Filhos e enteados
Não percebo a indignação demonstrada a propósito da participação de alguns membros do partido de extrema-direita PNR nos protestos das forças de segurança.
Quando a extrema-esquerda se junta a manifestações, sejam elas quais forem, ninguém se chateia e até acham piada a ver o Anacleto e seus muchachos com um ar compungido a gritar palavras de ordem.
Quer parecer-me que ainda temos muito para trilhar, de forma a ultrapassar os complexos abrilistas de 74.
Rui Castro em 6/07/2006 11:03:00 da manhã
2 Comments:
Talvez a resposta a todas essas interrogações possa estar na prisão de Mário Machado e, já agora, consequente solidariedade do líder do PNR, o tal de Pinto Coelho. Já que fazes esse paralelo sem sentido entre extrema-direita e extrema-esquerda - aliás, o que define a anticonstitucionalidade de um movimento não é a sua (muito pouco sólida) definição de "extrema direita" ou "extrema esquerda", mas sim os seus contéudos programáticos- gostava que me nomeasses um (ou mais) movimento de "extrema-esquerda" associado a organizações criminosas (ou, vou ser mais rigoroso, fora de lei). E não vale a pena estarmos aqui com voltas e voltinhas sobre o cidadão vs o movimento, porque basta passear nos sites e blogues de extrema-direita para se perceber claramente as ligações (que aliás são orgulhosamente afirmadas), entre vários indíviduos (para lá de) violentos e o PNR. Abraço.
Ponto de ordem: não gosto do PNR nem tão-pouco das suas ideias.
Adiante, quais as associações criminosas a que o PNR está associado? Quais os conteúdos programáticos do PNR que o tornam inconstitucional?
Quanto aos criminosos que apoiam o PNR deixa-me que te diga que todos os partidos têm a simpatia de criminosos e não é isso que coloca os partidos fora da lei.
Quanto à extrema-esquerda, deixa-me que te diga que um partido que defenda a reforma agrária ou mesmo nacionalizações não pode deixar de ser considerado como extremista. Desde logo, porque põe em causa a propriedade privada, essa sim protegida e garantida pela constituição.
O que eu quis dizer com o post é que olhamos (ou alguns olham) com alguma simpatia para o Louçã, Jerónimo de Sousa, Garcia Pereira e afins, os quais se situam pelas suas ideias e conteúdos programáticos na extrema-esquerda. E que quando se trata de extrema-direita (que me repugna da mesma forma que o extremismo à esquerda) cai o Carmo e a Trindade porque lá vem os revivalismos da ditadura.
Foi para realçar esta incongruência que escrevi o post, bem sabendo que irir despoletar sentimentos negativos em algumas pessoas.
Abraços.
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