EU NÃO SOU ENGENHEIRO
Inicio aqui uma série especial acerca de alguém que não é engenheiro civil e que, declaradamente, não pretende que o tratem por engenheiro. Trata-se de uma longa troca de mails com um conhecido banco português, que retrata a dificuldade de um cidadão português em repor a verdade acerca das suas habilitações. Pode também ser entendido como um aviso ao nosso primeiro-ministro, senhor Sócrates, para atestar da dificuldade que irá sentir quando tentar explicar no seu banco que afinal não é engenheiro, coisa nenhuma.
"Em resposta aos vossos amáveis esclarecimentos, tenho a referir o seguinte:
Compreendo, como responsável de vários sistemas informáticos, que haja necessidade de manutenção dos sistemas e que ela seja preferencialmente realizada durante a noite. No entanto, acho que, nesse caso o banco deverá optar por uma de duas opções:
a) Alterar o nome para Net16 ou Net18, consoante o número de horas que esteja efectivamente disponível e, assim, não criar falsas expectativas.
b) Permitir aos utilizadores deixar as suas instruções que ficariam com o estado de "pendentes" até que o sistema seja de novo reactivado (é esta a solução que escolho nos sistemas que eu próprio concebo), altura em que passariam a efectivas.
Relativamente à alteração dos dados pessoais em si, tenho a dizer que:
a) O sistema não aceita o meu número de telefone da residência (30XXXXXXX - Rede TV Cabo), por considerar que o prefixo está errado. No entanto, é mesmo esse o meu número e não posso fazer nada quanto ao prefixo.
b) Na profissão, os senhores indicam-me como engenheiro civil. De facto, já tive muitas profissões, desde consultor a docente do ensino superior, tradutor e até escritor. Mas nunca tive o privilégio de trabalhar como engenheiro civil, até porque a minha licenciatura em engenharia física não mo permitiria. Como tal, agradeço-lhes que retirem esse dado da profissão, por não ser correcto nem relevante.
Com os meus cumprimentos,
José Luís Mxxxxxxxx"
Compreendo, como responsável de vários sistemas informáticos, que haja necessidade de manutenção dos sistemas e que ela seja preferencialmente realizada durante a noite. No entanto, acho que, nesse caso o banco deverá optar por uma de duas opções:
a) Alterar o nome para Net16 ou Net18, consoante o número de horas que esteja efectivamente disponível e, assim, não criar falsas expectativas.
b) Permitir aos utilizadores deixar as suas instruções que ficariam com o estado de "pendentes" até que o sistema seja de novo reactivado (é esta a solução que escolho nos sistemas que eu próprio concebo), altura em que passariam a efectivas.
Relativamente à alteração dos dados pessoais em si, tenho a dizer que:
a) O sistema não aceita o meu número de telefone da residência (30XXXXXXX - Rede TV Cabo), por considerar que o prefixo está errado. No entanto, é mesmo esse o meu número e não posso fazer nada quanto ao prefixo.
b) Na profissão, os senhores indicam-me como engenheiro civil. De facto, já tive muitas profissões, desde consultor a docente do ensino superior, tradutor e até escritor. Mas nunca tive o privilégio de trabalhar como engenheiro civil, até porque a minha licenciatura em engenharia física não mo permitiria. Como tal, agradeço-lhes que retirem esse dado da profissão, por não ser correcto nem relevante.
Com os meus cumprimentos,
José Luís Mxxxxxxxx"
2 Comments:
Nem a propósito. Andava a (re)ler Saramago e, na página 117 de "Memorial do Convento" (Caminho 2002 - 33ª edição) dei com esta: "(...) um homem pode ser grande voador, mas é-lhe muito conveniente que saia bacharel, licenciado ou doutor, e então, ainda que não voe, o consideram". Octávio Lima (ondas3.blogs.sapo.pt)
Agora, estou curioso.... O Montepio corrigiu a profissão?
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