terça-feira, outubro 23, 2007

Referendo ao tratado 2

Não posso concordar com o Zé Luís. Para mim, a questão é bastante mais simples. Chama-se fidelidade à palavra dada. Palavra, essa, que ninguém obrigou a dar.
Mais de 80% dos deputados à Assembleia da República (PS+PSD+PCP+CDS) entenderam que a promessa do referendo devia constar dos respectivos programas eleitorais. Ou seja, mais de 80% dos que agora se assumem como o tal "filtro" legislador próprio da democracia representativa, consideraram que esta não basta neste caso. Se foram os próprios deputados a declararem-se antecipadamente inibidos para decidir sem a realização de um referendo, a mudança de atitude pós-eleitoral consubstancia uma fraude vergonhosa imprópria de um país (dito) civilizado.
Caro Zé Luís, Confesso que acho pouco simpática essa interpretação da bondade deste ou daquele voto, desde ou daquele país. Acho que quem faz birra tem tanto direito a expressá-la como quem vota depois de ter lido todos os compêndios sobre o tema.
Caro Nuno, Acho que um tratado internacional pode ser explicado às pessoas e que as questões que levantam problemas sérios não são assim tantas que não possam ser entendíveis numa campanha eleitoral séria em que, à partida, PS, PSD e CDS estarão do mesmo lado. Zomba mais da democracia quem tenta fazê-lo ou quem prometeu realizá-lo e se prepara para não cumprir?

João Vacas (publicado por Zé Luís)
BlogBlogs.Com.Br