O último «Alien»
A idade não perdoa. Na última «sequela» da saga «Alien», não é apenas Sigourney Weaver que acusa os efeitos da passagem do tempo. A «criatura» aparece-nos mais humanizada, menos assustadora, menos «a preto e branco». Continua a rebentar do ventre dos seres humanos, sim, mas agora com outras preocupações. Típico é o seu comentário «Posso replicar-me infinitamente, mas isso faz de mim único?» Ou «Semeio o terror porque me aterroriza confrontar-me com a perda das minhas faculdades.» E é Sigourney que assume a condução do processo degenerativo ao confrontar o monstro com a suas limitações, a sua incapacidade existencial de assumir - ou pelo contrário, de pôr em causa - a dialéctica contemporânea do freak que se vê reduzido a atracção de feira. No espaço exterior, como nas ruas de Nova Iorque, onde a acção decorre em segmentos onde o realizador assume a não-linearidades do espaço e do tempo tal como a vemos desde os primeiros trabalhos de David Lynch, ou, recuando um pouco mais ainda, desde os filmes experimentais de Andy Wharol. O maniqueísmo dadaísta atinge por isso a sua máxima expressão neste último trabalho de Ridley Scott, que volta, num sentido witgensteiniano, ao local do crime. Por tudo o que fica dito, o título deste que poderá bem ser o último e definitivo da série não podia ser mais adequado: «Woody Alien». A não perder.
5 Comments:
Bato palmas ao título (e ao autor do texto obviamente).
Ou seja, bates ao autor do texto obviamente, é isso? Diz um sítio e uma hora e a gente resolve já isso.
É verdade, estive a almoçar com o Tomás e o Xico. Mandam-te um abraço.
Woody Alien bem que podia ser o titulo do porno-spoof.
È para já. Espero-te na Covilhã.
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