sexta-feira, janeiro 18, 2008

Quem avisa amigo é

O texto abaixo, do muito amado-odiado VPV, é mais um que nos avisa a todos para o que se está a passar na Europa, e por reflexo e provincianismo nosso, em Portugal. Vem no seguimento do texto de ontem de JMFernades e de outros de Pacheco Pereira e António Barreto, só para citar os mais lidos. Os portugueses não querem saber mas a pouco e pouco a podridão deste sistema que nos governa vai aparecendo e sufocando. A ausência de referendo sobre a UE e o próprio processo de construção europeia que assenta cada vez mais na negação da individualidade dos povos europeus, tal como a ditadura higiénica que corroi a individualidade de cada um de nós, são duas das faces mais negras de todo o processo. Quando nos sentirmos directamente afectados e percebermos o que se está a passar poderá ser demasiado tarde para reagir e fazer algo. Mas o primeiro passo para reagir é simples, não votar no PS nem no PSD em 2009. Quem avisa amigo é.

---
A liberdade vai morrendo
in Público, 18.01.2008, Vasco Pulido Valente

A Mesquita Central de Oxford, muito conspícua, com minarete e cúpula, reclamou agora o direito de fazer apelo à oração, com o ruído que a ortodoxia recomenda. Para quem viveu em Oxford, isto é difícil de engolir. Mas suponho que não haverá grandes problemas. Pouca gente irá protestar contra a "islamização" da cidade e as coisas seguirão em sossego, de acordo com as regras do multiculturalismo. Já em Roma, um grupo de professores não permitiu que o Papa Ratzinger - um académico, um filósofo e um teólogo - fosse à Universidade de Roma, "La Sapienza", em nome da laicidade da investigação e do que ele pensa (se pensa) sobre a condenação de Galileu. Aqui, manifestamente, o multiculturalismo não vale. Vale o velho ódio à Igreja Católica e a intolerância da "correcção política".O direito de cada minoria se afirmar - ou, pelo menos, de certas minorias se afirmarem - acabou em conflito. Não acabou, como se esperava, numa nova espécie de coexistência pacífica. O universalismo da civilização do Ocidente, agora desprezada, está a ser substituído por uma série de particularismos, que não reconhecem o direito à diferença e que se querem impor ou separar. Usando uma antiga estratégia, o islão invoca a liberdade contra a liberdade. Um método que sempre seduziu a "inteligência" europeia, invariavelmente partidária da força e da repressão: a liberdade invocada para autorizar um muezzin em Oxford é a mesma liberdade invocada para não permitir que o Papa fale na Universidade em Roma. A liberdade condena a "islamofobia" em Oxford e aprova a "catolicofobia" em Roma.A intolerância aumenta; governa a religião, a saúde, a ética sexual (só uma é aceitável) e, contra toda a inteligência e toda lógica, começa a ressuscitar o nacionalismo. Na Bélgica, em Espanha, na Itália (embora moderadamente) , a exclusividade regional reaparece, com um ódio hesitante mas profundo. A "Europa", afinal, não juntou, separou. Por um lado, em Bruxelas, para as pessoas se entenderem, falam inglês. Por outro, na Catalunha ou no País Basco, há quem se queira afastar ou isolar do mundo mais próximo. A fragmentação cultural do Ocidente não trouxe a ninguém autonomia e poder de escolha. Trouxe, e continua a trazer, fanatismos de vária ordem, que pretendem reger, "regularizar" e limitar o comportamento do cidadão comum. A liberdade vai morrendo.

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

nomes como os referidos e com o beneplácito dos socialistas o que se poderia esperar?
a abrilada deu cabo deste nosso País que foi sempre uma maravilha...
.

1/19/2008 7:47 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

porque não referir gente mais capaz e cingirem-se a psicopatas?
.

1/19/2008 7:48 da manhã  

Enviar um comentário

<< Home

BlogBlogs.Com.Br