quarta-feira, julho 25, 2007

Introduza aqui a foto da sua princesa

Duas imagens valem duas mil palavras, mas eu não consegui ser suficientemente ordinário para publicar a versão anterior que congeminei da montagem que aqui publico. Devo dizer que era muito mais eficaz do que esta, pois, no lugar do espaço vazio que coloquei no lugar da cabeça do Príncipe Felipe de Bourbon, estava a catadura séria de um conhecido paladino luso da liberdade-de-expressão-tomada-como-valor-absoluto-desde-que-aplicada-a-membros-das-classes-opressoras. (No lugar da Princesa Letícia, não fui capaz de colocar ninguém, nem mesmo nessa versão pré-auto-censurada.)
Auto-censurada, pois. Eu auto-censuro-me, mesmo quando respondo a quem me ofende pelo uso reles do sagrado direito da liberdade de expressão. Talvez por ter tido uma infância burguesa feliz, não sujeito aos condicionalismos históricos que afectam as classes desfavorecidas, criando nelas um desejo legítimo de morder as canelas à burguesia. Não sei. Mas auto-censuro-me, essa é que é essa. E viria para a rua protestar (bom, para a rua, talvez não, mas para a varanda...) se visse retratado numa reles caricatura dum reles caricaturista como este, na companhia da mulher, o Reverendo Louç... (ups, descaí-me) .
Entretanto, vou aguentando como posso. Calado é que não.
Nota: comentários que recebi entretanto fora do blog lembraram-me que - felizmente - nem toda a gente teve conhecimento da notícia que lhe deu origem. É que esta revista publicou mesmo esta caricatura, com os Príncipes de Bourbon. E ficaram - os do costume - muito indignadinhos por um juíz ter mandado apreender a edição.

5 Comments:

Blogger João Távora said...

A auto-censura fica-te bem, rapaz!

7/25/2007 2:25 da tarde  
Blogger José Luís Malaquias said...

Não percebi nadinha.

7/25/2007 2:49 da tarde  
Blogger L. Rodrigues said...

Tenho a certeza de que o autor da capa também se auto-censura. Apenas usará outros critérios.

Fiz esta pergunta já, se fosse conversa de travesseiro em vez de uma... (hmm... ok, autocensuro-me quanto ao nome popular da posição) era mais legítimo?

7/25/2007 3:09 da tarde  
Blogger Jorge Ferreira Lima said...

Pois é, Luís, excelente demonstração de relativismo pós-modernista. É disso mesmo que eu estou a falar. Abraço

7/25/2007 3:17 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

E já se matou o cartoonista que desenhou o profeta?

Vá lá. Não queremos ordinários neste mundo...

7/25/2007 9:33 da tarde  

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