Da miopia à cegueira
Concordo com a tese de Rui A.: no CDS tudo quanto procura mexer é visto como uma ameaça aos donos do partido. Concordo ainda com a ideia de que os ditos donos do partido se assenhorearam das estruturas locais, que transformaram em propriedade sua, e donde não saem nem deixam entrar ninguém. Com a conivência, diz o Rui A., ou com o patrocínio, diria eu, da Direcção nacional. Ora, concordando eu com as evidências que o Rui A. apresenta não pude deixar de estranhar que o PPM com elas também concordasse. E o meu espanto vem da circunstância de ir acompanhando os escritos do PPM sobre o assunto e deles nunca ter resultado que ele acreditasse na existência de “donos do CDS” ou que entendesse que as estruturas locais do partido estavam tomadas por pessoas que delas não saem, por óbvias razões, nem pretendem que outros entrem. O PPM, que afinal até concorda com o que há algum tempo alguns militantes vêm denunciando, é o mesmo que, depois, lamenta o facto de haver quem discuta concelhias em Santarém ou distritais em Lisboa. Esse lamento não revela apenas miopia. Escancara uma incurável cegueira.
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