quarta-feira, novembro 14, 2007

Eleitos e não-eleitos

Mas o que é que há-de ser de mim, que dou sempre por mim a concordar com o que o Nuno Pombo escreve?

Há, no entanto, uma coisa que me preocupa. De facto, como diz o Nuno, as urnas não são, de facto, uma depuração milagrosa que santifica todos os que por lá passam e amaldiçoa todos os que lá não entram.
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E chovem sempre os mesmos argumentos: Hitler foi eleito, muitos estafermos foram eleitos. Ao mesmo tempo, Juan Carlos não foi eleito e salvou a democracia espanhola.

O problema é que se começa a tomar a nuvem por Juno. Há, de facto, excepções de ambos os lados: maus eleitos e bons não-eleitos. Mas são precisamente isso - excepções. A regra histórica é que os eleitos tendem a ser mais bons do que maus e os não eleitos tendem a ser mais maus do que bons. Como dizia Churchill, a Democracia é o pior sistema político, com excepção dos outros todos.

Infelizmente, muitos cínicos agarram-se a essas excepções - que, por serem excepções, têm grande projecção histórica - e querem fazer delas a regra que não são. De facto, o cargo eleito é moralmente superior ao cargo não eleito, pois tem uma confirmação da maioria. Tem um efeito correctivo sobre os erros que o cargo não eleito não tem. Por isso, aceitemos as excepções que, sem dúvida existem, mas aceitemos a regra de que se vive melhor com eleições do que sem elas.
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