentos vários. Sobretudo em países, como os reformados, que não podiam contar com a suavização católica. É para mim claro que não teria havido socialistas se não tivessem nascido liberais. E não teria havido socialistas e liberais, se tivesse havido mais cristãos.
Como é evidente, não podemos olhar para estas velhas modernidades com outros olhos que não os da História. E compreender esse movimento como um seu capítulo. Não podemos é deixar de estranhar que hoje, volvido tanto tempo, se assumam como novas ideias que têm a sua raiz, a sua essência, num ideário há muito superado. Tanto pelas reacções socialistas como pela doutrina social da Igreja. Por muito que se citem os pensadores da última vaga americana e que se abusem de impressivas expressões anglo-saxónicas, o que é velho não é novo. E o liberalismo não é apenas velho. Também não é bom.
2 Comments:
"E não teria havido socialistas e liberais, se tivesse havido mais cristãos."
Dos socialistas não sei, mas dos liberais e suas variações sei isto:
http://www.mindfully.org/Industry/2005/Evangelical-Economics1may05.htm
Claro que vai dizer que não eram católicos... como dizia o outro: "Let God Sort Them Out"
Chiça...
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