sexta-feira, abril 06, 2007

Indivíduo versus pessoa!

Há quem ache a liberdade assustadora. Há quem ache que muitos se assustam com a liberdade.
Não discuto.
No que a mim diz respeito, acho apenas assustador que muitos – como aquele que denuncia o temor – se arroguem defensores da liberdade, quando verdadeiramente não a conhecem.
Teimam em afirmá-la como estandarte, esquecendo que, se a alicerçam no indivíduo des-solidário, ela se torna factor de predação de um sobre os outros, representando o elo ficcional de ligação frágil entre interesses antagónicos.

3 Comments:

Blogger michael seufert said...

Não alicerço a liberdade em nenhum protótipo particular de indivíduo. Antes em todos, e como tal em nenhum que nos é imposto. Se quiser ser solidária, muito bem, se não, bem na mesma. De resto isto não quer dizer que não caiba ao Estado garantir que os seus cidadãos não tenham um patamar mínimo de subsistência. Pode é fazê-lo sem ser prestador de serviços a torto e direito e sem criar duas classes na sociedade: os pobres que recorrem aos fabulosos e gratuitos serviços do Estado, e os ricos que recorrem aos que quiserem.

4/06/2007 5:57 da tarde  
Blogger Mafalda said...

Micha,

o teu problema é desconhecer que a liberdade negativa, isoladamente considerada, é empobrecedora da personalidade humana, para além de se basear num esquema abstracto e ficcional que olha para o homem como indivíduo.
Ignoras a liberdade positiva, porque ignoras a verdadeira essência do ser humano que apenas se cumpre na relação dialógica, no encontro com o tu, através do qual se reconhece.
Ignoras que defender essa visão positiva da liberdade não redunda na defesa da hipertrofia comunitária, nem contende com uma visão minimalista do Estado.
Aliás, autores que defenderam uma visão negativa da liberdade cairam no estatismo e no objectivismo. Ao contrário de outros que, defendendo a dimensão positiva daquela liberdade, a colocam antes do Estado.
A linha divisória entre nós é que tu cultivas (não sei se com se sem paixão e fundamentação) o formalismo positivista e eu não consigo deixar de ter uma visão ética e axiológica do agir humano e dos comandos que se lhe dirigem.

De todo o modo é bom ver que - ainda que com o pensamento povoado de equívocos há muito superados - não és mais um dos que prestam culto aos homens por prestar.

4/06/2007 8:54 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Liberdade é, fundamentalmente, a independência em relação ao que nos rodeia.
Divagando, é a capacidade de nos tornarmos suficientes para connosco próprios, depois de encontrarmos o nosso eu.
É a ausência - sempre relativa - de limitações externas.
É a possibilidade de afirmar, sem qualquer hesitação e em qualquer circunstância, quem somos.

Nuno

4/07/2007 4:37 da manhã  

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