País de Brandos Costumes
Violência doméstica matou 17 mulheres em três meses. Caiu-me o queixo ao ler este artigo. Pelo título pensei que a noticia fosse sobre algum país africano ou da América -latina, ou até porque não dizê-lo sobre algum país muçulmano. Não me passou pela cabeça que fosse em Portugal. Mas não. Esta vergonha passa-se cá, um país dito de brandos costumes.
Há vários anos que surgem reportagens e artigos sobre a violência doméstica, mas normalmente as vítimas estavam vivas, e apareciam a falar com a voz e a imagem distorcida, nalguma casa de abrigo. A moldura penal foi alterada, e realçou-se o facto de se tratar de um crime. Mas não tinha a ideia que se matava tanto.
Quero acreditar que também neste aspecto Portugal está na cauda da Europa (mas algo me diz que não estaremos sozinhos). Estou certo que haverá muitas razões sócio-económicas para explicar isto, estamos num país, atrasado, pobre, mesquinho, e há cada vez mais dificuldades financeiras, que atingem sobretudo os mais desfavorecidos, mas não há desculpas para este ultraje.
Hoje apercebo-me que a dita brandura não estará tanto nos costumes, mas na forma como tudo se aceita neste país, desde a corrupção, à carga fiscal, às mortes nas estradas, aos atrasos na justiça, e pelo vistos até a violência doméstica, a ver-se pelo tratamento jornalístico que esta notícia mereceu tanto pelo DN, cuja falta de realce dá um ar de quase banalidade, bem como pelos outros jornais ditos de referência.
Há vários anos que surgem reportagens e artigos sobre a violência doméstica, mas normalmente as vítimas estavam vivas, e apareciam a falar com a voz e a imagem distorcida, nalguma casa de abrigo. A moldura penal foi alterada, e realçou-se o facto de se tratar de um crime. Mas não tinha a ideia que se matava tanto.
Quero acreditar que também neste aspecto Portugal está na cauda da Europa (mas algo me diz que não estaremos sozinhos). Estou certo que haverá muitas razões sócio-económicas para explicar isto, estamos num país, atrasado, pobre, mesquinho, e há cada vez mais dificuldades financeiras, que atingem sobretudo os mais desfavorecidos, mas não há desculpas para este ultraje.
Hoje apercebo-me que a dita brandura não estará tanto nos costumes, mas na forma como tudo se aceita neste país, desde a corrupção, à carga fiscal, às mortes nas estradas, aos atrasos na justiça, e pelo vistos até a violência doméstica, a ver-se pelo tratamento jornalístico que esta notícia mereceu tanto pelo DN, cuja falta de realce dá um ar de quase banalidade, bem como pelos outros jornais ditos de referência.
2 Comments:
Temos dos piores números na Europa, mas Espanha também anda perto.
Mas quem foi que disse que o 25 de Abril não tornou Portugal - ou este país... - violento e numa merda?
Espere-se mais um tempo e vai ser pior: mais e mais violência, a qual, como antigamente os suicídios, não é trazida ao conhecimento público.
No entanto, claro que não é por isso que eu não leio jornais...
Nuno
Enviar um comentário
<< Home