Geração muito rasca

"Os estudantes franceses deixaram ontem a luz da ribalta aos políticos, num dia em que tiravam as lições da mobilização do movimento de greve nas universidades e nos liceus verificada na véspera e em que acabavam também os preparativos para a grande manifestação de hoje, na capital.
Depois da violência que marcou o cortejo de Paris, na terça-feira, o grande receio dos grevistas é o de não conseguirem impedir a presença de elementos vindos unicamente para provocar distúrbios ou até para roubar lojas, como já aconteceu em anos anteriores."

A propósito de uma lei que permite que as entidades patronais façam cessar os contratos de trabalho celebrados com os jovens à procura de 1.º emprego nos primeiros 2 anos de contrato, sem necessidade de invocação de justa causa, alguns energúmenos invadiram uma das mais conhecidas universidades francesas, destruindo o que lhes apareceu pela frente e queimando alguns livros que se encontravam na biblioteca. Suspeito que os criminosos que praticaram tais actos prefiram estar desempregados, a receber subsídios do estado francês sem nada fazer, em alternativa a trabalhar com afinco e responsabilidade. Suspeito igualmente (neste caso é quase uma certeza) que esses mesmos criminosos são tão estúpidos que não percebem que esta medida pode ser a tábua de salvação para todos aqueles que se encontram "desempregados" (à procura do 1.º emprego) e que pretendem demonstrar as suas qualidades. Será que não percebem que aqueles que forem efectivamente bons não serão, como é óbvio, despedidos? Será que não percebem que os empresários têm como principal objectivo o lucro e que tudo farão para conservar, dando as melhores condições, àqueles que provarem a sua mais valia?
Os irresponsáveis do costume estão radiantes com os conflitos em França e sonham certamente com o alastramento de tais problemas pela Europa fora.
Por mim, tenho pena que por cá ninguém tenha a coragem de liberalizar o mercado de trabalho, permitindo assim que o mérito passe a ser reconhecido e premiado em alternativa à antiguidade e aos direitos adquiridos (ou deverei dizer poderes instalados!?).