A palhaçada do costume
A extrema esquerda, a propósito dos 3 anos sobre a intervenção da Coligação no Iraque (posteriormente ratificada pela ONU), decidiu fazer o apelo acima transcrito, tendo marcado uma manifestação contra a ocupação do Iraque. Do texto realço duas ou três coisas:
Antes de mais, não posso deixar de achar piada à alegada resistência do povo iraquiano à ocupação. Presumo que os senhores irresponsáveis que escreveram o texto se estejam a referir aos atentados diários dos terroristas contra os iraquianos e que já mataram mais civis (iraquianos) que a intervenção da Coligação.
Adiante falam da suposta fraude que constituiram as eleições realizadas, o que me causou algum espanto pois tinha quase a certeza de que as mesmas tinham sido observadas pela ONU.
Depois continuam com os dislates do costume, permacendo firmes, quais D. Quixotes, na sua luta contra o imperialismo, exigindo nomeadamente a imediata desocupação do Iraque para que os iraquianos possam ser felizes e também o fim do uso das Lajes pelos americanos.
Um dia, para mostrar a irresponsabilidade e demagogia destes extremistas, haviam de lhes fazer a vontade. Tenho uma sugestão: antes de mais, fretem um avião e ponham este iluminados a caminho do Iraque. Depois, retirem as tropas. Havia de ser bonito. Já estou a imaginar o Anacleto e seus muchachos a declamar Trotsky e a invocar a defesa da desocupação para não serem sumariamente executados a sangue frio pelos terroristas sedentos de poder.
Estes senhores não percebem a triste figura que fazem. Não percebem que são poucos (felizmente) os que os levam a sério.
Esta gente não percebe que até podia manifestar-se contra a Guerra no Iraque, invocando em 1.º lugar os civis mortos pelos atentados terroristas ou aqueles que, num espírito puramente de missão, se encontram por lá a trabalhar (muitas vezes gratuitamente) em ONG ou em instituições de solidariedade, acabando alguns por serem sequestrados e mortos por bandos de criminosos.
Mas não, estes senhores têm objectivos políticos muito bem definidos e não lhes interessa ver a outra face da moeda. Estes senhores, ao "olhar para o lado" em face de tais actos, tornam-se cúmplices dos terroristas, legitimando a sua acção. Estes senhores envergonham-me pela sua demagogia e pela sua desonestidade intelectual.
Nota: Um dos movimentos subscritoress do apelo é o MUSP - Movimento dos Utentes dos Serviços Públicos. Porque raio um movimento que, presumo, tem como objecto a defesa dos interesses dos "Utentes dos Serviços Públicos" tem a ver com a Guerra no Iraque?
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