terça-feira, janeiro 01, 2008

Mentiras da República

Opressão socialista 15

A propósito do post do Rui Castro (em baixo) com o texto do Nuno Pombo no DD transcrevo carta, enviada em 25 de Abril do ano passado (2007) à comissão responsável pela organização das comemorações dos 100 anos da República, com comentários sobre as propostas que a referida comissão na altura apresentou publicamente e sobre a idoneidade dos seus principais responsáveis. Claro que até hoje nunca obtive resposta...
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«Covilhã, 25 de Abril de 2007


Exmos. Senhores,

Comemorar 100 anos de implantação da República exige
um evento feito para todos os portugueses e não apenas
para alguns. Devemos festejar com a
clarificação da verdade histórica e do real
significado da data que se vai comemorar.

No entanto, a Comissão para as Comemorações do
Centenário da República criada pelo Governo
encontra-se constituída por pessoas que não estão
acima de qualquer suspeita nesta matéria,
especialmente o Sr. Prof. Vital Moreira, mas também o
Sr. Prof. António Reis. O Sr. Prof. Vital Moreira tem
demonstrado, ao longo dos anos e em inúmeras crónicas
de jornal, a sua parcialidade nesta questão e a sua
radicalidade nas abordagens que apresenta. A sua
contribuição para este relatório (ponto 4) demonstra
mais uma vez a atitude que tem caracterizado as suas
intervenções no âmbito deste tema ao confundir
propositadamente República com "republicanismo". Quem
demonstra estes atributos relativamente a um assunto
complexo e polémico não é com certeza a pessoa mais
indicada para organizar as referidas comemorações.

Assim, a nomeação do Prof. Vital Moreira e, pelas mesmas razões, do Prof. António
Reis é lamentável e indicia o caminho que estas
comemorações irão percorrer. O contributo da
Associação República e Laicidade, exposto no mesmo
relatório, só vem confirmar os piores temores sobre
a celebração dos 100 anos da República.

Com estes intervenientes temo que as comemorações
serão um rol de meias-verdades em que uns quantos se
vão aproveitar da sua posição junto ao poder para
tentarem mascarar a História como mais lhes aprouver.
Vai ser promovido o "republicanismo", apagando-se-lhe
os ponto negros e mascarando-os com um conjunto de
virtudes que os seus proponentes poucas vezes
demonstraram ao longo da História. E vai ser tudo
embrulhado muito bem com a República, entendida como a
participação activa e respeitável na vida pública, de
forma a encobrir os "podres" do republicanismo.

O relatório inicial já o demonstra mas engana-se
quando refere a consensualidade que deverá estar
subjacente a esta iniciativa. A composição da Comissão
de Organização inviabiliza à partida qualquer consenso
e, se conseguir cativar os portugueses, vai tornar
este aniversário em mais um episódio de divisão do
país.

Da minha parte não tenho dúvida em afirmar que se a
comissão prosseguir o caminho estabelecido pelo
relatório não me associarei a tais comemorações dos
100 anos da República. Não participo em projectos de
cariz ideológico que usam dinheiros públicos para
apagar as inconveniências do passado e
"transformá-las" em supostas virtudes. No fundo, não
participarei num projecto que é, ele próprio, a
negação da "Res pública".

Com os melhores cumprimentos
Ricardo Pinheiro Alves
Docente da Universidade da Beira Interior »

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