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O doce do equívoco
Há quem cultive o gosto pelo equívoco. Pela polissemia. Mesmo que às vezes pareça um estéril e onanista exercício, como é este do João Gonçalves, o facto de o repetirem com incontido prazer, encanta-me. A sério. O que é que ele quis dizer com isto? interrogam-se as virgens néscias. O contrário do que podes pensar, ó virgem néscia! adivinha-se a resposta. O outro lado qual é? O meu ou o não-meu? É esse mesmo. O outro. Ah! Ah! Vou chamar-lhe "estrabismo intelectual"! Porquê? Porque...
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