quinta-feira, junho 01, 2006

Saramago: A queda de um anjo

José Saramago integra a Comissão de Honra do Plano Nacional de Leitura. Que eu saiba aceitou tal nomeação de livre e espontânea vontade.
Ora, não pude deixar de ficar surpreendido com uma notícia que acabei de ouvir na TSF. Ao que parece Saramago entende que este Plano Nacional de Leitura, que tinha como objectivo incentivar a leitura e aumentar os indices da mesma em Portugal, não irá produzir quaisquer resultados, pois a leitura há-de ser sempre de uma minoria. Revela desde logo uma arrogância intelectual e um profundo desprezo por Portugal, que possui uma das mais baixas taxas de leitura dos países europeus.
Bem sei que Saramago está há vários anos desterrado numa ilha despida de qualquer vegetação em que não se fala português. Bem sei que a insularidade tem efeitos ainda por estudar.
De qualquer das formas, o disparate tem limites. Saramago já tinha demonstrado que a coerência não era o seu forte (não, não vou falar dos tempos em que dirigia o DN e fazia censura). Lembram-se das eleições em que aparecia nas listas da CDU como candidato (em lugar não elegível) e veio apelar ao voto em branco!? Mais recentemente prestou-se a participar dos devaneios de Carrilho escrevendo um pequeno texto no livro do político.
É uma pena que o nosso único Nobel da literatura tenha "descarrilhado" e esteja a esgotar a credibilidade que amealhou (mesmo junto daqueles que nunca o apreciaram) aquando do agraciamento com o Nobel.
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