segunda-feira, outubro 16, 2006

Vale tudo

"O ministro pediu aos médicos que assumam uma visão democrática e progressista no que se refere à protecção da saúde sexual e reprodutiva da mulher e à Interrupção Voluntária da Gravidez (IVG) em meio hospitalar como um acto medico cuja legalidade não pode mais ser adiada" (declarações de Correia de Campos, Ministro da Saúde, tiradas do site da rtp)
Aqui há tempos o Ministro Correia de Campos afirmou que o cidadão Correia de Campos iria fazer campanha pró-aborto. Já percebemos que, para além do cidadão, também o Ministro fará campanha em defesa da liberalização do aborto. Aliás, em bom rigor, a campanha já começou e é perceptível que o Governo irá fazer de tudo para que o resultado de 1998 não se repita. Este conceito de democracia não deixa de ser curioso.
Mas o que é verdadeiramente espantoso nestas últimas declarações é a expressão utilizada: "visão democrática e progressista". Visão essa de tal forma progressista que ignora por completo a existência de um feto, que não é tido nem achado na perspectiva do Ministro. Pior ainda quando o Ministro se dirige aos médicos, os quais, como se sabe, exercem a sua profissão sob o juramento de Hipócrates: "Aplicarei os regimes para o bem do doente segundo o meu poder e entendimento, nunca para causar dano ou mal a alguém. A ninguém darei por comprazer, nem remédio mortal nem um conselho que induza a perda. Do mesmo modo não darei a nenhuma mulher uma substância abortiva."
Quanto a mim, e depois de perceber o que é a final ser progressista, não me resta senão assumir o meu conservadorismo, quase a ceder à tentação de pedir a cabeça do Ministro.
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