quarta-feira, outubro 31, 2007

o regime

Já muito se discutiu da necessidade ou não do referendo para ratificar o Tratado de Lisboa. Para mim a questão é muito simples. Independentemente de se ser mais ou menos europeísta, é indesmentível que PS e PSD prometeram em campanha a realização do mesmo para aprovar o texto constitucional. Se decência houver, parece-me evidente que o referendo não pode deixar de ser marcado. Vejamos o histórico. Uns quaisquer desmancha prazeres decidiram estragar a festa e chumbaram a constituição europeia. Vai daí, espertos como são, os líderes europeus (estou mesmo a ver quem é que teve a brilhante ideia) pensaram: espera aí, e que tal se a malta mantiver o texto com ligeiríssimas alterações e mudar o nome da coisa? assim, já não precisamos de perguntar aos energúmenos se concordam! Os demais rejubilaram e a constituição passou a chamar-se tratado. Aqui chegados, assistimos agora ao espectáculo (deplorável, digo eu) da justificação do injustificável; como já não é constituição já não é necessário referendo. Juntam-se uns quantos auto-proclamados bem pensantes a defenderem a patranha e o assunto fica arrumado. Fica, porém, a dúvida. E se a Irlanda chumba o Tratado?

1 Comments:

Blogger José Luís Malaquias said...

Parabéns, caro Venerável Pai-Fundador. Esses são os verdadeiros argumentos a favor do referendo que ninguém pode refutar.
1) A constituição está a entrar pela porta do cavalo.
2) Mais de dois terços das forças políticas foram eleitas com o referendo no seu programa.
Contra factos não há argumentos.

11/01/2007 10:23 da manhã  

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