sexta-feira, junho 15, 2007

ensaio sobre a estupidez

Uma situação inaceitável, que põe em causa direitos fundamentais e que não deixa ao ministério senão uma opção: ordenar aos serviços de obstetrícia que se organizem de modo a que haja médicos não objectores nos seus quadros. Nos Açores, como no resto do País.
Esta pérola foi escrita pela Fernanda Câncio no dn de hoje, a mesma que acusava de moralistas todos aqueles que disseram não ao aborto livre até às 10 semanas, aquando do referendo do passado dia 11 de Fevereiro. A senhora jornalista, em vez de tentar perceber a razão de ser para a existência de tantos objectores de consciência (coitada, ainda não percebeu que não estamos a falar das incursões da sua empregada no supermercado do El Corte Inglés para comprar brócolos a preços probitivos), insiste em obrigar todos, mesmo os que NÃO QUEREM, a fazer abortos. A senhora jornalista não percebe que não se trata unicamente de fazer cumprir a lei, pois é a própria lei que prevê a possibilidade de objecção de consciência. O que a senhora jornalista, porventura, gostaria, era de viver num país em que todos alinhassem pela sua bitola em matéria de moralidade. Lamento informá-la, mas isto não é a Tailândia. Graças a Deus.

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Há, entre muitas outras coisas, pelo menos duas coisas que essa fabiana não sabe.
A primeira, de somenos, é que os bróculos sempre foram caríssimos e justamente pelo muito trabalho que dão, desde a semente até à venda.
A segunda, e esta sim de monta criminosa que brada aos céus, é que não se pode obrigar ninguém a matar o seu semelhante.
Será por isso, porventura, que a tonta se sente mal quando se vê ao espelho e depara com um aborto vivo.

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6/16/2007 5:13 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

A Fernanda Câncio não era uma das muitas pessoas que, antes do referendo, dizia que ninguém seria obrigado a abortar?
Ou é a língua portuguesa que é mesmo (muito) traiçoeira?

Além de que a Fernanda Câncio parece ser impermeável ao conceito de níveis.
Afirma esta ilustre "jornalista" que os médicos que invoquem objecção de consciência não poderão realizar abortos "por motivo de violação, de malformação do feto ou de risco para a saúde da mulher". É um pouco como dizer que um polícia que, num país onde exista pena de morte, recuse ser carrasco não poderá nunca matar um criminoso, nem sequer em legítima defesa ou defesa de outros.

Enfim, é a Fernanda Câncio e só leva a sério o que ela escreve quem nunca leu o que ela escreve.

6/16/2007 7:32 da tarde  
Blogger PLATAFORMA ALGARVE PELA VIDA said...

A senhora jornalista Fernanda Câncio provavelmente não conhecerá o Código Deontológico da Ordem dos Médicos (http://www.omcentro.com/estatuto.asp?id=2 ) no que se refere ao Capítulo II Artigo 47º 2:
2. Constituem falta deontológica GRAVE quer a prática do ABORTO quer a prática da eutanásia.
Mas os médicos conhecem!!!
Inaceitável, senhora jornalista, seria uma percentagem considerável dos médicos fazerem abortos. Felizmente, tal não acontece; toda a informação de que dispomos aponta para que a esmagadora maioria se recuse a fazê-lo.
O artigo http://dn.sapo.pt/2007/06/15/opiniao/o_aborto_a_e_medicos_divino_espirito.html é contraditório.
Se por uma lado a senhora jornalista reconhece:
”A objecção de consciência é um direito constitucionalmente garantido … “
Por outro lado parece dar a entender que ataca a objecção de consciência, quando propõe como opção para o ministério:

“ordenar aos serviços de obstetrícia que se organizem de modo a que haja médicos não objectores nos seus quadros”
Como haja médicos ?!?! São poucos (e ainda bem) os médicos disponíveis para a prática do aborto, o ministério NÃO PODE NEM DEVE fazer para que sejam mais.

João Lima

6/18/2007 2:13 da manhã  

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