quarta-feira, julho 19, 2006

Reformas que se impõem VI

educação: das mais complicadas. Desde logo, saber onde está o problema. São, obviamente, vários, maus programas curriculares, (alguns) maus professores, más instalações, maus alunos, falta de rigor (a ensinar e a corrigir), má gestão, etc.. Começava logo pela avaliação dos professores, de forma a aferir da sua capacidade para dar aulas. Está na altura de acabar com a ideia de que o ensino é um bom caixote do lixo para todos aqueles licenciados em direito, psicologia, filosofia, história, etc., que não arranjam emprego a fazer coisas mais interessantes; seja por azar ou incompetência pura, não pode o Estado (ou seja todos nós) continuar a suportá-los. Desde logo, porque não é função do Estado dar emprego a quem nada tem que fazer. Depois, mais importante, não é aceitável que sejam os alunos a ter que perder tempo com professores medíocres que em nada adiantam na sua formação. Passemos à gestão das escolas; parece-me evidente que as escolas, a par de outros entes públicos, deveriam ser geridas por quem tem capacidade para o fazer. Ou seja, não faz muito sentido que sejam os professores a ter que tomar decisões acerca do material a comprar, dos pagamentos a fornecedores, dos contratos a celebrar, etc.. Penso que seria importante as escolas terem uma gestão profissional, também orientada por critérios de racionalidade económica. Outro ponto que me parece não ser objecto de grande discussão é a possibilidade das escolas contratarem os seus próprios professores, acabando, de certa forma, com a confusão que representa a colocação nacional de professores feita pelo MNE todos os anos. Seria também importante (continuar a) fechar escolas com poucos alunos, dando melhores condições às escolas que continuam abertas e subsidiando os alunos que têm de percorrer mais de x quilómetros para ali chegar... Enfim, tanta e tanta coisa que há para fazer, sendo que os resultados só serão visíveis a longo prazo. É pena que a paixão de Guterres não tenha passado disso mesmo. Bem sei que os casamentos estão a ficar fora de moda, mas o ideal era aparecer alguém que se comprometesse para a vida com a educação. Para mim, é na educação que tudo começa e em que (quase) tudo se decide. Enquanto nada fizermos, o terceiro-mundismo que nos caracteriza nas mais diversas matérias continuará presente.
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