segunda-feira, novembro 12, 2007

Ainda o OE, mas agora mais a sério ...

Opressão socialista (5)


O que é um orçamento? Façamos um paralelismo entre as empresas e o Estado. Numa empresa não é mais do que a alocação de dinheiros para o ano seguinte. È a altura em que se movem influências e se mexem “cordelinhos” para se conseguir uma fatia mais larga do “bolo”. E onde dominam as mesquinhices e o interesse próprio. È também uma aplicação anual da estratégia e das políticas definidas na empresa (e da visão, agora tão na moda), onde o prazo de raciocinio é plurianual e onde os destinos da empresa são efectivamente decididos.

Esta dupla definição aplica-se também ao OE. È nesta altura que os empregados do Estado, ou os seus supostos representantes, tentam aumentar o quinhão que lhes é destinado sob a forma de salários e outras regalias. Os “lobbies” dos diversos sectores maximizam a sua pressão sobre os governantes para terem acesso a mais e mais subsídios. Isto é o OE, um instrumento que mostra o financiamento e a afectação dos chamados dinheiros públicos para um ano civil. Não é mais do que uma contabilidade de mercearia um pouco mais complexa e movimentando mais dinheiro em que a complexidade vem precisamente porque movimenta mais dinheiro. È sobre isto que os deputados da Nação andaram a discutir a semana passada e por isso se destacaram, na imprensa, pelos piores motivos, os sócrates, santanas, louçãs e outros que tais. È a política ao mais baixo nível.

O que é de espantar é porque é que a contabilidade de mercearia gera tanta discussão e tanto entusiasmo nas cabeças bem pensantes deste país enquanto que o equivalente do Estado à estrategia das empresas, as Grandes Opções do Plano (GOP), passam totalmente despercebidas. Aliás fala-se constantemente em acabar com as GOP porque ninguem lhes liga nenhuma.

Porque é que isto acontece? Porque Portugal não tem qualquer estratégia para o futuro e o duopólio podre que nos governa desde 25 de Novembro de 1975 serve para impedir qualquer discussão séria. È neste âmbito que se devem entender os Pactos de Regime propostos pelo Dr. Menezes. Navegamos á vista sem qualquer ideia do destino “comandados” pelas imposições da União Europeia. A estratégia portuguesa, na cabeça desses senhores, é a Agenda de Lisboa e os habituais chavões da educação, novas tecnologias e solidariedade. O objectivo é crescer económicamente ao ritmo da Europa apesar de a esse ritmo ficarmos sempre sub-desenvolvidos (face aos europeus).

Algum dia mudaremos?
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