se o ridículo matasse...
A não perder, este fabuloso texto do jcd:
"Alertado pelo meu colega Carlos para a qualidade crescente do blogue a Bússola, dediquei algum tempo a uma visita. O que gostei mais foi deste post do jornalista Jorge Fiel, “Como se destrói em 15 linhas o mito da Lisboa grande produtora de riqueza”. Afinal bastavam 4 linhas:"Lisboa não produz um único khw de electricidade. Lisboa não fabrica um quilo de cimento. Lisboa não transforma pasta em papel. Lisboa não refina um litro de gasolina." Na movimentada caixa de comentários a teoria desenvolve-se – alguém já viu uma barragem em Lisboa? (Por acaso, outro dia, ia descendo a avenida de República e pareceu-me ver uma, mas depois disseram-me que era só um estaleiro do Metro) Pronto, a gente lê aquilo e cai-nos a alma na calçada, a verdade é que Lisboa não é nada, nisto de energia. Como capital, é só estatística. Põem economistas a calcular PIBs e dá nisto, aquilo é gente que não atinge que riqueza é toneladas e quilovátios. Se isto se sabe, muitos lisboetas poderão começar a cogitar na hipótese de emigrarem para essas terras de todas as oportunidades que são o Pego, Castelo de Bode ou Alqueva. E os que sobrarem, quando perceberem que o ordenado que lhes pagam é 90% má estatística, vão atrás. Nada como imitar os que compreenderam isto antes de nós, como os espanhóis, que, é sabido, já mudaram a capital económica do reino para Almaraz. E sei, de fonte segura, que o novo Presidente da Câmara, anda preocupado com a miséria económica da capital. Em estudo está a instalação de uma cimenteira no Terreiro do Paço, uma siderurgia no Restelo, uma papeleira no Parque Eduardo VII e uma refinaria no Cais do Sodré, que terá uma produtividade redobrada, um dois em um. Além de gasolina "made in Lisbon", a cidade ficará habilitada para oferecer as mais refinadas prostitutas a sul do Mondego. O caminho é este ou a miséria. Abram os olhos. Vejam para a desgraça desses embustes estatísticos que eram Hong-Kong, Nova Iorque, Londres ou Los Angeles. Puff. Já ningém quer saber delas. Evaporaram-se. E o Porto que se ponha a pau. Crestuma, senhores, Crestuma é que é o futuro do Norte. É para lá que a Bússola aponta."
2 Comments:
A calhar, a calhar, vinha um terramotozinho, para Lisboa produzir qualquer coisa na área da construção civil, que é a única indústria víável neste país.
Bravo, meu caro. Esta peça é uma pérola!
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