"O linchamento"
Como não poderia deixar de ser, o Daniel Oliveira saíu em defesa dos muçulmanos, com quem tem tantos laços em comum, criticando o que o Papa Bento XVI disse há dias na Alemanha. Cheguei a escrever ontem um post que acabei por não publicar em que apostava nos nomes daqueles, que não sendo muçulmanos, seriam os primeiros a atacar o Papa. O Daniel era a minha primeira aposta. Adiante. Ora, chegámos a um ponto em que o islão se tornou numa "vaca sagrada" e ai de quem se atrever a criticá-lo. Pessoas há, como Mário Soares, que não se coibirão de, irresponsavelmente, afirmar que este tipo de críticas (como a do Papa) contribuem para a propagação do terrorismo e outras tretas que tais. Não pretendo, porém, abordar a problemática do terrorismo e das suas causas prováveis, mas sim desmascarar esta gente que se assume como intelectualmente honesta, quando, na realidade, são os maiores dos hipócritas. Como a minha memória não é assim tão curta, deixo-vos parte de um post que o Daniel Oliveira escreveu em Agosto a propósito de todos aqueles que se atreveram a condenar Gunther Grass pelo seu passado de apoio ao regime nazi:
"Grass já há muito fez o mea-culpa. E esta nova revelação, feita por vontade própria, é a continuação da difícil relação que mantém com a sua própria história. José Manuel Fernandes terá culpas bem menores do que ele e ninguém lhe exige que se ande a penitenciar. Não tem de o fazer. E não é por ter apoiado as mais abjectas ditaduras que perde direito à opinião. Eu, pela minha parte, que apoiei a União Soviética no inicio da minha adolescência sinto-me livre de atacar o passado do comunismo. Mas não ando a atirar pedras a quem se enganou e reconheceu o seu erro. Por isso, esperaria o mínimo de decoro de Fernandes. Até porque nunca lhe ouvi dizer sequer «sou um ex-estalinista». Fernandes ataca o passado da extrema-esquerda de que fez parte como se nunca fosse nada com ele. Não comparo o apoio à Albânia, num país ocidental, ao passado de um simpatizante nazi na Alemanha., Mas, demasiadas vezes, José Manuel Fernandes aproxima-se dessa comparação. E, no entanto, é como se ele próprio não tivesse passado. Por isso pergunto agora eu: Como pode alguém que não sabe conviver com o seu passado impor a outro o dever de memória? Que antes de ser o primeiro a gritar "mata" aprenda qualquer coisa com a coragem de Gunter Grass."
"Grass já há muito fez o mea-culpa. E esta nova revelação, feita por vontade própria, é a continuação da difícil relação que mantém com a sua própria história. José Manuel Fernandes terá culpas bem menores do que ele e ninguém lhe exige que se ande a penitenciar. Não tem de o fazer. E não é por ter apoiado as mais abjectas ditaduras que perde direito à opinião. Eu, pela minha parte, que apoiei a União Soviética no inicio da minha adolescência sinto-me livre de atacar o passado do comunismo. Mas não ando a atirar pedras a quem se enganou e reconheceu o seu erro. Por isso, esperaria o mínimo de decoro de Fernandes. Até porque nunca lhe ouvi dizer sequer «sou um ex-estalinista». Fernandes ataca o passado da extrema-esquerda de que fez parte como se nunca fosse nada com ele. Não comparo o apoio à Albânia, num país ocidental, ao passado de um simpatizante nazi na Alemanha., Mas, demasiadas vezes, José Manuel Fernandes aproxima-se dessa comparação. E, no entanto, é como se ele próprio não tivesse passado. Por isso pergunto agora eu: Como pode alguém que não sabe conviver com o seu passado impor a outro o dever de memória? Que antes de ser o primeiro a gritar "mata" aprenda qualquer coisa com a coragem de Gunter Grass."
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