À atenção dos monárquicos
Resumindo o que aconteceu na Tailândia:
O Rei não gostava do Governo, ao que parece eleito de forma mais ou menos democrática, vai daí promoveu um golpe de Estado. Mostrou, desta forma, o respeito que tem pela democracia e pelas escolhas feitas pelo seu povo.
Deixo esta pequena história à consideração dos monárquicos deste e doutros blogues que, ocasionalmente, nos visitam.
16 Comments:
Está aberto o fórum "Aqui d'El-Rei"...
Sei bem que essa provocação é (também) para mim... Contudo, nessa esparrela não caio eu!
Os monárquicos portugueses são contra quaisquer internacionalismos. Queremos a monarquia em Portugal. Ponto Final. Não conheço o que se passou na Tailândia (sei o que o jornalismo do costume me oferece) mas isso é com os tailandeses.
Não verás, da parte dos monárquicos, agitar-se a bandeira pela qual se sustente que os republicanos portugueses têm alguma coisa que ver com os actos dos Presidentes da República de Cuba, da Síria, do Zimbabué ou da Coreia do Norte.
Embrulha!
O problema é que os regimes que referiste tem mais semelhanças com a monarquia do que com a república.
A bem dizer, uma monarquia é em sim mesmo um regime ditatorial e os regimes ditatoriais de que falaste transformam-se quase sempre em verdadeiras monarquias.
Toma que já almoçaste!
Pois é... conheço esse argumentário, meu caro. Há repúblicas que sendo répúblicas não são bem repúblicas.
Esqueceste-te é de dizer que há monarquias que sendo monarquias não são bem monarquias. A Inglaterra e a Holanda, a Suécia e a Dinamarca, o Luxemburgo e a Noruega, por exemplo, são "quase repúblicas" de tão democráticas, não é?
Vai buscar!
Mas afinal que tipo de monarquia defendes? Uma que dê o direito a palácio, protocolo e fatiotas caras para cerimónias aos respectivos titulares? Ou daquelas mesmo à séria com direito a intervir nas políticas e tudo!? É que em nenhum dos casos que referiste temos verdadeiras monarquias.
Meu caro, entre nós, a dividir-nos, mais do que a Ciência Política, está o Dicionário. Eu tenho um bom, se precisares. O meu tem as entradas referentes a república e a monarquia. "Quase-repúblicas" e "quase-monarquias" não há por lá. Se o teu tiver, diz-me.
A propósito: achas que na república não há direito a palácio, protocolo e fatiotas caras para cerimónias? Andas aqui para ver os carros eléctricos? Há até gabinete para o cônjuge do presidente da república!!!
Ai sim!? E por acaso os palácios, gabinetes e fatiotas são herdados pelos legítimos herdeiros da Coroa!? (seja lá o que isso for)
Mais uma coisa, procura lá nesse teu dicionário muita bom a ver se encontras a palavra "há monarquias que sendo monarquias não são bem monarquias" (foste tu que o disseste!)
Tens toda a razão... o Sampaio deixou lá os fatos quando o Povo o mandou para casa. A Maria Cavaco está, neste momento, a baixar bainhas e a apertar o paletó.
Eu usei de ironia e sintetizei o teu brilhante raciocínio. Tu é que sugeriste que há "repúblicas que não são bem repúblicas" (Cuba, por exemplo) e que há "monarquias que não são bem monarquias" (como a inglesa). Foste tu, meu caro, quem falou de "verdadeiras monarquias", por oposição a outras.
Meu caro, não te chateies. Se quiseres eu posso fingir, já que nunca terás a oportunidade viver numa verdadeira monarquia, que tu és o Rei deste blogue. Se quiseres até te arranjamos uma coroa e tudo. Posso pedir à minha filha mais nova que pinte uma na escola!
Rui, compara lá o Rei de Espanha com o Fidel. Quero rir um bocado!
Confesso que não vejo grandes diferenças. Ambos falam castelhano e não foram eleitos para exercer o cargo que têm. Vejo 1 diferença: Fidel vai passar o poder para o irmão e o Rei de Espanha para o filho.
"Ambos falam castelhano e não foram eleitos para exercer o cargo que têm."
Estás enganado. Adolfo Suárez González, presidente do governo espanhol entre 76 e 81, incentivou pelo menos uma medida relevante e fundamental para uma transição democrática com sucesso: a realização do plebiscito onde se aprovou o regime vigente.
A verdade é que em Portugal o povo nunca foi consultado sobre essa questão. Facto.
Puxando a brasa à minha sardinha, o meu Trisavô Paiva Couceiro defendeu a realização do Plebiscito em Portugal em 1910. Mas a "democracia" era entendida de outra maneira.
Caro Rui, era bom que te informasses.
Embora n possa concordar com o derrrube do governo pela força das armas, tanto quanto sabemos a revolução foi mais ou menos pacifica e contou com o apoio popular.
Numa sondagem que li num dos nossos jornais (provavelmente o DN) lia-se que 80% dos tailandeses concordavam com a queda do governo.
Embora não tenha sido pelas armas, assistimo a um golpe parecido com este, há dois anos, onde um governo com maioria absoluta foi derrubado pelo chefe de estado, interpretando a vontade do povo. Dou-te uma pista sobre de que país estou a falar: é uma républica?
Portanto, parece-me que usar o golpe de estado da Tailândia contra os monarquicos um acto pouco honesto intelectualmente...
Caro Zé,
Quem está vivo sempre aparece.
Quanto ao golpe de há 2 anos, deixa-me que te diga que o Primeiro-Ministro de então não havia sido sufragado enquanto tal.
E quanto a sondagens dessas, deixa-me que te diga que se tivessem feito uma sondagem logo depois do 25 de Abril a percentagem de apoio a tal golpe teria sido ainda maior.
Quanto a desonestidades intelectuais, não posso deixar de concordar, é um problema que tenho há já algum tempo.
Por fim, deixa-me que te diga que este post não passou de uma provocação aos monárquicos de serviço a este blogue, pelo que não vale a pena levares a coisa tão a sério.
Não deixes de aparecer e de comentar.
Um abraço
Rui, desculpa a violência da resposta, estava irritado com outra coisa e acabei por exagerar.
Era o que faltava teres que pedir desculpas. Não deixes de aparecer.
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