terça-feira, janeiro 22, 2008

Alhos e bogalhos


Ontem, no Público, Rui Tavares comentava (com eco noutros meios) o lamentável sucedido de La Sapienza. Como costuma fazer, uma no cravo outra na ferradura. Se é verdade que alguns dos académicos não estiveram bem, o certo é que o Papa esteve (e tem estado) pessimamente. Como de costume também, discordo dele.

Sob a incontestada afirmação de que todos têm direito à sua opinião mas não aos seus próprios factos, Rui Tavares conclui que "declinar um convite para evitar protestos desagradáveis" não é sinónimo de "ser impedido de ir a um lugar". Faz-me lembrar esta passagem os exemplos usados na Faculdade para distinguir coacção física da coacção moral. Aquela inelutável, esta deixando ainda espaço para a vontade. Pode ainda escolher o que se vê coagido por uma pistola apontada à cabeça. Pois pode. Nesta linha de lógico raciocínio, o Santo Padre só não foi à Universidade porque não quis. Poderia sempre ter ido, mesmo com ameaças de desacatos e com a declaração das autoridades de que não poderia garantir a segurança de pessoas e bens (afirmação tanto mais esdrúxula quanto é sabido que vivemos tempos de um terrorismo global). Poderia Bento XVI ter ido a La Sapienza. Podia. Mas não quis ir. E infelizmente, neste caso, "declinar o convite" e "ser impedido de ir", são quase uma e a mesma coisa.

3 Comments:

Blogger Ricardo Pinheiro Alves said...

E fez muito bem em não ter ido.

1/22/2008 5:19 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

O que é esdruxularia é emitir opiniões sobre o que não se sabe.
E muito menos pronunciar-se sobre as decisões do Papa, qualquer que ele seja.
Esse Rui Tavares - que ninguém sabe quem é - revela ser um imbecil completo.
.

1/23/2008 7:07 da manhã  
Blogger L. Rodrigues said...

A um anónimo não me parece que faça muito sentido desqualificar alguém porque "ninguém sabe quem é". Mas isso se calhar sou eu que sou hipersensível à ironia.

1/23/2008 2:59 da tarde  

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