Ordens profissionais
O João Miranda escreveu:
"Ora, os serviços de certificação prestados pelas ordens profissionais são prestados em regime de monopólio legal. As ordens têm o monopólio da selecção de quem pode desempenhar uma determinada profissão. Ninguém mais pode fazer o mesmo. A concorrência é proibida."
Tenho a certeza de que o JM ia gostar de ver a Ordem dos Arquitectos a certificar os advogados ou os advogados a certificar Engenheiros. Infelizmente vai ter de se contentar com este sistema monopolista, pois não acredito que o Governo seja louco ao ponto de permitir a certificação por qualquer um de profissões como as de médico, advogado ou engenheiro.
"Não é por acaso que o produto produzido por estas instituições não é levado a sério. Ninguém considera que um médico certificado pela ordem é um bom médico. Quando as pessoas querem seleccionar um médico não telefonam para a Ordem para saber se o médico é bom. Recorrem à certificação privada. Isto é, recorrem ao método mais eficaz de certificação, a indicação dos amigos de confiança."
Gosto da certeza do JM ao afirmar que ninguém considera que o médico certificado pela ordem é um bom médico. Permita-me discordar. Se há alguém que pode certificar as qualidades científicas de um médico é obviamente a ordem. Já se a ordem cumpre de forma deficiente a sua função e certifica mal não é motivo bastante para pôr em causa o bom senso do sistema.
Presumo que o JM assume como verdades absolutas os conselhos dos amigos relativamente aos bons médicos. Cá para mim tenho que é importante ouvir os amigos no que respeita à disponibilidade, simpatia, etc, mas quanto às capacidades profissionais dos médicos parece-me absurdo pensar que representam aquelas opiniões maior fiabilidade que o parecer da ordem.
Às tantas, o melhor é mesmo acabar com o monopólio das universidades para formar médicos e recorrer aos serviços dos amigos que percebem tanto do assunto.
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