Tropa de Elite - filme único
O filme é excelente por várias razões. Em primeiro lugar, pelo realismo com que mostra a vida nos morros do Rio de Janeiro e os diferentes papeis da policia, incluindo a corrupção instalada. Contém cenas engraçadissimas que nos fazem rir apesar do cenário geral de miséria que reproduz. Mas não é esta a sua originalidade. Outros filmes como 'A Cidade de Deus' também o fazem.
A sua originalidade está no facto de mostrar a vida dura dos morros na perspectiva de um corpo policial especial, os 'caveiras'. E está também no facto de não pretender demonstrar que a perspectiva apresentada no filme é a única ou a verdadeira. Limita-se a mostrar que é uma perspectiva possível, e que a sua percepção existe na cabeça de muitos dos que diáriamente têm de lidar com os bandidos que dominam as favelas das cidades brasileiras.
Habitualmente, os filmes ditos de 'intervenção social' caem na tagarelice do costume. Mostram a dureza da vida dos morros na perspectiva de que há um estado opressor governado por corruptos cuja única preocupação é manterem o seu bom nível de vida enquanto 'abafam' os problemas sociais das populações pobres. Para isso usam os instrumentos 'repressores' que o Estado tem á sua disposição, com a polícia 'á cabeça'. Os pobres, por falta de alternativas de vida, recorrem á violência para sobreviver e exploram os seus próximos e as 'fraquezas' da burguesia.
Este filme já foi feito milhares de vezes, e milhares de livros foram escritos com este texto. Aqui já não há nada de novo.
Tropa de Elite goza com isto numa cena fenomenal onde estudantes universitários discutem, numa aula de sociologia, o papel da polícia. A opinião é unânime, claro está, a polícia é o tal instrumento repressor composta por uma cambada de corruptos que deviam desaparecer. Os exemplos de agressão policial apresentados são muitos. O professor, espelho evidente dos preconceitos que impregnam a academia, concorda em absoluto. O único problema é que um dos estudantes é polícia (os restantes não o sabem) e intervêm, sem se identificar, em favor da classe. Quando o faz, apesar do ambiente hostil, consegue calar o resto da aula. Na sua intervenção o estudante apresenta o ponto de vista dos polícias, mais exactamente dos 'caveiras'. Não nega a corrupção mas também não nega os problemas que existem nos morros e que muitos daqueles estudantes ignoram por completo.
A ironia de toda esta cena do filme é que são os sociólogos, os que supostamente 'conhecem a sociedade', que não reconhecem os pontos de vista que não estão de acordo com as suas ideias pré-concebidas. Ou seja, Tropa de Elite acaba por ser uma critica certeira aos filmes de 'intervenção social' e às suas limitações.
É especialmente por esta perspectiva alternativa que o filme é brilhante. E por isso foi acusado de fascista e das outras barbaridades do costume.
A sua originalidade está no facto de mostrar a vida dura dos morros na perspectiva de um corpo policial especial, os 'caveiras'. E está também no facto de não pretender demonstrar que a perspectiva apresentada no filme é a única ou a verdadeira. Limita-se a mostrar que é uma perspectiva possível, e que a sua percepção existe na cabeça de muitos dos que diáriamente têm de lidar com os bandidos que dominam as favelas das cidades brasileiras.
Habitualmente, os filmes ditos de 'intervenção social' caem na tagarelice do costume. Mostram a dureza da vida dos morros na perspectiva de que há um estado opressor governado por corruptos cuja única preocupação é manterem o seu bom nível de vida enquanto 'abafam' os problemas sociais das populações pobres. Para isso usam os instrumentos 'repressores' que o Estado tem á sua disposição, com a polícia 'á cabeça'. Os pobres, por falta de alternativas de vida, recorrem á violência para sobreviver e exploram os seus próximos e as 'fraquezas' da burguesia.
Este filme já foi feito milhares de vezes, e milhares de livros foram escritos com este texto. Aqui já não há nada de novo.
Tropa de Elite goza com isto numa cena fenomenal onde estudantes universitários discutem, numa aula de sociologia, o papel da polícia. A opinião é unânime, claro está, a polícia é o tal instrumento repressor composta por uma cambada de corruptos que deviam desaparecer. Os exemplos de agressão policial apresentados são muitos. O professor, espelho evidente dos preconceitos que impregnam a academia, concorda em absoluto. O único problema é que um dos estudantes é polícia (os restantes não o sabem) e intervêm, sem se identificar, em favor da classe. Quando o faz, apesar do ambiente hostil, consegue calar o resto da aula. Na sua intervenção o estudante apresenta o ponto de vista dos polícias, mais exactamente dos 'caveiras'. Não nega a corrupção mas também não nega os problemas que existem nos morros e que muitos daqueles estudantes ignoram por completo.
A ironia de toda esta cena do filme é que são os sociólogos, os que supostamente 'conhecem a sociedade', que não reconhecem os pontos de vista que não estão de acordo com as suas ideias pré-concebidas. Ou seja, Tropa de Elite acaba por ser uma critica certeira aos filmes de 'intervenção social' e às suas limitações.
É especialmente por esta perspectiva alternativa que o filme é brilhante. E por isso foi acusado de fascista e das outras barbaridades do costume.
7 Comments:
Todos sabemos que o cinema é - salvo honrosíssimas excepções - uma merda.
O que vem do Brazil é pior.
BOM DIA.
Das melhores críticas cinematográficas que li nos últimos anos
Obrigado, ó Benarde
A mim parece-me que o Benarde se estava a referir à crítica do anónimo!
Se calhar estava. Mas ajudava que o benarde não mudasse de nome para oliveirinha.
Para entreter os "pretty boys" do partido é porreiraço.
Serve de arremesso às convenções que deambulam nesses horizontes.
Ah pois é!
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