segunda-feira, fevereiro 27, 2006

Obscenidades

"Obscenidade
É quase obscena a generalizada (louvem-se algumas excepções) tentativa de "compreensão" e de quase desculpa do horrendo e cobarde crime cometido por 14 jovens, assassinando a pontapé, à pedrada e a golpes de sevícias sexuais um pobre, desabrigado e desamparado travesti no Porto. Até o Ministério Públivo se absteve de os acusar pelo crime de homicídio, como se os autores não tivessem ao menos conciência de que ao abandoná-lo, como o fizeram depois das selvagens agressões, lhe iam causar a morte. Há duas perguntas que ficam no ar: a leniência dos média seria a mesma, se a vítima não fosse um travesti? e também seria a mesma, se os autores não estivessem a cargo de uma instituição da igreja católica?"
Quando julgávamos que o senhor não podia descer mais baixo, eis que nos enganamos e somos presenteados com esta pérola. Será que o autor deste texto não tem vergonha na cara nem tento na escrita!? Será que o título de professor catedrático lhe permite dizer/escrever as maiores barbaridades sem qualquer noção do ridiculo!?
Antes de mais, quanto à comunicação social, penso que a insinuação é injusta e desfasada da realidade. Os media têm dado bastante atenção ao caso, tendo promovido debates e foruns. Se calhar o senhor professor pretendia que os mesmos não se tivessem limitado a noticiar o facto, antes dando (mais) voz ao grupo de energúmenos, a que pelos vistos o senhor professor pertence, que pretende fazer deste caso um facto político, fingindo uma comiseração pela vítima do bárbaro homicídio.
Quanto ao juízo acerca do trabalho do MP, e atento o estatuto do autor do escrito (professor de Direito), penso que devia ter mais juizinho, principalmente porque não está na posse de todos os elementos (ou será que está!?) - lembro que o processo está em segredo de justiça!
Já a insinuação de que a notícia seria diferente se os homicidas não estudassem numa instituição da igreja católica é doentia e demonstrativa de uma patologia grave. Fôssemos os 2 deputados na AR madeirense e, desta feita, seria eu que pediria uma análise às faculdades mentais do professor Vital Moreira.
De facto, a estupidez não tem limites.
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