Sorte a dos piratas que usam Vistas crackados
Após muitos anos a sofrer os desmandos da Microsoft que me cobrava o couro e o cabelo para me impor um sistema operativo mais do que decrépito que só me dava desgostos, acabei por mudar para Linux. Passei duas semanas a apanhar bonés até perceber onde estavam as coisas mas, depois, rendi-me à velocidade à ausência de erros estúpidos, à simplicidade com que se actualizava o sistema e com que se juntavam novas aplicações, todas elas gratuitas.
Os sucessivos atrasos do Windows Vista só me davam vontade de rir, pois à medida que a Microsoft ia ficando mais apertada, ia baldando novas funcionalidades que estavam previstas. O sistema de ficheiros revolucionário que estava previsto desapareceu, a funcionalidade hiper-segura, os melhoramentos do kernel. No final, era apenas um XP com uma nova interface gráfica mas que exigia um processador duplo, 2 Gb de RAM e uma placa gráfica XPTO. Tirando isso, era apenas maior e mais pesado. Essas novas funcionalidades já existiam todas em Linux, gratuitamente e a correr em qualquer Pentium com 256 Mb de RAM.
Mas eis que vou trabalhar para uma empresa onde sou obrigado a usar Windows por uma questão de compatibilidade e lá me calha o Vista na rifa.
Para começar, tivemos de pagar 178 euros extra, porque a versão que vinha no computador não era própria para empresas. Depois, tenho de pagar uma excentricidade chamada Client Access License só porque estou ligado na rede da empresa. Não é nenhum produto ou funcionalidade. É simplesmente uma taxa extra que a MS se lembrou de cobrar.
Mas é uma empresa e não pode haver software pirata, por isso tem de pagar tudo o que a MS manda.
Por isso é que o que aconteceu esta manhã não poderia ser mais hilariante. Acordo e o computador avisa-me de que a minha cópia não seria legítima, pelo que muita da funcionalidade ficaria desactivada. Por outras palavras, eu era um pirata e tinha de ser penalizado por isso. Acho que é a primeira vez que tenho um computador 100% legal (não porque seja um pirata inveterado mas porque as licenças de software são tão complexas que só com muito, muito trabalho e atenção se garante que está tudo legítimo num PC) e logo agora vêm-me acusar de ser pirata.
Tentei tudo o que 25 anos de computadores me ensinaram sobre lidar com bugs estranhos. Mas sem sucesso. Reiniciei o PC vezes sem conta, liguei-me a todos os números de assistência da MS para ouvir que só funcionavam na segunda-feira.
Tentei o suporte online mas pediram-me uma taxa de 350 euros mais iva, só para colocar a questão. Desisti e conformei-me à minha nova condição de pirata com pala no olho e perna de pau.
Porém, a frustração não me deixava dormir e acabei por ir consultar a minha bíblia do conhecimento que é a wikipedia. Procurei o famigerado Windows Genuine Advantage e deparei-me com a explicação. A malta da MS em Redmond parece que fritou o servidor que atribui as licenças "genuínas", pelo que o serviço está em baixo. Ora, o Windows não está com meias medidas: se não consegue falar para casa, parte logo para a porrada e acusa os utilizadores de serem piratas sem escrúpulos. Nos sites da MS que consultei eles até previam a possibilidade de falsos positivos, na identificação de cópias piratas. 20%, segundo eles. Mas diziam logo a seguir que isso se devia a alguma manigancia do utilizador, que teria feito algum hack ou alguma patifaria para contornar a segurança do sistema. Num sistema legal e bem configurado, segundo eles, era impossível. Pelos vistos, há mais um caso: quando a MS mete água, todos os computadores Vista do mundo passam subitamente a ser piratas. Não há cá benefício da dúvida ou in dubio pro reu: dá-se logo como pirata e desactiva-se o sistema.
O engraçado disto tudo? Hoje, só estão como cópias legítimas do Windows Vista aquelas que foram instaladas por piratas, com recurso aos tais hacks, que enganam o windows para pensar que é legítimo. Todos os pagantes e não bufantes estão hoje com o estigma da rede de pirataria global em que se envolveram. E ainda têm a lata de chamar ao programa o Windows Genuine Advantage...
Que saudades do meu querido Linux.
Os sucessivos atrasos do Windows Vista só me davam vontade de rir, pois à medida que a Microsoft ia ficando mais apertada, ia baldando novas funcionalidades que estavam previstas. O sistema de ficheiros revolucionário que estava previsto desapareceu, a funcionalidade hiper-segura, os melhoramentos do kernel. No final, era apenas um XP com uma nova interface gráfica mas que exigia um processador duplo, 2 Gb de RAM e uma placa gráfica XPTO. Tirando isso, era apenas maior e mais pesado. Essas novas funcionalidades já existiam todas em Linux, gratuitamente e a correr em qualquer Pentium com 256 Mb de RAM.
Mas eis que vou trabalhar para uma empresa onde sou obrigado a usar Windows por uma questão de compatibilidade e lá me calha o Vista na rifa.
Para começar, tivemos de pagar 178 euros extra, porque a versão que vinha no computador não era própria para empresas. Depois, tenho de pagar uma excentricidade chamada Client Access License só porque estou ligado na rede da empresa. Não é nenhum produto ou funcionalidade. É simplesmente uma taxa extra que a MS se lembrou de cobrar.
Mas é uma empresa e não pode haver software pirata, por isso tem de pagar tudo o que a MS manda.
Por isso é que o que aconteceu esta manhã não poderia ser mais hilariante. Acordo e o computador avisa-me de que a minha cópia não seria legítima, pelo que muita da funcionalidade ficaria desactivada. Por outras palavras, eu era um pirata e tinha de ser penalizado por isso. Acho que é a primeira vez que tenho um computador 100% legal (não porque seja um pirata inveterado mas porque as licenças de software são tão complexas que só com muito, muito trabalho e atenção se garante que está tudo legítimo num PC) e logo agora vêm-me acusar de ser pirata.
Tentei tudo o que 25 anos de computadores me ensinaram sobre lidar com bugs estranhos. Mas sem sucesso. Reiniciei o PC vezes sem conta, liguei-me a todos os números de assistência da MS para ouvir que só funcionavam na segunda-feira.
Tentei o suporte online mas pediram-me uma taxa de 350 euros mais iva, só para colocar a questão. Desisti e conformei-me à minha nova condição de pirata com pala no olho e perna de pau.
Porém, a frustração não me deixava dormir e acabei por ir consultar a minha bíblia do conhecimento que é a wikipedia. Procurei o famigerado Windows Genuine Advantage e deparei-me com a explicação. A malta da MS em Redmond parece que fritou o servidor que atribui as licenças "genuínas", pelo que o serviço está em baixo. Ora, o Windows não está com meias medidas: se não consegue falar para casa, parte logo para a porrada e acusa os utilizadores de serem piratas sem escrúpulos. Nos sites da MS que consultei eles até previam a possibilidade de falsos positivos, na identificação de cópias piratas. 20%, segundo eles. Mas diziam logo a seguir que isso se devia a alguma manigancia do utilizador, que teria feito algum hack ou alguma patifaria para contornar a segurança do sistema. Num sistema legal e bem configurado, segundo eles, era impossível. Pelos vistos, há mais um caso: quando a MS mete água, todos os computadores Vista do mundo passam subitamente a ser piratas. Não há cá benefício da dúvida ou in dubio pro reu: dá-se logo como pirata e desactiva-se o sistema.
O engraçado disto tudo? Hoje, só estão como cópias legítimas do Windows Vista aquelas que foram instaladas por piratas, com recurso aos tais hacks, que enganam o windows para pensar que é legítimo. Todos os pagantes e não bufantes estão hoje com o estigma da rede de pirataria global em que se envolveram. E ainda têm a lata de chamar ao programa o Windows Genuine Advantage...
Que saudades do meu querido Linux.
Etiquetas: Windows Vista Genuine Advantage
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