sexta-feira, fevereiro 22, 2008

Um exercício de lógica elementar

Não percebo muito bem a fúria que acometeu a Filipa Correia Pinto, dirigente do CDS, nesta caixa de comentários.
Há uns anos a CPN da JP achou por bem criar uma comissão de estudo com vista à elaboração de um projecto que visasse pôr termo ao casamento como contrato. Defenderam a ideia tão apaixonadamente que eu, para ficar bem com a minha consciência, resolvi demitir-me daquele órgão.
Recordando o assunto que entretanto se tornou do conhecimento geral no partido, a Filipa amofinou-se. Sem razão, creio, posto que se a ideia era tão boa como ela e outros defendiam devia cobrir-se de orgulho.
Ou será que a inesperada reacção de hoje mostra que, afinal, a ala liberal pretende subverter os pilares fundamentais do partido sem claramente o reconhecer?
Ou será que, à época, a JP não foi mais do que instrumento de guerrilha contra o presidente do partido?
É preciso ter calma, Filipa. Calma.

2 Comments:

Blogger Filipa Correia Pinto said...

A Mafalda não percebe porque não lhe convém perceber, e do alto da sua superioridade pensa que os seus leitores são estúpidos.
Para que conste - e não pretendo voltar a este assunto nem alimentar mais esta sua lógica do "eu é que tenho a última palavra" - só me indignei por a Mafalda, abusiva e desonestamente ter imputado a um grupo que se está a institucionalizar (à Ala Liberal) e a um dos seus fundadores uma ideia que, em tempos e no âmbito do exercício de um cargo num orgão colegial que ocupou, ter visto ser discutida. Nem a Ala Liberal, que não fala, felizmente, pela voz da Mafalda, nem a JP nem o CDS propõem o fim do casamento como contrato. Ponto final.
e já agora, para esclarecer os leitores, essa famosa discussão que tanto traumatizou a Mafalda era um saudavel exercício de reflexão sob a concreta regulamentação civil do matrimónio, designadamente por causa da imperatividade dos direitos sucessórios dos conjuges ou da impossibilidade de dissolução unilateral do contrato.
por muito que isso choque a Mafalda, há quem sustentada e fundamentadamente entenda que esta regulamentação limita a liberdade contratual das partes (que se reduz à liberdade de celebrar ou não o contrato, com os resultados práticos que se têm visto.
Pode concordar-se ou não, e pode-se até achar que nenhuma alteração ao regime legal faz sentido.
o que não pode é impedir-se as pessoas de pensarem de forma diferente e de querem trocar impressões umas com as outras.
Daqui até aceitar o casamento de gays ou anular a importancia da família como nucleo fundamental da sociedade, vai uma enorme distância.
E notem as Mafaldas deste mundo: não exprimi, ainda qualquer opinião, limito-me a recolocar as questões então colocadas.
Mas qualquer ponto de vista que subliminarmente se encontre nas minhas palvras, até novas ordens, vincula-me só a mim, ok?
PS: mais calma do que isto só pedindo a um santo.

2/22/2008 11:03 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Filipa,

o engraçado é que a discussão não passava pela regulamentação, mas pela defesa do fim do casamento enquanto instituto do direito civil. Houve quem invocasse mesmo a inconstitucionalidade dele, não percebendo que o vício em causa afecta exclusivamente normas. Enfim...
Do que proclamavam à adulteração do sentido da família e à aceitação dos casamentos gays (caso o casamento afinal se mantivesse) vai um passinho. Tanto que a Teresa Caeiro, deputada do CDS, já se mostrou, em plena campanha autárquica para Lisboa, bastante aberta ao novo modelo. Prometendo até subsídios (adoro estes liberais subsídiodependentes!, no sentido lato do termo, ao lobby!
Não percebo por que razão não assumem aquilo em que acreditam.
Cumprimentos
Mafalda

2/22/2008 11:21 da manhã  

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