sexta-feira, julho 14, 2006

Reformas que se impõem IV

Administração pública: salvo raras e honrosas excepções, temos uma administração pública ineficiente e incapaz. Há serviços públicos (quase) sem trabalho com funcionários a mais, outros que não têm mãos a medir quase sem funcionários, instalações sem condições mínimas de "habitabilidade" e equipamentos obsoletos, a generalidade dos funcionários não tem formação adequada, etc. Esta é das reformas mais difíceis, pois os resultados não serão visíveis a curto-médio prazo e a contestação por parte dos sindicatos será muita. Mas a verdade é que sem uma reforma profunda da administração pública não será possível baixar a despesa, o que implica que o Estado terá sempre que equilibrar as finanças públicas através do recurso às receitas. Significa isto que, dêem-se as voltas que se derem, o aumento dos impostos será uma realidade presente em todas as legislaturas. Assim sendo, há que ter a coragem para extinguir entidades públicas que não servem absolutamente para nada, entregar aos privados a gestão de empresas públicas eternamente deficitárias, "despedir" 200.000 funcionários públicos (ou coisa parecida), introduzir de uma vez por todas o mérito como principal factor para a progressão (e manutenção) na carreira, responsabilizar os funcionários pelos seus actos, racionalizar as compras e a gestão do equipamento e dar formação conveniente a quem ficar. Para mim, esta é das reformas mais importantes e urgentes a fazer.

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

O que entretanto está a acontecer, pelo que me é dado aperceber, é não só que a maneira como o governo está a lidar com o problema contrasta em absoluto com o que dizia o PS nos tempos de oposição (a reforma da AP tinha de fazer-se COM os funcionários públicos e não CONTRA eles, que as pessoas NÃO ERAM NÚMEROS, etc), como também que a AP está completamente parada e sem rumo em muitos serviços (cujos dirigentes andam preocupadíssimos com o seu próprio futuro), serviços esses que aguardam meses e meses pelo destino que o PRACE lhes vai dar.

7/14/2006 10:30 da manhã  
Blogger Rui Castro said...

Não se esqueça que o PS tinha que ser eleito com alguns votos de esquerda! Não convinha assustar muito os funcionários públicos. Não deixa de ser curioso que o actual Governo é o maior vendedor de banha da cobra de todos os tempos e ninguém parece importar-se com isso. Bem sei que os jornalistas (alguns) têm ajudado mas ainda assim.

7/14/2006 10:40 da manhã  

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