pinóquio (2)

Pelas rondas que fiz em jornais e alguns blogues, confesso que não reparei se alguém o referiu, mas não posso deixar de regressar à entrevista de Sócrates, nomeadamente no que respeita à afirmação de que o país está hoje melhor do que se encontrava em 2005 quando ele formou Governo. Não me vou deter sobre as causas da crise, dando de barato que o Governo tem uma quota-parte de responsabilidade diminuta nas suas causas. No entanto, há uma coisa que o sr. Sócrates esquece ou omite por conveniência. É que o Governo tem exactamente por função a melhoria das condições de vida da população, o que, em momentos de crise, implica a adopção de medidas que atenuem o seu impacto na vida das pessoas. É bom de ver que, neste ponto, o Governo falhou por completo. Adiante, voltando à afirmação de que estamos hoje melhor do que em 2005. Que raio de primeiro-ministro é que se permite fazer uma afirmação destas quando temos hoje mais desempregados, mais empresas falidas, uma taxa de inflação superior, taxas de juro aos níveis de 2001, impostos mais elevados, bens de primeira necessidade com aumentos superiores à taxa de inflação, níveis de endividamento das famílias nunca vistos, uma taxa de natalidade mais baixa, etc.? Tenha tino, sr. primeiro-ministro.