quarta-feira, novembro 15, 2006

AGARRA QU'É LADRÃO!!


Os bancos portugueses ganharam 1200 milhões de euros no arredondamento para cima?

Sem querer iniciar uma polémica com co-bloguistas bancários (e daí, porque não?) permitam-me esta incontinência: isto não é R-O-U-B-O? Ainda admito que possa haver uma razão técnica que ultrapasse a minha incipiente cultura económica para terem um IRC inferior ao das outras empresas (mentira, não admito nada), ou para fazerem todo o tipo de tropelias nas offshores, a pretexto de que é um mundo global - mas... arredondar para cima?

Ainda por cima, vem o sonso do João Salgueiro chamar peronista ao governo? E, pasme-se, assegurar que os bancos têm outras maneiras de (não) pagar os mesmos impostos que hoje? E ripostar que vão aumentar o spread? Cale-se e acalme-se - então não sabe que vai ficar tudo na mesma? Que aquilo era para só para congressista ouvir? Eles precisam dos bancos para a OPA e a Ota. Roubem-nos, mas com recato, pudicamente. Que súcia, estes súcias e estes banqueiros...

17 Comments:

Blogger Rui Castro said...

Perigosas derivas esquerdistas...
O Jorge, qualquer dia, ainda nos enfia a todos no Campo Pequeno!

11/15/2006 1:50 da tarde  
Blogger Jorge Ferreira Lima said...

Vamos a isso! Qual é o cartel?

11/15/2006 2:19 da tarde  
Blogger L. Rodrigues said...

6 Credit Derivatives 6

11/15/2006 4:25 da tarde  
Blogger vox patriae said...

Os contratos de crédito, tanto quanto julgo saber, têm essas condições lá escarrapachadas... e, ao que me é dado ver, ainda não andam banqueiros de pistola em punho a obrigar as crianças a contrair créditos. Jorge: ladrões, ladrões, são as pessoas que, a meio do jogo, mudam as regras do jogo...

Andar a brincar aos governos sai caro... mas quem vai pagar ... são as pretensas vítimas que queriam salvaguardar... lembram-se dos parques de estacionamento?

11/16/2006 12:26 da manhã  
Blogger Jorge Ferreira Lima said...

Miguel: Os arredondamentos estão lá escarrapachados? Se estão, calo-me, ou quase. Falta ainda saber se é correcto omitir na informação (aliás, publicidade) dados que são tecnicamente complexos, mas que significam valores consideráveis para os consumidores. E faltam muitas outras coisas, como por exemplo: pqeq as taxas de resgate, em Espanha, são, salvo erro, de 1 a 2%, enquanto cá, salvo erro, de 3 a 5%? Se você for um liberal, responderá: o mercado que decida. Mas sendo um liberal inteligente, não o fará. pq os bancos formam cada vez mais um cartel de 2 ou 3 (5, neste momento, e a encolher, não é?). Eu, além do mais, não sou liberal, mas social-democrata (agora. não estou a falar de partidos), e acredito na regulação do Estado. Mas claro, este país é uma mistura do pior do liberalismo com o pior do socialismo...

11/16/2006 5:00 da tarde  
Blogger vox patriae said...

Jorge, o que se usa é uma fórmula típica: " euribor + margem = taxa de juro do contrato, sendo esta, depois, arredondada para oitavo de ponto (pode ser para o quarto de ponto, também) imediatamente superior.

Não há contrato de crédito em que isto não esteja escarrapachado. A sério! Eu, por exemplo, negociei isso quando contraí crédito à habitação...

11/16/2006 5:38 da tarde  
Blogger Jorge Ferreira Lima said...

Estão portanto a dizer-me que tudo o que se falou nos media, nomeadamente no dn de ontem, é virtual? Que se pode levantar toda esta questão, e colocar-se a questão de haver ou não reembolso, etc., relativamente a algo que está escarrapachado no contrato? Muito estranho, mas estou disposto a acreditar em vós...

11/16/2006 6:05 da tarde  
Blogger vox patriae said...

É mesmo Jorge, a sério! Irão alterar as regras que se regem os arredondamentos, as quais pretendem sejam aplicadas não apenas aos novos contratos (o que é justo) mas aos contratos já celebrados. E ainda aqui com duas possibilidades: ou as novas regras só se aplicam para as prestações que se vençam depois da entrada em vigor das novas regras ou (mais esdruxulamente ainda) se aplicam mesmo relativamente às prestações já vencidas, tornando possível que os clientes exijam o reembolso do que "injustamente" pagaram, ainda que nos termos do contrato que assinaram... Isto é uma vergonha!

Jorge, este tipo de actuação legislativa é muito acarinhado por uma certa esquerda, e funda-se na presunção de imbecilidade dos consumidores. E não excluo que alguns sejam de facto imbecis e que não tenham consciência do que assinam, paciência. Aliás, este é, para mim, o 2º episódio desta novela. O 1º foi o dos estacionamentos automóveis, lembra-se? E o 3º será, para aí, proibir o preço do couvert nos restaurantes. O que terá como consequência que o bife, em vez de custar 12 euros, passa a custar 13. Não muda nada. Mas a malta curte! E se fizerem isso, espero que não obriguem os restaurantes a devolver o preço do couvert que cobraram aos clientes nos últimos 12 meses... mas não prometo! Assim, como assim, as nacionalizações, se impostas por lei, são legais!

11/16/2006 7:18 da tarde  
Blogger vox patriae said...

Quero deixar claro que não sou banqueiro. Sou é pela decência...

Nota: desculpem as consequências da velocidade com que foi escrito o comentário acima. Uma segunda leitura, tê-las-ia evitado.

11/16/2006 7:23 da tarde  
Blogger Jorge Ferreira Lima said...

Caro Box:

Claro que esta esquerda tem toques de peronismo, mas continuo a dizer que vivemos numa mistura de sucialismo atávico com liberalismo selvagem incipiente.
Quanto à imbecilidade dos consumidores, assino por baixo, no caso dos restaurantes. Isso é especialmente verdade em Lisboa, onde, antes de ir a um restaurante sábado à noite, antes de se pensar na qualidade da comida, se averigua se é suficientemente caro para ser mencionado na segunda-feira aos colegas... Mas nos restaurantes, em princípio, pode escolher-se outro. Na banca não, pelo que a minha costela social-democrata pede intervenção estatal.
Como nota de rodapé: ouvi na tsf que o jornal de negócios diz que para o ano, a banca vai ter de baixar as comissõez de resgate. A essa, você não respondeu...
Fique bem...

11/17/2006 10:10 da manhã  
Blogger Rui Castro said...

Amiguinhos, não se zanguem. O Natal está à porta!

11/17/2006 12:03 da tarde  
Blogger Jorge Ferreira Lima said...

Aquela altura do ano em que dizemos «imbuído»...

11/17/2006 12:37 da tarde  
Blogger vox patriae said...

Caro Korge:
Não podemos escolher outro banco??? Onde é que você mora? Vão ser obrigados a baixar as comissões de resgate? Não respondi, porque não perguntou. Quer a resposta? É esta: o Estado que faça o que quiser e que imponha as regras que entender mais adequadas... mas não as aplique retroactivamente. Não é justo para os agentes económicos. É esse o meu ponto. Agora, se essas regras só se aplicarem para o futuro, tudo bem. Se a banca não quiser suportar esse abaixamento de comissões, não lança esses produtos. É justo e equitativo, sendo que ninguém (banco ou clientes) são surpreendidos.

A propósito. Sabe como na prática vai acontecer? O Governo obriga a banca a baixar as ditas comissões de resgate, para gáudio da populaça ululante e sobem as de gestão e eventualmente as de subscrição... tudo na mesma, já viu. Legislar para contentamento da maralha... é o "pão e circo" de outrora, mas sem pão.

11/17/2006 12:54 da tarde  
Blogger vox patriae said...

Já agora, bom Natal a todos!

11/17/2006 12:54 da tarde  
Blogger vox patriae said...

Já estou imbuído...

11/17/2006 12:54 da tarde  
Blogger Jorge Ferreira Lima said...

Ah, mas com a questão da retroactividade estou totalmente de acordo! E já lhe disse que concordo que o sócrates tem tiques peronistas... uf, pensei que estávamos desimbuídos, mas afinal não. Santo Natal!

11/17/2006 3:48 da tarde  
Blogger vox patriae said...

Nem pensar, Jorge... Estamos imbuidíssimos!

Abraço e Santo Natal também

11/17/2006 6:06 da tarde  

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