segunda-feira, julho 07, 2008

dragões de oiro

Dedicado ao Vasco:
dragões de oiro: Qual Direito, qual carapuça. Para quê regras? A inteligência futebolística inventou o fim das reuniões sempre que o respectivo presidente não esteja de acordo com a vontade da maioria. A partir de hoje, doravante e para o futuro, aqueles que constituírem a maioria absoluta numa reunião ou assembleia e pretenderem decidir sobre todos os pontos de ordem que constarem da agenda de trabalhos, ainda que regularmente convocada, terão de se entrincheirar na sede da instituição, de arma em punho, para evitar que aquele que preside à reunião ou assembleia e com eles não concorde decida tentar afastar um deles, para que a votação fique empatada e possa exercer o seu voto de qualidade.
Mas isto é capaz de não chegar. Será talvez preciso acabar com a reunião, de forma a evitar que a vontade da maioria prevaleça, o que, como todos sabem, privaria o respectivo presidente de uma bela salada de frutas ao jantar.

A coisa vai ser particularmente grave nas reuniões da administração das sociedades. Já estou a imaginar tudo a suspirar para que "a maioria dos administradores, de acordo quanto a vários pontos da ordem de trabalhos, desista de decidir", tudo de forma a que a vontade minoritária do respectivo presidente - que por acaso é amigo, comparsa, compadre, etc de empresas em conflito de interesses com a própria - prevaleça e não seja contrariada. A teoria abre portas imensas nas assembleias de condóminos. O pessoal que não paga o condomínio ou que construiu um toldo azul e branco com 10 metros de comprimento que tapa as janelas dos 3 andares imediatamente abaixo, vai, finalmente, mesmo só com 10% dos votos, conseguir obter a aprovação da assembleia para tais actos, alcançando ainda uma moratória de 20 anos, sem quaisquer juros, no pagamento das suas quotas.

O problema prosseguirá em crescendo quando o presidente, sozinho, decidir acabar com todas as reuniões em que a sua opinião seja minoritária, tarefa para a qual contará com a ajuda do Abel - um conhecido guarda nocturno do Porto -, e que impedirá de decidir sobre assuntos do maior interesse dos associados da sociedade de que o presidente faz parte, mas em que, de acordo com o mesmo, há pessoas sem idoneidade para decidir.
Ou quando (isto já na boite Diamante Negro) o presidente, em pleno coma alcoólico, rodeado por fruta - muita fruta - decidir pela boca do amigo Jorge Nuno que os demais administradores não prestam, elegendo, com louvor e aclamação, novos administradores: dragões de ouro.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Este comentário é delicioso. Tanto que me fez esquecer o muito que a vida me faz pensar em coisas muito mais sérias.
Obrigado!

Nuno

7/08/2008 5:47 da manhã  

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