domingo, fevereiro 24, 2008

Da reposição da verdade sobre a Idade Média



A essência de "A Vitória da Razão", de Jonathan Stark, apresentada pelo próprio.

"A chamada 'Idade das Trevas' assistiu a uma explosão de inovação tecnológica e cultural. Houve inovações originais e inovações que vieram da Ásia. O potencial máximo das novas tecnologias foi rapidamente reconhecido e adoptado, como seria de se esperar de uma cultura dominada pela confiança no progresso; recorde-se como Santo Agostinho celebrou a 'invenção exuberante'. A inovação não se limitou à tecnologia; houve também progresso fantástico na cultura de elite: bibliografia, arte e música. Além disso, as novas tecnologias inspiraram novos modelos organizacionais e administrativos, que culminaram no nascimento do capitalismo nos grandes centros monásticos. O jovem capitalismo, por sua vez, levou à reavaliação teológica das implicações morais do comércio. Os teólogos mais influentes rejeitaram objecções doutrinárias passadas contra juros e lucros, e legitimiram os elementos essenciais do capitalismo. Esses desenvolvimentos têm enorme importância histórica, mas constituem uma 'revolução secreta', como explicou R. W. Southern: secreta porque não sabemos quem descobriu o quê ou, em muitos casos, onde, e exactamente quando, apareceu determinada inovação. Mas o facto é que o progresso rapidamente catapultou o Ocidente para a frente do resto do Mundo."

6 Comments:

Anonymous Anónimo said...

:)

2/24/2008 2:33 da tarde  
Blogger Ricardo Pinheiro Alves said...

Cara MJ, é para continuar. Se quiser dar alguma sugestão é muito bem vinda.

2/24/2008 10:10 da tarde  
Blogger L. Rodrigues said...

O que catapultou o Ocidente para a frente do resto do mundo foi a descoberta do "Novo Mundo", que permitiu aos ocidentais ter algo (ouro e prata, obtidos sabemos como) com que entrar no centro económico do Mundo: a Ásia.
Este estímulo à superprodução levou a um colapso ecológico, e depois social e político, da China.

Eu li um livro diferente, claro.

2/25/2008 10:53 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Caro L. Rodrigues, eu também li o livro que leu. Aliás, li demasiados a dizerem sempre o mesmo e quando leio muita coisa igual e consensual desconfio sempre. Mas só agora é que li este. E nada melhor do que ler os dois para equilibrar as perspectivas. Ter muito ouro e prata não serve para nada se não soubermos o que lhe fazer ou se vivermos á custa dos seus rendimentos. Ora os portugueses, e os europeus, não chegaram ao Novo Mundo porque não tivessem mais nada que fazer nem aplicaram o ouro e prata no lazer. Julgo que concorda comigo que se chegaram ao Novo Mundo foi porque antes fizeram algum "trabalho de casa". o livro versa precisamente sobre este "trabalho de cada" que foi feito na Idade Média.

2/25/2008 2:18 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Muito obrigada, Ricardo; acompanharei a discussão sempre que tiver tempo, mas não faço falta, porque o assunto está em muito boas mãos!

Caro L. Rodrigues:

Só leu um livro?
Se ler mais este, verá que aquilo a que o Stark se refere diz, de facto, respeito à "Idade das Trevas" e ao avanço civilizacional que O OCIDENTE JÁ TINHA ALCANÇADO quando partiu à descoberta do "Novo Mundo"; foi esse avanço civilizacional que, precisamente, lhe permitiu levar a cabo, com sucesso, um empreendimento de tal dimensão - não acha , com certeza, que os conhecimentos científicos e técnicos desta grandeza nos caem, assim, de repente, em cima da cabeça!
Além disso, não me consta que o ouro e a prata da América latina tenha ido parar à Ásia - o do Perú e do México foi todo gasto (e não chegou) na guerra da Espanha com a França, a Inglaterra, os Países-Baixos, etc. O do Brasil, quando apareceu, chegou tarde - eram já os ingleses (depois dos holandeses) quem, por esses lados, deitava cartas.

Gostava de saber qual foi o livro que leu - sem ironia! Gosto sempre de ler as opiniões contrárias, de forma a rever - ou não - as minhas!

2/25/2008 2:45 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Obrigado MJ

2/25/2008 6:33 da tarde  

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