Ignorância e preconceito de mãos dadas
Vale a pena ler este excelente texto do João Mattos e Silva. De uma penada, desmonta a ignorância e/ou o preconceito de duas figuras gradas da nossa intelectualidade: Miguel Sousa Tavares e a Jornalista (sinédoque que lhe assenta como luva), aka, fernanda câncio.
Sobre a Jornalista escreve o João:
Numa entrevista dada em Outubro último, uma conhecida jornalista – que habitualmente discorre ex catedra sobre todos os temas e sobretudo os que considera «progressistas» – a propósito do golpe de estado republicano, acusou a monarquia de ser, em 1910, absolutista e de haver falta de liberdade, entre outras coisas igualmente risíveis, como ter o novo regime dado mais direitos aos cidadãos e ter o novo regime implantado a democracia. Além de desconhecer que em 1910 a monarquia era constitucional, que havia partidos políticos, que havia um Parlamento eleito, que existia um partido republicano, que os republicanos faziam comícios, tinham jornais republicanos, deputados republicanos, em total liberdade e representavam apenas 10% do eleitorado, desconhece que a lei eleitoral publicada pela república em 14 de Maio de 1911 conferia o direito de voto apenas aos maiores de 21 anos que soubessem ler e escrever ou fossem chefes de família há mais de um ano (em 1913 os chefes de família analfabetos perderam esse direito), excluindo os analfabetos, as mulheres e os militares no activo. Curiosamente, foi em 1931, na ditadura, que as mulheres, mesmo com limitações, puderam ser eleitoras. Como parece desconhecer que em 1910 havia 850 mil eleitores recenseados e em 1913, apenas 400 mil.
2 Comments:
E foi em 1931 que pela primeira vez foram eleitas mulheres para a Asssembleia Nacional.
ja ´é altura de se fazer oestudo aprofundado e serio do fim da monarquia e da republica e acabar com as ideias preconcebidas que hoje em muitos casos passam por verdades.
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