AR II
1) O CDS tem regras que têm que ser respeitadas por todos, quer antigos quer novos militantes. Uma dessas regras é a de que só podem votar pessoas filiadas há mais de 3 meses. Pretende esta regra evitar, exactamente, o que o movimento AR pretendia fazer: filiar pessoas especificamente para votar. Note-se, além do mais, que estas regras não são de agora, aprovadas de propósito para impedir que os 100 novos militantes AR votem. São já antigas e eram perfeitamente conhecidas. Talvez o movimento devesse ter começado a trabalhar mais cedo… fica a sugestão, e de borla!
A Beatriz não é a pessoa mais adequada para falar de regras quando apoiou o atropelo estatutário também conhecido por regresso do actual Presidente do Partido. Ela escamoteia o essencial: existem novos militantes que se verão privados de votar por se ter antecipado injustificadamente o fim do mandato da presente distrital, o qual, relembra-se, terminava no final de Junho.
2) Ninguém se deve filiar num partido única e exclusivamente para votar numas eleições. O acto de filiação parte de uma convicção e de uma vontade de contribuir para um projecto comum. Qualquer militante a sério não deserta nem desaparece só porque, de acordo com as regras da casa, não pode votar em determinada eleição. Além do mais, quem acredita no CDS, como eu acredito, filia-se no Partido e não num qualquer movimento de alternativa ou de renovação!
3) Considero, além do mais, fabuloso que o senhor responsável pelo movimento diga, e cito «Há muito tempo que não entravam para o partido mais de uma centena de militantes num mês». Devia talvez fazer as contas e saber um bocadinho mais de qual tem sido o trabalho das concelhias e ver, por exemplo, o número de pessoas que se filiou na sequência do regresso, (en ora buena), de Paulo Portas à direcção do CDS. E já nem vou chamar a atenção para o facto de 30% desses militantes de que o senhor tanto fala serem transferências para o distrito de Lisboa e o que esse processo significa em termos práticos (falava de manobras o Senhor, não era?!
A Beatriz não gosta de transferências de militantes. A Beatriz não gosta de militantes falsos. A Beatriz não gosta de golpadas. A Beatriz gosta de regras. A Beatriz gosta de gritar em Conselhos Nacionais. A Beatriz também não gosta de falar de Lisboa e do estado miserável a que chegou o CDS. A Beatriz aceita com fair play o facto do CDS não ter qualquer vereador na CML, não retirando daí quaisquer consequências políticas. E fá-lo sem interesse, pois é sabido que a Beatriz nada tem a ver com a JP em Lisboa. A Beatriz acha que tudo está bem desde que estejamos do seu lado. O que é uma impossibilidade lógica. A Beatriz venera o Presidente do Partido e faz pouco caso do facto de, a avaliar pelas sondagens, o seu regresso ter significado um claro retrocesso para o partido. A Beatriz gosta tanto, tanto, tanto, do Dr. Paulo Portas (quase tanto como de George Clooney, que lhe povoa os entusiasmos) que ainda não percebeu que o país já não lhe reconhece os méritos que em tempos chegou a ter.
4) Por fim, quer-me parecer que se os propósitos do movimento eram apresentar uma alternativa e assumir uma responsabilidade, ficava-lhes bem aproveitar o período eleitoral que se avizinha para se assumirem como tal e dar conta das suas ideias e projectos e discuti-los de forma frontal e construtiva, isto porque às vezes não nos candidatamos para ganhar mas apenas para abrir espaço ao diálogo e à construção de alguma coisa melhor (pensem, por exemplo, no caso da Moção Fazer Futuro da JP, em 2006). Mas lá está… eu penso assim porque gosto mais do CDS do que de qualquer lugar nos seus órgãos mas, pelos vistos, nem todos são assim!
Fazendo uma confissão involuntária da sua maneira de estar na política, a pobre Beatriz invocou em sua defesa a Moção Fazer Futuro "da JP". Sem querer, a Beatriz dos altos ideais e visões puras , deixou cair a máscara que, a custo, estampara na própria cara. Os subscritores da dita moção sempre disseram que esta não era uma moção da JP. Era, antes, uma iniciativa de um grupo de militantes jovens que se destinava a reflectir, a discutir ideias, etc... conhecemos a ladainha e a que é que ela se destinou. Todos nos recordamos da instrumentalização soez a que se sujeitou a JP, tão bem recompensada por quem dela beneficiou. A verdade é que a moção a que a Beatriz se refere consubstancia um dos momentos mais rasteiros e deploráveis da história da JP. A Beatriz Soares Carneiro é só mais um ponto triste nessa história decadente.
4 Comments:
Excelente, Miguel.
Há muito que a Beatriz merecia que alguém a pusesse na ordem.
Muito bom!
É pá, este blogue só serve para escavacar a actual direcção do CDS.
Ouçam, se não alinham, têm a Nova Democracia ou o PNR, mas por favor escrevam merdas com algum sentido!
Desculpem mas sofro de incontinencia verbal.
Sempre pode ir passear a outros sítios.
MSN
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