segunda-feira, setembro 24, 2007

(quase) engenheiro José Sócrates

Ao que parece, o nosso primeiro-ministro sr. José Sócrates arranjou forma de ser engenheiro... de forma legal:
As ordens profissionais vão deixar de poder realizar exames de acesso à profissão, tendo de aceitar como inscritos todos os licenciados. A medida consta do projecto do PS que já foi aprovado no plenário da Assembleia da República, e que vai ser agora analisado em detalhe na comissão parlamentar do Trabalho. (OA)
Quer isto dizer que o curso que Sócrates (aparentemente) concluíu - lembram-se, com aquele brilharete em inglês técnico, que tanto jeito lhe tem dado nas suas deslocações ao estrangeiro - terá de ser aceite pela Ordem dos Engenheiros, a qual, a ser aprovada a lei, não poderá recusar a inscrição do licenciado em causa.

6 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Mas então quem assegura a qualidade dos cursos superiores?

9/24/2007 1:07 da manhã  
Blogger José Luís Malaquias said...

Quem tem de assegurar a qualidade dos cursos superiores são as universidades e o estado que deve vigiá-las.
As Ordens são a pior invenção de que há memória no imaginário corporativista português.
Para começar, não acredito em auto-regulação, pois isso é aquilo por que clamam todos os interesses instalados quando não querem ser incomodados pelo escrutínio da sociedade.
Depois, as ordens existem essencialmente como orgãos de manutenção de situações anti-competitivas. Se, por exemplo, dois supermercados combinarem preços, os respectivos gerentes podem ser presos por práticas anti-concorrenciais. Pois, as ordens fazem-no a toda a hora, com a definição de tabelas de cobrança mínima que impedem os preços de descer.
Outro exemplo é o número de médicos em Portugal que é cronicamente deficitário porque a respectiva ordem insistiu anos a fio que haveria médicos a mais em Portugal, tendo assim talhado um belíssimo nicho económico.
Por fim, as ordens servem para evitar a mudança e a evolução. Um bom exemplo, é a Engenharia Física, que já existe há mais de 20 anos em Portugal, com provas dadas no mercado de emprego, mas que o lóbi da Engenharia Electrotécnica continua a recusar no seio da ordem, apenas lhes permitindo aceder ao colégio de electrotécnica e apenas depois de fazerem um exame de electrotécnica a que eles próprios não estão sujeitos.

Por mim, acabem com elas e ponham as respectivas tutelas éticas sob a alçada de organismos independentes dos interesses instalados.

9/24/2007 1:18 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Problema: quem não tiver um curso de Engenharia continua a não ser engenheiro...

...

9/24/2007 4:24 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

"Mas então quem assegura a qualidade dos cursos superiores?"

O Estado, não uma ordem corporativista

9/24/2007 8:51 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

E vão acabar também os exames de admissão à Magistratura?

9/24/2007 3:03 da tarde  
Blogger José Luís Malaquias said...

Os exames de acesso à magistratura são um caso diferente, pois tratam-se de exames de acesso ao um curso e a um posto de trabalho.
A ordem é mais uma panelinha a que certos profissionais são obrigados a pertencer, com o objectivo de restringir artificialmente a oferta do mercado e manter os honorários artificialmente altos por combinação de preços.
A qualidade é fundamental, mas têm de ser o estado e as universidades a defendê-la, fechando as escolas que não garantam qualidade. Não são depois os interessados em manter o mercado fechado que hão-de decidir, em causa própria, se abrem o mercado a outros concorrentes.

9/24/2007 7:52 da tarde  

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